01 - O ônus da prova. “Ninguém foi capaz de provar a sua inexistência, portanto o Deus X existe”.

Todos os teístas (isto é, as pessoas que acreditam na existência de uma ou mais divindades) afirmam existir alguma divindade, e por isso cabe a eles o ônus da prova dessa afirmação. Se os teístas jamais tivessem afirmado a existência de deuses não haveria a necessidade de nega-los. Se as pessoas inventam um Deus não somos nós que temos de provar que esse Deus não existe. Na realidade são os teístas que tem de apresentar provas deste suposto Deus que eles afirmam que existe.  Em milhares de anos de teísmo, essa prova ainda não foi encontrada, e não há sinal de que um dia venha a ser. Os chamados argumentos de existência não resistem à crítica. Tanto é assim que a crença em Deus tem de ser acompanhada de fé. Se existissem provas irrefutáveis da existência de Deus não seria necessário ter fé, pois, a fé é um sentimento de total adesão a uma hipótese ou crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de prova, evidência ou critério objetivo de verificação que comprove a veracidade disso.

Há outros motivos para que o ônus da prova caiba aos teístas. De todas as coisas cuja existência se pode conjeturar tudo indica que apenas uma ínfima minoria existe de fato. Sabemos que existe um jogador de futebol famoso chamado Neymar, mas não deve haver uma pessoa idêntica a ele em todas as suas moléculas como também não deve haver um Neymar com o dobro do tamanho do original ou um Neymar minúsculo do tamanho de um rato. Em suma, para cada coisa que existe de fato, há infinitas outras que não existem. A existência, portanto, é uma qualidade extremamente rara dentre todas as entidades que se pode imaginar. Tomando uma entidade imaginada ao acaso, a probabilidade é de que ela não exista. Assim, se assumirmos que devemos aceitar a existência de alguma coisa até que sua inexistência seja provada, então certamente vamos chegar à conclusão de que existe um Neymar roxo e outro com bolinhas azuis, já que não podemos provar a inexistência deles. Essa atitude certamente nos levará a uma enorme quantidade de erros de avaliação. Vamos acertar com muito, mas muito mais frequência se tomarmos a inexistência como a posição padrão e só aceitarmos a existência se ela nos for provada.

De fato, é isso que fazemos todos os dias, em especial no que diz respeito a alegações extraordinárias. Alegações extraordinárias requerem provas extraordinárias. Se alguém afirma que consegue flutuar no ar sem ajuda de equipamentos, não será levado a sério antes que possa provar o que diz. O mesmo se dá com divindades. Se você é monoteísta, também não leva a sério as alegações de existência de todos os demais deuses além do seu. Se eu afirmasse que existe um unicórnio rosa vivendo em uma das luas de Júpiter ou que existe um pequeno bule voador que orbita a estrela Próxima Centauri, o fato de que minha afirmação não pode ser refutada não quer dizer que seja verdadeira. Com toda certeza a maioria das pessoas iria considerar tais afirmações como tolice. Entretanto, se tais afirmações estivessem em livros antigos considerados sagrados, ensinadas como verdade todo domingo em igrejas e instiladas na mente das crianças desde cedo, com certeza a maioria acreditaria. É mais ou menos isso que acontece com a afirmação da existência de Deus.

Portanto o argumento “ninguém foi capaz de provar a sua inexistência, portanto o Deus X existe” tenta inverter o ônus da prova. Com ele, podemos provar a existência de absolutamente qualquer coisa: “ninguém foi capaz de provar a inexistência do coelhinho da páscoa, então ele existe” ou “ninguém foi capaz de provar a inexistência da mula sem cabeça, então ela existe.” Inverter o ônus da prova pode parecer um pedido justo, mas sabemos que não existe prova de inexistência para grande parte das coisas inexistentes, portanto como provar a inexistência de algo? Os próprios teístas aceitam que o ônus da prova é de quem afirma a existência quando confrontados com pessoas que crêem em outros deuses. Os cristãos também não conseguem provar a inexistência dos deuses do hinduísmo, por exemplo, mas isso não os faz aceitar a existência de Shiva, Vishnu ou Brahma. Da mesma forma, não espere a crença de um ateu pelo fato de não se conseguir provar a inexistência de Deus.

02 – A questão da fé. “Sabemos da existência do Deus X através da fé”

Com muita frequência se afirma que a fé dá provas, ou que a própria fé é uma prova. Mas é fácil perceber que ter fé é somente uma atitude, interna e pessoal como todas as atitudes. Ela nada nos diz sobre a realidade externa ao indivíduo. Se eu tiver fé que o Papai Noel existe, isso mostra que ele existe ou que eu me recuso obstinadamente a aceitar sua inexistência? A fé não dá respostas, ela apenas impede as perguntas. “Ter fé” é apenas uma expressão bonita para o que significa apenas e tão-somente desligar-se da realidade. E as próprias pessoas de fé reconhecem que ela não prova nada quando são confrontadas com outra fé diferente. Atualmente existe cerca de um bilhão de muçulmanos no planeta, muitos deles com fé profunda no islamismo. Mas isso não parece fazer a menor diferença para os dois bilhões de cristãos, e vice-versa. Se a fé apontasse a verdade com um mínimo de segurança, ela não estaria dirigida a dois sistemas incompatíveis de crenças. Se a fé apontasse a verdade com um mínimo de segurança, ela não estaria dirigida aos milhares de deuses e religiões que existem e já existiram.

03 – Os supostos milagres. “Sei que o Deus X existe porque ele faz (ou fez) milagres”

Como muitas supostas provas de existência divina, esta contém uma hipótese oculta, a hipótese de que só deuses fazem milagres, em especial, o deus cuja existência se está tentando provar. Um milagre poderia provar a existência de Thor, Amon-Rá, Tupã ou qualquer outro deus. E se a mula-sem-cabeça também for milagrosa, então os milagres poderiam provar a existência da dita mula. Portanto, tal raciocínio vale para qualquer Deus, inclusive aquela deidade que você não acredita.

Além disso, é preciso considerar que a afirmação de que existem milagres também é extremamente problemática, essencialmente por dois motivos. O primeiro é a chamada terceira lei de (Arthur C.) Clarke: “qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de mágica”. Em outras palavras, qualquer candidato a milagre pode ser apenas o produto de uma tecnologia avançada, que nós desconhecemos. A partir do momento que entendemos tal tecnologia ela deixa de ser um milagre. Daí vem o ditado de que “para os peixes do aquário, quem troca a água é Deus”.

O outro problema com os alegados milagres é que simplesmente não existe nenhum caso cuja comprovação seja sólida o suficiente para uma prova tão importante quanto essa. Não existe um milagre que tenha uma comprovação incontestável. Eventos que se imaginam ser milagrosos sempre podem na realidade ser o produto de mentiras, enganos, desconhecimento de leis naturais, informações incompletas ou errôneas, ou ainda uma combinação desses fatores.

04 – Falácia da ignorância. “Se o Deus X não existe de onde veio tudo?”

