Sexta, 05 Abril 2024 12:25

Os Caçadores da Arca Perdida

A Arca da Aliança


A Arca da Aliança (Pacto) tem sido um dos tesouros arqueológicos mais cobiçados pela humanidade, e inúmeras expedições à Mesopotâmia e à Palestina foram realizadas, sem sucesso. Existem réplicas da Arca hoje em dia em vários museus, baseadas nas descrições bíblicas. A suposta arca verdadeira porém, jamais foi encontrada. O cineasta George Lucas inspirou-se na busca pela Arca para o roteiro de seu filme Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida.

A Arca da Aliança é descrita na lenda Bíblica como o objeto em que as tábuas dos Dez mandamentos e outros objetos sagrados teriam sido guardadas, como também veículo de comunicação entre Deus e seu dito povo escolhido. Segundo a lenda judaica esta arca foi utilizada pelos hebreus até seu desaparecimento, que segundo especulações, ocorreu na conquista de Jerusalém por Nabucodonosor II. Segundo o livro de II Macabeus, o profeta Jeremias foi o responsável por escondê-la no Monte Nebo. Segundo o livro do Êxodo, a montagem da Arca da Aliança foi orientada por Moisés, que por instruções divinas indicou seu tamanho e forma. Nela foram guardadas as duas tábuas da lei; a vara de Aarão; e um vaso do maná. Estas três coisas representavam a aliança de Deus com o povo de Israel. Para judeus e prosélitos a Arca não era só uma representação, mas a própria presença de Deus.

No livro de Êxodo (Êx 25,10-22) a Bíblia descreve a Arca da Aliança como uma caixa de madeira de acácia, com 2 côvados e meio de comprimento (um metro e dez centímetros ou 110 cm), e um côvado e meio de largura e altura (70 cm). Cobriu-se de ouro puro por dentro e por fora, com uma bordadura de ouro ao redor. - (Êxodo 25,10-16) Para seu transporte, necessário para um povo ainda nômade, foram colocadas quatro argolas de ouro nas laterais, onde foram transpassados varas de acácia recobertas de ouro. Assim, o objeto podia ser carregado pelo meio do povo. Sobre a tampa, chamada Propiciatório, foi esculpida uma peça em ouro, formada por dois querubins de frente um para o outro(Êxodo 25,10-21; 37,7-9). Segundo a lenda, Deus se fazia presente no propiciatório no meio dos dois Querubins de ouro em uma presença misteriosa que os Judeus chamavam Shekinah ou presença de Deus.

A Arca fazia parte do conjunto do Tabernáculo, com outras tantas especificações. Ela ficaria repousada sobre um altar, também de madeira, coberto de ouro, com uma coroa de ouro ao lado. Somente os sacerdotes levitas poderiam transportar e tocar na arca, e apenas o sumo-sacerdote, uma vez por ano, no dia da expiação, quando a Luz de Shekiná se manifestava, entrava no santíssimo do templo. Estando ele em pecado, segundo a lenda, morreria instantaneamente.

Outros relatos bíblicos se referem ao roubo da arca por outros povos inimigos de Israel (filisteus), que sofreram chagas e doenças enquanto tinham a arca em seu poder. Segundo o mito, homens que tocavam na arca e que não fossem levitas ou sacerdotes completamente puros morriam fulminados instantaneamente. Diante dessas terríveis doenças causadas pela presença da "Arca" do Senhor Deus de Israel, os filisteus se viram numa necessidade de se livrarem do objeto sagrado; então, a mandaram para a cidade de Gate, e logo após para Ecron, sendo sempre rejeitada, o que acarretou na sua devolução ao povo de Israel.

O relato bíblico menciona que na destruição de Jerusalém por babilônia no ano 586 a.C Nebuzaradã, comandante da guarda imperial, conselheiro do rei da Babilônia, foi a Jerusalém e Incendiou o templo do Senhor, o palácio real, todas as casas de Jerusalém e todos os edifícios importantes. (II Reis 25:8-9). Depois desse grande incêndio que teria destruído todo o templo e a cidade de Judá, a Arca da Aliança desapareceu completamente da narrativa Bíblica e não há mais menção dela a partir desse ponto, pois o próprio relato se torna vago quanto ao seu destino.
Para os católicos que se utilizam da Septuaginta, o desaparecimento da Arca é narrado no livro de II Macabeus, não aceito pelos protestantes e pelos judeus que só aceitam as escrituras em hebraico. Nessa situação o profeta Jeremias haveria mandado que levassem a Arca até o Monte Nebo para ali a esconder em uma caverna.

Não há certezas acerca de sua existência ou destruição. O fato é que antes de atear fogo ao Templo, os soldados de Nabucodonosor levaram para a Babilônia todos os objetos e utensílios sagrados que os Judeus usavam nos rituais em seu santuário, como trunfo de sua vitória.

Há quem acredite que a Arca da Aliança foi levada para a Babilônia junto com os demais objetos sagrados do Templo que existia em Jerusalém, porém não há evidência e provas plausíveis para isto. Contudo, uma vez a Arca em posse dos babilônios, ela pode ter sido destruída para se obter o ouro ou ainda conservada como troféu. Vale ressaltar que a Babilônia também foi conquistada posteriormente por outros impérios que vieram posteriormente: Medo persas, macedónios entre outros, portanto, seus tesouros (incluindo possivelmente a Arca) poderiam ter tido incontáveis destinos.

Para a Igreja Ortodoxa Etíope, a Arca foi levada à Etiópia por Menelik I, filho do Rei Salomão e  a Rainha de Sabá. A Arca estaria guardada numa capela da Igreja de Santa Maria de Sião da cidade de Aksum, no norte da Etiópia, onde um único sacerdote pode vê-la. A narrativa dessa tradição etíope encontra-se no Kebra Negast, o Livro da Glória dos Reis da Etiópia.

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.




Publicado em ÊXODOS

As autoridades do Quênia descobriram nesta segunda-feira (17) mais 12 corpos de pessoas que morreram de fome por terem sido induzidas a isso por uma seita evangélica do país. Até o momento, sabe-se que há 403 mortos em consequência das práticas do grupo.

A história foi chamada de "massacre de Shakahola", nome da floresta do Quênia onde o incidente ocorreu.

As autoridades esperam que o balanço aumente, já que as buscas pelas valas comuns em uma ampla região do litoral queniano continuam, quase três meses depois da descoberta das primeira vítimas.

Salvação por meio de inanição

A seita cristã era liderada por um líder chamado Paul Nthenge Mackenzie, um ex-motorista de taxi. Ele atraiu seguidores para a floresta de Shakahola prometendo salvação religiosa por meio da morte por inanição.

Os membros da seita abandonaram suas casas e se mudaram para a propriedade acreditando que o lugar era um santuário do apocalipse que estava prestes a ocorrer. A propriedade se tornou uma cena de um crime. Os seguidores morreram de fome ou prejudicaram gravemente sua própria saúde na crença de iriam encontrar Jesus.

Algumas das vítimas, entre elas crianças, foram estranguladas, agredidas ou asfixiadas, segundo as autópsias.

O número de mortos é alto porque as atividades da seita passaram despercebidas por muito tempo.

O destino de Paul Nthenge Mackenzie

Mackenzie está preso desde 14 de abril e será processado, entre outras acusações, por terrorismo.

Outras 16 pessoas são acusadas de pertencer a um grupo de homens encarregados de vigiar para que nenhum fiel acabasse com o jejum ou escapasse da floresta, localizada perto da cidade litorânea de Malindi.

O ministro do Interior anunciou que a floresta de Shakahola será declarada como "memorial".

No mês passado, a Justiça abriu um processo por "tentativa de suicídio" contra 65 adeptos que se recusaram a comer depois de serem retirados da floresta.

Esses processos foram condenados por grupos de defesa dos direitos humanos. A ONG Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia denunciou uma "decisão inadequada (que) traumatizará os sobreviventes no momento em que precisam desesperadamente de compreensão".

Fonte: Portal G1

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto. 


Publicado em NOTÍCIAS

O livro “A Guerra dos Tronos”, da cultuada série “As Crônicas de Gelo e Fogo”, é o mais vendido do século na categoria Fantasia, informa nova pesquisa.

A obra do escritor George R. R. Martin superou a icônica “Bíblia”, clássico fantástico co-escrito por 39 autores há centenas, talvez milhares, de anos.

Os dados da pesquisa revelaram que, impulsionada pela série homônima de TV, a saga ‘Game of Thrones’ vendeu nos últimos 12 anos uma média de 86 mil cópias semanais, contra 72 mil do best-seller cristão.

A narrativa fala sobre um mundo arcaico, onde reis, rainhas, magos e renegados disputam o trono de um reino, em conflitos que duram séculos até que todos protagonistas morram sacrificados.

“Há muita semelhança entre as duas obras”, explica o bibliotecário Hilário Miranda. “A Guerra os Tronos” destaca-se pela quantidade de batalhas épicas, enquanto o forte da ‘Bíblia’ está nos personagens com poderes divinos e habilidades mágicas”, ressalta.

Hilário credita o sucesso de vendas dos livros ao boom do gênero Fantasia, voltado principalmente para leitores com dificuldade em se relacionar socialmente.

“Na Bíblia, Deus manda Abraão sacrificar seu filho Isaac, enquanto em ‘Game of Thrones’, Cersei manda matar todos os bastardos de Robert”, compara Hilário. “Este tipo de intriga atrai bastante os leitores de hoje”, explica.

As terceira e quarta posições da lista se mantiveram com a trilogia “O Senhor dos Anéis” e a saga “Harry Potter”.

Fonte: Diário de Barrelas

 

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto. 

Publicado em NOTÍCIAS

O profeta Moisés estava sob efeito de poderosos alucinógenos quando desceu o monte Sinai e apresentou ao povo judeu os Dez Mandamentos, afirma Benny Shanon, professor do Departamento de Psicologia Cognitiva da Universidade Hebraica de Jerusalém. Em um artigo provocador publicado nesta semana no "Time and Mind", uma revista científica dedicada à filosofia, Shanon considera que o consumo de psicotrópicos fazia parte dos rituais religiosos dos judeus mencionados pelo livro do Êxodo na Bíblia. "Em relação a Moisés no monte Sinai, trata-se de um acontecimento cósmico sobrenatural no qual não acredito, ou de uma lenda na qual também não creio, ou, e isso é muito provável, de um acontecimento que uniu Moisés e o povo de Israel sob o efeito de alucinógenos", afirmou o professor à rádio pública israelense. "A Bíblia afirma nesse sentido que 'o povo vê sons' e esse é um fenômeno muito clássico, por exemplo na tradição da América Latina, onde se pode 'ver' a música", acrescentou. Ele também mencionou os exemplos da sarça ardente e da Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden, indicando que, nos desertos do Sinai egípcio e do Neguev israelense, há ervas e plantas alucinógenas que os beduínos ainda utilizam. De acordo com o professor Shanon, as sociedades tradicionais xamânicas utilizam alucinógenos em seus ritos religiosos. "Mas essa utilização está submetida a regras muito estritas", explica. "Fui convidado em 1991 para uma cerimônia religiosa no norte da Amazônia, no Brasil, durante a qual provei um preparado feito com uma planta, a ayahuasca, e tive visões de conotação espiritual e religiosa", acrescentou. Segundo o pesquisador, os efeitos psicodélicos das bebidas preparadas com a ayahuasca são comparáveis aos produzidos pelas bebidas fabricadas com o córtex da acácia. A Bíblia menciona essa árvore frequentemente, e sua madeira é parecida com a que foi utilizada para talhar a Arca da Aliança.

Fonte: Portal G1

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.

Publicado em NOTÍCIAS

A decisão judicial que determinou a prisão da pastora Juliana Sales, diz que ela sabia dos “supostos abusos sexuais” sofridos pelos filhos, Kauã e Joaquim, que morreram carbonizados em um incêndio em Linhares, e que ela e o marido, o pastor Georgeval Alves, tinham planos de usar a morte dos filhos como forma de ganhar notoriedade e ascensão religiosa. A defesa de Juliana informou que ainda não vai se manifestar porque não teve acesso a essas informações. A ordem de prender a pastora partiu do juiz André Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares. De acordo com a decisão, Juliana sabia dos desvios de caráter do marido, e mesmo assim apoiava os planos dele de se promover na igreja. Para o Ministério Público, assassinar os próprios filhos estava nos planos do casal. Seria uma tragédia a ser usada pelo pastor para se promover na igreja. “O pastor George, em parceria com a pastora Juliana, buscava uma ascensão religiosa e aumento expressivo de arrecadação de valores por fiéis e, para esta finalidade, ceifou a vida dos menores Kauã e Joaquim para se utilizar da tragédia em seu favor”, diz a decisão.

Juliana também estava ciente sobre as diferenças de tratamento que George dava para os filhos e o enteado. A decisão diz que George deixava faltar alimento, medicamento e atendimento médico para as crianças. Para o juiz, Juliana também tinha ciência do comportamento sexual incompatível com a pregação do marido. Em uma troca de mensagens pelo celular, a pastora dizia ter 'nojo' e o pastor dizia se sentir 'imundo' e um 'lixo' por seus comportamentos. Já em uma mensagem que enviou para a mãe, a pastora afirma que dormiu bem após a morte das crianças. Em outra troca de mensagens com o pastor George, Juliana diz: "eu não estou preparada para dar errado". E em uma conversa com outros pastores, ela afirma: "não sei se vou conseguir ser forte até o final". De acordo com a decisão, os irmãos Kauã e Joaquim já haviam relatado, na escola, os abusos sexuais que sofreram. Em certas ocasiões, Kauã chorava desesperadamente, mas alegava aos seus professores que não podia contar o motivo. Joaquim, também na escola, relatava que sofria abusos sexuais. Os pais compareceram no estabelecimento de ensino afirmando que os abusos não eram praticados no âmbito doméstico e familiar. O Ministério Público diz que o casal se defendia afirmando que a culpa pelos abusos era de uma outra criança, de 5 anos.

Além disso, a decisão diz que Juliana e George não tomaram nenhuma providência após Kauã ter “sofrido ‘maldades’ por parte de dois ‘caras’ na piscina”. A decisão da Justiça traz outra revelação. Há relatos de que após a morte dos irmãos o pastor e a pastora foram até a casa, jogaram vários objetos no quarto das crianças e retiraram quase todos os objetos depois, inclusive lençóis e roupas de cama, entregando-os a terceiros para serem lavados. Joaquim, de 3 anos, e Kauã, de 6 anos, morreram carbonizados dentro de casa, em Linhares, no dia 21 de abril. O marido de Juliana, o pastor George Alves, foi acusado de estuprar, agredir e queimar as crianças vivas. O terceiro filho da mulher não estava na casa no momento do crime. George Alves está preso desde o dia 28 de abril, mas a prisão dele era temporária. Agora, o MP conseguiu a prisão preventiva de Juliana e de George, por tempo indeterminado, pelos crimes de duplo homicídio, estupro de vulneráveis e fraude processual. George ainda vai responder pelo crime de tortura. A pastora Juliana Sales Alves sabia, segundo o Ministério Público do Espírito Santo, dos riscos que os filhos corriam por estarem sozinhos com o marido dela, o pastor Georgeval Alves, acusado de estuprar, agredir e queimar as crianças vivas dentro de casa

Essa omissão é um dos motivos para a prisão dela, que aconteceu na madrugada desta quarta-feira (20), na casa de um amigo da família, em Minas Gerais. O advogado Helbert Gonçalves, que defende a pastora, informou que ainda não teve acesso às informações referentes às acusações da Justiça, e que portanto ainda não irá se manifestar sobre. Por meio de nota enviada à imprensa, a defesa apenas esclareceu sobre a ida de Juliana para a cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais. "A defesa informa que, ao contrário das informações que estão sendo veiculadas, Juliana não estava foragida ou escondida, uma vez que a mesma sequer era investigada ou tida como suspeita da morte dos filhos, conforme concluiu a própria investigação da Polícia Civil de Linhares", diz a nota.

Fonte: Portal G1

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em NOTÍCIAS

O primeiro rascunho da bíblia foi descoberto na universidade de Cambridge, no Reino Unido, que ficou marcado como uma das descobertas mais significativas da história moderna. O rascunho manuscrito foi encontrado somente agora porque tinha sido mal rotulado dentro de um arquivo onde ficou sem ser identificado por décadas. O livro foi confirmado pelos principais especialistas como um trabalho inicial da Bíblia do rei James, que é um dos livros mais influentes e amplamente lido na língua inglesa. A descoberta foi aclamada como prova definitiva de que a Bíblia é uma obra de ficção, pois mostra um processo de revisão, corte e, em seguida, mais reescrita, o que contradiz a crença popular de que o livro é a “palavra divina de Deus”. A bíblia do rei James ou simplesmente a versão autorizada é uma tradução inglesa da bíblia cristã para a igreja da Inglaterra que combina livros do antigo e do novo testamento, bem como de outras escrituras cristãs. As notas e comentários no rascunho deste livro recentemente descoberto mostram como os “melhores textos” foram escolhidos como cereja dos livros originais e então foram embelezados, exagerados ou reescritos para tornar a “leitura melhor”.

Existem também indícios de que as seções foram escritas sob ordens do rei para inserir a ideia de que a linhagem real era divina, incutindo uma falsa crença nas pessoas “comuns” de que a hierarquia das elites governantes tinha justificativa divina. O caderno que contém o rascunho foi encontrado por um estudioso americano, Jeffrey Alan Miller, professor assistente de inglês na “Montclair State University”, em Nova Jersey, que anunciou sua pesquisa em um artigo no “The Times Literary Supplement". Miller estava pesquisando um ensaio sobre Samuel Ward, um dos tradutores da bíblia do rei James, e esperava encontrar uma carta desconhecida nos arquivos. Embora possamos dizer que ele certamente atingiu seu objetivo, definitivamente ele não esperava encontrar o primeiro rascunho da bíblia do rei James, que agora está trazendo novas informações sobre como a bíblia foi construída.

Primeiro ele encontrou um caderno simples sem saber o que era, pois estava incorretamente rotulado. Por isto que ninguém o tinha encontrado até agora. Foi catalogado na década de 1980 como um comentário bíblico “verso por verso” com “estudos de palavras gregas e algumas notas hebraicas”. Quando ele tentou em vão, descobrir a quais passagens da bíblia o comentário se referia, percebeu que não era um comentário, mas na verdade era um rascunho inicial de parte da versão da bíblia do rei James. O professor Miller descreveu o que sentiu quando soube o que ele tinha em suas mãos:

“Houve uma espécie de se sentir atingido por um raio. Mas, em seguida, vem o processo mais trabalhoso de garantir que você esteja 100 por cento correto”.

 

O material no manuscrito descoberto por Miller se refere aos livros apócrifos chamados Esdras e Sabedoria e parece mostrar que o processo de tradução em Cambridge funcionou completamente diferente do que os pesquisadores entendiam anteriormente. Até agora, assumiu-se que seis equipes diferentes, ou companhias de tradutores, tinham trabalhado de forma mais colaborativa do que individualmente. No entanto, esse rascunho descarta totalmente esta ideia. O rascunho de Ward indica que as pessoas foram designadas por seções individuais da bíblia e depois trabalharam nelas inteiramente por si mesmas, um trabalho exaustivo com poucas adivinhações. Você poderia pensar que isto faria com que as pessoas se tornassem mais propensas a erros. Na verdade, é até engraçado, o professor Miller notou que o rascunho sugere que Ward estava substituindo a folga de outro tradutor. Isto realmente mostra como todo o trabalho era apenas humano, de acordo com ele.

“Alguns deles, sendo tipicamente acadêmicos, abandonaram o trabalho ou simplesmente decidiram não fazê-lo. Isto realmente atesta o elemento humano neste tipo de grande empreendimento”.

 

Embora este achado certamente não refute Deus/Criador/Fonte…, ele mostra que os tradutores da bíblia não receberam um produto finalizado para dar uma olhada primeiro, não foi uma caminhada no parque com um anjo sobre o ombro dizendo-lhes o que fazer e escrever. No entanto, oferece uma prova definitiva de que a bíblia não é a “verdadeira palavra de Deus/Criador/Fonte…” e que as palavras da bíblia não devem ser interpretadas literalmenteA descoberta mostra claramente como as pessoas podem ser manipuladas para ficarem submissas, criando histórias de outros seres humanos com “poderes divinos” como forma de controlá-los, não é muito diferente de como os governos atualmente utilizam a mídia convencional para fazer uma lavagem cerebral na populaçãoEste livro envolveu muitos indivíduos diferentes trabalhando separadamente e que muitas vezes sofreram exigências comuns ao homem atual, como cumprir prazos. Você sabe, agora que pensamos nisto, não parece tão diferente dos escritores cumprindo prazos exigidos pela editoras.

Fonte: Portal Word Press,The Times Literary Supplement

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.  

Publicado em NOTÍCIAS

Tudo começou quando um garoto de 16 anos Filadélfia, nos Estados Unidos, se perguntou por que ele e seus colegas tinham que ler 10 versos da Bíblia e, em seguida, recitar o Pai Nosso todos os dias no colégio, antes de fazer o juramento de lealdade à bandeira americana. O ano era 1956 e Ellery Schempp era cristão, mas também havia lido a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que diz que: "O Congresso não poderá criar nenhuma lei que diz respeito ao estabelecimento da religião, nem proibindo a livre prática da mesma; nem limitando a liberdade de expressão, nem de imprensa; nem o direito à assembleia pacífica das pessoas, nem de solicitar ao governo uma compensação por danos". A primeira frase do artigo, pensou Schempp, indicava que nenhuma religião deveria ser considerada superior a outra, além de garantir o direito de praticar qualquer religião. E a mensagem geral da frase era, em sua interpretação, a separação entre a Igreja e o Estado. Por isso, ele decidiu parar de perguntar por que sua escola pública os obrigava a ler versos da Bíblia e começou a questionar se o colégio sequer poderia fazer isso.

Em uma segunda-feira de novembro, ele levou para a escola uma cópia do Alcorão, o livro sagrado muçulmano, em vez de levar a Bíblia. Ele jurou lealdade à bandeira, mas recusou-se a ficar de pé e recitar o Pai Nosso. Quando seu professor demandou uma explicação, ele disse que era uma questão de consciência. "Ele ficou perplexo; ninguém nunca havia dito algo assim para ele", diz Schempp, que hoje é um físico aposentado, à BBC. "Ele me mandou para a sala do diretor, que ficou igualmente perplexo e me disse: 'É uma questão de respeito. Há 1.300 estudantes no colégio e todos respeitam (o ritual das orações). Por que você não?'." "Eu respondi que, na minha opinião, isso era um princípio muito importante de liberdade de fé e de justiça." O que começou como um protesto discreto de Schempp acabou definindo grande parte de sua vida.

