Vamos falar primeiro de nosso planeta

A grande maioria das órbitas dos planetas são instáveis e os que têm uma órbita estável ou estão muito próximos de sua estrela sendo extremamente quente ou muito distantes sendo extremamente frio. Alguns dos pouquíssimos planetas que estão na chamada zona habitável como a nossa terra tem uma fina crosta sob um manto de larva derretida que constantemente é lançada para cima através dos vulcões lançando gases tóxicos e larvas vulcânicas que destroem toda vida em sua volta. Além disso, essa fina crosta é cheia de rachaduras formando as placas tectônicas que constantemente entram em atrito causando grandes terremotos devastadores para a vida. Estes terremotos podem acontecer no fundo dos oceanos causando terríveis tsunamis que matam milhares de pessoas.  Não podemos deixar de mencionar nossa atmosfera que a milhares de anos vem provocando enchentes, tornados, furações, raios, chuvas devastadoras e secas mortais. A ação do homem pode aumentar esses fenômenos climáticos, mas, eles sempre existiram na história de nosso planeta. Não podemos viver em 70% de nosso planeta formado por gigantescos oceanos. Nos 30% restantes grande parte é formado por inóspitos desertos ou calotas polares. Portanto, podemos morrer de fome ou congelados nesta parte que nos resta. Realmente nosso planeta não favorece a vida, pois 99% de toda vida que já existiu foi extinta. Nosso planeta já teve diversas extinções em massa, pandemias, doenças, mudanças climáticas, sem falar que nosso planeta é uma galeria de tiro ao alvo constantemente alvejado por asteroides, cometas e meteoros assassinos que dependendo do tamanho causam catástrofes colossais. Veja quanto tempo levou para que vida multicelular pudesse surgir desde o começo de nosso planeta, aproximadamente 3,5 bilhões de anos.  Nossa estrela, o sol, como qualquer estrela tem um tempo de vida e daqui a 7,5 bilhões de anos vai apagar acabando com toda perspectiva de vida em nosso planeta, mas, antes disso o sol vai crescer brilhar muito mais e quase derreter nosso sistema solar. Com certeza isso não tem nada de design inteligente!

Vamos falar agora do universo.

Vivemos em um cosmos extremamente hostil ao desenvolvimento da vida. A maioria dos lugares no universo mata a vida instantaneamente, seja por extremo calor, frio ou radiação. Tem pessoas que falam sobre as forças da natureza que estão perfeitamente alinhadas para a vida, falam do famoso “ajuste fino” no cosmos que favorece a vida, mas, se você estudar o universo vai perceber que é justamente o contrário, na imensa maioria do universo não ha condições de vida. A órbita de nossa galáxia nos deixa perto de uma supernova a cada centena de milhões de anos, portanto, de tempos em tempos somos obrigados a passar perto de uma supernova, que varrerá nossa camada de ozônio matando toda vida na superfície.  Além disso, estamos em rota de colisão com a galáxia de Andrômeda, o que destruirá nossa galáxia. Sem contar que estamos em um universo em expansão só de ida que por fim sucumbirá ao esquecimento já que a temperatura do universo se aproxima de forma assintomática do zero absoluto.  Com certeza isso não tem nada de design inteligente!

Agora é a vez do nosso corpo

Nosso corpo é extremamente frágil e observamos a natureza nos matando. Eu poderia ficar o dia inteiro aqui falando de doenças como leucemia infantil agressiva, hemofilia, anemia falciforme, esclerose múltipla, epilepsia, Parkinson, Alzheimer, diversos tipos de câncer, a velhice com perda de visão, audição, dentes caindo, o colapso do organismo. Nós exaltamos tanto o olho humano, mas existem animais com olhos bem mais aguçados que os nossos. Nosso olho não consegue detectar campos magnéticos, CO, CH4, CO2, radiação ionizante, estamos completamente vulneráveis a radiação ionizante. Sem falar dos defeitos congênitos, fetos abortados, fetos com anomalias, alguns chegam a nascer com o coração para fora, grudados (siameses), sem cérebro (anencefálicos), sem falar em outros problemas como síndrome de down, autismo. Nós comemos, respiramos e bebemos pelo mesmo canal em nosso corpo, isso garante que milhares vão morrer engasgados todos os anos. Os golfinhos, por exemplo, são mamíferos que respiram e comem por canais diferentes, mas nós não tivemos essa sorte.  Não podemos nos esquecer dos órgãos vestigiais (sem uso) em nosso corpo como os dentes siso, mamas masculinas, membrana nictitante, apêndice vermiforme, músculo plantar, décima terceira costela, cóccix, entre outros. Com certeza isso não tem nada de design inteligente!