A afirmação acima constitui a falácia da ignorância: só porque se ignora a existência de respostas a um problema, isso não significa que possamos adotar a resposta que bem entendemos. Por exemplo, até muito recentemente na história humana, era perfeitamente lícito usar argumentos como “mas se Zeus não existe de onde vêm os raios?”. Com certeza os antigos gregos usaram muito esse argumento quando eram questionados sobre a existência de Zeus. Na época as pessoas desconheciam ciências como a meteorologia e o eletromagnetismo. Mas esse tipo de argumento hoje não faz mais sentido. A humanidade já tem conhecimento suficiente para entender como acontecem os raios. Aqui fica claro que o desconhecimento de meteorologia e eletromagnetismo não é uma prova da existência de Zeus. O mesmo se dá quando o argumento se refere a outros deuses, ou a outros fenômenos de origem desconhecida para o interlocutor.

Fenômenos climáticos e sísmicos já estiveram muito em moda, mas atualmente estão em baixa por que já é de conhecimento geral que existem explicações 100% naturais e até triviais para o clima e os terremotos. Hoje em dia a falácia da ignorância usa outras coisas como “o homem”, “a vida”, “a Terra”, “o universo”, para tentar provar a existência de Deus e o motivo é claro: Deuses sempre foram chamados para explicar o desconhecido, e todo deus que cumpre essa função tem um nome: o deus das lacunas. Isso porque esse deus preenche as lacunas do conhecimento de uma época. O problema é que à medida que o conhecimento científico avança, ele preenche essas lacunas, tomando o lugar dos deuses e deixando cada vez menos espaço para eles. Quem acredita no divino porque não sabe de onde veio a vida está agindo de maneira idêntica a quem acreditava no divino por não saber de onde vem a chuva.

Só muda o objeto da ignorância. Dar o nome de “Deus” à própria ignorância não parece ser uma boa ideia. Além disso, existe o agravante de que já existem respostas bastante sólidas, apoiadas em um amplo espectro de evidências independentes que se confirmam mutuamente, a respeito da formação de nossa espécie, assim como de estrelas e planetas, inclusive a Terra e o nosso sol. A ciência do século vinte foi extremamente útil para dar as primeiras respostas sobre o surgimento da vida e do universo.

Assim que essa fronteira for rompida, e tivermos as respostas completas para estas questões seria lógico sepultarmos esse argumento da ignorância. Entretanto, se o passado nos serve de guia, parece que o argumento da ignorância continuará popular e as pessoas que creem em deuses se agarrarão a outro mistério ainda não desvendado. Pelo visto, o argumento da ignorância continuará imune às incontáveis lições que a história nos deu sobre os cada vez menores deuses das lacunas. O fato de os deuses encolherem quando a ciência avança é um dos diversos motivos pelos quais muitos ateus entendem que ciência e religião são incompatíveis.

05 – A suposta falta de sentido. “Se o Deus X não existe, a vida não tem sentido.”

Muitas pessoas usam esse argumento, mas poucas pessoas notam que isso não é um argumento: é apenas a expressão do desejo pessoal de que esse deus exista para dar sentido à sua vida. E não se deve confundir como desejamos que o mundo seja com a maneira como ele realmente é. Quem pensa assim está apenas afirmando que sua vida pode não ter sentido. A afirmação nada nos diz sobre a existência desse deus. Da mesma forma, quem diz “se não existe um milhão de dólares na minha conta, então a vida não tem sentido” definitivamente não está provando a existência daquele milhão de dólares.

Esse tipo de pensamento se chama “raciocínio desejoso”, que ocorre quando o desejo de que certa coisa seja verdade acaba levando à crença de que ela seja verdade. Este raciocínio peca por assumir como verdadeira a ideia de que a vida não tem sentido sem deuses. O fato é que existem centenas de milhões de ateus no mundo, e nada indica que suas vidas estejam vazias de sentido. Aqui também pode estar em curso o preconceito contra os ateus, ou também o fato de que a vida potencialmente sem sentido é a do próprio indivíduo que crê.

06 – A Aposta de Pascal. “Se você acreditar na existência do Deus X poderá ir para o paraíso, caso ele exista; caso ele não exista você não tem nada a perder acreditando nele. Por outro lado, se você não acreditar e ele existir, irá para o inferno.”

Esse é mais um “não argumento”, pois nada nos diz a respeito da existência de deuses. É apenas uma consideração calculista de como agir com relação ao ateísmo, considerando custos e benefícios. Ainda que fosse verdade que é vantajoso acreditar em deuses (e não é), os ateus estão na busca imparcial da verdade, e não de mentiras com grandes potenciais de ganho. Mas analisemos o caso mesmo assim: será o teísmo realmente mais vantajoso do que o ateísmo? Essa proposta chamada aposta de Pascal está cheia de falhas. Em primeiro lugar, Pascal desconhecia ou preferia ignorar a existência de muitos outros deuses além da divindade específica do cristianismo. Como a aposta não indica em qual deus crer, o crente ainda tem uma escolha muito problemática. Se ele escolher crer no Deus X para evitar o inferno X, mas na realidade existir o inferno Y do Deus Y? Ou seja: a aposta pode sair pela culatra porque o indivíduo acreditou no inferno errado, motivo pelo qual esse problema é conhecido por “evitar o inferno errado”.

Não devemos esquecer de que não é verdadeira a ideia de que nada se perde acreditando em um deus que não existe. As pessoas dedicam enormes quantidades de tempo, dinheiro e energia em atividades ligadas a essa crença, isso para não falar nas pessoas que morrem ao rejeitar a medicina em favor de curas milagrosas, nas guerras religiosas que sempre assolaram a humanidade, nas Cruzadas, a Inquisição, perseguições contra religiosos e ateus por motivos religiosos, o sofrimento dos indivíduos por desobedecer entidades que não existem, a discriminação contra mulheres e homossexuais… a lista é longa.

Além disso, se é verdade que para o religioso nada se perde acreditando em mentiras, então quem tem sérias explicações a dar é o religioso, e não o ateu. Você acha que realmente nada se perde acreditando numa mentira? Caso o deus em questão seja onisciente, temos mais um problema, pois ele também teria que ser ingênuo ou burro o suficiente para aceitar como válida uma crença formada a partir de um cálculo de conveniência. E mais: para a aposta funcionar, seria necessário que conseguíssemos acreditar naquilo que na verdade não acreditamos, por um puro ato de vontade. Você seria capaz de acreditar realmente na mula sem cabeça se isso supostamente significasse que você vai ganhar um presente? Os problemas não cessam aí, pois o argumento assume que só existem deuses do tipo que recompensam a crença e punem a descrença. Suponhamos que na realidade existam deuses que valorizem a intelectualidade e a busca honesta da verdade, e que esse suposto Deus recompense a pessoa não pela fé, mas pela busca honesta da verdade. Nesse cenário, a melhor aposta é mesmo descrer.

Por fim, caso existisse mesmo um deus que punisse seres humanos eternamente por “crimes de opinião”, independentemente de quão boas e justas tenham sido suas vidas, então esse não seria um deus digno de ser adorado.

07- Todo mundo acredita em Deus. “Todas as civilizações têm religião. Isso mostra que Deus existe.”