Eram os primeiros anos da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, e uma parte da sociedade estava ansiosa por retratar os EUA como um país devoto do cristianismo. "O país tinha acabado de sair da era McCarthy. O Congresso havia acabado de adicionar a expressão 'uma nação submissa a Deus' no juramento de lealdade à bandeira americana, para contrastar com o que diziam ser 'os comunistas ímpios'." Não só a Pensilvânia como dezenas de Estados permitiam leituras da Bíblia em escolas públicas. Por isso, o diretor do colégio de Schempp não reagiu bem a sua declaração de princípios. "Ele concluiu que eu era um garoto perturbado e me mandou para o psicólogo da escola, que pensou que eu tinha problemas com a autoridade ou com meus pais", relembra. "Eu garanti a ele que não, que eu acreditava que eles me apoiariam."

De fato, eles o apoiaram. Seu pai até sugeriu que ele escrevesse uma carta para a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). E isso foi o que ele escreveu: "Senhores, como estudante na Abington Senior High School, eu apreciaria muito qualquer informação que vocês puderem me enviar sobre uma possível ação ou ajuda da União para pôr à prova a constitucionalidade da lei da Pensilvânia que obriga de forma arbitrária (e aparentemente injusta e inconstitucionalmente) a ler a Bíblia em nosso sistema de educação pública. Agradeço qualquer ajuda que possam oferecer na liberação da juventude americana na Pensilvânia desta grave violação de seus direitos religiosos tal como são garantidos na primeira e mais importante emenda da Constituição dos Estados Unidos." Em meio a risos, Schempp garante que, desde então, aprendeu a escrever frases mais curtas. "Além disso, mandei para eles US$ 10 - o equivalente a US$ 100 de hoje - e isso chamou a atenção. Um jovem que conseguisse economizar esta quantia só com a mesada semanal e cortando grama devia ser sério", brinca. Após a carta, a ACLU apoiou Ellery Schempp e sua família, e juntos eles pressionaram o distrito escolar de Abington.

O caso finalmente chegou à justiça americana no dia 5 de agosto de 1958. Schempp passou seu aniversário de 18 anos testemunhando que seus direitos haviam sido violados por sua escola, que o forçou a escutar versos de um livro religioso no qual ele não acreditava. "Eu não acredito em milagres. Eu não acredito que é possível receber o que se pede rezando, violando as leis da física e da química. Eu nem sequer acredito que a Bíblia seja um guia moral recomendável. No fim das contas, essa história foi responsável pela morte de cerca de um milhão de pessoas. Há genocídios, assassinatos, violações... tudo aparentemente justificado por Deus!", afirmou às autoridades, na época. "Eu não tive nenhum problema em afirmar que se tratava de uma imposição a minhas crenças pessoais." E isso era o que seus advogados precisavam provar no tribunal: que era uma imposição, além de ser uma violação da Constituição. "É um princípio chave de uma sociedade secular. Se alguém dá preferência a uma religião e ensina isso nas escolas públicas, isso quer dizer que estão utilizando os impostoso de budistas, judeus, muçulmanos e outros para promover outra religião por ordem do Estado", diz ele. "É preciso ter liberdade de culto, mas nenhum deles deve ser apoiado pelo governo."

Schempp e a ACLU ganharam o caso... e a repercussão foi imediata. "Recebemos umas 5 mil cartas. Um terço delas nos apoiava, outra parte se opunha em termos razoáveis e outra nos escrevia injúrias com bastante ódio." Chegou a tanto que os correios já entregavam em sua casa qualquer carta, mesmo que não tivesse nenhum endereço, se ela estivesse endereçada aos "ateus da Pensilvânia". "Algo que notamos foi que nos acusavam de ser membros de qualquer grupo que o autor da carta odiasse: nazistas, comunistas, judeus, católicos, anglicanos, negros...". E, através das cartas, eles aprenderam que "nos Estados Unidos era considerado mau não ser cristão, muito mau ser comunista, mas incrivelmente mau ser ateu". "Se chamam você de 'ateu comunista', eles haviam chegado ao máximo de sua indignação", afirma Schempp.

O distrito escolar, no entanto, não aceitou a derrota e seu apelo chegou à Suprema Corte em fevereiro de 1963. O caso do distrito escolar de Abington versus Schempp foi decidido por oito votos a um a favor fo aluno, e o veredito foi de que a leitura obrigatória da Bíblia nas escolas públicas americanas era inconstitucional. Seus opositores descrevem o veredito como algo que "expulsou Deus dos colégios". A adolescência de Schempp foi definida em grande parte pelo caso - dos 16 anos de idade até os 23. Por isso, ele passou sua vida adulta tentando construir uma identidade separada do jovem cujo protesto se transformou lenda. Apesar de seu colégio ter enviado uma carta de "desrecomendação" à Universidade de Tufts, em Massachusetts, ele foi aceito. Em seguida, fez um doutorado em Física na Universidade Brown. Ele trabalhou como físico e gerente de projetos com supercondutores, sistemas de ressonância magnética e resíduos nucleares. Foi professor da Universidade de Pittsburgh e professor convidado na Universidade de Genebra, na Suíça. Além disso, ele escalou montanhas na Groenlândia, na Suíça e no Paquistão. Seu interesse pela causa só voltou a aparecer nos anos 1990, quando começou a se preocupar com as frequentes tentativas de reintroduzir a religião nas escolas. Nesse momento, Schempp voltou a contar sua história.

Fonte: Portal G1

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.

Publicado em NOTÍCIAS

Em 2 Reis 2:24, um profeta pede a Deus que castigue as crianças que estavam zombando de sua careca. E imediatamente surgem duas ursas e despedaçam os 42 jovens desrespeitosos. Em 1 Samuel 6:19, Deus não gostou que homens de Bete-Semes tivessem olhado dentro de sua enigmática arca e, em represália, matou 50.070. 

O cético e estudioso da Bíblia Steve Wells anotou todas as mortes, como essas, registradas nas sagradas escrituras cometidas direta ou indiretamente por Deus, ou em nome Dele, e as somou. Deu o total de 2.552.452 (ver vídeo abaixo). Pelos relatos bíblicos, Deus foi a causa de muito mais mortes, porque há ali eventos, como guerras santas, massacres étnicos e pragas e outros, como o dilúvio de Noé, cujo número de vítimas não é mencionado. Welles fez uma estimativa sobre o montante dessas mortes, para ter uma ideia do total que seria mais condizentes com os registros bíblicos. Ele estimou, por exemplo, que no dilúvio morreram 20 milhões de pessoas. Em outro caso, ele avaliou que morreram 70.000 pessoas na fome descrita em Gênesis 41:25-54. 


Welles também “corrigiu” alguns números de mortes os quais ele entendeu estarem subestimados na Bíblia. No caso do afogamento do exército egípcio (Êxodo 14:18-26), a Bíblia diz que morreram 600 soldados. Na avaliação do estudioso, morreram 5.000. O total de mortes estimadas por Welles dá 24.712.019. Os números do estudioso americano evidentemente podem ser questionados, porque não se baseiam em nenhum critério científico, até porque, para os céticos, em um exemplo, nunca houve arca de Noé. Mas Wells pode ser acusado tanto de ter inflado os números como de ter subestimado-os. Há quem, por exemplo, acredite que na época de Noé existiam mais de 20 milhões de pessoas. De qualquer forma, deixando as estimativas de Wells de lado, a quantidade parcial de 2.552.452 mortes, conforme está pela Bíblia, já é mais do que suficiente para desmoralizar qualquer deus, do ponto de vista humanitário e laico. De acordo com o levantamento de Welles, a Bíblia registra apenas 10 mortes sob a responsabilidade de Satanás.

Fonte: Paulopes

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em INJUSTIÇAS
Domingo, 24 Abril 2016 13:54

A Prova do Livro

Publicado em CARTOONS

Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro consideraram inconstitucional lei sancionada em julho de 2011, que obriga todas as bibliotecas do estado, como as de escolas públicas e privadas, a manterem ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada no acervo, sob pena de multa em caso de descumprimento. Em reunião do Órgão Especial na segunda-feira, a maioria dos magistrados acompanhou o voto do relator, Carlos Eduardo da Rosa da Fonseca Passos, que classificou a regra como uma “ofensa ao Estado laico”. Ainda cabe recurso. “A obrigatoriedade imposta às bibliotecas situadas neste estado configura ofensa ao Estado laico, na medida em que exige a manutenção, em seus acervos, de livro sagrado, em prejuízo à igualdade de credos e à impessoalidade religiosa que norteia atuação dos órgãos administrativos”, afirmou Fonseca Passos, em seu voto. A reunião do Órgão Especial contou com a participação de 20 dos 25 membros, sendo que apenas dois desembargadores votaram contra o relator. A ação direta de inconstitucionalidade foi movida pelo Ministério Público estadual.

O deputado estadual Edson Albertassi (PMDB), autor da lei, informou que vai propor à procuradoria da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que recorra da decisão, considerada por ele como “equivocada”.

— Não se trata de privilegiar o manual de uma religião. Nós estamos discutindo a importância de o livro mais vendido do mundo estar no acervo das bibliotecas para pesquisas — diz o deputado. — A proposta aprovada na Alerj fala sobre a Bíblia, mas, se outro deputado apresentasse um projeto sobre o Corão, eu votaria a favor.

Para Fábio Nogueira, coordenador de comissões da OAB-RJ, a decisão do Órgão Especial do TJ-RJ foi acertada, já que a Constituição determina a laicidade do Estado. Ao obrigar a presença da Bíblia nas bibliotecas, o Estado privilegia algumas religiões em detrimento de outras.

— Independentemente da fé que se professe, é inquestionável a importância da Bíblia — diz o advogado. — Mas não é preciso ter uma lei determinando que um livro específico deva constar no catálogo de todas as bibliotecas.

Fonte: O Globo

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.

Publicado em NOTÍCIAS

O Novo Testamento, em 2 Timóteo 4:7, o apóstolo Paulo afirma: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Trata-se de uma passagem das mais dramáticas da Bíblia, porque afinal Paulo fez a afirmação momento antes de ser executado em Roma. Uma passagem que tem alimentado a fé de cristãos nesses dois mil anos. Só tem um problema: Paulo não disse nada disso. A frase foi inventada e colocada na Bíblia como se fosse do apóstolo. É o que garante o americano Bart D. Ehrman (na foto abaixo), um respeitado estudioso da Bíblia. Ehrman acaba de lançar o livro “Forjado” que tem indignado cristãos de todo mundo, porque ali ele diz provar que pelo menos 11 dos 27 livros do Novo Testamento são falsificações. "Havia muita gente no mundo antigo que recorreu à mentira por achar que estava prestando um serviço a um bem maior”, disse. As evidências disso são tantas, que ele estranha o fato delas passarem despercebidas. Como exemplo, citou o caso dos apóstolos Pedro e João, que estão entre os autores do Novo Testamento, embora fossem analfabetos. No seu novo livro “Forjado” ele transcreveu Atos 4:13 (“Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se") para explicar que os dois apóstolos são descritos na escritura em grego como “analfabetos”, literalmente, e não como “iletrados”, que deixa margem para dúvida se sabiam escrever ou se eram pessoas simples, porém alfabetizadas.

Ehrman disse ter evidências suficientes para garantir que os evangelhos, quando começaram a ser difundidos, não tinham autorias -- o que, aliás, era comum com qualquer tipo de texto naquela época. Os nomes atuais, afirmou, foram adicionados posteriormente por copistas. O estudioso afirmou que seu livro se atém mais ao Paulo porque uma parte significativa do Novo Testamento é atribuída a esse apóstolo. As suas conclusões se basearam também nos diferentes estilos de texto da Bíblia e em suas contradições. Apontou, como exemplo, os escritos de Efésios, os quais em grego são compostos por frases longas, o que é bem diferente da escrita de Paulo. “Não há nada de errado com as sentenças extremamente longas em grego, mas essa não é maneira de Paulo escrever”, disse. “É como Mark Twain e William Faulkner: ambos escreveram corretamente, mas não dá para confundir um com outro”.

Uma das mais flagrantes contradições, segundo ele, está em 1 Coríntios, onde Paulo primeiro convoca as mulheres para se manifestar na igreja e alguns capítulos depois afirma que elas devem permanecer caladas e, se quiserem aprender alguma coisa, teriam de perguntar em casa ao marido. É óbvio que os dois textos, segundo Ehrman, não foram escritos pela mesma pessoa. O estudioso disse que o propósito dos forjadores dos textos bíblicos foi acalmar os ânimos dos líderes da igreja primitiva, porque entre eles havia muita discordância sobre como tratar as mulheres, o relacionamento entre senhores e escravos, como teriam de ser os ritos e por aí vai Assim, como diferentes grupos disputavam entre si o poder da seita, eles introduziram na Bíblia textos que atendessem aos seus interesses. “Se você fosse um joão-ninguém, não assinaria o seu texto com o seu próximo nome, mas como Pedro e João.” Ehrman espera que o seu livro ajude as pessoas a aceitarem algo que ele próprio demorou em reconhecer. Ele foi um religioso fundamentalista e hoje é agnóstico.

Fonte: Paulopes

 

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.

Publicado em NOTÍCIAS
Quarta, 04 Fevereiro 2015 16:01

Deixai vir a mim as criancinhas

Segundo o relato bíblico do evangelho de Marcos, numa certa ocasião aconteceu o seguinte: “As pessoas começaram então a trazer-lhe criancinhas, para que as tocasse; mas os discípulos as censuraram. Vendo isso, Jesus ficou indignado e disse-lhes: Deixai vir a mim as criancinhas; não tenteis impedi-las, pois o reino de Deus pertence a tais... E tomou as criancinhas nos seus braços e começou a abençoá-las, impondo-lhes as suas mãos” (Marcos 13-14, 16). Uma passagem simpática dando a entender que Jesus tinha uma grande consideração e interesse nas crianças. Inclusive muitos religiosos gostam muito de usar este texto para ponderar sobre a necessidade de cuidarmos das crianças com muito amor e carinho dando atenção e mostrando interesse por elas.

Entretanto existem outros relatos bíblicos que mostram uma versão bem diferente. Na realidade por toda bíblia encontramos uma crueldade enorme com crianças. Suas páginas estão cheias de assassinato e extermínio em massa tanto de adultos como de crianças. Observe alguns relatos e note o grande amor do Deus bíblico pelas criancinhas. “Assim, toda a carne que se movia sobre a terra expirou, dentre as criaturas voadoras, e dentre os animais domésticos, e dentre os animais selváticos, e dentre os enxames [de criaturas] que pululavam na terra, bem como toda a humanidade. Morreu tudo em que o fôlego da força da vida estava ativo nas suas narinas, a saber, todos os que estavam em solo seco. Assim extinguiu toda coisa existente que havia na superfície do solo, desde o homem até o animal, até o animal movente e até a criatura voadora dos céus, e eles foram obliterados da terra; e sobreviviam somente Noé e os com ele na arca” (Gênesis 7:2123). Este é o famoso relato do dilúvio dos dias de Noé. Segundo a bíblia, devido a maldade do homem, Deus se arrependeu de ter criado a humanidade destruindo tudo que vive. Neste ataque de ira ele extermina homens, mulheres e obviamente crianças, de bebês recém-nascidos até os animais, todos os seres viventes. Agora eu pergunto: O que estas crianças tinham a ver com a suposta maldade de seus pais? Morreram porque simplesmente tiveram a infelicidade de nascer na época errada? Se elas tivessem a chance de crescer talvez tivessem escolhido um proceder diferente de seus pais. Mas infelizmente o Deus bíblico não lhes deu esta oportunidade, foram dizimados sem dó nem piedade.

Numa outra ocasião o Deus bíblico decide destruir duas cidades, Sodoma e Gomorra. Ao saber das intenções de Deus o patriarca Abraão tenta convencê-lo a não causar este massacre terrível. Em Gênesis 18:23-32 encontramos o relato onde Abraão raciocina com Deus tentando fazê-lo desistir desta destruição em massa. Abraão pergunta a Deus: “Arrasarás realmente o justo junto com o iníquo? Suponhamos que haja cinqüenta homens justos no meio da cidade. Arrasa-los-ás então e não perdoarás ao lugar por causa dos cinqüenta justos que há nele? É inconcebível a teu respeito que atues desta maneira para entregar à morte o justo junto com o iníquo, de modo que se dê com o justo o que se dá com o iníquo! É inconcebível a teu respeito. Não fará o Juiz de toda a terra o que é direito? Jeová disse então: Se eu achar em Sodoma cinqüenta homens justos no meio da cidade, hei de perdoar ao lugar inteiro por causa deles”. Note que as palavras de Abraão denotam um senso de justiça. Como poderia Deus destruir uma cidade inteira, incluindo crianças, por causa da maldade da maioria? Pelas palavras de Abraão observamos que ele estava ciente de que havia justos nesta cidade. Na continuação do relato fica claro que ele intercedia pelo seu sobrinho Ló e sua família, mas fica óbvio que ele também se referia as crianças da cidade. Mesmo que todos os adultos fossem realmente merecedores da destruição seus filhos logicamente não tinham nada a ver com as atitudes de seus pais, eram inocentes. Deus promete a Abraão que se existisse cinquenta justos ele não destruiria o lugar. Na continuação do relato Deus chega a prometer: “Por fim disse: “Por favor, não se acenda a ira de Jeová, mas fale eu só mais esta vez: Suponhamos que se achem ali dez.” Ele, por sua vez, disse: “Não a arruinarei por causa dos dez. (Gênesis 18:32). Deus prometeu que se houvesse 10 justos na cidade ele não a destruiria. Porém, mesmo diante das argumentações de Abraão o Deus bíblico mata todo mundo (homens, mulheres e crianças) em Sodoma e Gomorra fazendo “chover enxofre e fogo”. Bem, quase todo mundo, ele poupa Ló e sua família. Agora as inúmeras crianças da cidade foram aniquiladas.

Em outro relato Deus decide livrar seu povo escolhido da escravidão no Egito. Ele escolhe Moisés e lhe dá a seguinte orientação: “E tens de dizer a Faraó. Assim disse Jeová: Israel é meu filho, meu primogênito. E eu te digo: Manda embora meu filho, para que me sirva. Mas, caso te negues a mandá-lo embora, eis que mato teu filho, teu primogênito” (Êxodo 4:22-23). As orientações foram claras, Deus ameaça matar o filho primogênito do faraó. Mais uma vez a pergunta que não quer se calar: O que tinha a ver o filho primogênito de faraó com essa história? Mas a história não para por aí. Moisés segue as orientações de Deus comparecendo diante de faraó com as devidas ameaças. Depois da recusa do faraó, Deus envia várias pragas contra o Egito e na última delas Deus cumpri sua ameaça: “E Moisés prosseguiu, dizendo: Assim disse Jeová: Por volta da meia-noite sairei pelo meio do Egito, e terá de morrer todo primogênito na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó que está sentado no seu trono, até o primogênito da serva que está junto ao moinho manual e todo primogênito de animal. E certamente virá a haver um grande clamor em toda a terra do Egito, tal como ainda nunca ocorreu, e tal como nunca mais ocorrerá” (Êxodo 11:4-6). Não satisfeito em matar apenas um inocente Deus resolve matar todos os primogênitos do Egito, até mesmo dos animais, ou seja, um assassinato em massa de inocentes.

Numa outra ocasião, sob as ordens de Deus, o exército de Moisés derrota os midianitas. Eles matam todos os homens, mas levam presos as mulheres e crianças. Quando Moisés vê os prisioneiros, ele diz furiosamente: “Preservastes viva a toda a fêmea? ...matai a todo o macho dentre os pequeninos e matai a toda a mulher que tiver tido relações com um homem por se deitar com um macho" (Números 15,17). Mais uma vez Deus manda matar as crianças, só que neste caso só as do sexo masculino e as mulheres que tiveram relações sexuais. Assim, quem não teve a sorte de nascer menina ou ser virgem foi massacrado.

As criancinhas do povo de Síon também não tiveram nenhuma chance: “E naquele tempo específico fomos capturar todas as suas cidades e devotar cada cidade à destruição, homens e mulheres, e criancinhas. Não deixamos sobreviventes” (Deuteronômio 2:34).

Será que as criancinhas de Basã tiveram um fim diferente? Veja: “No entanto, devotamo-las à destruição, assim como fizéramos a Síon, rei de Hésbon, ao devotarmos cada cidade à destruição, homens, mulheres e criancinhas” (Deuteronômio 3:6).

Quando o Deus da bíblia ficava aborrecido com alguma coisa ele ficava totalmente descontrolado, nem mesmo a inocente criança de peito escapava: “Pois, na minha ira acendeu-se um fogo, e ele arderá até o Seol, o lugar mais baixo, consumirá a terra e a sua produção, e incendiará os alicerces dos montes. Aumentarei calamidades sobre eles; Gastarei neles as minhas flechas. Ficarão exaustos de fome e consumidos pela febre ardente, e pela destruição amarga. E enviarei sobre eles os dentes de animais. Com peçonha de répteis do pó. Portas afora a espada os privará, e portas adentro, o horror, tanto do jovem como da virgem, da criança de peito junto com o homem grisalho” (Deuteronômio 32:22-25).

Quando Deus ordenou que Saul matasse todos os amalequitas ele fez questão de enumerar todos que deviam ser exterminados. Na sua lista negra estavam homens, mulheres, crianças, bois, ovelhas, camelos, e jumentos. Mas o que todas estas pessoas, incluindo as crianças, fizeram para merecer tal destino cruel? Nada! Absolutamente nada! Por incrível que pareça eles foram dizimados por algo que seus ancestrais fizeram a séculos atrás: “Assim disse Jeová dos exércitos: Tenho de ajustar contas pelo que Amaleque fez a Israel quando se opôs a ele no caminho enquanto subia do Egito. Agora vai, e tens de golpear Amaleque e devotá-lo à destruição, junto com tudo o que ele tem, e não deves ter compaixão dele, e tens de entregá-los à morte, tanto o homem como a mulher, tanto a criança como o bebê, tanto o touro como o ovídeo, tanto o camelo como o jumento” (1ª Samuel 15:2-3).

Se você morasse na cidade de Nobe nos tempos do rei Saul de Israel e tivesse filhos veja o que lhes aconteceria (tudo ordenado por Deus): “Até mesmo a Nobe, a cidade dos sacerdotes, ele golpeou com o fio da espada, tanto homem como mulher, tanto criança como bebê, bem como touro, e jumento, e ovídeo, com o fio da espada” (1ª Samuel 22:19).

Um dos casos mais clássicos de morte de uma criança inocente tem a ver com o 2º rei de Israel, o rei Davi. Depois de cometer adultério com a esposa de um de seus soldados e por fim mandar matá-lo para poder se casar com ela e encobrir seu adultério, pois ela estava grávida dele, Deus depois de um ano resolve puni-lo. Sabe como? Você já deve estar desconfiando: “A isto Natã disse a Davi: Jeová, por sua vez, deixa passar o teu pecado. Não morrerás. Não obstante, visto que inquestionavelmente trataste a Jeová com desrespeito por meio desta coisa, então o próprio filho, que te acaba de nascer, positivamente morrerá” (2ª Samuel 12:13-14).