A Origem

Foi nos Estados Unidos que surgiu o movimento do design inteligente, uma pseudociência que tinha como objetivo combater o materialismo científico e a Teoria da Evolução usando a estratégia de cunhar um movimento político e social para tentar tirar proveito da primeira emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garante liberdade de culto a todos os cidadãos, e ensinar o design inteligente ao lado da Evolução nas escolas públicas, mas falharam e foram refutados no tribunal  que ficou conhecido como “O Julgamento de Dover”, no qual  foi comprovado que o design inteligente era uma forma de criacionismo disfarçado. Michael Behe, o pai do design inteligente, assumiu que não tinha lido grande parte dos artigos publicados sobre a evolução. O design inteligente não consegue explicar como as espécies surgiram. E o próprio Behe não negou a ancestralidade comum dos seres humanos com os demais primatas, já outros defensores do movimento acreditam na Terra jovem (uma ideia que diz que o planeta Terra tem apenas seis mil anos) e no criacionismo bíblico, os quais deixam explícita a ligação com crenças religiosas. Não tem como testar a ideia de um adepto do design inteligente, isso já mostra que o design inteligente não é uma teoria científica e que não resulta de aplicações do método científico. O design inteligente afirma que processos naturais são incapazes de explicarem a diversidade biológica, mas e isso não é verdade.  A biodiversidade biológica é explicada pela Evolução, e uma forte evidência a favor da Evolução é que existe um padrão de semelhança genética entre todos os seres vivos.

O Cromossomo 2

Além disso, os proponentes do design inteligente simplesmente não conseguem explicar a existência do cromossomo 2 no ser humano, que é resultado da fusão de outros dois cromossomos encontrados nos demais primatas, seria o resultado de um designer inteligente, já que o simples fato de existir em nós um do cromossomo 2 que é resultado da fusão de outros cromossomos existentes nos primatas é uma forte evidência para a evolução. Os proponentes do design inteligente nunca publicaram artigos em revistas sérias como Nature ou Science, não testam hipóteses e não fazem ciência, enquanto os cientistas publicam vários artigos e estudos sobre a evolução em periódicos científicos revisados pelos pares. Por esses motivos o design inteligente não pode ser considerado uma teoria científica, trata-se de uma pseudociência com influência do fundamentalismo religioso.

Complexidade Irredutível

Outro ponto, bem concreto, é que existem explicações plausíveis para a evolução gradual de várias características dos seres vivos, às vezes apontadas como “irredutivelmente complexas”. O livro “Creationism Trojan Horse”, de Barbara Forest e Paul Gross, por exemplo, indica listas e mais listas de artigos científicos que explicam e evolução das cadeias bioquímicas que Behe e seus colegas insistem em chamar de inexplicáveis. Ou, como escrevem os autores, “mostrando que o que Behe diz que não existe, existe”. Graças a Darwin, já não é verdade dizer que as coisas só podem parecer projetadas se tiverem sido projetadas. A evolução pela seleção natural produz um excelente simulacro de design, acumulando níveis incríveis de complexidade e elegância.

Explica o mundo natural?

O Design Inteligente tem a pretensão de explicar o mundo natural — mas as explicações que oferece são dramaticamente incompletas. Por exemplo, o Design Inteligente explica a existência de um tipo de flagelo bacteriano com a ação de um Designer Inteligente, mas não oferece nenhuma informação sobre a forma como o designer pode ter construído o flagelo ou sobre quem esse designer possa ser.

Usa ideias testáveis?

As ideias científicas geram expetativas específicas sobre observações do mundo natural que podem apoiar ou refutar a ideia. No entanto, porque o Design Inteligente não especifica o que o Designer é ou como o Designer opera, não pode gerar expetativas suficientemente específicas para nos ajudar a descobrir se as suas premissas básicas estão corretas ou incorretas. O design inteligente é intestável.

Baseia-se em evidência?

Porque o mecanismo central do Design Inteligente é intestável, não há evidência relevante para a ideia. No entanto, alguns proponentes do DI fizeram reivindicações testáveis que têm mais a ver com desacreditar a evolução do que com o mecanismo do Design Inteligente. Estas reivindicações (por exemplo, que os componentes de flagelos bacterianos não podem funcionar independentemente uns dos outros) foram testadas e refutadas pela evidência.

Envolve a comunidade científica?

Os defensores do Design Inteligente raramente publicaram artigos sobre o DI em revistas científicas estabelecidas, e resistiram a modificar as suas ideias em resposta ao escrutínio da comunidade científica. Esses defensores organizaram-se numa comunidade — mas uma comunidade dedicada a promover a sua ideia, e não a descobrir como o mundo natural realmente funciona.

Conduz a novas investigações?