Não, não mostra. Uma mentira repetida mil vezes não vira verdade, assim como um erro muito popular não se torna um acerto. Além disso, é falso que todas as civilizações têm religião (a tribo dos Pirahãs, por exemplo, aqui mesmo no Brasil, não tem crença em nenhuma divindade. Curiosamente, um missionário inglês destacado para convertê-los acabou se tornando ateu.) e é obviamente falso que “todo mundo” acredita em algum deus — quanto mais no deus dos cristãos.

Para cada cristão existem hoje dois não-cristãos. Se muita gente tem a impressão de que não existem ateus é porque muitos descrentes se sentem forçados a ficar “no armário” devido ao preconceito e à discriminação que sofrem. Os cerca de 2% de ateus no Brasil correspondem a quase o triplo do número de umbandistas, judeus e budistas juntos. A idéia de que a popularidade de uma crença prova sua veracidade, ou ao menos é um bom indicador, também é uma falácia. A falácia da popularidade. Muitas crenças que já foram bastante populares no passado, hoje estão desacreditadas. Tanto crenças sobre a natureza como sobre a moral: a idéia de que é certo escravizar ou subjugar certos grupos de pessoas e a idéia de que a Terra é plana ou de que o Sol gira em volta dela são alguns dos exemplos mais conhecidos. O próprio cristianismo já foi uma crença de um pequeno grupo de pessoas em uma época em que os deuses do Olimpo faziam muito mais sucesso. Utilizando a falácia da popularidade, seríamos levados a concluir que naquela época Zeus e Hércules realmente existiam, já que a crença neles era popular.

08 - Deus é como o amor: “você não pode provar que ele existe, mas sabe que ele está lá”.

A analogia é realmente muito boa, mas só prova que, assim como o amor, esse deus só existe dentro da cabeça das pessoas, e não fora. O amor é um estado mental químico causado por um fluxo de substâncias químicas fabricadas no corpo da pessoa apaixonada. Entre as substâncias, estão a adrenalina, noradrenalina, dopamina, oxitocina, vasopressina, serotonina e as endorfinas. Na realidade esse argumento serve para deixar bem claro que nem tudo que sentimos intensamente existe fora de nós. O mesmo vale para todos os outros sentimentos e sensações que conhecemos: ódio, angústia, felicidade, e tudo que vem dos nossos sentidos. Esses fenômenos povoam nossa mente e nosso mundo e sem dúvida são da maior importância para nós, mas isso não quer dizer que eles vão além das fronteiras do nosso sistema nervoso. O mesmo se dá com os deuses.

09 – Deus é como o vento. “Existem muitas coisas que não podemos ver, mas sabemos que existem: o ar, as bactérias, os átomos, etc. O mesmo se dá com Deus”.

A questão da existência não tem nada a ver com a visão: trata-se de provas ou ao menos evidências. E há muitos tipos de evidências além das visuais. Temos todos os sentidos além da visão, temos a lógica e uma enorme variedade de aparelhos e técnicas que nos ajudam a coletar evidências e provas sobre o ar, as bactérias, os átomos e todas as coisas cuja existência damos como certa. Só na esfera místico-religiosa existem entidades cuja existência há quem aceite pacificamente sem evidências, ou mesmo apesar de evidências contrárias: deuses, anjos, espíritos, fantasmas, almas, “energias”, etc.

Pode-se mostrar a existência do ar através de qualquer um de uma série de experimentos simples. O mesmo vale para bactérias e átomos. Só temos certeza de que eles existem em virtude dos resultados conclusivos desses experimentos, que podem ser reproduzidos em qualquer lugar do mundo, sempre com os mesmos resultados, por pessoas de qualquer crença. Mas no caso de divindades, esses experimentos simplesmente não existem, ou são apenas experiências internas que não podem ser reproduzidas por outras pessoas.

10 – A moralidade. “Todos nós temos um sentido de certo e errado, este apelo moral universal aponta para Deus”.

Muitos afirmam que todos nós temos um sentido do certo e do errado, uma consciência que nos coloca sob uma lei superior. Isto os leva a crer que este apelo moral universal aponta para fora da Humanidade. No caso, segundo eles, Deus colocou em nós esta moralidade inata. Portanto, o fato de termos este senso comum do que é certo e do que é errado seria uma prova da existência de Deus. Entretanto, este argumento também se mostra frágil. Na realidade os sistemas éticos baseiam-se no valor que os humanos atribuíram à vida: “bem” é aquilo que melhora a vida, e “mal” é aquilo que a ameaça. Não precisamos de uma divindade para nos dizer que é errado matar, mentir ou roubar.

Os humanos sempre tiveram o potencial para usar as suas mentes para determinar o que é bondoso e razoável. Não existe um “apelo moral universal” e nem todos os sistemas éticos concordam entre si. Poligamia, sacrifícios humanos, canibalismo (eucaristia), espancamento da esposa, automutilação, guerra, circuncisão, castração e incesto são ações perfeitamente “morais” em algumas culturas. Será que Deus está confuso? Os valores residem no interior dos cérebros físicos, portanto se a moralidade aponta para “Deus”, então nós somos Deus: o conceito de Deus é simplesmente uma projeção de ideais humanos. Aquele velho argumento da moralidade onde muito usam a frase: "Se não existe um padrão moral absoluto, então não existe certo e errado absolutos, sem Deus, não há base ética e a ordem social desintegrar-se-ia” é um argumento a favor da crença num Deus, mas, não é um argumento a favor da existência de um Deus.

A exigência de uma moralidade “absoluta” só vem de religiosos inseguros (Voltaire ironizou: “Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo”). Pessoas maduras sentem-se confortáveis com o caráter relativo do humanismo, visto que este fornece um quadro de referência consistente, racional e flexível para o comportamento humano ético, sem uma divindade. As leis dos países mais desenvolvidos baseiam-se numa constituição secular, não se baseiam na Bíblia. Quaisquer textos bíblicos que apoiem uma boa lei só fazem isso porque passaram no teste dos valores humanos, que são muito anteriores aos ineficazes Dez Mandamentos. Não há evidência de que os teístas são mais morais que os ateus. De fato, o contrário parece ser verdadeiro, conforme evidenciado por séculos de violência religiosa. Em sua maioria, os ateus são pessoas felizes, produtivas e morais. Mesmo que este argumento fosse verdadeiro, seria de pouco valor prático. Cristãos devotos e crentes na Bíblia não conseguem concordar entre si quanto ao que a Bíblia diz sobre muitas questões morais cruciais. Crentes comumente adotam posições opostas em assuntos tais como pena de morte, aborto, pacifismo, controle de natalidade, suicídio medicamente assistido, direitos dos animais, ambiente, separação entre igreja e estado, direitos dos homossexuais e direitos das mulheres. Disso pode concluir-se que ou há uma multiplicidade de deuses distribuindo conselhos morais contraditórios, ou um único deus está irremediavelmente confuso.

Vários livros como "Why good is good" (Por que o bom é bom), de Robert Hinde, "The science of good and evil" (A ciência do bem e do mal), de Michael Shermer, "Can we be good without God?" (Podemos ser bons sem Deus?), de Robert Buckman, e "Moral minds" (Mentes morais), de Marc Hauser, argumentam que nosso senso de certo e errado é uma consequência de nosso passado darwiniano. A seleção natural durante milhões de anos “criou (desenvolveu)” o senso de moralidade que nós temos hoje.