As crianças as vezes cometem alguma peraltice e todo pai amorosamente corrige o filho dando instrução e orientação. As vezes se faz necessário até mesmo um castigo como não sair do quarto ou não brincar com os amigos. Agora os profetas do Deus bíblico davam um tipo de castigo diferente quando se confrontavam com alguma travessura: “E dali passou a subir a Betel. Quando subia pelo caminho, havia uns pequenos rapazes que saíram da cidade e começaram a fazer troça dele, e que lhe diziam: Sobe, careca! Sobe, careca! Finalmente, ele se virou para trás e os viu, e invocou sobre eles o mal em nome de Jeová. Saíram então da floresta duas ursas e dilaceraram quarenta e dois meninos deles” (2ª Reis 2:23-24). Vejam que ironia, os quarenta e dois jovens chamaram de careca um profeta que era careca, falaram apenas o óbvio. Agora se Deus queria dar uma lição, poderia ter feito o cabelo deles cair e o cabelo do profeta crescer, dessa forma, sem crueldade alguma eles aprenderiam uma lição. Porém, que lição a morte lhes deu? Nenhuma!

O matar crianças inocentes era considerado pelos israelitas como algo a ser elogiado. Nos seus cânticos de louvor ao Deus da bíblia eles constantemente elogiavam a Deus por causar tais carnificinas aos filhos das pessoas de outras nações: “Tu os constituirás em fornalha ardente no tempo fixado para a tua atenção. Jeová, na sua ira, os engolirá, e o fogo os devorará. Destruirás seus frutos da própria terra e sua descendência dentre os filhos dos homens” (Salmos 21:9-10) “Tornem-se os seus filhos meninos órfãos de pai e seja viúva a sua esposa. E que seus filhos, sem falta, andem errantes; e eles terão de mendigar, e dos seus lugares desolados terão de buscar alimento. Seja a sua posteridade para o decepamento. Seja extinto o nome deles na geração seguinte” (Salmos 109:9-10, 13). “Aquele que golpeou os primogênitos do Egito, tanto ao homem como ao animal” (Salmos 135:8). “Àquele que golpeou o Egito nos seus primogênitos, pois a sua benevolência é por tempo indefinido” (Salmos 136:10). “Feliz será aquele que segurar e deveras espatifar tuas crianças contra o rochedo” (Salmos 137:9).

Independente de que nação fosse a criança, se ela estivesse no caminho do Deus bíblico seria despedaçada. O profeta Isaias foi inspirado por Deus a decretar esta condenação contra os bebês que tiveram o azar de nascer em Babilônia: “Todo aquele que for achado será traspassado, e todo aquele que for apanhado na varredura cairá à espada; e as próprias crianças deles serão despedaçadas diante dos seus olhos. Suas casas serão rapinadas e suas próprias mulheres serão violentadas” (Isaias 13:15-16).

Se uma criança por coincidência nascesse em Samaria na época do profeta Oséias teria um destino funesto: “Samaria será tida por culpada, pois agiu rebeldemente contra o seu Deus. Cairão à espada. Suas próprias crianças serão despedaçadas e as próprias mulheres grávidas deles serão estripadas” (Oséias 13:16). Quando o Deus bíblico resolvia corrigir uma pessoa sua forma preferida era matando suas crianças: “Em vão golpeei os vossos filhos. Não aceitaram a disciplina” (Jeremias 2:30).

O profeta Jeremias quando ficava furioso como Deus, descontava toda sua raiva em crianças, jovens, maridos, esposas e velhos, um descontrole total, sobrava para todo mundo: “E fiquei cheio do furor de Jeová. Estou fatigado de o conter. Derrama-o sobre a criança na rua e, ao mesmo tempo, sobre o grupo íntimo dos jovens; porque eles também serão apanhados, o homem junto com sua esposa, o velho junto com aquele que está cheio de dias” (Jeremias 6:11-12).

De vez em quando Deus em toda sua cólera fazia os pais comerem seus filhos: “E vou fazê-los comer a carne de seus filhos e a carne de suas filhas; e comerão cada um, a carne de seu próximo, por causa do cerco e por causa do aperto com que os assediarão os seus inimigos e os que procuram a sua alma” (Jeremias 19:9). “As próprias mãos de mulheres compassivas cozinharam seus próprios filhos. Tornaram-se qual pão para alguém durante o desmoronamento da filha do meu povo. Jeová levou a cabo seu furor. Derramou a sua ira ardente. E ele acende um fogo em Sião, que consome os alicerces dela” (Lamentações 4:10-11). “Portanto, os próprios pais comerão os filhos no teu meio, e os próprios filhos comerão seus pais, e eu vou executar em ti atos de julgamento e espalhar tudo o que restar de ti a todo vento” (Ezequiel 5:10).

Diante de tais passagens meu único sentimento é de repulsa. Crianças sendo despedaçadas, espatifadas, dilaceradas, decepadas, pais cozinhando e comendo seus próprios filhos, o furor de Deus sendo derramado sobre crianças, filhos sendo golpeados para disciplinar os pais. Diante de tudo isso só posso dar um conselho aos pais, se vocês realmente amam seus filhos não os deixem perto do Deus bíblico.

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em CRIANÇAS

Alexis Tsipras (foto), 40, do partido de esquerda Synaspismos, assumiu o cargo de primeiro-ministro da Grécia dispensando a cerimônia religiosa, que consistiria de um juramento diante da Bíblia com participação de autoridades eclesiásticas. É a primeira vez na história da Grécia que um primeiro-ministro é empossado por intermédio apenas do juramento civil, prometendo obediência à Constituição. Antes,Tsipras informou aos líderes da Igreja Ortodoxa que não seguiria o protocolo da cerimônia religiosa por uma questão de coerência — ele é ateu.
Sem entrar em detalhes, afirmou que as relações entre Estado e Igreja vão ter maior relevância. A Grécia tem cerca de 11 milhões de pessoas. Desse total, 92% são cristãos. A Igreja Ortodoxa Grega é hegemônica. Na posse, Tsipras manteve o seu hábito de não usar gravata. Disse que faria o mesmo até em uma visita ao papa. Tsipras fez uma coligação com o Partido dos Gregos Independentes (Anel), agremiação de extrema direita. O une no momento na Grécia o partido de esquerda e o de direita é que ambos são contra a política de austeridade imposta pela União Europeia para tirar o país da recessão.

Fonte: Folha de São Paulo

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.

Publicado em NOTÍCIAS
Terça, 08 Agosto 2023 16:35

Influências Mitológicas na Bíblia

Grande parte das histórias bíblicas como a criação do homem através do barro, o dilúvio, o sol parar no céu, a torre de babel, a gravidez de uma virgem, o salvador, o inferno, o céu, batalhas dos anjos de Deus contra os do diabo dentre outras tiveram influência das culturas que dominaram e colonizaram os hebreus em sua peregrinação pela terra palestina como os sumérios, acadianos, assírios, babilônicos, egípcios, persas, gregos e romanos. Os arqueólogos descobriram diversas provas de que a bíblia é uma colcha de retalhos influenciada fortemente por mitos alheios como o Enuma Elish (babilônico), o Livro dos Mortos (egípcio), o código de Ur-Nammu (sumério), o código de Hamurabi (babilônico), a Epopéia de Gilgamesh (acadiano), a Batalha dos Titãs gregos e a origem do Hades (inferno), o culto persa depois assimilado pelos romanos ao Deus Sol Invictus (nascimento, morte e adoração do Deus sol entre as doze constelações do zodíaco) entre outros.

Acha o relato da criação em Gênesis retratando um começo perfeito onde Deus criou todas as coisas em seis dias começando pela luz e terminando na criação do homem feito de barro (pó do solo) e por causa de um incidente toda aquela harmonia acabou, como sendo original? Pois bem, o Enuma Elish, mito de criação babilônico descoberto por Austen Henry Layard em 1849 (em forma fragmentada) nas ruínas da Biblioteca de Assurbanipal em Nínive (Mossul, Iraque) e publicado por George Smith em 1876 tendo sua composição remontada a Idade do Bronze, nos tempos de Hamurabi ou talvez o início da Era Cassita (cerca de 18 a 16 séculos a.C.), como podem observar, escrito antes da bíblia, já retratava uma lenda semelhante à descrita no Gênesis. O Enuma Elish tem cerca de mil linhas escritas em babilônico antigo sobre sete tábuas de argila, cada uma com cerca de 115 a 170 linhas de texto. São várias as similaridades entre a história da criação no Enuma Elish e a história da criação no Livro do Gênesis. A temática dos dois segue a mesma linha, a luta entre o Caos e a Ordem. No Enuma Elish, um deus tem que lutar contra o Caos para estabelecer a Ordem. No Gênesis, a divindade transforma o Caos em Ordem. Esta temática é muito antiga e comum aos povos do Oriente Médio. O Gênesis descreve seis dias de criação, seguido de um dia de descanso, enquanto que o Enuma Elish descreve a criação de seis deuses e um dia de descanso. Em ambos a criação é feita pela mesma ordem, começando na Luz e acabando no Homem. A deusa Tiamat do Enuma Elish é comparável ao abismo (água de profundeza, mar profundo) no Gênesis 1:2, sendo que a palavra hebraica para abismo (Tehom) tem a mesma raiz etimológica que Tiamat.

Acha o relato do dilúvio descrito na bíblia original? Bem, na Epopeia de Gilgamés um antigo poema épico da Mesopotâmia, uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial com seu registro mais completo vindo de uma tábua de argila escrita em língua Acadiana do século VIII a.C. tendo sido, no entanto encontradas tábuas com excertos que datam do século XX a.C., já retratava uma grande inundação mandada por Deus (ou Deuses) para exterminar toda vida na terra escolhendo um homem para sobreviver dando-lhe instruções sobre como construir um grande barco e salvar um casal de cada animal. Notaram que tal relato foi comprovadamente escrito antes da bíblia?

Acha a lei Mosaica (Torá) registrada na bíblia original? Na realidade a Lei Mosaica não apresenta nenhum elemento novo, sendo muitos de seus elementos adaptações e transcrições encontradas em documentos (códigos legislativos e morais) mais antigos como aqueles utilizados pelos egípcios (enxertos do Livro Egípcio dos Mortos), hindus (Código de Manu), babilônicos e outras civilizações do Crescente Fértil (Código de Hamurabi). Observe algumas comparações entre a Lei Mosaica e o Código de Hamurabi, um conjunto de leis escritas, sendo um dos exemplos mais bem preservados desse tipo de texto oriundo da Mesopotâmia. Acredita-se que foi escrito pelo rei Hamurabi, aproximadamente em 1700 a.C. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente à cidade de Susa, atual Irã. É um monumento monolítico talhado em rocha de diorito, sobre o qual se dispõem 46 colunas de escrita cuneiforme acádica, com 282 leis em 3600 linhas. A peça tem 2,25 m de altura, 1,50 metro de circunferência na parte superior e 1,90 na base (em exposição no Museu do Louvre).

Por exemplo, na Lei mosaica lemos: “Fratura por fratura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará” (Levítico 24:20). No Código de Hamurabi lemos “Se um cidadão destruiu o olho de um (outro) cidadão, destruirão o seu olho” (Artigo 196); “Se quebrou o osso de um cidadão, quebrarão o seu osso” (Artigo 197); “Se um cidadão arrancou um dente de um cidadão igual a ele, arrancarão o seu dente”.

Lei Mosaica: “E caso homens cheguem a altercar, e um golpeie outro com uma pedra ou com uma enxada e ele não morra, mas caia de cama, se ele se levantar e deveras andar em volta, portas afora, com algo em que se apóie, então aquele que o golpeou terá de ficar livre de punição; somente dará compensação pelo tempo de trabalho que o outro perder, até que o faça completamente são” (Êxodo 21:18, 19). Código de Hamurabi: “Se um cidadão, em uma briga bateu em um (outro) cidadão e lhe infligiu um ferimento, esse cidadão deverá jurar ‘não bati nele deliberadamente’, e pagará o médico” (Art. 206).

Lei Mosaica: “Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem. Mas se houver dano grave, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe” (Êxodo 21:22-25). Código de Hamurabi: “Se um cidadão bateu na filha de um cidadão e a fez expelir o (fruto) de seu seio, pesará 10 siclos de prata [cerca de 80 gramas] pelo (fruto) de seu seio (Art. 209); Se essa mulher morrer, matarão a sua filha” [filha do agressor] (Artigo 210)”.

Lei Mosaica: “Se um homem adulterar com a mulher de seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera” (Levítico 20:10). No caso a morte era por apedrejamento e não havia a possibilidade de perdão. Código de Hamurabi: Se a esposa de um cidadão foi surpreendida dormindo com outro homem, eles os amarrarão e os lançarão n’água. Se o esposo deixar viver sua esposa, o rei, também, deixará viver seu servo (Artigo 129). Aqui a morte dos adúlteros é por afogamento, mas, diferentemente da lei mosaica, havia a possibilidade de perdão para os adúlteros. Pela lei mosaica, a mulher suspeita de adultério deveria ser levada ao Santuário para pronunciar um juramento diante de Deus de que não havia cometido adultério (Números 5:11-31). Código de Hamurabi: “Se o marido acusou sua esposa, (mas) um outro homem, ela pronunciará o juramento de Deus e voltará para sua casa” (Artigo 131).

Lei Mosaica: “Se algum homem no campo achar moça desposada, e a forçar, e se deitar com ela, então morrerá só o homem que se deitou com ela” (Deuteronômio 22:25). Código de Hamurabi: “Se um cidadão amarrou a esposa de um (outro) cidadão, que (ainda) não conheceu um homem e mora na casa seu pai, dormiu em seu seio, e o surpreenderam, esse cidadão será morto, mas essa mulher será libertada” (Art. 130). Pelo Código Mosaico, se alguém acusasse falsamente uma pessoa, deveria se fazer com ela o que a mesma pretendia que se fizesse com o acusado (Deuteronômio 19:16-21). Código de Hamurabi: “Se um cidadão acusou um (outro) cidadão e lançou sobre ele (suspeita de) morte, mas não pode comprovar, o seu acusador será morto” (Art. 01).

Lei Mosaica: “Se achar alguém que, tendo roubado um dentre os seus irmãos, dos filhos de Israel, o trata como escravo ou o vende, esse ladrão morrerá. Assim eliminarás o mal do meio de ti” (Deuteronômio 24:7). Código de Hamurabi: “Se um cidadão roubou o filho menor de um (outro) cidadão, ele será morto” (Art. 14). Lei Mosaica: “O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles” (Levítico 20:11). Código de Hamurabi: “Se um cidadão, depois (da morte) de seu pai, dormiu no seio de sua mãe, queimarão a ambos” (Art. 157). Lei Mosaica: “Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto” (Êxodo 21:15). Código de Hamurabi: “Se um filho bateu em seu pai, cortarão a sua mão” (Art. 195). Nota-se que, em relação ao Código de Hamurabi, a Lei Mosaica era mais severa, pois punia o filho agressor com a morte.

Obviamente, não estamos afirmando que a lei Mosaica é uma cópia direta do código de Hamurabi. Provavelmente tanto algumas leis do código de Hamurabi quanto algumas leis da lei Mosaica derivam de leis, costumes e normas sociais mais antigas. Mas o código de Hamurabi foi um dos primeiros a escreve-las e muitas leis da Torá provavelmente foram influenciadas diretamente por ele e por outros códigos da antiga Mesopotâmia.

Outro código semelhante à Lei Mosaica que foi formulado antes da bíblia é o Código de Ur-Nammu que surgiu na Suméria por volta de 2040 a.C. Descrevendo costumes antigos transformados em leis e enfatizando penas pecuniárias para diversos delitos é considerado um dos mais antigos códigos de leis que se tem notícia. Foi encontrado nas ruínas de templos da época do rei Ur-Nammu, na região da Mesopotâmia (onde fica atualmente o Iraque). Foi descoberto somente em 1952, pelo assiriólogo e professor da Universidade da Pensilvânia, Samuel Noah Kromer. Nesse Código elaborado no mais remoto dos tempos da civilização humana é possível identificar em seu conteúdo dispositivos diversos que adotavam o princípio da reparabilidade dos atualmente chamados danos morais

Acha a história de Jesus original? Veja o exemplo da gravidez milagrosa. A origem de Jesus segundo a bíblia ocorreu de forma sobrenatural. Maria, que era virgem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Pois bem, o semideus grego Perseu nasceu quando o Deus Zeus visitou a virgem Dânae na forma de um banho de ouro e a engravidou. Hermes nasceu da virgem Maia que também foi fecundada pelo pai dos Deuses Zeus. A virgem Nana pegou uma romã da arvore banhada pelo sangue do assassino Agdistis, colocou-a em seu seio e deu a luz ao Deus Attis. A filha virgem de um Deus mongol acordou certa noite e se viu banhada por uma luz grandiosa, que fez com que ela desse a luz a Gêngis Khan. Krishna nasceu sem uma união sexual por meio da "transmissão mental" ióguica da mente de Vasudeva no ventre da virgem Devaki. Reia Sílvia, uma sacerdotisa virgem, consagrada à Deusa Vesta engravidou do Deus Marte e desta união foram gerados os irmãos Rômulo e Remo. Na noite que Sidarta Gautama (Buda) foi concebido, a rainha Maya sonhou que um elefante branco com seis presas brancas entrou em seu lado direito. Coatlicue, a serpente, pegou uma pequena bola de plumas do céu e a escondeu em seu seio e assim nasceu o Deus asteca Huitzilopochtli. Não podemos deixar de citar o Deus egípcio Hórus, que milhares de anos antes de Jesus, teve um nascimento milagroso. Um antigo relevo egípcio retrata essa concepção mostrando sua mãe Ísis na forma de um falcão, pairando sobre o pênis ereto de um Osíris prostrado e morto, portanto, Ísis foi fecundada pelo espírito de Osíris, pois ele já estava morto, habitando o mundo dos mortos. Uma Estela datada de 1400 a.C. (hoje guardada no Museu do Louvre), contém um hino que descreve esta concepção milagrosa (Thomas Allen [Tom Harpur], The Pagan Christ: Recovering the Lost Light. Toronto, 2004. ISBN 0-88762-145-7).

E outros detalhes da vida de Jesus, acha que são originais? Pois bem, o Deus Mitra pertence às mitologias persa, indiana e greco-romana. É descrito como o Deus do equilíbrio e da ordem do cosmo. Por volta do século V a.C. passou a integrar o panteão do Zoroastrismo Persa, a princípio como senhor dos elementos e depois sob a forma definitiva do Deus solar. Representava também o bem e a libertação da matéria. Chamavam-no de "Sol Vencedor". Existem referências a Mitra de 1400 a.C., como Deus dos Hurritas, no norte da Mesopotâmia. Agora observe alguns detalhes interessantes de sua mitologia. Mitra era o intermediário entre Ormuzd (Deus-Pai) e o homem, seu nascimento é comemorado em 25 de dezembro, nasceu de forma milagrosa sem envolvimento sexual, pastores vieram adorá-lo com presentes como ouro e incenso, viria livrar o mundo do seu irmão maligno Ariman, era considerado um professor e um grande mestre viajante, era identificado com o leão e o cordeiro, seu dia sagrado era domingo (Sunday ou “Dia do Sol”), centenas de anos antes de Cristo tinha sua festa no período que se tornou mais tarde a Páscoa cristã, teve doze companheiros ou discípulos, executava milagres, foi enterrado em um túmulo e após três dias levantou, sua ressurreição era comemorada cada ano.

O Deus grego Dionísio (do século 2 a.C.) que foi incorporado pelos romanos como Baco, era considerado o Deus dos ciclos vitais, das festas e do vinho. Segundo a mitologia grega Dionísio nasceu da virgem Sémele que foi fecundada por Zeus, quando criança quiseram matá-lo, fez milagres como a transformação da água em vinho e a multiplicação dos peixes, após sua morte, ressuscitou, era chamado de "Filho pródigo" de Zeus. Hércules, meio irmão de Dionísio, igualmente nasceu de uma virgem, no caso Alcmena, que foi fecundada por Zeus, seu nascimento é comemorado em 25 de dezembro, foi impiedosamente tentado pelas forças do mal (Hera, a ciumenta esposa de Zeus), a causadora de sua morte (sua esposa) se arrepende e se mata enforcada, estão presentes no momento de sua morte sua mãe e seu discípulo mais amado (Hylas), sua morte é acompanhada por um terremoto e um eclipse do Sol, após sua morte, ressuscitou, ascendendo aos céus (Murdock, DM [as Acharya S] 1999, The Christ Conspiracy: The Greatest Story Ever Sold. Kempton, Illinois: Adventures Unlimited Press. ISBN 0-932813-74-7).

Sidarta Gautama, popularmente conhecido como Buda, viveu por volta de 500 anos antes de Cristo. Segundo o Buddhacarita (sua biografia completa mais antiga) um poema épico escrito pelo poeta Asvaghosa que data do começo do século II a.C., sua missão de salvador do mundo foi profetizada quando ele ainda era um bebê, por volta dos 30 anos iniciou sua vida espiritual, foi impiedosamente tentado pelas forças do mal enquanto jejuava, caminhou sobre as águas (Anguttara Nikaya), ensinava por meio de parábolas, inclusive uma sobre um "filho pródigo", a partir de um pão alimentou 500 discípulos e ainda sobrou (Jataka), transfigurou-se em frente aos discípulos com luz saindo de seu corpo, após sua morte, ressuscitou (apenas na tradição chinesa). Krishna, uma figura central do Hinduísmo que remonta a 3000 a.C. nasceu de uma virgem chamada Devaki (Divina), uma estrela avisou a sua chegada, é considerado o oitavo avatar de Vishnu, portanto, é a segunda pessoa da trindade hindu formada por Brahma (o criador) Vishnu (o conservador) e Shiva (o destruidor), foi perseguido por um tirano que requisitou o massacre de milhares de crianças, fez vários milagres, em algumas tradições morreu em uma árvore e após sua morte, ressuscitou (Murdock, DM [as Acharya S] 2004. Suns of God: Krishna, Buddha and Christ Unveiled. Kempton, Illinois: Adventures Unlimited Press. ISBN 1-931882-31-2).

O que você acha? Seria mera coincidência? As semelhanças são tão grandes que até mesmo Justino, o Mártir, famoso teólogo cristão do segundo século, um dos primeiros historiadores e defensores do cristianismo, decapitado como mártir em 165 d.C. reconheceu em seus escritos: “Quando nós dizemos que Jesus Cristo nosso mestre foi produzido sem união sexual, morreu e ressuscitou ascendendo aos céus, nós não propomos nada de muito diferente do que aqueles que propõem e acreditam nos filhos de Júpiter” (The First Apology, Chapter XXI - Analogies to the history of Christ). As evidências mostram que a história de Jesus não tem nada de original e foi influenciada por diversas lendas e mitos dos povos que conviveram com os judeus. Vamos analisar a seguir mais um exemplo revelador da influência mitológica na escrita da bíblia.