Até agora, não há casos documentados de investigação sobre o Design Inteligente contribuindo para uma nova descoberta científica. Os proponentes do Design Inteligente, é claro, continuam a escrever sobre a ideia, mas este trabalho não é gerador — ou seja, ele tende a repetir-se e não ajuda a construir explicações novas e mais detalhadas. Os defensores do Design Inteligente tendem a concentrar-se em criticar explicações evolutivas específicas (por exemplo, sobre flagelos bacterianos). Ironicamente, a má aplicação da teoria da evolução e a incompreensão da natureza da ciência inerente a essas críticas foi tão frustrante para biólogos evolucionários, que por vezes aumentaram os seus esforços de investigação nas áreas atacados pelo DI. Hoje em dia sabemos muito mais sobre como o flagelo bacteriano evoluiu do que há dez anos atrás!

Os investigadores comportam-se cientificamente?

Embora haja diversidade dentro do grupo, os proponentes do Design Inteligente geralmente não satisfazem as normas de bom comportamento científico no seu trabalho sobre DI, em vários aspetos. Poucos utilizam conhecimento científico existente. Muitos interpretam erradamente a teoria da evolução e a natureza da ciência, e não compreendem a investigação atual em determinada área antes de a criticarem. Talvez o mais importante, visto que o Design Inteligente é intestável, os proponentes são incapazes de submeter as suas ideias a testes de modo significativo, e não conseguem avaliar se as suas ideias são apoiadas por evidência.

Quem projetou o projetista?

Um dos grandes desafios para o intelecto humano, ao longo dos séculos, vem sendo explicar de onde vem a aparência complexa e improvável de design no universo. A tentação natural é atribuir a aparência de design a um design verdadeiro. No caso de um artefato de fabricação humana, como um relógio, o projetista realmente era um engenheiro inteligente. É tentador aplicar a mesma lógica a um olho ou a uma asa, a uma aranha ou a uma pessoa. Entretanto, a tentação é falsa, porque a hipótese de que haja um projetista suscita imediatamente o problema maior sobre quem projetou o projetista. O problema que tínhamos em nossas mãos quando começamos era o da improbabilidade estatística. Obviamente não é solução postular uma coisa ainda mais improvável. Além disso, invocar um “design inteligente” para explicar o “aparentemente inexplicável” é uma tarefa cômoda, que não requer muita elaboração, tampouco esforço intelectual. Ao longo de sua história, a ciência construiu a base do conhecimento da humanidade fundamentada em fatos comprovados ou refutáveis. O ”design inteligente” não é nem um fato e nem pode ser refutado. Logo, constitui-se em um argumento falso e enganoso, sem qualquer sombra de base científica. Ao contrário do postulado, não há uma teoria a ser contraposta à evolução darwinista, o criacionismo se fundamenta em dogmas religiosos e não pode ser considerada uma teoria científica.

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Um número crescente de elefantes africanos está nascendo sem as presas, por conta de mudanças genéticas geradas pela caça excessiva por conta do marfim. De acordo com informações do jornal The Independent, do Reino Unido, em alguns locais da África, 98% dos animais estão nascendo sem as presas, em comparação ao máximo de 6% nascidos dessa forma no passado. Na última década, quase um terço dos elefantes da África foram caçados ilegalmente para satisfazer a procura de marfim em países asiáticos, particularmente na China. Joyce Poole, diretora da organização Elephant Voices, tem seguido o desenvolvimento da espécie ao longo de décadas e afirmou ter observado uma correlação direta entre a intensidade da caça furtiva e a percentagem de fêmeas que nascem sem presas em algumas das manadas que monitorizou. Entre 2007 e 2014, foram abatidos cerca de 144 mil elefantes, o que deixou a espécie em risco de extinção em algumas zonas. As populações que sobreviveram poderão ficar virtualmente sem presas, como as elefantas asiáticas, alertam os cientistas. No Parque Nacional de Gorongosa, em Moçambique, por exemplo, 90 por cento dos elefantes foram abatidos entre 1977 e 1992, durante a guerra civil do país. Dos que sobraram, quase metade das fêmeas não tem presas e acabam passando o gene sem presa para os filhos. “Fêmeas sem presas são propensas a produzir descendentes sem presas”, afirmou Joyce Poole, chefe da instituição de caridade Elephant Voices. “As presas são usadas para cavar alimentos e água, para desenterrar árvores e galhos e para defesa pessoal. Um elefante sem presas é um elefante aleijado”, informou Poole.

No Parque Nacional dos Elefantes Addo, na África do Sul, o caso é mais extremo: 98% das fêmeas não apresentam presas. Quando o parque foi criado, em 1931, já só restavam 11 elefantes – os outros tinham sido abatidos por caçadores de animais de grande porte. Das oito fêmeas sobreviventes, quatro não tinham marfim. Em 2008, os cientistas descobriram que mesmo entre os animais que tinham presas, estas eram mais pequenas do que as dos elefantes de há um século – cerca de metade desse tamanho. Se, por um lado, o facto de não terem presas os poderá proteger de caçadores, por outro, este fenómeno não deixa de ter outras implicações. As presas são usadas para escavar e procurar comida, água e sais minerais, para desenterrar árvores e ramos e os transportar, para autodefesa e para marcar o território. “Os conservacionistas afirmam que um elefante sem presas é um elefante incapacitado”, comenta a BBC.