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Publicado em ATEÍSMO

O famoso Argumento Cosmológico Kalām, comumente usado por cristãos, muçulmanos e judeus, se baseia em duas premissas com uma terceira conclusão.

1ª premissa: Tudo que veio a existir tem uma causa.

2ª premissa: O universo teve um começo.

Conclusão: Portanto, o universo tem uma causa.

Os teístas afirmam que esta “causa”, é Deus.

Existem vários ângulos que podem ser analisados quanto estamos refutando esse argumento, mas primeiro, vamos dar uma olhada na terminologia usada. Quando eu uso o termo suposição, eu estou discutindo sobre uma afirmação não provada, que foi estabelecida durante a discussão. Então, meu primeiro problema com o Argumento Cosmológico é que ele se apresenta como sendo baseado em leis universais, entretanto, ele distorce essas leis de forma que o argumento possa assim ser validado. Analisando a primeira premissa, a lei de causa e efeito não se aplica sobre criação da matéria ou da energia, isso nunca foi observado portanto é uma hipótese desconhecida, incontável e não testável. A lei de causa e efeito se aplica aos estados de mudança da matéria, seja isso a reorganização de átomos ou a mudança de estados; de sólido para liquido, gasoso ou vice e versa. Assim como também a transferência de energia, liberando-a seja através de calor, movimento ou som, assim como a armazenando outra vez. Esses são os casos onde as leis de causa e efeito têm sido observadas. Agora a criação da matéria e da energia nunca foi observada. Portanto, esse argumento está cometendo a falácia do equívoco. Temos que separar bem isso, causa e efeito se aplica a MUDANÇA da matéria, pois já foi observado, mas não pode ser aplicada a CRIAÇÃO da matéria que não foi observada, sendo algo desconhecido para o     ser humano. Tecnicamente quando você pinta um quadro ou constrói uma casa, você não está realmente criando coisa alguma a nível atômico, tudo o que você está fazendo é usando algo que já existia e transformando-o em algo novo, em escala maior. Para enfatizar um pouco mais, isso significa que, a lei de causa e efeito não está de forma alguma relacionada à criação nem de energia ou matéria.

O segundo problema que tenho com esse argumento é o uso da Falácia da Súplica Especial. Súplica especial é a falácia na qual as pessoas aplicam padrões, princípios, regras a posição opositora, enquanto espera que sua posição esteja isenta das mesmas regras, sem prover explicações adequadas para a isenção. Se tudo requer uma causa, então nós temos um paradoxo conhecido como regressão infinita. Em termos simples: Quem criou o criador? Essa regressão continuaria para sempre (looping infinito). A única forma que os religiosos acharam para burlar esse paradoxo é declarar que Deus não se restringe a lei de causa e efeito que eles afirmam serem aplicadas ao universo. Da mesma forma podemos declarar que a existência do universo também não se restringe a essas leis. Se o universo passou a existir em algum ponto eu posso dizer que ele pode fazer isso sem a necessidade de um criador. Essa afirmação segue a mesma linha de que Deus é capaz de existir sem um criador. Entretanto, entre essa suposição e a ideia de que o universo passou a existir, eles também necessitam de suposições extras.

Nós vemos que os teístas são deixados com três suposições, lembrando serem apenas suposições.

Deus existe.

Deus não requer um criador.

Deus criou o universo.

Já no caso de supormos que o universo sempre existiu ou que surgiu sem a necessidade de um criador temos apenas uma suposição.

O universo sempre existiu ou surgiu sem a necessidade de um criador

Segundo a ferramenta filosófica da Navalha de Occam “quando se explica algo, nenhuma suposição além do necessário deveria ser feita.” O argumento que puder chegar mais longe respondendo questões com o menor número de suposições é filosoficamente e cientificamente, o superior, e deveria ser aceito até que novas evidências venham à tona. O que eu mostrei com a estabilização do argumento através da rejeição da falácia teísta da Súplica Especial, “de que somente Deus pode existir sem a necessidade de um criador” é que Deus é um passo desnecessário. Adicionando três novas suposições que são desnecessárias em comparação a uma única suposição “de que o universo poderia existir sem um criador.” Sem falar que não importa o quão superior seja meu argumento, se eles provassem a existência de Deus e então propusessem que Deus criou o universo, essas ainda seriam suposições. O Argumento Cosmológico de Kalām requer dos teístas a prova prévia de que Deus existe, de que ele não requer um criador e que ele criou o universo. Assim, o Argumento Cosmológico Kalām torna-se obsoleto como um argumento.

A grande verdade é que ainda não sabemos todos os mistérios do universo. A ciência já fez grandes avanços neste assunto nos últimos 100 anos, mas, ainda a muito a descobrir. A teoria do big bang esclarece muita coisa, entretanto, não sabemos ainda se existia algo antes do big bang, e no caso, o que existia. Já foram formuladas teorias interessantes sobre isso, como a teoria dos multiuniversos, a teoria das cordas, as recentes descobertas quânticas que nos mostraram que é possível matéria surgir do nada, que a soma de energia negativa e positiva no universo é igual à zero (portanto, teoricamente seria possível a energia ter surgido do nada), entre outras descobertas que a ciência tem feito e que nos fazem pensar. Agora, o que a maioria das pessoas fazem é não reconhecer que nosso conhecimento ainda é limitado e passam a CRIAR UM DEUS para preencher essa lacuna que ainda não entendemos. Acho isso uma desonestidade intelectual e uma arrogância muito grande do ser humano inventar um suposto "Deus" e resolver em nossas mentes que ele supostamente "nunca teve principio e nunca teve fim, que ele é atemporal, está além das leis da física, etc..." e colocar este suposto ser nesta lacuna que ainda não compreendemos. O pior de tudo é que este suposto "Deus" que foi criado pela mente humana para preencher esta lacuna que ele não entende, ao invés de resolver o problema, cria outro muito maior. Pois, se partimos do pressuposto de que o universo é complexo demais para ter surgido do nada, o suposto criador do universo é muito mais complexo ainda para ter surgido do nada! Se a complexidade de algo determina que ela necessita de um criador, então o criador, sendo ainda mais complexo do que a criação, irá precisar de um criador também. Assim, partindo por esse raciocínio, ele precisaria ainda mais de uma explicação sobre sua origem! Quem criou o criador? Não podemos usar dois pesos e duas medidas, se o criador sempre existiu, o universo também pode ter sempre existido! Agora se o universo teve um início o suposto criador também teve e não pode ter surgido do nada! Entende a regressão infinita que nos leva esse suposto criador?