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em MITOLOGIA
Quinta, 29 Janeiro 2015 17:21

Os Patriarcas Bíblicos

Os patriarcas eram grandes líderes tribais que comandavam centenas de homens. Segundo a bíblia, alguns por suas qualidades, chamaram a atenção de Deus. O primeiro a ser mencionado na bíblia com destaque foi Abraão. Apesar de serem citados na bíblia como homens inteligentes e de nobres qualidades, os relatos de suas vidas mostram outra coisa. Por exemplo, em Gênesis 30:37-40 Jacó, um patriarca bíblico usou um meio um tanto diferente para tirar vantagem de seu sogro. Imagine só. Ele descascou varas de algumas árvores, dando-lhes um aspecto listrado e malhado. Colocou estes galhos nos bebedouros onde pensou ele que quando os animais olhassem para as faixas no cio, isto influenciaria a genética dos animais, fazendo que nascessem apenas animais malhados e listrados. Que pensamento interessante não acha? Animais olham para galhos listrados e seus filhotes nascem todos listrados. Esta descrição genética é ridícula e infantil. O pior é que Jacó realmente acreditava nisso e o Deus bíblico contribuiu para a divulgação de um conceito científico errado. Ingenuidade parece ser a marca registrada do patriarca Jacó. Segundo o relato bíblico de Gênesis 29:23 ele se casa com uma de suas primas com quem conviveu por 7 anos, mas na hora da noite de núpcias seu sogro entrega a outra filha, a mais velha, e por incrível que pareça Jacó passa a noite com ela sem notar nada. Ele simplesmente confundiu sua amada Raquel com Léia. Consegue acreditar nesta história? Nem se ele estivesse muito embriagado ou as irmãs fossem muito parecidas, como alguns religiosos tentam justificar, esta história teria sentido. E o relato de Gênesis 27:15-24 onde Jacó mente descaradamente para seu pai Isaque, fazendo-se passar por seu irmão mais velho a fim de ganhar uma benção. Que exemplo de honestidade! E o mais interessante é que Deus observa tudo isso com naturalidade, sem nem mesmo repreender Jacó. Pelo contrário, ele continua abençoando Jacó, considerando-o um homem digno.

O Deus descrito na bíblia parece brincar com os patriarcas, induzindo-os a fazer coisas terríveis. Por exemplo, em Gênesis 16:1-6 relata-se que devido a uma infertilidade de Sara, esposa de Abraão, este a pedido de Sara, teve relações sexuais com sua serva Agar para produzir um descendente. Quando Agar ficou grávida, começou a desprezar Sara que em revide começa a humilhar sua serva Agar. Pelo que parece esta briga se arrastou por anos, pois o relato de Gênesis 21:1-21 nos mostra que finalmente Sara tem um filho chamado Isaque, que segundo ela começa a ser humilhado pelo filho de Agar. Sara pede a Abraão que expulse Agar e seu filho e o mais impressionante é que Deus também fala a Abraão que os expulse. Diante disso Abraão expulsa Agar e seu filho que vagam pelo deserto até quase morrerem quando, segundo o relato, um anjo de Deus a ajuda. Não satisfeito em quase matar um dos filhos de Abraão, o Deus da bíblia resolve pedir que ele mate seu outro filho com as próprias mãos em sacrifício. Quando Abraão está para matá-lo, mais uma vez um anjo de Deus intercede segurando a mão dele. Que situação Abraão deve ter passado! Segundo o Deus da bíblia estes eram testes de fé onde os patriarcas deveriam mostrar confiança nele. Porém, em outros momentos a confiança de Abraão em Deus não foi tão grande assim, Gênesis 12:10-13 relata uma ocasião em que Abraão passa uma temporada no Egito, ali orienta sua esposa Sara a mentir, dizendo aos egípcios que era sua irmã e que não era casada com ele, tudo isso por medo de ser morto por um dos egípcios, que talvez pudesse se engraçar com sua esposa e tentar matá-lo para tomá-la por esposa. O pior é que devido a esta mentira o faraó entendeu que podia casar-se com ela, pois achava que ela realmente fosse irmã de Abraão. Assim, faraó tomou Sara por sua esposa. Diante de toda essa confusão causada por uma mentira que Abraão disse, devido ao medo e falta de confiança em seu Deus, o Deus da bíblia resolve mandar pragas no coitado do faraó que não tinha nada a ver com isso, que foi ludibriado pelo medroso Abraão (Gênesis 12:14-19).

Um sobrinho de Abraão chamado Ló também demonstrou qualidades questionáveis, embora o Deus da bíblia o considerasse um homem digno e justo. Segundo o relato bíblico, Deus resolve enviar dois anjos materializados as cidades de Sodoma e Gomorra. Ló insiste para que estes homens fiquem em sua casa. Naquela noite uma turba de sodomitas cerca a casa de Ló exigindo que ele traga os homens para fora, para terem relações sexuais com eles. Sabe o que o “digno e justo” Ló resolve fazer para tentar controlar a situação? Ele covardemente oferece suas duas filhas virgens para os taradões de Sodoma. Imagine-se sendo a filha deste homem? Como você se sentiria? Que tal um pai como este? (Gênesis 19:1-11). Parece que esta atitude desrespeitosa de Ló para com suas filhas abalou muito a moral delas, pois segundo o relato, algum tempo depois elas protagonizaram uma das maiores libertinagens da bíblia. Fugindo da destruição de Sodoma e Gomorra, elas juntamente com seu pai foram parar numa região montanhosa, ali dentro de uma caverna elas embriagaram o seu pai e tiveram relações sexuais com ele, isto mesmo, um clássico caso de incesto (Gênesis 19:30-38).

Um outro caso envolvendo Judá, um filho de Jacó, destaca como era a moral destes castos servos do Deus bíblico. Em Gênesis 38:7-26 encontra-se a história de Judá e sua nora Tamar. Ela era casada com o filho de Judá chamado Er, mas segundo o relato ele se mostrou mal aos olhos de Deus e por isso Deus o matou. Era costume naquela época o casamento de cunhado, se um homem morresse sem deixar um herdeiro, o irmão mais novo deveria se deitar com a viúva para providenciar o herdeiro. No caso o irmão mais novo de Er era Onã, só que ele se negou a cumprir sua obrigação, e por isso Deus também o matou. Judá disse a Tamar que esperasse o terceiro irmão na linhagem, seu filho Selá, pois ele ainda não tinha idade suficiente para se casar com ela. Mas o tempo passou e Judá não deu seu filho Selá em casamento a Tamar. Agora veja só o desfecho desta história. Tamar se disfarçou de uma prostituta do templo e quando Judá passava por ali resolveu ter relações com ela. Como pagamento pelos favores sexuais, ele deu a ela alguns objetos pessoais. Quando Judá soube que Tamar havia engravidado, logo presumiu que ela tinha tido relações com outro homem. A esta altura o santo e casto Judá ficou todo ofendido com sua nora dizendo que ela era uma prostituta e que deveria ser queimada. Quando ela estava para ser queimada mostrou os objetos pessoais de Judá e só então ele percebeu que era o pai da criança. Se existe alguma palavra para descrever a atitude de Judá qual seria? Falta de caráter? Hipocrisia? Como você qualificaria um homem que não cumpre sua palavra, dá um de moralista, puritano, defensor da boa moral e dos costumes, pretenso queimador de prostitutas, mas que ocultamente procura as mesmas para ter relações sexuais. O Deus bíblico não o repreendeu, pelo contrário, o enalteceu, apesar de ter matado os dois filhos dele por muito menos.

Falando sobre como a bíblia descreve Deus, observe o relato de Êxodo 32:9-14. Numa conversa de Deus com Moisés, o ser supremo descrito na bíblia perde a paciência com seu povo, se descontrola, ameaçando destruí-los de uma vez para sempre. Moisés tenta acalmar Deus, raciocinando com ele que seria uma burrice tirar seu povo do Egito para matá-los no deserto. Moisés lembra a Deus que este fez uma promessa aos antepassados de seu povo e que não poderia quebrá-la, porque isto significaria um completo fracasso em seu propósito. Diante de todas estas argumentações de Moisés, Deus se arrepende de seu proceder e como diz o relato “deplora o mal que falou que ia fazer”. O Deus que você acredita é esse mesmo Deus que a bíblia descreve?

Veja mais algumas “qualidades” do Deus bíblico. Ele escolhe um povo, desprezando os demais, leva esse dito povo escolhido para uma tal de terra da promessa. Só que esta terra não estava vazia, simplesmente esperando para ser ocupada, era uma terra com diversos povos que ali moravam por séculos. O que o “bondoso” Deus bíblico fez diante desse impasse? Manda seu dito povo escolhido invadir, massacrar, pilhar, tomar a força terras alheias, matando todos os seus ditos inimigos, incluindo mulheres e crianças (Josué 6:20, 21; 8:21-27; 10:26-40; 11:10-14). Para tentar justificar toda essa carnificina, Deus destaca a natureza imoral, perversa e cruel destes povos. Porém, o próprio povo escolhido de Deus, segundo o relato bíblico, se tornou pior do que estas nações, mesmo vendo tantas demonstrações do poder de Deus e sendo tratados de forma tão especial (Oséias 6:8-10; Oséias 4:2, 13, 14; Jeremias 19:4, 5). Já os coitados dos cananeus, nunca tiveram uma chance. Imagine se eles tivessem todo este tratamento especial que supostamente o povo de Deus teve, talvez não tivessem desprezado tanto o Deus da bíblia. Acha justo um Deus dar tanta chance e oportunidade para um povo e desprezar os outros totalmente? O que você acharia de um pai que tratasse seus filhos dessa forma?

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI! 

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.

Publicado em PATRIARCAS

Veja a narrativa da libertação israelita do jugo egípcio. Moisés supostamente teria libertado de modo milagroso os israelitas depois de receber um chamado de Deus. Segundo o relato bíblico, Moisés, depois de uma recusa inicial do faraó egípcio, começa a prever pragas que atingem o Egito. Depois da décima praga, o faraó finalmente deixa os israelitas saírem, mas logo depois se arrepende e sai no encalço deles encurralando-os no Mar Vermelho. O que vem a seguir é uma história muito conhecida, que foi tema de vários filmes hollywoodianos. Quem não se lembra daquela famosa cena do mar sendo aberto pelo poder de Deus e seu povo passando pelo leito seco do mar com aqueles enormes paredões de água ladeando aquela grande nação que atravessa em segurança, enquanto o exército é destruído pelo próprio mar que volta a sua posição original durante a passagem dos soldados egípcios. Realmente uma história muito bonita, bem contada, mas, será que os fatos aconteceram mesmo daquela maneira? Tirando o sentimento religioso de lado, será que a razão apoia esta descrição dos eventos? Na verdade, não a uma prova sequer de que estes eventos aconteceram desta forma. O único livro que conta esta epopeia é a bíblia, que como já disse foi escrito numa época remota, onde a escrita estava apenas começando a se desenvolver, foi escrito numa língua hoje impronunciável, portanto indecifrável, que passou por um processo de várias cópias e recopias que durou milênios, e depois disso passou por um longo período de traduções para outros idiomas mais modernos (começou a ser escrito no hebraico clássico, passando pelo aramaico, daí totalmente traduzido para o grego, depois para o latim e assim por diante até chegar às línguas modernas) e que nos dias atuais encontra-se traduzido numa mesma língua por várias versões que diferem e discordam entre si.

A epopeia lendária que faz parte da cultura judaica, conforme descrita na bíblia, dificilmente corresponde à verdade histórica. É pouco provável que o próprio Moisés tenha sido o escritor desta narrativa que se encontra no livro bíblico de Êxodo. Não há registro arqueológico ou histórico da existência de Moisés ou dos fatos descritos no Êxodo. A libertação dos hebreus, escravizados por um faraó egípcio, foi incluída na Torá provavelmente no século VII a.C., por obra dos escribas do templo de Jerusalém, em uma reforma social e religiosa. Para combater o politeísmo e o culto de imagens, que crescia entre os judeus, os rabinos inventaram um novo código de leis e histórias de patriarcas heroicos que recebiam ensinamentos diretamente de Javé. Tais intenções acabaram batizadas de "ideologia deuteronômica", porque estão mais evidentes no livro de Deuteronômio. Analisando todos os elementos desta questão, fica óbvio que o suposto Moisés não tinha o ambiente propício, o material necessário e tão pouco as condições de ser o escritor desta lenda bíblica. Pergunte-se: como Moisés conseguiu materiais adequados para escrever tão extenso registro? Na época materiais de escrita eram raros, um luxo restrito a poucos escribas que viviam sobre a proteção de ricos governantes. Moisés ao contrário era um fugitivo, perambulando pelo deserto, atormentado pela fome, a sede, o ataque de tribos hostis, vivendo em tendas, sofrendo um calor escaldante de dia e um frio intenso à noite, liderando um povo rebelde, queixoso e constantemente insatisfeito. A própria escrita estava em seus primeiros estágios, por isso Moisés teria muita dificuldade de escrever relatos tão complexos. 

Dos cinco livros que compõem o Pentateuco, Gênesis não menciona em momento algum o nome de Moisés. Êxodo, Levítico e Números se referem a Moisés na terceira pessoa, como em “o Senhor falou a Moisés”. Muitos religiosos dizem que ele preferia falar de si mesmo na terceira pessoa, mas esta atitude evidenciaria uma megalomania e produziria citações nada modestas como em Números 12:3 onde lemos: “E o homem Moisés era em muito o mais manso de todos os homens na superfície do solo”. Se tal declaração tivesse sido escrita pelo próprio Moisés, além de soar uma falsa modéstia (seria um absurdo alegar ser o mais manso de todos os homens na terra), seria risível devido a forma absolutamente sanguinária e autoritária que Moisés é descrito em quase todos os capítulos da Torá. Porém, Moisés deve ser absolvido destas acusações, pois é improvável que ele tenha escrito tais coisas. No livro de Deuteronômio o escritor faz certas contorções que dificilmente poderiam ter sido produzidas por Moisés. Nesse livro há uma introdução ao tema, depois uma introdução do próprio Moisés na primeira pessoa, depois um resumo da narrativa feita em outro estilo, depois outra fala de Moisés e um relato da morte, do enterro e da grandeza do próprio Moises. Obviamente, o relato do funeral não poderia ter sido escrito pelo próprio homem que foi enterrado. O escritor do Pentateuco escreveu o relato muitos anos após a morte de Moisés, pois após escrever sobre sua morte ele acrescenta que ninguém sabe “até hoje” onde está o sepulcro de Moisés. Além disso, o escritor fala que “desde então” não houve profeta comparável em Israel. Essas duas expressões não fazem sentido se não denotarem a passagem de um tempo considerável. De fato o autor parece vago quanto a todos os detalhes deste acontecimento, como seria de se esperar caso ele estivesse reconstruindo algo parcialmente esquecido.

Existem também vários anacronismos onde o suposto Moisés fala de coisas e acontecimentos que são apresentados como acontecendo depois de sua morte como a descrição da enorme esquife de ferro (sarcófago) do gigante rei Ogue de Basã. O escritor para provar que esse imenso sarcófago existe faz a interessante pergunta: “Eis que seu esquife era um esquife de ferro. Não se acha ele em Rabá dos filhos de Amom? Nove côvados é seu comprimento e quatro côvados a sua largura, segundo o côvado de homem” (Deuteronômio 3:11). A derrota de Ogue às mãos de Israel ocorreu perto do fim da peregrinação de 40 anos de Israel, pouco antes de acamparem nas planícies de Moabe (Deuteronômio 3:1-13). Pouco depois, Moisés segundo o relato bíblico veio a falecer. Como Moisés poderia dar detalhes de um posterior túmulo construído para Ogue, dando até as medidas dele, se ele já estava morto? Segundo o relato bíblico Rabá somente foi capturada séculos depois pelo general do rei Davi chamado Joabe (2ª Samuel 12:26). Na Torá (ou Pentateuco) são mencionadas cidades que nem existiam na época em que Moisés supostamente viveu, também se faz menção de dinheiro que só foi cunhado séculos após sua morte. Muitas das leis não eram compatíveis com viajantes do deserto como, por exemplo, leis sobre agricultura, sobre o sacrifício de bois, ovelhas e pombas, sobre tecelagem de roupas, sobre ornamentos de ouro e prata, sobre o cultivo da terra, sobre a colheita, sobre o debulhamento de grãos, sobre casas e templos, sobre cidades de refúgio e sobre muitos outros assuntos que não possuíam qualquer relação possível com poucos nômades famintos.

Outra questão que surge diz respeito à própria narrativa em si. Se analisado mais de perto, vamos observar fortes traços de exageros, contradições e incoerências que são peculiares de mitos e lendas. O relato bíblico fala de um numero astronômico de 600.000 homens, acrescentando mulheres e crianças, chegamos a uma multidão de mais de 3 milhões de pessoas no meio de um deserto inóspito. Faça um quadro mental desta imensa multidão vagueando pelo ermo do Sinai, tentando arranjar água suficiente dia após dia durante anos, além de comida para satisfazer milhões de pessoas. O relato bíblico tenta explicar esta cena surreal com águas torrenciais saindo das rochas, um tal de maná caindo do céu como flocos de neve que alimentava todos os dias 3 milhões de pessoas de maneira satisfatória, enxames de codornizes caindo do céu no meio do acampamento para a felicidade de todos proporcionando a tão desejada carne, roupas e sandálias que não se gastavam e nem ficavam danificadas, isto tudo segundo a bíblia por um período de quarenta anos. Encarando tudo isso como uma lenda, pode até fazer sentido, mas como história verídica fica difícil. O mais impressionante nisso tudo é o fato de que tal imigração maciça não deixou nenhum rastro pelos lugares onde passou, lugares esses devidamente citados no Êxodo, e que já foram identificados pelos arqueólogos. Esses lugares, na época em que supostamente o fato teria ocorrido (para os cronistas bíblicos, tal peregrinação ocorreu na época do Faraó Ramsés II que viveu no século XIII a.C.) eram completamente desabitados e não se encontrou lá qualquer sinal de presença humana antes do século VII a.C. Milhares de documentos egípcios decifrados em anos recentes não deixam dúvidas, jamais aconteceu qualquer êxodo em massa, como descrito na bíblia, nem qualquer movimento remotamente semelhante àquilo. Além disso, diversas descobertas arqueológicas sobre a sociedade e a cultura no Oriente Próximo revelam que as narrativas foram escritas nos séculos IX, VIII e VII antes de Cristo. Por exemplo, os sírios (ou arameus, habitantes de Harã) são mencionados com frequência na bíblia desde as épocas patriarcais, mas não existe nenhum texto deles até 1100 a.C. e só começaram a dominar as fronteiras setentrionais de Israel depois do século IX. A bíblia descreve a origem do reino de Edom, como descendentes do irmão do patriarca Jacó, chamado Esaú, sendo uma nação plenamente estabelecida por volta do ano 1600 a.C., mas registros assírios mostram que Edom só apareceu como estado depois do surgimento da potência Assíria. Antes dessa época, não tinha reis nem um Estado propriamente dito e a evidência arqueológica mostra que o território estava escassamente povoado. A história de José se refere a comerciantes que andavam em camelos e que levavam goma arábica, bálsamo e mirra, um evento pouco provável para a época, mas muito comum nos séculos VIII a VII a.C., quando a hegemonia assíria possibilitou que este comércio florescesse. A Terra de Gósen recebeu este nome de um grupo árabe que só chegou a dominar o Delta do Nilo nos séculos VI e V a.C. Os resultados arqueológicos e os registros Assírios mostram que o Reino de Israel era o maior dos dois, mas segundo a bíblia, é o Reino de Judá que tem maior preeminência (Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman, The Bible Unearthed: Archaeology's New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts. Touchstone, Reprint edition, 2002. ISBN 978-0684869131).

A escrita do livro que conhecemos hoje como a bíblia foi um processo complexo que envolveu várias gerações de escribas que através de séculos foram escrevendo e reescrevendo as histórias contadas pela transmissão oral adaptando-as as necessidades de cada época. Entretanto, foi somente durante o exílio dos judeus em Babilônia depois da destruição de Jerusalém em 586/587 a.C. que a bíblia como conhecemos hoje tomou forma. Os exilados haviam levado muitos rolos do arquivo real de Jerusalém para Babilônia e lá estudaram e editaram estes documentos. Visto que o templo em Jerusalém estava em ruínas se fez necessário elaborar um livro que preservasse a memória, a cultura e a religiosidade dos judeus. Pensando numa futura volta para casa estes registros poderiam desempenhar um importante papel na restauração da vida nacional, fato que realmente se concretizou (Karen Armstrong, The Bible – The Biography, Atlantic Books, London, 2007. ISBN 978 2 84354 396 1). Portanto, se Moisés realmente existiu e liderou uma imigração, o grupo que ele conduziu provavelmente foi relativamente pequeno e sua épica travessia do Mar Vermelho e posterior peregrinação pelo deserto possivelmente foi transformada em uma epopeia lendária quando registrados séculos depois. As dez pragas provavelmente foram um eco de um desastre ecológico ocorrido no vale do Nilo quando tribos nômades de semitas estiveram por lá. Para uma nação que estava se formando e precisava de uma história para unificá-los, um simples relato sobre um pequeno grupo de pessoas que ao sair do Egito se refugiou nos canaviais que rodeavam os lagos entre Suez e a costa, desaparecendo do exército egípcio que estava em seu encalço, soaria assim um pouco simples demais, nada heroico nem tão pouco milagroso, não era um relato que exaltava seu Deus e elevava a autoestima do povo. Portanto por motivos óbvios, a história lendária acabou se sobrepondo ao que de fato aconteceu.

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI!   

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em ÊXODOS

A bíblia não deveria ser lida para crianças. Suas páginas estão repletas de crueldade de todo o tipo. Ela prega o genocídio, o racismo, execuções terríveis de adúlteros e homossexuais, o assassinato de seus próprios filhos, apoio à escravidão, maus tratos aos animais, passagens sangrentas e muitas outras coisas perversas que violam os direitos humanos. Em muitos casos a violência é ordenada pelos autores. E de todos os problemas éticos da Bíblia é o cristianismo que aponta a maior das injustiças ao amaldiçoar toda a humanidade pelos atos de rebeldia de dois indivíduos. É um princípio básico de justiça que o inocente não seja punido pelos erros do culpado. Nenhum ser racional preocupado com a justiça pune um inocente pelos crimes (reais ou imaginários) de outra pessoa. O Deus bíblico continuamente quebra este princípio e vez após vez pune um inocente pelos pecados de outros. De fato isso é tão presente que toda a religião judaico-cristã está baseada na ideia de expiação dos pecados pelo sangue dos inocentes.