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Publicado em COSMOLOGIA

A discussão entre ciência e religião é umas das mais antigas da humanidade. A verdade é que cada cientista tem uma visão diferente sobre as religiões e a possibilidade da existência de um deus. Pensando nisso, separamos reflexões de alguns de cientistas queridos e renomados sobre ateísmo e agnosticismo. Veja abaixo a posição de Sagan, Einstein, Hawking, Tyson e Dawkins sobre o tema:

Albert Einstein

O pai da Teoria da Relatividade afirmou em múltiplas ocasiões acreditar na visão de Deus de acordo com o panteísmo. Trata-se de uma vertente definida pelo filósofo holandês Baruch Spinoza, na qual tudo e todos fazem parte da composição de Deus, refutando a possibilidade de um Deus individual ou antropomórfico. Einstein também se definiu como agnóstico, ou seja, ele reconhecia a possibilidade da existência de um deus – por mais difícil que fosse descobrir se isso é verdade ou não. O cientista escolheu esse caminho em vez do ateísmo porque acreditava ser um ato de humildade. "Você pode me chamar de agnóstico, mas eu não concordo com o espírito do ateu profissional cujo fervor é um ato de dolorosa restrição da doutrinação religiosa da juventude. Eu prefiro ter uma atitude de humildade em relação ao quão pouco entendemos sobre a natureza e nossos próprios seres", escreveu à Guy H. Raner Jr. em setembro de 1949. Recentemente uma carta manuscrita de Albert Einstein, na qual o físico questiona a existência de Deus, foi vendida em Nova York, em um leilão organizado pela Christie's, por US$ 2,89 milhões. Na carta, datada de 1954 e endereçada ao filósofo judeu alemão Eric Gutkind, Einstein refuta quaisquer crenças religiosas. Segundo a Christie's, antes de ser leiloada na terça-feira, o documento já havia sido oferecido em leilão em 2008 e comprada por um colecionador por US$ 404 mil. Na carta ele declara que "a palavra Deus não é nada para mim, mas a expressão e o produto da fraqueza humana, a Bíblia é uma coleção de lendas veneráveis, mas ainda muito primitivas".

Carl Sagan

Assim como Einstein, Sagan negou ser ateu. O fato ficou publicamente conhecido e passou a ser discutido a partir de uma entrevista com o cosmólogo publicada no Washington Post em 1996. "Um ateu tem que saber muito mais do que eu sei. Um ateu é alguém que sabe que não existe um Deus", disse Sagan. Em 2014, Joel Achenbach escreveu uma matéria também para o WP sobre o assunto. Como a cada duas semanas ele recebia pelo menos um e-mail questionando a religiosidade de Sagan, o jornalista decidiu ir além, tentando interpretar melhor o posicionamento do cientista por meio de cartas dele e entrevistas com pessoas próximas a ele. Em uma carta à Robert Pope, Sagan escreveu: "Eu não sou um ateu. Um ateu é alguém que tem evidências persuasivas de que não existe um Deus Judaico-Católico-Islâmico. Eu não sou tão sábio, mas ao mesmo tempo não considero que exista algo próximo à uma evidência adequada para a existência de um deus". David Morrison, aluno de Sagan na época, afirmou que o professor "agia como um ateu, mas rejeitava o rótulo". "Acho que parecia absoluto demais para ele. Ele sempre tentava estar aberto a novas evidências em qualquer assunto", disse, em entrevista ao Washington Post. Já a viúva de Sagan, Ann Druyan, acredita que a frase não está aberta à interpretações: "Carl quis dizer exatamente o que ele disse. Ele não sabia se existia um deus. Ao meu ver, um ateu sabe que não existe um deus ou algo equivalente. Carl estava confortável com o rótulo de 'agnóstico', mas não de ateu".

Stephen Hawking

Hawking se define como ateu. "Eu não sou religioso no senso comum. Eu acredito que o universo é governado pelas leis da ciência. As leis podem ter sido decretadas por Deus, mas Ele não intervém para quebrar as leis", disse o cientista em 2007 para a BBC. Ah, e claro, acredita na supremacia da ciência. "Existe uma diferença fundamental entre a religião, que é baseada na autoridade, e a ciência, que é baseada na observação e na razão. A ciência vencerá porque ela funciona", explicou em outra ocasião, três anos depois, à jornalista Diane Sawyer, no ABC World News.

Neil Degrasse Tyson

O cientista americano se considera um agnóstico. Em ocasiões passadas, o apresentador de Cosmos ressaltou que, se acreditasse em um deus, não seria na forma descrita pelas três maiores religiões monoteístas do mundo. "Todo relato de um poder maior sobre os quais já ouvi, todas as religiões que vi, incluem declarações relacionadas à benevolência desse poder. Quando eu olho para o universo e todas as formas em que o universo quer acabar conosco, acho difícil considerar tal discurso altruísta", disse o cientista. Um dos motivos pelos quais Tyson se declara agnóstico e não ateu é a falta de energia para lidar com o segundo grupo. Em uma entrevista, ele explicou que, ao usar "Deus" em um post no Facebook em 2012, o cientista foi duramente criticado por seus seguidores. "Como alguém como você poderia falar em Deus?", disseram, entre outras coisas. "Estou perfeitamente bem com todas as pessoas religiosas que vivem ao meu redor. Não estou tentando converter as pessoas, não me importo. Somos uma sociedade que permite a pluralidade de religiões e eu estou bem com isso", explicou em uma entrevista. "Só mantenha isso fora da sala de aula de ciência."

Richard Dawkins

Sem dúvidas o cientista é conhecido por ser um dos principais advogados públicos do ateísmo. Em entrevista concedida à GALILEU em 2015, ele explicou o motivo: "Como cientista, eu me sinto apaixonado pela verdade. Eu amo a verdade, ela é tão empolgante. O criacionismo é um insulto ao intelecto, então qualquer cientista vai querer lutar contra isso. Eu nunca quis nada além de lutar contra o criacionismo. Nunca decidi me tornar uma figura pública, mas sempre senti a necessidade de advogar por esta causa e se, por consequência, me tornei uma pequena figura pública, foi incidentalmente".

Fonte: Galileu

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Um pastor evangélico de 31 anos foi preso e se tornou réu no processo no qual é acusado de estuprar quatro adolescentes que frequentavam a sua igreja na Zona Leste de São Paulo. Segundo a acusação feita pelo Ministério Público (MP), o religioso enganava os fiéis, oferecendo suposta "cura física e espiritual" àqueles que fizessem sexo com ele e o "anjo" que dizia incorporar. Preso há mais de um mês, Pedro Jorge dos Santos Teixeira, fundador da Igreja Apostólica dos Mistérios de Deus, em São Mateus, nega a acusação e alega ser inocente. Segundo a denúncia da Promotoria, feita a partir da investigação da Polícia Civil, os abusos foram cometidos entre 2014 até agosto deste ano, quando os adolescentes tinham entre 14 a 17 anos. O 49º Distrito Policial (DP), onde o caso foi registrado, apura se há mais vítimas. Duas meninas e dois meninos acusam Pedro de inventar a história do "anjo" e ainda ameaçá-los de morte para que mantivessem relações sexuais com ele. Contaram que o pastor fingia receber o anjo Camael e prometia uma troca: dizia que a entidade daria crescimento e realizações pessoais a eles se transassem com o apóstolo.

Um dos garotos que fizeram a denuncia gravou vídeo e o encaminhou ao G1 contando que foi abusado pelo líder religioso. “Pedro disse que o anjo Camel [Camael] orientou que eu mantivesse relações sexuais com ele para que essa minha mania pudesse ser extinguida”, fala um estudante de 17 anos, sobre o que o pastor teria lhe dito para acabar com um vício que tinha. Ele não quis revelar, porém, qual era o problema. “Ingênuo, fui com total confiança naquele homem e acabei caindo nessa enganação, nessa mentira dele. E os abusos aconteceram durante dois anos, dos meus 14 aos meus 16 anos”, continua o menor, que foi autorizado por sua responsável, a avó, a conversar com a reportagem. A condição era a de que o nome e rosto dele não fossem divulgados, respeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ), a juíza Tatiane Moreira Lima, do SANCTVS (Setor de Violência Contra Infante, Idoso, Pessoa com Deficiência e Tráfico Interno de Pessoa), aceitou recentemente a denúncia do MP contra o pastor. A magistrada ainda converteu sua prisão temporária em preventiva para que ele fique detido até seu eventual julgamento. O pastor está por estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Atualmente ele está detido no Centro de Detenção Provisária (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Fonte: Portal G1

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Pesquisa da Universidade do Kansas (EUA) feita com 14.500 pessoas revelou que os ateus têm melhor vida sexual que os religiosos. Uns e outros reconheceram as mesmas práticas, como masturbação, sexo oral e uso de pornografia como estímulo. Mas os religiosos não obtêm a mesma vivência prazerosa por causa da culpa que têm durante o sexo, sentimento que se estende pelos dias seguintes. Os psicólogos Darrel Ray e Amanda Brown, os responsáveis pela pesquisa “Sexo e Secularismo”, informaram que, para garantir uma avaliação com baixo índice de distorção, foram selecionadas pessoas que mantêm a mesma frequência semanal de sexo. Em uma escala de 0 a 10, os mórmons apresentaram a maior pontuação de culpa, com 8,19, seguidos por Testemunhas de Jeová, evangélicos pentecostais, adventistas do Sétimo Dia e batistas, nessa ordem. Os católicos tiveram pontuação de 6,34 os luteranos, 5,88. Os ateus apresentaram o mais baixo índice de culpa sexual, 4,71. Os agnósticos ficaram perto, com 4,81. Do total das pessoas que cresceram em lares de forte religiosidade, 22,5% sentem vergonha quando se masturbam. Em relação a quem é de família menos religiosa, o índice é de 5,5%. A pesquisa também apurou que quem deixou de lado a religião e se tornou ateu teve uma melhora significativa na satisfação sexual. Ray disse que ficou surpreso com esse resultado, porque acreditava que as pessoas nunca se livrariam completamente da repressão religiosa.

Fonte: Paulopes

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Domingo, 27 Agosto 2017 14:05

A fé move alucinações

A heroína francesa Joana D’Arc (1412-1431), líder de seu país durante a Guerra dos Cem Anos contra a Inglaterra e santa da Igreja Católica, dizia ouvir vozes — mais de uma vez por semana — que a guiavam em suas estratégias militares, invariavelmente ousadas. Para os fiéis, o fenômeno alimentaria sua íntima ligação com Deus, revelada ainda na infância. A ciência, no entanto, acaba de acenar com outra explicação para o fato. “Figuras históricas, como Joana D’Arc, talvez sofressem de alucinações, que, embora sejam comuns — em média, uma em cada vinte pessoas apresenta esse sintoma —, são associadas por alguns a experiências espirituais”, disse a VEJA o psiquiatra americano Philip Corlett, professor da Universidade Yale, nos Estados Unidos. Corlett coordenou um estudo, publicado no início deste mês, cujo objetivo era justamente provar como os seres humanos são suscetíveis a alucinações, ou seja, “percepções sem estímulos externos”, quando possuem alguma crença, qualquer crença. Na maioria das vezes de cunho religioso, mas nem sempre. 

Fonte: Veja

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O ex-pastor da Igreja Adventista de Hollywood, na Califórnia (EUA), Ryan J. Bell, que lançou um experimento para viver sem Deus há um ano, afirmou recentemente ter concluído que “Deus não existe” e diz que agora está trabalhando duro para chegar mais perto “realidade”. No início do ano, o então pastor anunciou que viveria por um ano como se Deus não existisse, como uma experiência em sua jornada espiritual. Quando revelou sua intenção de viver “sem Deus” por um ano, o pastor foi alvo de muitas críticas, e afirmou que não estava abandonando a fé.  

– Estou animado, porque sinto que isso é uma continuação da minha jornada espiritual. As pessoas parecem pensar que eu estou abandonando a fé, mas na verdade é apenas mais um passo em minha caminhada – afirmou Bell, no início do “experimento”.

Quando iniciou sua experiência, ele destacou ainda sua luta com a sua fé cristã e a dificuldade que tinha em relação à forma que a Igreja Adventista trata os homossexuais e as mulheres. Ele se referiu a si mesmo como um “crítico fiel” empurrando para a inclusão de gays e mulheres na cultura e na liderança da igreja. Porém, no último sábado, Bell revelou a NPR que depois de ter servido como um pastor por 20 anos e ter lecionado em duas universidades cristãs, ele não acha que a base para a sua antiga fé é verdadeira e afirma que agora quer se aproximar da realidade.

– Eu acho, agora, que eu olhei para a maioria dos argumentos que eu fui capaz de encontrar para a existência de Deus. E sobre a questão da existência ou não de Deus, eu tenho que dizer que eu não encontrei algo que seja convincente, em minha opinião. Eu não acho que Deus existe. Eu acho que isso faz mais sentido pelas provas que eu tenho e pela minha experiência – afirmou o ex-pastor.

Apesar de afirmar não crer mais na existência de Deus, Ryan Bell diz continuar sendo a mesma pessoa de antes, e que seus valores pessoais não mudaram. No blog em que relatou este ano “sem Deus”, ele afirma que tem se sentido um pouco estranho com essa nova convicção, mas que continuará como ateu porque “perdeu a é”.

– Eu me preocupo com a justiça e com a igualdade e quero que todos tenham as mesmas oportunidades na sociedade – afirmou.

Fonte: Notícias Gospel

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Ao comentar sobre os apresentadores de talk shows Pedro Bial, Fábio Porchat e Danilo Gentili, o jornalista Luciano Guaraldo os considerou como ateus ou como “descrentes de meia tigela” por não assumirem em público que não acreditam em Deus. Na verdade, dos três, o comediante Porchat é o único ateu assumido, e a religião tem sido um tema recorrente em suas piadas e roteiros. Guaraldo escreveu que o ateísmo do apresentador da TV Globo “veio à tona” no “Conversa com Bial” apresentado na noite de 9 de maio de 2017, quando os entrevistados foram um humorista e dois cantores, todos evangélicos. “Ao fim do papo, Bial convidou o professor Ricardo Mariano para expor sua opinião sobre o crescimento do universo gospel. ‘Um ateu na conversa... Mais um ateu’, soltou o jornalista, em referência sutil ao fato de também não seguir uma religião”, escreveu o jornalista. Guaraldo disse que a revelação, embora sutil, “pegou os fãs de Bial de surpresa”, embora essa não tenha sido a primeira vez em que o jornalista da Globo tenha feito referência ao seu ateísmo. Guaraldo lembrou que em 2011, ao conceder uma entrevista a Marília Gabriela, na GNT, Bial disse: “Tudo o que estudei até hoje me comprova que Deus não existe”. Não era assim que Bial pensava anos antes, em 2002, quando um assaltante deu um tiro em sua direção, e a bala pegou de raspão sua orelha. Naquela época, Bial disse que tinha sido salvo por um “milagre”, embora não gostasse de usar essa palavra. “Achei que tinha morrido. Deus é meu amigo, né? Ele estava entre a bala e eu", disse. De 2002 para cá, muita coisa deve ter ocorrido na cabeça de Bial, a ponto de ele se identificar agora como ateu.