Um exemplo clássico disso encontra-se registrado em 2ª Reis capítulo 5. Em resumo o relato conta a história da cura de um general sírio chamado Naamã pelo profeta Eliseu. Naamã tinha lepra e Eliseu o orientou a se banhar no rio Jordão sete vezes para se curar. Ele faz isso e milagrosamente é curado. O interessante vem agora, Naamã ficou muito grato e ofereceu uma recompensa que foi prontamente recusada por Eliseu. Porém, o servo de Eliseu chamado Geazi viu uma oportunidade de ganhar aquela recompensa. Ele voltou a Naamã dizendo que Eliseu resolveu aceitar a recompensa e que ele a levaria para seu amo. Entretanto, Geazi passou a mão na recompensa levando-a para sua casa. Quando Geazi foi questionado por Eliseu ele negou tudo. O profeta Eliseu sob a orientação do Deus bíblico desmascara o plano de Geazi e o condena por tal ato de ganância. Agora veja qual foi a sentença dada ao gatuno: “De modo que a lepra de Naamã se apegará a ti e à tua descendência por tempo indefinido. Saiu imediatamente de diante dele, leproso tão branco como a neve” (2ª Reis 5:27). Tudo bem que Geazi pagasse pelo seu ato de desonestidade, mas, o que os descendentes de Geazi tinham a ver com isso? Os filhos de Geazi que não tinham nada a ver com essa história pegaram lepra por causa do erro de seu pai, consegue ver justiça nisso?

Outro relato que retrata bem essa questão de inocentes pagarem pelo erro de outra pessoa está registrado em Josué capítulo 7. Neste relato Josué depois de conquistar a cidade de Jericó ataca a cidade de Ai. Porém, inexplicavelmente eles sofrem uma derrota e Josué sem saber o porquê dessa derrota indaga a Deus que lhe responde dizendo que na conquista anterior na cidade de Jericó alguém desobedeceu a ordem dada de não pegar nada da cidade destruída. Josué então começa a interrogar todas as famílias e Acã resolve confessar que durante a destruição pegou um manto, duzentos siclos de prata e um lingote de ouro, escondendo-os em sua tenda. Mais uma vez veja qual foi a “justa” punição por tal ato de ganância da parte de Acã: “Josué, e todo o Israel com ele, tomou então Acã, filho de Zerá, e a prata, e o manto oficial, e o lingote de ouro, e seus filhos, e suas filhas, e seu touro, e seu jumento, e seu rebanho, e sua tenda, e tudo o que era seu, e os levaram para cima à baixada de Acor. Josué disse então: Por que nos trouxeste o banimento? Neste dia Jeová te banirá. Nisso todo o Israel foi matá-lo a pedradas; depois queimaram-nos em fogo. Assim os mataram a pedradas” (Josué 7: 24, 25). Mais uma vez a pergunta que não quer se calar, o que os filhos, as filhas, o touro, o jumento e o rebanho tinham a ver com essa história? Vemos aqui mais um claro exemplo de inocentes pagarem pelo erro de outra pessoa.

Qualquer leitor pode encontrar com facilidade trechos na bíblia que mostram Deus como um ser vingativo e cruel. Por exemplo, observe o relato sobre a matança dos primogênitos no Egito, incluindo até animais: “E sucedeu, à meia-noite, que Jeová golpeou todo primogênito na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó sentado no seu trono, até o primogênito do cativo que se achava na masmorra, e todo primogênito de animal” (Êxodo 12:29). O que estas crianças que foram mortas tinham a ver com os erros cometidos pelos seus pais?

Um dos famosos dez mandamentos diz claramente “não matarás” (Êxodo 20:13). Porém, logo em seguida começam as ordens para matar: “Quem golpear um homem de modo que realmente morra, sem falta deve ser morto... E quem raptar um homem e quem realmente o vender, ou em cuja mão for achado, sem falta deve ser morto. E quem invocar o mal sobre seu pai e sua mãe, sem falta deve ser morto... se o touro anteriormente escornava (ferir com os chifres) e se tiver advertido o seu dono, mas este não o tiver mantido sob guarda, e ele matou um homem ou uma mulher, o touro deve ser apedrejado e também o seu dono deve ser morto. E caso homens briguem entre si, e eles realmente firam uma mulher grávida e deveras saiam os filhos dela... se acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, pancada por pancada... Não deves preservar viva a feiticeira. Todo aquele que se deitar com um animal positivamente deve ser morto. Quem oferecer sacrifícios a quaisquer deuses, e não somente a Jeová, deve ser devotado à destruição” (Êxodo Capítulo 21). As ordens de Deus para que se puna com a morte alguém que tenha desrespeitado algum mandamento da lei estão por todo o velho testamento.

O adultério, por exemplo, também era punido com a morte: “Ora, o homem que comete adultério com a esposa de outro homem é um que comete adultério com a esposa de seu próximo. Sem falta deve ser morto, tanto o adúltero como a adúltera” (Levítico 20:10). Entretanto, o próprio Deus ao julgar Davi não seguiu sua própria lei: “Então disse Natã a Davi: Tu mesmo és o homem! Assim disse Jeová, o Deus de Israel: Eu mesmo te ungi rei sobre Israel e eu mesmo te livrei da mão de Saul. E eu estava disposto a dar-te a casa do teu senhor e as esposas do teu senhor no teu regaço, e a dar-te a casa de Israel e de Judá. Por que desprezaste a palavra de Jeová, fazendo o que é mau aos seus olhos? A Urias, o hitita, golpeaste com a espada e tomaste-lhe a esposa para ser tua esposa, e a ele mataste pela espada dos filhos de Amom. Davi disse então a Natã: Pequei contra Jeová. A isto Natã disse a Davi: Jeová, por sua vez, deixa passar o teu pecado. Não morrerás. Não obstante, visto que inquestionavelmente trataste a Jeová com desrespeito por meio desta coisa, então o próprio filho, que te acaba de nascer, positivamente morrerá” (2ª Samuel 12:7-14). Além de ir contra sua própria lei sobre o adultério o Deus da bíblia vai contra outra lei que ele mesmo deu: “Os pais não devem ser mortos por causa dos filhos e os filhos não devem ser mortos por causa dos pais. Cada um deve ser morto pelo seu próprio pecado” (Deuteronômio 24:16). “A alma que pecar — ela é que morrerá. O próprio filho não levará nenhuma [culpa] pelo erro do pai e o próprio pai não levará nenhuma [culpa] pelo erro do filho. A própria justiça do justo virá a estar sobre ele mesmo, e a própria iniqüidade do iníquo virá a estar sobre ele mesmo” (Ezequiel 18:20). Se o Deus da bíblia fosse coerente com sua própria lei ele deveria apedrejar Davi junto com Bate-Seba. Mas conforme vimos o Deus da bíblia é parcial, com ele a dois pesos e duas medidas, se fosse um pobre camponês seria apedrejado, mas como foi o rei, então ele passou por cima de sua própria lei. É esse o Deus que você acredita? É esse o seu padrão de justiça? Por outro lado, esse mesmo Deus descrito na bíblia mata pessoas por motivos mais banais: “Enquanto os filhos de Israel continuavam no ermo, acharam certa vez um homem apanhando gravetos no dia de sábado... Então, Jeová disse a Moisés: O homem, sem falta, deve ser morto, toda a assembléia atirando nele pedras, fora do acampamento. Concordemente, a assembléia inteira levou-o para fora do acampamento e atirou nele pedras, de modo que morreu, assim como Jeová mandara a Moisés” (Números 15:32-36). Como você considera um Deus que perdoa uma pessoa que comete adultério com uma mulher e depois mata o marido dela para esconder seu erro, mas por outro lado, manda apedrejar uma pessoa que apanha gravetos num sábado? Consegue ver justiça nisso?

Segundo a bíblia, em várias ocasiões Deus ordenou a destruição de certos povos. Veja como era a ordem de Deus: “Agora vai, e tens de golpear Amaleque e devotá-lo à destruição, junto com tudo o que ele tem, e não deves ter compaixão dele, e tens de entregá-los à morte, tanto o homem como a mulher, tanto a criança como o bebê, tanto o touro como o ovídeo, tanto o camelo como o jumento” (1ª Samuel 15:3). O que você acha desta ordem de Deus? Conseguiria mandar matar crianças e bebês? E o que tinha os animais a ver com isso?

Este tipo de atitude era comum ao Deus da bíblia: “Samaria será tida por culpada, pois agiu rebeldemente contra o seu Deus. Cairão à espada. Suas próprias crianças serão despedaçadas e as próprias mulheres grávidas deles serão estripadas” (Oséias 13:16). A ordem foi exatamente essa que você acaba de ler, despedaçar as crianças e estripar (tirar as tripas [os intestinos]) as mulheres grávidas. Mais uma vez o Deus da bíblia vai contra sua própria lei: “E caso homens briguem entre si, e eles realmente firam uma mulher grávida e deveras saiam os filhos dela, mas não haja acidente fatal, sem falta se lhe deve impor uma indenização segundo o que o dono da mulher lhe impuser; e ele tem de dá-la por intermédio dos magistrados. Mas se acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma” (Êxodo 21:22, 23). Segundo a lei, se alguém ferisse uma mulher grávida, mas não matasse o bebê teria de pagar uma indenização. Mas se este acidente provocasse um aborto, então esta pessoa teria de ser morta. Por outro lado, as mulheres de Samaria por não terem tido a sorte de nascerem em Judá e por seus homens não terem escolhido o Deus da bíblia como seu Deus, veriam seus filhos serem despedaçados e teriam seus intestinos arrancados, inclusive as grávidas. É nesse Deus “amoroso” e “misericordioso” que você acredita?

Em outras ocasiões, o Deus da bíblia ao ordenar a destruição de certa nação fazia a seguinte exigência: “E agora, matai a todo o macho dentre os pequeninos e matai a toda a mulher que tiver tido relações com um homem por se deitar com um macho. E preservai vivas para vós a todas as pequeninas dentre as mulheres, que não tiverem conhecido o ato de se deitar com um macho” (Números 31: 17,18). Agora observe este relato: “E esta é a coisa que deveis fazer: Todo macho e toda mulher que já teve a experiência de se deitar com um macho deveis devotar à destruição. No entanto, acharam dentre os habitantes de JabesGileade quatrocentas moças, virgens, que nunca tiveram relações com algum homem, deitando-se com um macho. Trouxeram-nas, pois, ao acampamento em Silo, que se acha na terra de Canaã” (Juízes 21:11, 12). Eu fico imaginando qual era o critério que os soldados usavam para discernir quais eram as mulheres virgens e quais eram as que já tinham perdido a virgindade. E você, acha que esse é um bom critério para decidir quem deve viver e quem deve morrer? Este é um bom parâmetro para determinar o caráter de uma pessoa?

Veja outro exemplo: “Todo aquele que for achado será traspassado, e todo aquele que for apanhado na varredura cairá à espada; e as próprias crianças deles serão despedaçadas diante dos seus olhos. Suas casas serão rapinadas e suas próprias mulheres serão violentadas.” (Isaías 13:15, 16). Crianças despedaçadas e mulheres violentadas porque não tiveram a sorte de nascer na nação do Deus bíblico. É possível ler uma passagem como esta sem ficar chocado com tal atitude repulsiva?

Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso consideraria tais relatos repulsivos, até mesmo revoltantes. A maioria das pessoas, porém, nunca leram tais relatos na bíblia e se lessem estes numa folha separada da bíblia, jamais iriam associar tais narrativas à bíblia. A grande verdade é que as pessoas dizem acreditar na bíblia e respeitá-la, sem nunca terem feito uma leitura meticulosa e cabal dela. Entretanto, não podemos deixar de mencionar que, infelizmente, existem pessoas que conhecem tais relatos e usam estes e outros versículos da bíblia para justificar mutilação física, xenofobia, homofobia, machismo, racismo, guerra, perseguição política e religiosa.

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI!  

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.

Publicado em INJUSTIÇAS

     01. A Sociedade Torre de Vigia (ou Corpo Governante) cometeu diversos erros ao longo dos anos quando se pronunciou sobre assuntos como vacinas, transplantes de órgãos, frações de sangue, serviço civil alternativo e datas para o fim do sistema de coisas (1874, 1914, 1915, 1918, 1920, 1925, 1941, 1975 e 2000). Além disso, mudou e voltou atrás em diversos ensinos e doutrinas como a ressurreição dos sodomitas, as autoridades superiores, quem está sob o novo pacto, o espírito santo guiar a organização, corpos de anciãos dirigindo as congregações, o uso do termo ministro ordenado, a geração que de modo algum passará, a época da separação das pessoas em ovelhas e cabritos, etc, etc, etc. Portanto, como pode tal organização dizer que é dirigida por Deus? Será que foi Deus que orientou a Torre de Vigia a fazer todas as declarações acima? Foi Deus que se enganou em suas orientações ou o Corpo Governante não é quem diz ser? Qual das duas opções você acha mais razoável? É possível um grupo que se diz representante de Deus, o único canal de orientação provido por Deus ser tão confuso, incoerente e contraditório? 

    

     02. Segundo o livro Clímax de Revelação páginas 195 e 247 a ONU foi identificada pela Sociedade como sendo a “imagem da fera” e a “fera cor de escarlate”. O livro profecia de Isaías volume 1 página 153 afirma que a ONU vai tentar aniquilar as Testemunhas de Jeová. Portanto, como explicar a parceria secreta de mais de 10 anos da Torre de Vigia com a ONU exposta pelo jornal britânico The Guardian num artigo de 08 de outubro de 2001? Como justificar a associação da Watchtower Bible and Tract of New York (principal entidade controladora dos interesses jurídicos das Testemunhas de Jeová) com o Department of Public Information (departamento de relações públicas da ONU)? Porque depois de exposto este relacionamento através de provas documentais a Torre de Vigia apressadamente pôs fim a uma parceria de mais de 10 anos?

    

     03. Porque durante os anos 60 a Torre de Vigia proibiu a aquisição da carteira de identidade do partido único no Malauí provocando perseguição, encarceramento, assassinatos e estupros de milhares de Testemunhas de Jeová (Livro Proclamadores página 674) enquanto que, na mesma época permitia no México que seus adeptos pagassem uma propina a funcionários públicos para receberem um documento militar (chamado “la cartilla”) onde constava falsamente que a pessoa já havia prestado o serviço militar e agora fazia parte da primeira reserva do exército? Não existe responsabilidade sobre a Sociedade pelo encarceramento e morte de muitos jovens em razão da proibição do serviço militar alternativo, liberado apenas em 1996?   

    

     04. Não existe culpa de sangue sobre a Sociedade pelas pessoas que morreram ou ficaram gravemente doentes por obedecerem às proibições das vacinas (1923-1952), dos transplantes de órgãos (1967-1980) e das 'frações menores de sangue', TODOS PERMITIDOS HOJE EM DIA? Porque é proibido receber glóbulos brancos (leucócitos) através de transfusão quando no colostro (aquele leite mais amarelado que se manifesta nos primeiros dias de aleitamento) contém mais glóbulos brancos do que uma mesma quantidade de sangue? Se receber leucócitos na veia é proibido, por que comê-los não é? Estaria Deus burlando a sua própria lei do sangue? Se ele nos proibisse de passar por um tratamento intravenoso à base de glóbulos brancos, criaria um sistema pelo qual os comemos literalmente, indo direto para o nosso sistema digestivo? Estaria a criação de Deus indo contra sua lei? Como você explica isso? Por que é permitido receber frações de sangue mas é proibido doar sangue? Então é permitido ser beneficiado do erro de alguém, visto que alguém doou o sangue?

    

     05. Conforme ensina a Sociedade em A Sentinela 01/09/1981 página 24 e The Watch Tower 15/07/1960 página 435, a "classe" do "Escravo Fiel" sempre existiu desde 33 EC. Então por que Russell, em 1870, não recorreu a esta classe ou organização, mas buscou o entendimento bíblico por iniciativa própria e criando seu próprio grupo (coisa que a Sociedade condena como apostasia)? Por que a Sociedade Torre de Vigia não respeitou o testamento do falecido Russell que previa uma comissão de cinco editores de A Sentinela (sendo Rutherford apenas um de um grupo de suplentes) vindo o controle e a autoria de QUASE TODOS os livros da Sociedade a estar nas mãos de um único homem, Rutherford? Não fere isso o arranjo de uma "classe" do "Escravo"?

    

    06. Como pôde Cristo (supostamente presente desde 1914) ter aprovado em 1919, após uma inspeção, apenas a Sociedade Torre de Vigia como "Escravo Fiel designado sobre seus bens", SE NA ÉPOCA DA INSPEÇÃO E POR ANOS DEPOIS a Sociedade estava envolvida com piramidologia, símbolos ocultistas, comemorações pagãs, uso da cruz, culto a personalidade, participação na I Guerra e no apoio aos aliados (Proclamadores, pp. 191, 200, 201)?

    

     07. Segundo a Sociedade Torre de Vigia, de 33 EC até 1935 EC (quando foi identificada a "Grande multidão"), TODOS os que se tornaram genuínos cristãos eram parte dos 144.000. Conforme A Sentinela 01/02/1981 página 24; 01/02/1982 página 15 e Despertai! 22/11/1988 página 19, grupos da Idade Média como os Valdenses, Lolardos, Anabatistas e Socinianos eram cristãos genuínos. Portanto, como é possível que durante quase 2000 anos só tenha existido 144.000 cristãos? Não diz o relato de Atos 2:41 que em apenas um dia 3000 foram batizados? Não indica a história que tem havido milhões de genuínos cristãos desde os tempos da igreja primitiva? Em que parte da Bíblia se diz que a soma total dos 144.000 de Revelação 7:4 tem de ser entendida como um número literal quando se reconhece que as parcelas de 12.000 desta soma são simbólicas? Por que o total é literal e as parcelas são simbólicas? Onde a Bíblia diz que isso tem de ser assim?

     

     08. Porque Deus matou o filho de Davi, o filho de Faraó e de todos os egípcios, os filhos dos habitantes de Sodoma e Gomorra, os filhos dos destruídos pelo dilúvio, os filhos das pessoas de todas as nações cananéias que foram dizimadas na conquista da terra prometida, quando a própria lei de Deus diz claramente: “os pais não devem ser mortos por causa dos filhos o os filhos não devem ser mortos por causa dos pais, cada um deve ser morto pelo seu próprio erro” (veja também 2ª Crônicas 25:4; Jeremias 31:29)?  Por que as crianças que são filhos dos "mundanos", serão destruídas no Armagedom, se elas nem desenvolveram sua personalidade? Podemos dizer com plena certeza que o filho seguirá o caminho dos pais, se esses forem iníquos? Porque nestes casos Deus está indo contra sua própria lei?

 

Estes questionamentos foram retirados do livro "Tudo que você sempre quis saber sobre as Testemunhas de Jeová mas tinha medo de perguntar". Para adquiri-lo  Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.  

Publicado em TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Segunda, 24 Outubro 2016 16:53

Incoerências Bíblicas

Outra forte evidência da fragilidade dos textos bíblicos são as inúmeras incoerências encontradas em diversos relatos. Muitos religiosos afirmam que já leram a bíblia várias vezes e não encontraram nenhuma incoerência. Dizem que um livro inspirado por Deus não pode conter contradições. Realmente, se a bíblia fosse um livro inspirado por Deus não existiriam contradições pois ele não permitiria que informações conflitantes fossem colocadas em seu livro. Afinal, como poderia Deus inspirar homens a escrever informações erradas que poderiam confundir seus leitores? Porém, se fizermos uma pesquisa meticulosa da bíblia encontraremos diversas incoerências, conforme veremos a seguir. Gostaria de ressaltar que todos estes relatos são paralelos, ou seja, narram o mesmo evento.

Quando Moisés subiu no monte para receber os dez mandamentos o relato de Êxodo 31:18 diz: “Ora, assim que acabou de falar com ele no monte Sinai, passou a dar a Moisés duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, inscritas pelo dedo de Deus”. Porém, quando Moisés desceu do monte e viu que seu povo estava adorando um bezerro de ouro ele se enfureceu e jogou as tábuas escritas pelo próprio Deus no chão quebrando-as. Depois disso o povo se arrependeu e Deus resolveu perdoá-los. Passado toda esta confusão, Deus diz a Moisés que arrume outras pedras para que ele escreva novamente nelas as leis. Assim fez Moisés, e foi subir novamente o monte Sinai com as novas tábuas na mão para que Deus escrevesse nelas as leis, mas, surpreendentemente Deus apenas dita as leis para que Moisés as escreva. O relato diz: “E Jeová prosseguiu, dizendo a Moisés: “Escreve para ti estas palavras, porque é de acordo com estas palavras que deveras concluo um pacto contigo e com Israel.” E ele continuou ali com Jeová quarenta dias e quarenta noites. Não comeu pão nem bebeu água. E ele (Moisés) passou a escrever nas tábuas as palavras do pacto, as Dez Palavras” (Êxodo 34:27, 28). Até aí tudo bem, Deus escreveu nas primeiras tábuas que se quebraram e Moisés escreveu as tábuas substitutas. Só que o livro bíblico de Deuteronômio relatando o mesmo episódio conta uma versão diferente. A primeira parte da história está igual, as primeiras tábuas foram escritas pelo dedo de Deus: “então Jeová me deu as duas tábuas de pedra inscritas pelo dedo de Deus; e nelas havia todas as palavras que Jeová vos falara no monte, do meio do fogo, no dia da congregação” (Deuteronômio 9:10). Porém, a segunda parte está diferente: “Naquele mesmo tempo me disse o Senhor: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma arca de madeira. Nessas tábuas escreverei as palavras que estavam nas primeiras tábuas, que quebraste, e as porás na arca. Assim, fiz uma arca de madeira de acácia, alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi ao monte com as duas tábuas nas mãos. Então o Senhor escreveu nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que ele vos falara no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia; e o Senhor as deu a mim” (Deuteronômio 10:1-4). Afinal quem escreveu as segundas tábuas. Em Êxodo foi Moisés, já em Deuteronômio foi o próprio Deus. Qual das duas versões você acha que foi a verdadeira?

Uma certa ocasião, segundo a bíblia o grande Rei Davi faz um censo do povo. Existem dois relatos na bíblia deste acontecimento, um no livro de 2ª Samuel e o outro no livro de 1ª Crônicas. Entretanto tais relatos são contraditórios, conforme você verá. Vamos ver primeiro o relato de 2ª Samuel 24:1: “A ira de Jeová tornou a acender-se contra Israel, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e Judá”. Como você pode notar, o relato de 2ª Samuel afirma claramente que Jeová incitou Davi a fazer o censo, porque Ele estava irado contra o povo e queria castigá-los. Como castigo por ter feito este tal censo, Deus dá três opções a Davi: “Concordemente, Gade entrou até Davi e informou-o, e disse-lhe: Devem vir sobre ti sete anos de fome na tua terra, ou três meses em que foges diante dos teus adversários, perseguindo-te eles, ou a ocorrência de três dias de pestilência na tua terra? Agora sabe e vê o que devo responder Àquele que me envia” (2ª Samuel 24:13). Davi deveria escolher, sete anos de fome sobre o seu país, três meses fugindo dos seus inimigos ou três dias de doenças no país. O relato de 1ª Crônicas e bem diferente: “E Satanás passou a pôr-se de pé contra Israel e a instigar Davi a recensear Israel... Por conseguinte, Gade entrou até Davi e disse-lhe: Assim disse Jeová: ‘Faze a tua escolha: se há de haver três anos de fome; ou se por três meses há de haver um arrasamento diante dos teus adversários e para [te] alcançar a espada dos teus inimigos, ou se por três dias há de haver a espada de Jeová, sim, pestilência no país, o anjo de Jeová arruinando todo o território de Israel.’ E agora vê o que devo responder Àquele que me envia” (1ª Crônicas 21:1, 11-12). Agora foi o diabo que instigou Davi a fazer o tal censo, e o castigo mudou, são três anos de fome e não sete como registrado em 2ª Samuel. O que você acha que realmente aconteceu?