Fonte: Paulopes

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Uma das expressões mais pesquisadas pelos norte-americanos no Google tem a palavra God (Deus), mas não se refere à religião, e sim a um game. Anualmente, God of War é solicitado no buscador 700.000 vezes, em média.

O economista Seth Stephens Davidowitz fez um estudo sobre o que tem sido pesquisado no Google nos últimos dez anos e chegou à conclusão, entre outras, de que cresceu nos Estados Unidos o questionamento sobre a existência de Deus.

Para ele, isso se deve, entre outros motivos, ao crescimento no número de ateus e agnósticos. 

Davidowitz apurou que o ceticismo está implícito em pesquisas como “Por que Deus permite o sofrimento?”, “Por que Deus me odeia”, “Por que Deus nos quer para adorá-lo?”, “Por que Deus não ouve minhas orações?”. E outras buscas correlatas como “Quem criou Deus?” e “De onde Deus vem?”.

Em relação à palavra “próximo”, a expressão relacionada aos Dez Mandamentos “ama o teu próximo” se destaca nas buscas, mas ainda assim fica bem abaixo da “próximo da pornografia”.

Como um ponto fraco do seu estudo, Davidowitz admitiu que é arriscado concluir qual é a intenção de fato de uma pessoa quando pesquisa no Google, por exemplo, de onde Deus vem.

Ele ressaltou, em contrapartida, que, em se tratando de religião, há pessoas que evitam fazer em casa ou na igreja perguntas que exponham suas dúvidas quanto à fé, mas se sentem à vontade para buscar possíveis respostas no Google.

Ele argumentou que, por isso, seu estudo vale mais como um indicador de tendência para o longo prazo.

Davidowitz detectou, também, que houve uma queda de 15% nas buscas para “igreja” na primeira metade desta década, em relação à última metade da anterior.

Um resultado previsível se confirmou: pesquisas sobre Bíblia, Deus, Jesus Cristo, igreja e a oração estão concentradas no Cinturão da Bíblia (uma grande região do sudeste dos Estados Unidos). Em todos os lugares, essas buscas aumentam no domingo.

Fonte: Paulopes

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A Igreja Unida do Bacon informa em seu site que tem 4.000 seguidores em todo o mundo. Ela existe desde 2010. Devidamente legalizada, sua base fica em Las Vegas (EUA). Os fundadores são os ateus John Whiteside (Profeta Bacon) e Johnny Monsarrat(Líder da Doutrina Bacon). ambos na foto abaido. Eles afirmam no site que adoram o deus Bacon, o que pode parece estranho, mas não tanto como acreditar que hóstia se torna em corpo de Cristo. Argumentam que ao menos o bacon é real, diferentemente do deus invisível dos cristãos. A igreja tem 9 “Bacon Mandamentos”.  “Nossa intenção era ter 10 mandamentos, mas faltou espaço nas tábuas.” Além de adorar o deus Bacon, os mandamentos incluem “seja ético”, “seja bom”, “divirta-se” e lute contra a discriminação aos ateus. A igreja promove casamentos seculares criativos sem nada cobrar. A igreja não aceita doação para si mesma. Quem quiser colaborar poderá doar US$ 500 a uma entidade de caridade de uma lista recomendada pela igreja. Em 2014, seguidores da igreja doaram US$ 25 mil para a Fundação Educação James Randi e Aliança Secular de Estudantes. Também destinaram US$ 24 mil para a Coalizão Secular para America e Ateus Americanos e US$ 12 mil para campanha de combate ao câncer. A Igreja do Bacon também promove outras cerimônias seculares, como batismo e serviços funerários. Embora legal, a igreja não usufrui de isenção tributária e defende o fim desse privilégio às religiões. A igreja diz que não discrimina ninguém. Aceita quem adora o bacon vegetal e aqueles que tenham outro deus.

Fonte: PaulopesUnited Church of Bacon.

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Terça, 14 Novembro 2017 12:39

Dez mitos e verdades sobre o Ateísmo

Várias pesquisas indicam que o termo “ateísmo” tornou-se tão estigmatizado nos EUA que ser ateu virou um total impedimento para uma carreira política (de um jeito que sendo negro, muçulmano ou homossexual não é). De acordo com uma pesquisa recente da revista Newsweek, apenas 37% dos americanos votariam num ateu qualificado para o cargo de presidente. Ateus geralmente são tidos como intolerantes, imorais, deprimidos, cegos para a beleza da natureza e dogmaticamente fechados para a evidência do sobrenatural. Nos Estados Unidos, impressionantes 87% da população americana alegam “nunca duvidar” da existência de Deus; menos de 10% se identificam como ateus e suas reputações parecem estar deteriorando. Tendo em vista que sabemos que os ateus figuram entre as pessoas mais inteligentes e cientificamente alfabetizadas em qualquer sociedade, é importante derrubarmos os mitos que os impedem de participar mais ativamente do nosso discurso nacional.

 

1 - Ateus acreditam que a vida não tem sentido.

Pelo contrário: são os religiosos que se preocupam frequentemente com a falta de sentido na vida e imaginam que ela só pode ser redimida pela promessa da felicidade eterna além da vida. Ateus tendem a ser bastante seguros quanto ao valor da vida. A vida é imbuída de sentido ao ser vivida de modo real e completo. Nossas relações com aqueles que amamos têm sentido agora; não precisam durar para sempre para tê-lo. Ateus tendem a achar que este medo da insignificância é bem  insignificante.

 

2 - Ateus são responsáveis pelos maiores crimes da história da humanidade.

  • Pessoas de fé geralmente alegam que os crimes de Hitler, Stalin, Mao e Pol Pot foram produtos inevitáveis da descrença. Porem, não devemos confundir ateísmo com comunismo (socialismo). Ateísmo é simplesmente a não crença em deidades. Comunismo é mais complexo do que isso, trata-se de uma ideologia política e socioeconômica baseada na propriedade coletiva dos meios de produção que inclui o fim da propriedade privada. Houve uma grande diferença entre o Comunismo (socialismo) na teoria e na prática, que na maioria das vezes culminou em ditaduras totalitárias que cometeram inúmeras atrocidades na tentativa de manter-se no poder. Portanto, tais regimes não mataram EM NOME DO ATEÍSMO, visto que o ateísmo não possui nenhum livro que manda matar os que não são ateus, não possui ideologia política nem socioeconômica. Existem ateus que preferem o sistema político capitalista e existem ateus que preferem o sistema político socialista. Tais regimes totalitários passaram a ser muito parecidos com o sistema religioso pois eram dogmáticos ao extremo e geralmente originaram cultos e veneração a personalidades que são a essência da adoração religiosa. O problema com o fascismo e o comunismo não é que eles eram críticos demais da religião, o problema é que eles eram muito parecidos com religiões. Auschwitz, o gulag e os campos de extermínio não são exemplos do que acontece quando humanos rejeitam os dogmas religiosos, são exemplos de dogmas políticos, raciais e nacionalistas andando à solta. Não houve nenhuma sociedade na história humana que tenha sofrido porque seu povo ficou racional demais.

 

3 - Ateus são dogmáticos.

Judeus, cristãos e muçulmanos afirmam que suas escrituras eram tão prescientes das necessidades humanas que só poderiam ter sido registradas sob orientação de uma divindade onisciente. Um ateu é simplesmente uma pessoa que considerou esta afirmação, leu os livros e descobriu que ela é ridícula. Não é preciso ter fé ou ser dogmático para rejeitar crenças religiosas infundadas. Como disse o historiador Stephen Henry Roberts (1901-71) uma vez: “Afirmo que ambos somos ateus. Apenas acredito num deus a menos que você. Quando você entender por que rejeita todos os outros deuses possíveis, entenderá por que rejeito o seu”.

 

4 - Ateus acham que tudo no universo surgiu por acaso.

Ninguém sabe como ou por que o universo surgiu. Aliás, não está inteiramente claro se nós podemos falar coerentemente sobre o “começo” ou “criação” do universo, pois essas ideias invocam o conceito de tempo, e estamos falando sobre o surgimento do próprio espaço-tempo. A noção de que os ateus acreditam que tudo tenha surgido por acaso é também usada como crítica à teoria da evolução darwiniana. Como Richard Dawkins explica em seu maravilhoso livro, “Deus, um Delírio”, isto representa uma grande falta de entendimento da teoria evolutiva. Apesar de não sabermos precisamente como os processos químicos da Terra jovem originaram a biologia, sabemos que a diversidade e a complexidade que vemos no mundo vivo não é um produto do mero acaso. Evolução é a combinação de mutações aleatórias e da seleção natural. Darwin chegou ao termo “seleção natural” em analogia ao termo “seleção artificial” usada por criadores de gado. Em ambos os casos, seleção demonstra um efeito altamente não-aleatório no desenvolvimento de quaisquer espécies.

 

5 - Ateísmo não tem conexão com a ciência.

Apesar de ser possível ser um cientista e ainda acreditar em Deus — alguns cientistas parecem conseguir isto —, não há dúvida alguma de que um envolvimento com o pensamento científico tende a corroer e não a sustentar a fé. Tomando a população americana como exemplo: A maioria das pesquisas mostra que cerca de 90% do público geral acreditam em um Deus pessoal; entretanto, 93% dos membros da Academia Nacional de Ciências não acreditam. Isto sugere que há poucos modos de pensamento menos apropriados para a fé religiosa do que a ciência.

 

6 - Ateus são arrogantes.

Quando os cientistas não sabem alguma coisa (como por que o universo veio a existir ou como a primeira molécula autorreplicante se formou ), eles admitem. Na ciência, fingir saber coisas que não se sabe é uma falha muito grave. Mas isso é o sangue vital da religião. Uma das ironias monumentais do discurso religioso pode ser encontrada com frequência em como as pessoas de fé se vangloriam sobre sua humildade, enquanto alegam saber de fatos sobre cosmologia, química e biologia que nenhum cientista conhece. Quando consideram questões sobre a natureza do cosmos, ateus tendem a buscar suas opiniões na ciência. Isso não é arrogância. É honestidade intelectual.

 

7 - Ateus são fechados para a experiência espiritual.

Nada impede um ateu de experimentar o amor, o êxtase, o arrebatamento e o temor; ateus podem valorizar estas experiências e buscá-las regularmente. O que os ateus não tendem a fazer são afirmações injustificadas (e injustificáveis) sobre a natureza da realidade com base em tais experiências. Não há dúvida de que alguns cristãos mudaram suas vidas para melhor ao ler a Bíblia e rezar para Jesus. O que isso prova? Que certas disciplinas de atenção e códigos de conduta podem ter um efeito profundo na mente humana. Tais experiências provam que Jesus é o único salvador da humanidade? Nem mesmo remotamente — porque hindus, budistas, muçulmanos e até mesmo ateus vivenciam experiências similares regularmente. Não há, na verdade, um único cristão na Terra que possa estar certo de que Jesus sequer usava uma barba, muito menos de que ele nasceu de uma virgem ou ressuscitou dos mortos. Este não é o tipo de alegação que experiências espirituais possam provar.

 

8 - Ateus acreditam que não há nada além da vida e do conhecimento humano.

Ateus são livres para admitir os limites do conhecimento humano de uma maneira que nem os religiosos podem. É óbvio que nós não entendemos completamente o universo; mas é ainda mais óbvio que nem a Bíblia e nem o Corão demonstram o melhor conhecimento dele. Nós não sabemos se há vida complexa em algum outro lugar do cosmos, mas pode haver. E, se há, tais seres podem ter desenvolvido um conhecimento das leis naturais que vastamente excede o nosso. Ateus podem livremente imaginar tais possibilidades. Eles também podem admitir que se extraterrestres brilhantes existirem, o conteúdo da Bíblia e do Corão lhes será menos impressionante do que são para os humanos ateus. Do ponto de vista ateu, as religiões do mundo banalizam completamente a real beleza e imensidão do universo. Não é preciso aceitar nada com base em provas insuficientes para fazer tal observação.

 

9) Ateus ignoram o fato de que as religiões são extremamente benéficas para a sociedade.

Aqueles que enfatizam os bons efeitos da religião nunca parecem perceber que tais efeitos falham em demonstrar a verdade de qualquer doutrina religiosa. É por isso que temos termos como “wishful thinking” e “auto-enganação”. Há uma profunda diferença entre uma ilusão consoladora e a verdade. De qualquer maneira, os bons efeitos da religião podem ser certamente questionados. Na maioria das vezes, parece que as religiões dão péssimos motivos para se agir bem, quando temos bons motivos atualmente disponíveis. Pergunte a si mesmo: o que é mais moral? Ajudar os pobres por se preocupar com seus sofrimentos, ou ajudá-los porque acha que o criador do universo quer que você o faça e o recompensará por fazê-lo ou o punirá por não fazê-lo?

 

10 - Ateísmo não fornece nenhuma base para a moralidade.

Se uma pessoa ainda não entendeu que a crueldade é errada, não descobrirá isso lendo a Bíblia ou o Corão, já que esses livros transbordam de celebrações da crueldade, tanto humana quanto divina. Não tiramos nossa moralidade da religião. Decidimos o que é bom recorrendo a intuições morais que são (até certo ponto) embutidas em nós e refinadas por milhares de anos de reflexão sobre as causas e possibilidades da felicidade humana. Nós fizemos um progresso moral considerável ao longo dos anos, e não fizemos esse progresso lendo a Bíblia ou o Corão mais atentamente. Ambos os livros aceitam a prática de escravidão e ainda assim seres humanos civilizados agora reconhecem que escravidão é uma abominação. Tudo que há de bom nas escrituras (como a regra de ouro, por exemplo) pode ser apreciado por seu valor ético, sem a crença de que isso nos tenha sido transmitido pelo criador do universo.

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