Até mesmo na simples descrição de um objeto os escritores da bíblia se contradizem. O relato de 1ª Reis 7:26 diz que o tamanho do mar de fundição construído no templo de Salomão cabia a medida de dois mil Batos de água, equivalente a 44 mil litros. Já no relato paralelo de 2ªCrônicas 4:5 diz que nele cabia a medida de três mil Batos de água, equivalente a 66 mil litros.

Quantas baias ou estábulos para cavalos Salomão tinha? Bem segundo 1ª Reis 4:26 eram quarenta mil: “E Salomão veio a ter quarenta mil baias para cavalos, para os seus carros, e doze mil cavaleiros”. Porém, 2ª Crônicas 9:25 diz que eram quatro mil: “E Salomão veio a ter quatro mil baias para cavalos, e carros, e doze mil corcéis, e manteve-os aquartelados em cidades de carros e perto do rei em Jerusalém”.

Como o rei Saul morreu? Pelo que diz 1ª Samuel 31:4 ele suicidou-se: “Saul disse então ao seu escudeiro: Puxa a tua espada e traspassa-me com ela, para que não venham estes incircuncisos e certamente me traspassem, e abusem de mim. E seu escudeiro não quis, porque estava com muito medo. Saul tomou, pois, a espada e lançou-se sobre ela”. Mas pelo relato de 2ª Samuel 1:9, 10 ele foi assassinado: “Então ele disse: Por favor, fica de pé sobre mim e entrega-me definitivamente à morte, pois se apoderou de mim a cãibra, porque toda a minha alma está ainda em mim. De modo que fiquei de pé sobre ele e o entreguei definitivamente à morte, porque eu sabia que não podia viver depois de ter caído. Tomei então o diadema que havia na sua cabeça e o bracelete que tinha no braço, a fim de trazê-los para cá ao meu senhor”.

Quantos eram os chefes de oficiais de Salomão? Segundo o relato de 2ª Crônicas 8:10 eram duzentos e cinqüenta: “Estes eram os chefes dos prepostos que pertenciam ao Rei Salomão, duzentos e cinqüenta, os capatazes sobre o povo. Entretanto no livro de 1ª Reis 9:23 diz que eles eram quinhentos e cinquenta: “Estes eram os chefes dos prepostos que estavam sobre a obra de Salomão: quinhentos e cinqüenta, os capatazes sobre o povo que se empenhava na obra”.

Quem foi o sucessor do rei Josias? Pelo que diz Jeremias 22:11 não foi outro senão Salum: “Pois assim disse Jeová concernente a Salum, filho de Josias, rei de Judá, que reina em lugar de Josias, seu pai, que saiu deste lugar: Não mais retornará para ali”. Mas 2ª Crônicas 36:1 diz claramente que foi Jeoacaz: “O povo da terra tomou então a Jeoacaz, filho de Josias, e o fez rei em lugar de seu pai em Jerusalém”.

Onde Arão morreu? Números 33:38 nos revela que foi no monte Hor: “E Arão tinha cento e vinte e três anos de idade ao morrer no monte Hor”. Porém, Deuteronômio 10:6 insiste em dizer que foi em Moserá: “E os filhos de Israel partiram de Beerote Bene-Jaacã para Moserá. Arão morreu ali e foi enterrado ali; e Eleazar, seu filho, começou a atuar como sacerdote em seu lugar”.

O que aconteceu com os habitantes de Debir? Josué 10:38, 39 relata que a cidade foi totalmente destruída pelos exércitos de Josué não sobrando nenhum sobrevivente: “Finalmente, Josué voltou a Debir, e todo o Israel com ele, e começou a guerrear contra ela. E foi capturar a ela e a seu rei, e todas as suas cidades, e passaram a golpeá-los com o fio da espada e a devotar à destruição toda a alma que havia nela. Não deixou restar sobrevivente.” Calebe, amigo pessoal de Josué, algum tempo depois foi se estabelecer na região e segundo o relato do livro de Josué 15:15 a cidade e seus habitantes ainda estavam lá: “Então subiu dali até os habitantes de Debir”.

Quantos filhos teve Jessé o pai do rei Davi? Pelo que lemos em 1ª Samuel 16:10, 11 Davi tinha sete irmãos, portanto ele era o oitavo filho de Jessé: “Assim, Jessé fez passar sete dos seus filhos diante de Samuel; todavia, Samuel disse a Jessé: Jeová não escolheu a estes. Por fim, Samuel disse a Jessé: São estes todos os rapazes? A isto ele disse: O mais moço foi deixado fora até agora, e eis que está pastoreando as ovelhas”. Mas, 1ª Crônicas 2: 13-15 não deixa dúvidas, Davi tinha seis irmãos e era o sétimo filho de Jessé: “Jessé, por sua vez, tornou-se pai do seu primogênito, Eliabe, e de Abinadabe, o segundo, e de Siméia, o terceiro, de Netanel, o quarto, de Radai, o quinto, de Ozem, o sexto, de Davi, o sétimo”.

Quantos cavaleiros do rei Hadadezer Davi capturou em batalha? 2ª Samuel 8:3, 4 confirma sem sombra de dúvida que foram mil e setecentos cavaleiros: “E Davi prosseguiu, golpeando a Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá, quando ia para restabelecer seu controle junto ao rio Eufrates. E Davi chegou a capturar dele mil e setecentos cavaleiros e vinte mil homens a pé; e Davi passou a jarretar todos os cavalos dos carros, mas deixou sobrar cem cavalos de carros”. Já 1ª Crônicas 18:3, 4 afirma categoricamente que foram sete mil cavaleiros: “E Davi prosseguiu, golpeando Hadadezer, rei de Zobá, em Hamate, quando ia para estabelecer seu controle junto ao rio Eufrates. Além disso, Davi capturou dele mil carros, e sete mil cavaleiros, e vinte mil homens a pé. Davi jarretou então todos os cavalos dos carros, mas deixou remanescer cem cavalos de carros”.

Na guerra contra os sírios, quantos condutores de cavalos o exército de Davi matou? 2ª Samuel 10:18 afirma que foram setecentos: “E os sírios puseram-se em fuga diante de Israel; e Davi chegou a matar dos sírios setecentos condutores de carros e quarenta mil cavaleiros, e a Sobaque, chefe do exército deles, ele golpeou de modo que morreu ali”. Porém, 1ª Crônicas 19:18 diz que foram sete mil: “Mas os sírios se puseram em fuga por causa de Israel; e Davi foi matar dos sírios sete mil condutores de carros e quarenta mil homens a pé, e entregou à morte o próprio Sofaque, chefe do exército”.

Quando Davi resolveu fazer o censo de todo povo de Israel, quais foram os resultados? Pelo que diz 2ª Samuel 24:9 os números foram, 800.000 homens aptos para manejar a espada em Israel e 500.000 homens em Judá: “Joabe deu então ao rei o número do registro do povo; e Israel somou oitocentos mil homens valentes que puxavam da espada, e os homens de Judá eram quinhentos mil homens”. O problema é que 1ª Crônicas 21:5 diz que eram 1.100.000 homens aptos para manejar a espada em Israel e 470.000 homens em Judá: “Joabe deu então a Davi o número do registro do povo; e todo o Israel somou um milhão e cem mil homens que puxavam da espada, e Judá, quatrocentos e setenta mil homens puxando da espada”.

Quanto Davi pagou pela eira ou terreno de Ornã que também era chamado de Araúna? 2ª Samuel 24:24 diz com todas as letras que foram pagos 50 siclos de prata: “No entanto, o rei disse a Araúna: Não, mas sem falta a comprarei de ti por um preço; e não oferecerei sacrifícios queimados a Jeová, meu Deus, sem custo. Por conseguinte, Davi comprou a eira e o gado por cinqüenta siclos de prata”. Já o relato de 1ª Crônicas 21:25 mostra um Davi bem mais generoso pagando 600 siclos de ouro: “De modo que Davi deu a Ornã pelo lugar siclos de ouro no peso de seiscentos”.

Quando Nabucodonosor rei de Babilônia conquistou a terra de Judá quantos homens que tinham acesso íntimo com o rei foram levados com ele? O relato de 2ª Reis 25:19 deixa claro que foram cinco: “e da cidade tomou um oficial da corte, que tivera o comando sobre os homens de guerra, e cinco homens dos que tiveram acesso ao rei, que se achavam na cidade; e o secretário do chefe do exército, aquele que recrutara o povo da terra, e sessenta homens do povo da terra, que se achavam na cidade”. Só que no livro de Jeremias 52:25 diz que foram exatamente sete homens: “e da cidade ele tomou um oficial da corte, que viera a ser o comissário sobre os homens de guerra, e sete homens dos que tinham acesso ao rei, que se achavam na cidade, e o secretário do chefe do exército, e aquele que recrutava o povo da terra, e sessenta homens do povo da terra, que se achavam no meio da cidade”.

Aonde morreu o rei Josias? Pelo relato de 2ª Reis 23:29, 30 Josias morreu no campo de batalha de Megido: “Nos seus dias subiu Faraó Neco, rei do Egito, contra o rei da Assíria junto ao rio Eufrates, e o Rei Josias passou a sair para enfrentá-lo; mas, assim que o viu, este o entregou à morte em Megido. Portanto, seus servos o transportaram morto num carro desde Megido e o trouxeram a Jerusalém, e enterraram-no no seu sepulcro”. Agora, pelo relato de 2ª Crônicas 35:23, 24 o rei Josias foi ferido em seu carro de batalha no campo de Megido, pediu que seus servos o colocassem num outro carro de guerra e neste ele retornou a Jerusalém para ali morrer: “E os atiradores foram atirar contra o Rei Josias, de modo que o rei disse aos seus servos: Tirai-me daqui, porque fui seriamente ferido. Portanto, seus servos tiraram-no do carro e fizeram-no andar no segundo carro de guerra que era dele, e levaram-no a Jerusalém. Assim morreu ele e foi enterrado no cemitério de seus antepassados; e todo o Judá e Jerusalém pranteavam por Josias”.

Quantos filhos teve Mical, esposa do rei Davi? Pelo que diz o livro bíblico de 2ª Samuel 6:23 ela morreu sem ter filhos: “Assim, no que se refere a Mical, filha de Saul, ela não veio a ter nenhum filho até o dia da sua morte”. Mas segundo o relato de 2ª Samuel 21:8 ela teve cinco filhos: “Conseqüentemente, o rei tomou os dois filhos de Rispa, filha de Aiá, que ela dera à luz a Saul, Armoni e Mefibosete, e os cinco filhos de Mical, filha de Saul, que ela dera à luz a Adriel, filho de Barzilai, o meolatita”.

Como foi a genealogia de Jesus? Segundo o evangelho de Mateus Jesus foi filho de José, que foi filho de Jacó (Mateus 1:16), o pai de Sealtiel foi Jeconias (Mateus 1:12), Abiúde era filho de Zorobabel (Mateus 1:13), Jorão era o pai de Ozias que era o pai de Jotão (Mateus 1:8-9), Josias era o pai de Jeconias (Mateus 1:11) e Zorobabel era filho de Sealtiel (Mateus 1:12). Porém, o evangelho de Lucas assegura categoricamente que Jesus foi filho de José, que foi filho de Eli (Lucas 3:23), o pai de Sealtiel foi Néri (Lucas 3:27) e Resa foi filho de Zorobabel (Lucas 3:27). Entretanto, em Crônicas são citados os nomes de todos os filhos de Zorobabel, mas nem Resa e nem Abiúde estão entre eles (1ª Crônicas 3:19-20), Jeorão (Jorão?) era o pai de Acazias, do qual nasceu Jeoás, que gerou Amazias, que foi pai de Azarias que, finalmente, gerou Jotão (1ª Crônicas 3:11-12), Josias era o avô de Jeconias (1ª Crônicas 3:15-16), Zorobabel era filho de Fadaia e Sealtiel era tio dele (1ª Crônicas 3:17-19).

Se a bíblia fosse realmente um livro inspirado por Deus como explicar tais discrepâncias? Se Deus orientava os escritores, como justificar tais diferenças em relatos paralelos, contando o mesmo evento? Se foram erros dos copistas ou tradutores nas inúmeras cópias e recopias e traduções para outras línguas, porque Deus permitiu que tais erros acontecessem? Porque não interferiu impedindo que tais erros corrompessem suas palavras? Estas contradições foram descobertas única e exclusivamente porque tais relatos foram narrados por dois escritores diferentes, são relatos paralelos descrevendo o mesmo evento. E todos os demais relatos bíblicos que não tem descrições paralelas? Relatos que foram narrados por apenas um escritor? Quem garante que nestes relatos também não existem erros? Fica difícil basear toda nossa confiança e esperança, moldar nossa vida num livro que contêm tantas incoerências e erros que podem ter acontecido tanto na escrita original quanto nas várias cópias e traduções feitas durante milênios.

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em INCOERÊNCIAS

O Vaticano está preocupado desde que uma Bíblia, de 1500 anos foi descoberta na Turquia. A preocupação é porque o tal livro contém o evangelho de Barnabé, que teria sido um dos discípulos de Cristo que viajava com o apóstolo Paulo, e descreve Jesus de maneira parecida com a que é pregada pelo islamismo. Desde a descoberta, ainda no ano 2000, o livro teria sido mantido em segredo absoluto na cidade de Antara por líderes católicos. Peritos avaliaram o livro e garantiram que o artefato é original. A Bíblia, é toda feita em couro e escrita em um dialeto do aramaico, língua que era falada por Jesus. Por causa da ação do tempo, o livro já apresenta as páginas escurecidas.

Uma das polêmicas trazidas pela tal Bíblia e confirmada pelas autoridades religiosas de Teerã, é o texto que aprova que Jesus Cristo nunca foi crucificado, além de também não ser filho de Deus, e sim, um profeta. Em outro trecho, o apóstolo Paulo é considerado "enganador", e ainda diz que o apóstolo Judas Iscariotes (o traidor) teria sido crucificado no lugar de Cristo, tendo então Jesus, ascendido ao céu vivo, enterrando a história de que Ele havia ressuscitado. Em outro registro, o livro fala sobre o anúncio feito por Jesus da vinda do profeta Maomé, que fundaria o Islamismo 700 anos depois de Cristo. O texto prevê ainda a vinda do último Messias islâmico, que ainda não aconteceu.

Preocupados com a descoberta sagrada, o Vaticano pediu às autoridades turcas que permitissem aos especialistas da Igreja Católica avaliar o livro e seu conteúdo. Tudo indica que durante o Concilio da Nicéia, a  igreja Católica tenha feito a seleção dos Evangelhos que comporiam a Bíblia atual, censurando alguns, dentre eles, possivelmente o Evangelho de Barnabé. Há quem afirme que muitos outros evangelhos, conhecidos como Evangelhos do Mar Morto, sempre existiram, mas nunca foram revelados.

Fonte: Jornal  O Tempo

Conheça o livro que tem abalado o mundo religioso! Clique Aqui!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em NOTÍCIAS
Segunda, 22 Dezembro 2014 18:20

Escravidão

Há milênios este mal tem assolado a humanidade. Desde os povos primitivos que cruelmente escravizavam as nações que subjugavam, em todas as civilizações a escravidão era uma prática comum. Entre 1490 e 1900 estima-se que mais de 11 milhões de africanos foram arrastados como animais em navios negreiros para trabalharem nas Américas. A escravidão deixou o seu rastro de dor e preconceito.  É inegável o esforço de alguns setores da sociedade para acabar com os resquícios de preconceito e intolerância que se infiltraram no inconsciente coletivo da humanidade construído durante milênios de escravidão. Homens como Nelson Mandela e Martin Luther King tiveram um importante papel na luta contra a segregação racial. O objetivo deste capítulo não é discutir quem incentivou a libertação dos escravos, pois todos sabem que várias pessoas de diversas religiões foram contrárias à escravidão e lutaram contra tal prática incluindo cristãos, islâmicos, hindus, judeus entre outros. O fato é que quando os cristãos lutaram contra a escravidão eles estavam desconsiderando seu livro sagrado, a bíblia.

     Foi muito difícil eliminar a escravidão do mundo cristão tanto na Europa quanto nas Américas porque não existe nenhuma passagem bíblica que condene esta prática. Os que lutaram contra a escravidão tiveram como maiores opositores os cristãos que em sua maioria apoiavam a escravidão. Os cristãos da atualidade não são mais escravocratas devido a influência de outras correntes de pensamento como o Iluminismo. Se os cristãos forem honestos e sinceros diante das passagens bíblicas que irei mostrar, eles terão de admitir que a bíblia aprova a escravidão pois não existe nenhum trecho nela que condene tal prática. Se a bíblia fosse realmente a palavra inspirada de Deus e partindo do pressuposto que Deus é amoroso, bondoso e misericordioso com certeza ela condenaria de forma explícita a escravidão. Mas infelizmente isso não acontece, muito pelo contrário, ela é vista como algo normal, corriqueiro.

     A primeira menção de escravidão na bíblia ocorre logo após o suposto dilúvio. Numa passagem que procura explicar o motivo de certos povos serem escravos de outros, a bíblia passar a dizer que um filho de Noé chamado Cã “descobriu a nudez de seu pai”. Alguns linguistas hebraicos afirmam que esta expressão “descobrir a nudez” pode indicar algum tipo de perversão sexual. Seja qual for o caso (Cã ter visto Noé pelado ou ter feito alguma perversão sexual contra seu pai) Noé inventa a escravidão como um castigo por seu filho ter cometido tal ato.                                   

     “Então, Noé principiou como lavrador e passou a plantar um vinhedo.  E começou a beber do vinho e ficou embriagado, e deste modo se descobriu no meio da sua tenda.  Mais tarde, Cã, pai de Canaã, viu a nudez de seu pai e foi contá-lo aos seus dois irmãos lá fora. Sem e Jafé tomaram então uma capa e a puseram sobre ambos os seus ombros, e entraram andando de costas. Assim cobriram a nudez de seu pai, com as faces viradas, e não viram a nudez de seu pai. Por fim, Noé acordou do seu vinho e soube o que lhe havia feito seu filho mais moço.  Ele disse então: Maldito seja Canaã, torne-se ele o escravo mais baixo de seus irmãos. E acrescentou: Bendito seja Jeová, Deus de Sem, e torne-se Canaã escravo dele. Conceda Deus amplo espaço a Jafé, e resida ele nas tendas de Sem, torne-se Canaã também escravo dele” (Gênesis 9:20-27).

     Notamos aqui mais um exemplo do “senso de justiça” hebraico, Cã faz algo errado mas Noé puniu a Canaã filho de Cã, não somente Canaã é punido mas de quebra toda a descendência de Canaã é amaldiçoada com a escravidão. Agora eu pergunto, o que os descendentes de Canaã tinham a ver com isso? Onde está a lógica nisso? Na verdade essa passagem provavelmente foi escrita para justificar a invasão dos hebreus em Canaã e a posterior escravidão que impuseram aos cananeus. Uma desculpa histórica. O mais impressionante é que o Deus da bíblia assistiu a isso tudo sem esboçar nenhuma reação contrária a um absurdo desses, nem uma palavra de desaprovação, nada, simplesmente nada. Pelo visto ele aprovou tudo que aconteceu e considerou a escravidão como algo normal.

     Não satisfeito em apenas observar inerte a escravidão ele resolve criar leis para legitimar a escravidão. Nas Escrituras Hebraicas o Deus da bíblia resolve delinear uma série de regulamentos para a escravidão. São trechos extensos e cansativos, por isso irei resumir os pontos altos.

     “E caso um homem golpeie seu escravo ou sua escrava com um pau e o tal realmente morra sob a sua mão, sem falta deve ser vingado.  No entanto, se demorar um dia ou dois não deve ser vingado, porque ele é seu dinheiro” (Êxodo 21:20,21).

     A orientação é clara, o dono deve bater com um pau a vontade, desde que não o mate na hora é claro, pois seria um prejuízo muito grande para o dono, como diz o final do texto “ele é seu dinheiro”. Mas contando que não o mate na hora pode dar pauladas a vontade, sem dó nem piedade. O dono do escravo só era punido se o escravo morresse no momento da agressão.

     “Se tiver sido um escravo ou uma escrava a quem o touro escornou, dará o preço de trinta siclos ao amo dele, e o touro será apedrejado” (Êxodo 21:32).

     O escravo era negociado como uma mercadoria, seu preço era estipulado por lei, 30 ciclos. Realmente um ótimo negócio, não tinha como o amo perder, se o escravo fosse escornado (chifrado) por um touro receberia o preço do escravo como indenização.

      “Quanto a teu escravo ou tua escrava que se tornam teus dentre as nações que há em volta de vós, delas podeis comprar um escravo... E também dos filhos dos colonos que residem convosco como forasteiros podeis comprar deles e das suas famílias que estão convosco, que lhes nasceram na vossa terra; e eles têm de tornar-se vossa propriedade.  E tendes de transmiti-los como herança aos vossos filhos depois de vós, para [os] herdarem como propriedade por tempo indefinido” (Levítico 25:44-46).

     Ter escravos realmente era um bom negócio principalmente se o escravo fosse das nações vizinhas, neste caso, poderiam ser comprados como escravos e os filhos nascidos dos escravos automaticamente se tornavam propriedade do dono da terra, além disso, depois da morte do dono tais escravos eram passados para os filhos do dono, eram uma propriedade por tempo indefinido. Era realmente um bem de consumo, um ótimo investimento como gado, ovelha, casa, fazenda entre outros.

      Nas Escrituras gregas, o chamado novo mandamento, a situação continua a mesma, os escritores tratam a escravidão como normal, algo comum e banal.

     “Os servos domésticos estejam sujeitos aos [seus] donos com todo o temor [devido], não somente aos bons e razoáveis, mas também aos difíceis de agradar. Porque, se alguém, por causa da consciência para com Deus, agüenta coisas penosas e sofre injustamente, isto é algo agradável” (1ª Pedro 2:18, 19).

     Que passagem interessante! Os escravos tem de ser sujeitos aos donos, mesmo os difíceis de agradar, o escravo que aguenta coisas penosas e sofre injustamente nas mãos de um dono difícil de agradar (um tirano) satisfaz muito ao Deus da bíblia.

     “Os escravos estejam sujeitos aos seus donos em todas as coisas e lhes agradem bem, não contradizendo, não praticando furto, mas exibindo plenamente uma boa fidelidade, para que adornem o ensino de nosso Salvador, Deus, em todas as coisas” (Tito 2:9, 10).

     Mais uma vez o escritor bíblico ressalta a necessidade dos escravos serem sujeitos aos seus donos, lhes agradando, não contradizendo, sendo fiel ao seu proprietário como um cão de guarda.

     “Tantos quantos forem escravos debaixo dum jugo estejam considerando os seus donos dignos de plena honra, para que nunca se fale de modo ultrajante do nome de Deus e do ensino.  Além disso, os que tiverem donos crentes não os menosprezem, porque são irmãos. Ao contrário, sejam escravos com tanto mais prontidão, porque os que recebem o proveito do seu bom serviço são crentes e amados” (1ª Timóteo 6:1, 2). 

     Se o dono fosse cristão aí o escravo tinha de ser mais servil ainda, mostrando mais prontidão. Veja bem, o cristão podia ter escravos, achava a coisa mais normal do mundo, se hoje fossemos seguir a bíblia poderíamos ter escravos a vontade. Consegue entender agora porque foi tão difícil acabar com a escravidão no mundo cristão?

    “Vós, escravos, em tudo sede obedientes aos que são os [vossos] amos em sentido carnal, não com atos apenas ostensivos, como para agradar a homens, mas com sinceridade de coração, com temor de Jeová” (Colossenses 3:22).

     Os escravos são admoestados a servir a seus senhores com total sinceridade e prazer e não somente para manter as aparências. Vejam só, além de sofrer todo tipo de humilhação por ser propriedade de outro, ser considerado uma mercadoria, um objeto de uso do seu amo, tinha de aguentar tudo isso com prazer e sinceridade de coração, tinha de gostar mesmo desta situação.

     Por incrível que pareça existe uma carta considerada pelos cristãos como inspirada por Deus em que o escritor, que se identifica como sendo o apóstolo Paulo, manda um escravo fujão voltar para seu amo, um cristão chamado Filêmon, levando uma carta pessoal para ele. É provável que este escravo tinha graves problemas com seu dono e pelo que parece era considerado por ele inútil, pois na carta o suposto Paulo diz isso claramente: “exorto-te concernente a meu filho, para quem me tornei pai enquanto estava nas minhas cadeias, Onésimo, anteriormente inútil para ti, mas agora útil para ti e para mim” (Filêmon 10,11). A carta também dá a entender que Onésimo fez alguma injustiça com Filêmon, algo que envolveu dinheiro: “Além disso, se ele te fez alguma injustiça ou te deve algo, põe isso na minha conta” (Filêmon 18). Pelo visto Onésimo vivia uma situação insuportável com seu dono Filêmon e roubou algum dinheiro para fugir. De alguma forma não explicada ele foi parar em Roma a 1400 km da cidade de Colossos onde era escravo de Filêmon. Parece que o dinheiro acabou e Onésimo procurou um refúgio auxiliando o escritor da carta em Roma. Seria uma excelente oportunidade para o escritor que se diz inspirado por Deus denunciar esta prática abominável da escravidão que tantos males causa as pessoas como bem ilustrado neste acontecimento. Mas será que ele dedica pelo menos uma linha sequer desta carta para denunciar tal costume nefasto protestando contra o sistema escravocrata? Não! Muito pelo contrário, o escritor apoia o costume impiedoso da época mandando o escravo de volta para seu dono.      

     O próprio Jesus usou a escravidão muitas vezes como exemplo e nunca disse ser errado escravizar os outros. Várias de suas parábolas são sobre escravos e seus amos, nelas Jesus exorta os escravos a serem obedientes, diligentes, fieis, discretos, bons e submissos (Mateus 24:45-51; Mateus 25:14-28; Lucas 19:13-27). Ele cita até mesmo acoites como algo corriqueiro e usual.

     “Então, aquele escravo, que entendeu a vontade de seu amo, mas não se aprontou, nem fez em harmonia com a sua vontade, será espancado com muitos golpes.  Mas aquele que não entendeu, e assim fez coisas que merecem golpes, será espancado com poucos. Deveras, de todo aquele a quem muito foi dado, muito se reclamará dele; e a quem encarregaram de muito, deste reclamarão mais do que o usual” (Lucas 12:47,48).

      Como foi mostrado claramente a bíblia prega a escravidão e estimula as pessoas a se conformarem com a situação de escravo, inclusive incentivando pessoas a terem escravos. O fato de alguns trechos bíblicos incentivarem os donos a tratarem seus escravos de forma bondosa não muda em nada o fato de que ela incentiva a escravatura em si, conceito este que contraria todo princípio de bondade e amor ao próximo que é atribuído a Deus. Você ter um ser humano servindo a você como um escravo, sendo uma mercadoria, um objeto para fins variados, assim como você tem um animal, este conceito em si é repulsivo anulando qualquer recomendação para tratá-los com bondade. Temos aí mais uma evidência de que a bíblia não é a palavra de Deus, antes, um livro escrito por homens que reflete as atitudes e pensamentos da época. No caso da escravidão, uma demagogia criada pelos detentores do poder para estimular uma situação de conformismo, preconceito e subserviência. 

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aqui e de seu voto.

Publicado em ESCRAVIDÃO
Terça, 12 Janeiro 2016 19:16

Contradições Bíblicas

Existem várias passagens do Novo Testamento em que os escritores fazem um grande esforço de aplicar certas passagens do Velho Testamento. Há várias citações de trechos encontrados nos Salmos, nos Profetas e na Lei Mosaica. O interessante é que nem mesmo assim existe uma coerência na bíblia, nem em passagens que os escritores do Novo Testamento podiam confirmar a citação, conferindo nas cópias disponíveis do Velho Testamento, nem estes relatos escapam das contradições.

     Veja por exemplo o caso de 1ª Coríntios 10:8 onde o escritor bíblico cita um acontecimento registrado em Números 25:9. O relato de Números conta uma ocasião em que os israelitas começaram a adorar um Deus cananeu, deixando o Deus bíblico muito irado. Na sua fúria ele mata 24.000 pessoas. O escritor de 1ª Coríntios menciona este mesmo acontecimento, entretanto ele relata que o número de mortos foi 23.000. Afinal, o número dos mortos por Deus foi 23.000 ou 24.000? Como pôde o escritor de 1ª Coríntios cometer um erro histórico tão infantil?

     Em Mateus 23:35 Jesus disse que Zacarias era filho de Baraquias. Mas em 2ª Crônicas 24:20-22 diz explicitamente que Zacarias era filho de Jeoiada. Afinal, quem era realmente o pai de Zacarias?

     Outro exemplo se encontra em Marcos 2:23-28. Neste texto Jesus é questionado pelos fariseus devido ao fato de que seus discípulos, ao atravessar um campo de trigo, arrancaram alguns grãos e os comeram num sábado. Jesus cita uma passagem do Velho Testamento em 1ª Samuel 21:1-6 onde Davi e alguns de seus homens, fugindo da perseguição implacável do rei Saul, refugiam-se em Nobe. Ali o sumo sacerdote dá a eles os pães da preposição, que eram sagrados e só deviam ser comidos pelo sacerdote. Jesus cita essa passagem com o intuito de mostrar aos fariseus que em momentos de crise extrema, como no caso de Davi e seus homens que estavam famintos, em plena fuga, num momento de dificuldade, pode-se abrir algumas exceções na lei. Por isso Jesus encerra seu raciocínio com a frase: “o sábado foi feito para os homens, não os homens para o sábado”.

     Realmente uma grande citação, destacando que o ser humano é mais importante do que um ritual religioso. Até aí tudo bem, mas o detalhe é que o escritor bíblico de Marcos, ao citar um acontecimento que já se encontrava na bíblia, no livro de 1ª Samuel, cita o nome do sumo sacerdote errado, isso mesmo, no evangelho de Marcos, Jesus chama-o de Abiatar, mas no livro de Samuel o sumo sacerdote chama-se Aimeleque. E não se trata de uma simples confusão de nomes e nem mesmo podemos dizer que o sumo sacerdote da época tinha dois nomes, pois na realidade Abiatar era filho de Aimeleque, fato conhecido pelos judeus da época. A linhagem sacerdotal era coisa séria para os judeus, tinham-se registros de todos os sumo sacerdotes e o mais impressionante nesta história é que o relato de Samuel fazia parte dos livros sagrados dos judeus. O escritor de Marcos podia facilmente consultar o registro, além disso, as histórias envolvendo o famoso rei Davi eram muito conhecidas entre os judeus. Portanto, como pôde o escritor de Marcos cometer esse grave erro histórico? Como explicar uma gafe histórica tão ridícula como esta?

     Existem relatos no Novo Testamento em que diferentes escritores contam o mesmo fato, o interessante é que em muitos destes relatos existem contradições impressionantes. Por exemplo, o escritor de Marcos diz que Jesus foi morto no 1º dia dos Pães não fermentados, quer dizer, depois do começo da páscoa (Marcos 14:12). Já o escritor do livro de João afirma categoricamente que Jesus morreu na preparação para a páscoa, quer dizer, antes do começo da páscoa (João 19:14).

     O relato de Lucas sobre o nascimento de Jesus diz que após seu nascimento, José e Maria regressaram a Nazaré um mês depois de terem ido a Belém e depois a Jerusalém, cumprindo os ritos da purificação (Lucas 2:21-39). Porém o livro de Mateus diz que, após o nascimento de Jesus, José e Maria fugiram para o Egito e ali ficaram até a morte de Herodes (Mateus 2:1-23).

     No livro de Gálatas, o escritor se identificando como o próprio apóstolo Paulo, diz que depois de sua conversão no caminho para Damasco, ele não foi a Jerusalém encontrar-se com aqueles que eram apóstolos antes dele, primeiro foi para a Arábia, depois voltou para Damasco, e só depois de três anos é que finalmente ele foi a Jerusalém (Gálatas 1:16-18). Entretanto, o livro de Atos dos apóstolos diz claramente que a primeira coisa que Paulo fez ao deixar Damasco foi ir a Jerusalém onde se encontrou com os apóstolos de Jesus (Atos 9:1-26).

     Em Mateus 8:5 diz que quando Jesus entrou em Cafarnaum, “veio a ele um oficial do exército, suplicando que Jesus curasse o servo dele”. Mas em Lucas 7:3 diz que este oficial do exército enviou anciãos dos judeus para lhe pedirem que curasse seu servo. Afinal, foi o oficial do exército que falou com Jesus, ou foram os anciãos dos judeus?

     No relato de Mateus 20:20, 21 lemos que se aproximou de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu, prestando-lhe homenagem e pedindo que seus filhos obtivessem a posição mais favorecida quando Jesus entrasse no seu reino. Já no relato de Marcos 10:35-37 lemos que Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus pedindo uma posição mais favorecida quando Jesus entrasse no seu reino. Qual relato está correto? Foi à mãe dos filhos de Zebedeu ou foram os próprios filhos que interrogaram Jesus?

     O livro de Lucas, ao descrever a transfiguração de Jesus, diz que este evento ocorreu oito dias depois de Jesus ter prometido aos seus discípulos que alguns deles não provariam a morte, até que primeiro vissem Jesus na glória de seu reino, o que ocorreu na dita transfiguração (Lucas 9:27, 28). Só que os relatos paralelos do mesmo evento dizem que a transfiguração ocorreu seis dias depois das palavras de Jesus (Mateus 17:1; Marcos 9:2).

     Em Mateus 20:29-34 relata-se a cura de dois cegos feita por Jesus quando estava saindo da cidade de Jericó. Porém, em Marcos 10:46-52 diz que na realidade era apenas um cego, o escritor inclusive revela seu nome, Bartimeu (filho de Timeu). Já em Lucas 18:35-43 fala que Jesus curou este cego chegando em Jericó. E agora? Eram dois cegos ou apenas um? Jesus fez esta cura saindo ou chegando na cidade de Jericó?

     Em Mateus 27:49, 50 diz claramente que um soldado pega uma lança e perfura Jesus enquanto ele ainda está vivo, depois disso ele clama a Deus e morre. Porém, no relato paralelo de João 19:33, 34 é dito que depois que os soldados confirmaram que Jesus estava morto, note bem, depois da morte de Jesus um soldado pega a lança e perfura Jesus. Afinal, Jesus foi perfurado enquanto estava vivo ou depois de morto?

     Marcos 15:38 diz que após Jesus dar seu último suspiro e morrer, a cortina do templo se rasga em duas, portanto, o relato deixa bem claro que a cortina do templo se rasgou depois de Jesus morrer. Mas no relato paralelo de Lucas 23:45, 46 a cortina do templo se rasga antes de Jesus morrer, enquanto ainda está vivo. A cortina do templo se rasgou antes ou depois de Jesus morrer? Qual relato está dizendo a verdade?

     Em Mateus 21:17-19 Jesus amaldiçoa uma figueira depois que ele sai do templo e ela seca imediatamente depois de amaldiçoada. Mas no relato de Marcos 11:14-15, 20 Jesus amaldiçoa a figueira antes de ter entrado no templo e ela seca um dia depois de Jesus tê-la amaldiçoado.

     Mateus 8:2-4 diz que Jesus cura um leproso. Na continuação do relato no versículo 14 Jesus entra na casa de Pedro e cura sua sogra. Portanto, segundo este relato Jesus curou o leproso antes de visitar a casa de Pedro e curar sua sogra. Entretanto, o relato de Marcos 1:29 diz claramente que Jesus visita a casa de Pedro primeiro, cura sua sogra e depois de sair ele cura o leproso conforme mostra os versículos 40-42. Assim, segundo o relato de Marcos Jesus curou o leproso depois de visitar a casa de Pedro.     

     Mateus 21:2-7 nos fala que Jesus mandou dois discípulos levarem uma jumenta e um jumentinho para ele. Já o relato de Marcos 11:2-7 diz que Jesus mandou os dois discípulos levarem apenas um jumentinho e assim eles fizeram. Agora eu lhe pergunto: os dois discípulos levaram uma jumenta e um jumentinho ou apenas um jumentinho? Será que o escritor do livro de Marcos tinha alguma coisa contra a coitada da jumenta a ponto de nem mesmo citá-la em seu relato?    

        Atos 9:7 relata que quando Paulo estava a caminho de Damasco para perseguir os cristãos, teve uma visão e ficou cego. Durante esta visão os homens que iam com ele, segundo o relato, ouviram a voz que falava com Paulo, mas não viram ninguém. Entretanto, em Atos 22:9 diz claramente que neste mesmo acontecimento, os homens que estavam com Paulo não ouviram a voz daquele que falava com Paulo. E agora? Na conversão de Paulo, os que estavam com ele ouviram vozes ou não ouviram?

     Outro relato confuso na bíblia trata da morte de Judas. O relato de Mateus descreve o acontecimento desta forma:

     “Então Judas, que o traiu, vendo que tinha sido condenado, sentiu remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e anciãos, dizendo: Pequei quando traí sangue justo. Eles disseram: Que temos nós com isso? Isso é contigo!  De modo que ele lançou as moedas de prata dentro do templo e retirou-se, e, tendo saído, enforcou-se. Mas os principais sacerdotes tomaram as moedas de prata e disseram: Não é lícito deitá-las no tesouro sagrado, porque são o preço de sangue. Depois de se consultarem entre si, compraram com elas o campo do oleiro, para enterrar os estranhos. Aquele campo veio por isso a ser chamado de ‘Campo de Sangue’, até o dia de hoje. Cumpriu-se assim aquilo que fora falado por intermédio de Jeremias, o profeta, que disse: E tomaram as trinta moedas de prata, o preço do homem com que foi avaliado, daquele a quem alguns dos filhos de Israel puseram um preço, e deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que Jeová me tinha ordenado” (Mateus 27:3-10).

     Fica claro que segundo Mateus, Judas lança as moedas no templo e sai para se enforcar. Os sacerdotes de posse deste dinheiro resolvem comprar um campo com ele e chamá-lo de campo do oleiro. Depois o texto diz que o fato de Jesus ser traído por trinta moedas de prata cumpriu uma profecia de Jeremias, entretanto, Jeremias nunca falou isso, nem algo semelhante a isso. Pois bem, agora veja o relato dos Atos dos Apóstolos:

     “Homens, irmãos, era necessário que se cumprisse a escritura, que o espírito santo predissera pela boca de Davi a respeito de Judas, que se tornou guia dos que prenderam a Jesus, porque tinha sido contado entre nós e obtivera uma parte neste ministério. (Este mesmo homem comprou um campo com o salário da injustiça, e, jogando-se de cabeça para baixo, rebentou ruidosamente pelo meio e se derramaram todos os seus intestinos. Também todos os habitantes de Jerusalém ficaram sabendo disso, de modo que aquele campo foi chamado na língua deles Acéldama, isto é: Campo de Sangue) (Atos 1:16-19).

     Conforme pôde observar acima, o livro dos Atos dos Apóstolos traz uma versão totalmente diferente, Judas não lança mais o dinheiro no templo, pelo contrário, ele mesmo compra o tal terreno com as trinta moedas de prata e joga-se de cabeça neste local. Como consequência de sua queda seus intestinos são expostos. Devido a esta tragédia o campo recebe o nome de Campo de Sangue.

     Agora, para aumentar ainda mais a confusão, arqueólogos encontraram em 1970 no deserto Egípcio de El Minya, um manuscrito encadernado em couro que foi copiado por volta do ano 300 depois de Cristo. Tal manuscrito circulou entre vendedores de antiguidades, até chegar à Europa e, depois, aos Estados Unidos, onde permaneceu no cofre de um banco de Long Island por 16 anos, até ser novamente comprado no ano 2000, pelo antiquário suíço Frieda Nussberger-Tchacos. Preocupado com sua possível deterioração, o antiquário entregou o manuscrito à fundação suíça Maecenas Foundation for Ancient Art em fevereiro de 2001, a fim de preservá-lo e traduzi-lo. Após a restauração do documento, o trabalho de análise e tradução foi confiado a uma equipe dirigida pelo professor Rudolf Kasser, aposentado pela Universidade de Genebra. O documento está mantido agora em um museu do Cairo. O evangelho já citado por Santo Irineu de Lyon, no século II descreve uma outra versão completamente diferente.Ao contrário das versões de Mateus e dos Atos dos Apóstolos, o texto em questão indica que Judas era um iniciado que traiu Jesus a pedido dele próprio para a redenção da humanidade. Segundo esse evangelho Judas teria "sido perdoado por Jesus e orientado a se retirar para fazer exercícios espirituais no deserto". Agora você decide quem esta falando a verdade (Elaine Pagels, Reading Judas: The Gospel of Judas and the Shaping of Christianity, 2007, Viking Press.ISBN 0-670-03845-8).

     A própria bíblia diz que para um relato ser considerado verdadeiro, deve ser confirmado pela boca de duas ou três testemunhas (Deuteronômio 19:15; Mateus 18:16; João 8:17; 2ªCoríntios 13:1; 1ªTimóteo 5:19; Hebreus 10:28). Obviamente tais testemunhos têm de ser coerentes, sem contradições ou divergências. Imagine você tentando investigar um acontecimento interrogando as testemunhas. Suponha que cada uma conte uma versão diferente, uma contradizendo a outra, a que conclusão você chegaria? Com certeza a versão que corresponde à verdade é só uma, ou pior, todos podem estar mentindo.

     Muitos tentam justificar tais contradições dizendo que os relatos se complementam, quer dizer, um dá detalhes que o outro não deu e assim juntando todos eles, passamos a ter um quadro mais nítido do que realmente aconteceu. Raciocínio interessante se os relatos realmente se complementassem, mais não é isso que observamos. Relatos para serem complementares não podem se contradizer. Uma coisa são relatos que se complementam e outra muito diferente são relatos que se contradizem.

     Por exemplo, suponhamos que um colega lhe relate um acontecimento. Ele lhe diz que viu um homem que desceu de uma moto as 9:00 horas da manhã, entrou numa joalheria e a assaltou apenas com uma faca. Daí chega outro colega e relata outros detalhes que complementam o relato do primeiro. Ele diz que o homem era alto e gordo, usava uma jaqueta de couro, sua moto era vermelha e a faca que ele usava era bem grande. Como vimos, um relato não contradisse o outro, ele apenas complementou dando mais detalhes que talvez o outro por distração ou por não ser tão observador não percebeu.

      Agora veja o mesmo exemplo, só que agora os dois relatos não vão se complementar, vão se contradizer. Um colega lhe diz que viu um homem alto e gordo usando uma jaqueta de couro descer de uma moto vermelha as 9:00 da manhã, entrar numa joalheria e a assaltar apenas com uma faca. Daí chega outro e relata que na realidade eram dois homens e eles eram magros e baixos, os dois usavam blusas de lã e desceram de uma moto azul as 7:00 horas da noite, entraram na joalheria e a assaltaram com dois rifles. Observamos que nesse segundo exemplo os relatos não foram complementares, muito pelo contrário, eles foram contraditórios. Os relatos bíblicos apresentados aqui estão muito longe de serem complementares como afirmam certos religiosos. Na verdade esta é mais uma tentativa deles de dar algum sentido a sua fé. Eles não estão dispostos a enxergar a realidade. Eles precisam defender a bíblia a qualquer custo, mesmo que isso vá contra todas as evidências.

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em CONTRADIÇÕES
Terça, 15 Maio 2018 11:28

Apócrifos - Os livros Renegados

A palavra apócrifos (do grego a·pó·kry·fos) é usada no seu sentido original como se referindo a coisas ‘cuidadosamente ocultas’. Conforme aplicada a escritos, referia-se originalmente àqueles que não eram lidos em público, portanto, ‘ocultos’ de outros. Mais tarde, contudo, a palavra assumiu o sentido de espúrio ou não-canônico e atualmente é usada mais comumente para referir-se aos escritos adicionais declarados pela Igreja Católica Romana no Concílio de Trento (1546), como fazendo parte do cânon da Bíblia. Os escritores católicos se referem a tais livros como deuterocanônicos, que significa “do segundo (ou posterior) cânon”, para diferenciá-los dos protocanônicos ou “do primeiro cânon”. Esses escritos adicionais são Tobias, Judite, Sabedoria (de Salomão), Eclesiástico (não Eclesiastes), Baruc, 1 e 2 Macabeus, suplementos de Ester, e três adições a Daniel, com nomes diversos, tais como: Cântico dos Três Jovens, Susana e os Anciãos, e A Destruição de Bel e do Dragão. O tempo exato de sua escrita é incerto, mas a evidência indica uma época não anterior ao segundo ou terceiro séculos AEC. Vamos fazer uma análise destes livros que alguns religiosos consideram como sendo inspirados por Deus, enquanto outros consideram como sendo livros espúrios, que não deveriam estar na bíblia.

Tobias – Trata-se do relato de um judeu da tribo de Naftali, que é deportado para Nínive e que fica cego por lhe ter caído esterco de pássaro em ambos os olhos. Ele manda seu filho, Tobias, à Média para cobrar uma dívida. Tobias é guiado por um anjo, que se faz passar por homem, a Ecbátana (Ragés). Em caminho, ele obtém o coração, o fígado e o fel dum peixe. Encontra-se com uma viúva, a qual, embora casada sete vezes, continua virgem, visto que cada marido foi morto na noite das núpcias por Asmodeu, o mau espírito. Incentivado pelo anjo, Tobias casa-se com a virgem enviuvada, e por queimar o coração e o fígado do peixe, expulsa o demônio. Retornando para casa, restabelece a visão do pai por usar o fel do peixe. É provável que a história tenha sido originalmente escrita em aramaico, e calcula-se que ela seja aproximadamente do terceiro século AEC.

Judite - Este é o relato sobre uma bela viúva judia da cidade de “Betúlia”. Nabucodonosor envia seu oficial Holofernes numa campanha para o Oeste, para destruir toda a adoração, exceto a do próprio Nabucodonosor. Os judeus em Betúlia são sitiados, mas Judite finge ser traidora da causa judaica e é admitida ao acampamento de Holofernes, onde ela lhe dá um relatório falso sobre as condições da cidade. Num banquete, no qual Holofernes fica embriagado, ela consegue decapitá-lo com a própria espada dele e então retornar a Betúlia com a cabeça dele. Na manhã seguinte, o acampamento inimigo é lançado em confusão, e os judeus ganham uma vitória completa. Pensa-se que o livro fora escrito na Palestina durante o período grego, perto do fim do segundo século ou do começo do primeiro século AEC. Crê-se que fora originalmente escrito em hebraico.

Adições ao Livro de Ester - Estas constituem seis passagens adicionais. A primeira parte, de 17 versículos, em alguns antigos textos gregos e latinos precede ao primeiro capítulo, apresentando um sonho de Mordecai (Mardoqueu) e a sua exposição duma conspiração contra o rei (na versão Católica Matos Soares encontra-se em Ester 11:2-12:6). Depois de 3:13 (13:1-7 na Matos Soares), a segunda adição apresenta o texto do edito do rei contra os judeus. No fim do capítulo 4 (13:8-14:19 na Matos Soares) relatam-se orações de Mordecai e de Ester como terceira adição. A quarta ocorre depois de 5:2 (15:1-19 na Matos Soares) e conta a audiência de Ester com o rei. A quinta ocorre depois de 8:12 (16:1-24 na Matos Soares) e consiste no edito do rei que permitiu aos judeus defender-se. No fim do livro (10:4-11:1 na Matos Soares), interpreta-se o sonho apresentado na introdução. A colocação destas adições varia em diversas traduções, algumas colocando todas no fim do livro (como Jerônimo fez na sua tradução) e outras intercalando-as no texto.

Sabedoria (de Salomão) - Este é um tratado que exalta os benefícios para os que procuram a sabedoria divina. A sabedoria é personificada como mulher celestial, e a oração de Salomão, pedindo sabedoria, está incluída no texto. A última parte recapitula a história desde Adão até a conquista de Canaã, citando dela exemplos de bênçãos pela sabedoria e de calamidades pela falta dela. Considera-se a tolice da adoração de imagens. Embora Salomão não seja mencionado especificamente por nome, em certos textos o livro o apresenta como seu autor. (Sabedoria 9:7, 8, 12)

Eclesiástico - Este livro, também chamado Sabedoria de Jesus, Filho de Sirac, tem a distinção de ser o mais longo dos livros apócrifos e o único cujo autor é conhecido, Jesus ben-Sirac de Jerusalém. O escritor explica a natureza da sabedoria e sua aplicação para uma vida bem-sucedida. A observância da Lei é fortemente enfatizada. Dá-se conselho sobre muitos campos de conduta social e da vida diária, inclusive comentários sobre modos à mesa, sonhos e viagens. A parte concludente contém um retrospecto sobre importantes personagens de Israel, terminando com o sumo sacerdote Simão II. O livro foi originalmente escrito em hebraico, no começo do segundo século AEC. Citações dele são encontrados no Talmude judaico.

Baruc (Incluindo a Epístola de Jeremias) - Faz-se parecer como se os primeiros cinco capítulos tivessem sido escritos pelo amigo e escriba de Jeremias, Baruque (Baruc); o sexto capítulo é apresentado como carta escrita pelo próprio Jeremias. O livro relata as expressões de arrependimento e as orações por alívio por parte dos judeus exilados em Babilônia, exortações para seguir a sabedoria, incentivo para esperar na promessa de libertação e a denúncia da idolatria babilônica.

Cântico dos Três Jovens - Esta adição a Daniel segue a Daniel 3:23. Consiste em 67 versículos que apresentam uma oração supostamente proferida por Azarias dentro da fornalha ardente, seguida por um relato sobre um anjo que apagou as chamas, e finalmente um cântico entoado pelos três hebreus dentro da fornalha. O cântico é bastante similar ao Salmo 148.

Susana e os Anciãos - Este relata um incidente na vida da bela esposa de Joaquim, um judeu rico em Babilônia. Enquanto Susana se banhava, chegaram-se a ela dois anciãos judeus, que instaram com ela que cometesse adultério com eles, e, quando ela recusou, forjaram uma falsa acusação contra ela. No julgamento, ela foi condenada à morte, mas o jovem Daniel habilmente expôs os dois anciãos, e Susana foi exonerada da acusação. Não há certeza sobre a língua original. Pensa-se que tenha sido escrito durante o primeiro século AEC. Na Septuaginta grega o trecho foi colocado antes do livro canônico de Daniel, e na Vulgata latina foi colocado depois dele. Algumas versões o incluem como capítulo 13 de Daniel.

A Destruição de Bel e do Dragão - Esta é uma terceira adição a Daniel, sendo que algumas versões a colocam como capítulo 14. No relato, o Rei Ciro exige que Daniel adore um ídolo do Deus Bel. Por aspergir cinzas no pavimento do templo e assim descobrir pegadas, Daniel prova que o alimento supostamente consumido pelo ídolo na realidade é consumido pelos sacerdotes pagãos e suas famílias. Os sacerdotes são mortos e Daniel destroça o ídolo. O rei requer de Daniel adorar um dragão vivo. Daniel destrói o dragão, mas é lançado na cova dos leões pela população enfurecida. Durante os sete dias do seu confinamento, um anjo pega Habacuque pelos cabelos e leva tanto a ele como uma tigela de caldo da Judéia a Babilônia, a fim de prover Daniel de alimento. Habacuque é então devolvido à Judéia, Daniel é solto da cova, e seus oponentes são lançados nela e devorados.

Primeiro Macabeus -Um relato histórico da luta de independência dos judeus durante o segundo século AEC, desde o começo do reinado de Antíoco Epifânio (175 AEC) até a morte de Simão Macabeu (c. 134 AEC). Trata especialmente das façanhas do sacerdote Matatias e de seus filhos, Judas, Jônatas e Simão, nas suas lutas com os sírios.

Segundo Macabeus - Embora colocado após Primeiro Macabeus, este relato refere-se a parte do mesmo período (de c. 180 AEC a 160 AEC), mas não foi escrito pelo autor de Primeiro Macabeus. O escritor apresenta o livro como resumo das obras anteriores de certo Jasão de Cirene. Descreve as perseguições sofridas pelos judeus sob Antíoco Epifânio, o saque do templo e sua subsequente rededicação. O relato apresenta Jeremias, por ocasião da destruição de Jerusalém, como levando o tabernáculo e a arca do pacto a uma caverna no monte do qual Moisés viu a terra de Canaã. (2 Macabeus 2:1-16)

Apócrifos do Novo Testamento

Jesus Cristo com certeza é uma das figuras mais impressionantes de toda a bíblia. Tirando todo o lado místico que leva bilhões de pessoas a exercerem fé e terem esperança, a moldarem suas vidas pelos ensinos e conceitos de Jesus, deixando tudo isso de lado e nos concentrando no Jesus histórico, temos na realidade apenas quatro pequenos relatos de sua vida nas páginas da bíblia. Segundo muitos religiosos, três são similares em ponto de vista, porque adotam um enfoque parecido ao narrar a vida de Jesus na terra, estes são Mateus, Marcos e Lucas. Se você ler estes três primeiros evangelhos notará que não raro abrangem os mesmos incidentes e seus relatos em sua maioria são paralelos. Já o evangelho de João traz uma estrutura diferente e a maioria de seus relatos não se encontram nos demais evangelhos.

Entretanto, não se pode deixar de mencionar que diversos outros evangelhos narrando a vida de Jesus foram escritos durante os primeiros três séculos de existência do cristianismo, sabemos disso por meio do evangelho de Lucas que no capítulo 1, versículo 1 diz: “Considerando que muitos empreenderam compilar uma declaração dos fatos que entre nós recebem pleno crédito”. O autor indica que muitos empreenderam compilar os relatos da vida de Jesus e que para escrever seu próprio relato, ele consultou “muitos” escritos precedentes. Se formos levar em conta as fontes cristãs posteriores dos séculos II e III temos inúmeros outros evangelhos produzidos por diversas comunidades cristãs existentes na época (como os Ebionitas, os Docetas e os Gnósticos), cada qual com sua própria interpretação teológica sobre Jesus e seus próprios escritos, muitos destes levando nomes de discípulos famosos de Jesus como o Evangelho de Filipe (um discípulo de Jesus), de Maria Madalena, de Tiago (irmão de Jesus), de Judas, de Pedro, de Tomé, entre outros. Além disso, existem manuscritos antigos de outras cartas que não se encontram na bíblia como Terceira Coríntios e a Epístola de Barnabé, sem falar nos Atos de Paulo e de Pedro. Vários achados arqueológicos têm descoberto inúmeros escritos da época. O exemplo a seguir demonstra bem isso

No inverno de 1945 no Egito Superior perto da cidade de Nag Hammadi um camponês árabe escavava em busca de solo fértil. Em vez disso, porém, fez surpreendente descoberta. Sua picareta bateu em algo duro, um jarro de argila. Dentro dele, encontrou 13 volumes encadernados em couro, que remontavam ao segundo século EC. Mas não foi senão em 1955 que esta descoberta arqueológica ganhou as manchetes. E ainda cria comoção entre leitores da Bíblia, porque alguns afirmam que os volumes descobertos contêm os dizeres secretos de Jesus. Na realidade, 48 diferentes documentos religiosos foram encontrados naquela colina egípcia. Num desses volumes encontra-se um texto chamado de Evangelho segundo Tomé, que começa sua narrativa assim: “Estas são as palavras secretas que o Vivente Jesus proferiu, e Dídimo Judas Tomé escreveu”. Portanto, estes quatro evangelhos que se encontram na bíblia são apenas uma pequena amostra dos vários relatos que foram feitos durante os primeiros séculos do cristianismo (Elaine Pagels, Beyond Belief: The Secret Gospel of Thomas (2003), Vintage Books. ISBN 0-375-50156-8).

Mas então porque apenas quatro relatos da vida de Jesus estão na bíblia? A maioria dos evangelhos escritos no 1º e 2º séculos desapareceu. Naquela época um “livro” era um amontoado de papiros avulsos enrolados em forma de pergaminho, portanto como você pode imaginar, perder ou extraviar estes pergaminhos era algo muito fácil de acontecer. Porém, alguns evangelhos foram copiados e recopiados à mão por membros da igreja. Tais livros tinham de ser copiados um por vez, devagar e em seus mínimos detalhes, por isso eram inevitáveis erros, tanto acidentais (um escorregão de pena, uma linha pulada) como não acidentais (o copista altera uma palavra por achá-la mais bonita ou para apoiar determinada crença pessoal).

Celso, filósofo romano do 2º século criticou asperamente os copistas cristãos pelos erros em suas cópias: “Alguns fiéis, como pessoas embriagadas que se agridem a si mesmas, manipularam o texto original dos evangelhos três ou quatro vezes, ou até mais, e o alteraram para poderem opor negações às criticas” (Orígenes, Contra Celso. Editora Paulus 2004, pág. 152 - Contra Celso, 2.27).

Irineu, cristão do 2º século que morava na Gália e era líder da congregação de Lião, escreveu contra Marcião, alegando que ele tinha feito o seguinte:“Mutilou as epístolas de Paulo, eliminando tudo o que o Apóstolo disse acerca do Deus que criou o mundo, no sentido de que Ele é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e ainda as passagens dos escritos proféticos citados pelo Apóstolo com vistas a nos ensinar aquilo que eles anunciaram antes da vinda do Senhor” (Contra as heresias, 1.27.2).

Orígenes, um padre da igreja do 3º século, uma vez registrou uma queixa acerca das cópias dos evangelhos de que dispunha: “as diferenças entre os manuscritos se tornaram gritantes, ou pela negligencia de algum copista ou pela audácia perversa de outros; ou eles descuidam de verificar o que transcreveram ou no processo de verificação, acrescentam ou apagam textos como mais lhes agrade” (Commentary on Matthew 15:14 as quoted in Bruce M. Metzger, "Explicit References in the Works of Origen to Variant Readings in New Testament manuscripts," in Biblical and Patristic Studies in Memory of Robert Pierce Casey, ed. J Neville Birdsall and Robert W. Thomson. Freiburg: Herder, 1968, pág. 78, 79).

Dionísio, bispo de Corinto lamentou o fato de que falsos crentes modificaram escritos de sua autoria, como tinham feito com textos sacros: “Quando meus companheiros cristãos me convidaram a escrever cartas eu o fiz. Mas estes apóstolos do demônio as encheram de vícios, eliminando algumas coisas e acrescentando outras. Não é, pois, de admirar que alguns dentre eles tenham ousado adulterar a palavra do próprio Senhor” (Church History - Dionysius, Bishop of Corinth, and the Epistles which he wrote, vol. IV, Chapter 23, citado por Eusébio).

Acusações deste tipo são muito freqüentes entre os primeiros escritores cristãos e não havia como os autores impedirem que seus escritos fossem alterados. Isso explica porque muitos autores, por vezes, lançavam maldições sobre copistas que modificassem seus textos. Um exemplo clássico disso está no livro bíblico de Apocalipse 22:18-19: “Estou dando testemunho a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste rolo: Se alguém fizer um acréscimo a essas coisas, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste rolo; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do rolo desta profecia, Deus lhe tirará o seu quinhão das árvores da vida e da cidade santa, coisas das quais se escreve neste rolo”. O receio de ter suas narrativas “editadas” era comum entre os autores do Novo Testamento. Essa ameaça descrita acima reflete bem o clima dos primeiros séculos do cristianismo, uma verdadeira baderna teológica, com um monte de seitas e comunidades defendendo ideias diferentes sobre Jesus.

A seita dos Docetas (da palavra grega dokeo, que significa parecer), por exemplo, acreditava que Jesus não teve um corpo físico, apenas parecia um ser humano, mas na verdade era um ser divino. Ele seria um espírito e sua crucificação e morte não passou de ilusão de ótica. Viam uma distinção entre a lei dada por Moisés que não levaria a salvação e o evangelho de Jesus que levaria. Consideravam que a lei judaica e o evangelho de Jesus não tinham nada em comum, sendo a lei para os judeus e o evangelho para os cristãos. Observavam uma grande diferença entre o Deus do Antigo Testamento, julgador, encolerizado e vingativo, do Deus de Jesus que era amoroso, misericordioso e trazia salvação, para eles eram Deuses diferentes.

Já os Ebionitas (Adocionistas) eram judeus convertidos ao cristianismo que insistiam em preservar as leis estipuladas por Deus a Moisés e que Jesus seria o Messias enviado pelo Deus judeu para salvar o mundo. Entendiam que a fé em Jesus não significava uma ruptura com o judaísmo, mas a interpretação correta da religião revelada por Deus a Moisés no Monte Sinai. Acreditavam que Jesus não nasceu filho de Deus, não era divino, mas um ser humano de carne e osso que foi adotado quando adulto pelo Senhor, provavelmente por ocasião do batismo. Para eles Jesus era o Messias judeu enviado pelo Deus judeu ao povo judeu para cumprir a lei judaica, assim, quem quisesse seguir Jesus tinha que ser judeu ou se fosse gentio tinha que ser circuncidado e seguir todos os preceitos da lei.

Os Gnósticos (Separacionistas) do grego “gnosis” ou conhecimento, sustentavam que o conhecimento e não a fé era o que salvava. A pessoa precisava saber como este mundo surgiu, quem você realmente é, de onde veio, quem o colocou aqui e como podemos voltar. Jesus era um ser divino que desceu do plano celestial para transmitir o conhecimento secreto da salvação aos espíritos presos aqui na terra.  Acreditavam numa fusão dos dois conceitos anteriores, Jesus seria dois seres, um completamente humano (o homem Jesus), e outro completamente divino (o Cristo divino). Jesus seria um humano que tinha sido temporariamente habitado por um ser divino entre o momento de seu batismo até o instante de sua morte. Por isso teria dito antes de morrer “Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?”.

Todas estas comunidades cristãs tinham seus escritos apoiando seus conceitos e quando recebiam escritos que apoiavam outras idéias, eles ao copiá-los, sutilmente procuravam modificar alguma palavra ou expressão que pudesse apoiar o conceito de outra comunidade. A primeira tentativa de organizar esse caos das escrituras ocorreu mais de 100 anos após a morte de Jesus. O responsável foi um rico comerciante naval chamado Marcião. Ele nasceu na Turquia, foi para Roma, converteu-se ao cristianismo, virou um teólogo influente e resolveu montar sua própria seleção de textos sagrados. A bíblia de Marcião era bem diferente da que conhecemos hoje. Isso porque ele simpatizava com a seita dos Docetas. A bíblia editada por Marcião continha apenas uma forma do evangelho de Lucas e 10 cartas de Paulo (Bart D. Ehrman, Misquoting Jesus: The Story Behind Who Changed the Bible and Why. Harper San Francisco, 2005. ISBN 0-06-073817-0).

A decisão sobre quais livros deveria fazer parte do cânone não foi tomada da noite para o dia. Quatrocentos anos após a morte de Cristo, no fim do século IV, não havia ninguém que afirmasse que o Novo Testamento consistia dos 27 livros que temos hoje. Na época de Serapião (um monge egípcio de grande erudição e muito inteligente que por certo período dirigiu a famosa Escola Catequética de Alexandria, considerado um santo e falecido por volta de 370 d.C.) surgiu um autor (anônimo por sinal) que tentou definir uma relação de livros que acreditava compor as Escrituras cristãs. Essa lista fragmentada é chamada de Cânone Muratório, em homenagem a L. A. Muratori, estudioso italiano do século XVIII que a descobriu na cidade de Milão. Neste catálogo a primeira parte da lista desapareceu. Após algumas palavras do fim de uma frase descrevendo um dos evangelhos, o autor continua falando de Lucas como "o terceiro livro do evangelho". Ele a seguir identifica João como "o quarto" e prossegue. Portanto, se supõem que a lista começa com Mateus e Marcos, mas não há como afirmar isso categoricamente. O autor desconhecido identifica como canônicos 22 de nossos 27 livros, porém, Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro e 3 João não estão lá. Além disso, neste catálogo está incluído Sabedoria de Salomão e o Apocalipse de Pedro como livros canônicos.

O Cânone Muratório indica que pelo menos um autor da época estava interessado em saber quais livros poderiam ser aceitos como canônicos e que em certos círculos já eram aceitos alguns livros que acabariam sendo considerados canônicos no futuro, apesar de que dois dos livros catalogados como canônicos foram depois excluídos da bíblia. Mas a questão continuou sendo discutida durante séculos. Sabemos disso em parte pelos manuscritos que temos do Novo Testamento. Assim que chegamos ao século VI e VII, os manuscritos passam a ter apenas os livros que hoje são considerados canônicos do Novo Testamento, mas isso não acontece em períodos anteriores. O Código Alexandrino, por exemplo, um famoso manuscrito do século V, inclui como parte do Novo Testamento os livros de 1 e 2 Clemente, supostamente escritos pelo homem que Pedro escolheu como bispo de Roma. E o Código Sinaítico, do século IV, inclui a Epístola de Barnabé e o Pastor de Hermas. O manuscrito chamado P.72 inclui um evangelho supostamente escrito por Tiago, o irmão de Jesus (A natividade de Maria) mais conhecido como protoevangelho de Tiago, 3ª Coríntios e uma homilia do pai da Igreja Melito sobre a Páscoa. 

Vários cristãos de diversas comunidades com vários conceitos diferentes escolheram suas próprias coleções de livros preferidos e passaram a encará-los como os verdadeiros livros inspirados por Deus. Até então, o cristianismo sobrevivia como a fé de uma minoria oprimida dentro do Império Romano. Porém, em 28 de outubro de 312 E.C., o seu destino começou a mudar graças a um homem chamado Constantino. Em franca luta pelo poder, Constantino alegou ter tido uma visão de uma grande luz em forma de cruz e encarou isto como um sinal do Deus cristão. Constantino mandou fazer um estandarte para a batalha sobre a ponte Mílvia na forma de cruz e pintou a mesma forma nos escudos dos soldados. Coincidência ou não, ele venceu esta batalha e algum tempo depois se tornou Imperador Romano. Daí em diante, a perseguição aos cristãos terminou e mais do que isto, o cristianismo passou a se tornar à religião da moda. 

Ele pretendia usar a força crescente da nova religião para fortalecer seu império. Depois de 12 anos consolidando seu poder, Constantino declarou-se cristão, fez pomposas doações a sua nova religião, construiu a basílica de Santa Sofia em Constantinopla e a basílica de São Pedro em Roma. Além disso, sentiu-se no direito de impor a unidade a seus súditos cristãos, colocando ordem na casa de Deus, nessa época ainda dividida sobre questões teológicas. Em 325 E.C., organizou um concilio em Nicéia, onde tentou impor um credo comum. Apesar do cristianismo ter sido declarado a religião oficial do Império Romano somente no fim do século IV pelo imperador Teodósio, Constantino se tornou o primeiro imperador a professar o cristianismo e devido a isso a religião prosperou muito em sua época. A grande verdade que infelizmente a maioria dos religiosos não consegue perceber é que o processo de escolha dos chamados livros canônicos ou "inspirados por Deus" não passou de uma questão de ideias que foram se sobrepujando as outras devido as circunstancias de cada momento histórico. A influência de homens interessados em manter o poder e manipular as massas levou imperadores como Constantino a professar o cristianismo e Teodósio a oficializar a religião. Depois que o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, os livros que estavam mais alinhados com a teologia favorável aos detentores do poder passaram a ser copiados frequentemente, pois tinham o apoio do Império Romano, enquanto os demais livros dos Docetas, dos Ebionitas, dos Gnósticos e de outras seitas foram excluídos e seus autores declarados hereges. Os escribas da igreja não estavam interessados em recopiá-los para a posteridade e sem o apoio do todo poderoso Império Romano foram fadados ao esquecimento. É uma pena que o tempo e as circunstancias tenham desaparecido com muitos textos e relatos sobre a vida de Jesus, por outro lado é emocionante ver a arqueologia desenterrar alguns destes evangelhos tidos como perdidos, pois só poderemos chegar mais perto da verdadeira história de Jesus, comparando todos estes relatos, para termos um quadro mais amplo deste personagem tão intrigante, que apesar de estimular a fé de bilhões de pessoas, pouco se sabe de sua verdadeira história.  

Este texto foi extraído do livro "A BÍBLIA SOB ESCRUTÍNIO", para adquiri-lo CLIQUE AQUI!

Participe de nossa enquete. Sua opinião é muito importante para nós! Clique Aquie de seu voto.

Publicado em APÓCRIFOS