Fonte: The Independent

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“Porque, na verdade, não evoluímos do macaco atual, e sim de um antepassado em comum”, explica Neuza Reja Wille de Lima, professora de biologia evolutiva da Universidade Federal Fluminense. Ainda não se sabe exatamente como era esse primata ancestral, apelidado na cultura pop de “elo perdido”. Apenas que ele existiu há 80 milhões de anos e que, a partir dele, seguindo a teoria da seleção natural de Charles Darwin (1809-1882), desenvolveram-se paralelamente o ser humano e todos os macacos que conhecemos. Assim como o homem, os macacos sofreram uma série de evoluções para chegar às espécies atuais.

A árvore da vida

Este esquema, utilizado na biologia, se chama árvore filogenética. Ele simplifica o processo evolutivo de uma ou mais espécies. Cada bifurcação na linha indica um momento (nem sempre definido com precisão pela ciência) em que indivíduos de uma espécie sofreram uma mutação e, ao longo de milhares de anos, acabaram gerando outra espécie distinta. (Você verá abaixo uma árvore filogenética resumida, porque não inclui todas as espécies de primatas conhecidas)

Tatatatatataravô

O Dryopithecus foi um gênero de primatas que viveu há 26 milhões de anos e originou tanto hominídeos (antepassados do ser humano atual) quanto macacos. Tinha dentes caninos maiores do que os do homem, mas menores do que os de outros primatas. Seus membros eram mais curtos e o crânio menos desenvolvido que o dos macacos atuais. Habitava florestas na África.

O impostor

Provavelmente parecido com o orangotango, o Ramapithecus existiu entre 16 e 5 milhões de anos atrás. Só foi identificado nos anos 60, apesar de seus fósseis terem sido encontrados em 1932, na Índia. Por causa dos dentes pequenos, pensou-se que era uma espécie de “transição” entre homens e macacos. Mas essa distinção só ocorreu entre 6 e 8 milhões de anos atrás.

Quase humanos

O Australopithecus é, provavelmente, o parente mais próximo dos humanos atuais. Esse gênero de hominídeo englobava diversas espécies que viveram entre 5 milhões e 11 mil anos atrás. Como nós, andavam em duas pernas e tinham caninos pequenos, mas eram baixos (1,50 m) e seu cérebro era menor. O fóssil mais famoso se chama Lucy e foi achado na Etiópia, em 1974.

Segunda divisão

Por algumas décadas, cientistas achavam que o Homo neanderthalensis (acima) também era um Homo sapiens. Após pesquisas, ele foi reclassificado como outro tipo de hominídeo, que conviveu com o sapiens (e, suspeita-se, até cruzou com ele). Era baixo (1,64 m, em média), com rosto anguloso e comprido e um grande nariz. Surgiu há 300 mil anos, na Europa e na Ásia.

Enfim, nós

O Homo sapiens (homem sábio, em latim) foi a única espécie de hominídeos que não se extinguiu. Sim, somos nós! Os “sabichões” surgiram há cerca de 300 mil anos e consolidaram os traços físicos atuais há 50 mil anos. Têm o cérebro altamente desenvolvido, andam em duas pernas, têm dentes pequenos, adoram bacon e ainda não compreendem as mulheres.

Nossos brothers

Há muitas evidências de que compartilhamos um ancestral com os macacos. Por exemplo, os chimpanzés africanos têm a mesma disposição de órgãos internos, o mesmo número de ossos e quase a mesma configuração genética que o homem (98% de semelhança). E, claro, o polegar opositor, que permite segurar objetos com precisão e transformá-los em ferramentas.

De quem evoluiu o ancestral que tanto humanos e macacos modernos descendem?

Foi de um animal do tamanho de um ratinho, que morava escondido em buracos de árvores, comendo insetos, e que viveu há 100 milhões de anos. Fora isso, sabemos apenas que ele era parecido com pequenos mamíferos que existem hoje em dia, como o musaranho. Esse antepassado distante ainda não era um primata – ordem à qual os macacos e o homem pertencem e cujo primeiro representante só apareceria 40 milhões de anos depois. Esse lapso de tempo é enorme e até hoje ainda não são conhecidas as espécies que completariam esse período da árvore genealógica dos macacos. “Existe um buraco na evolução. Todos os fósseis encontrados, que fariam a ponte entre os insetívoros e os primatas, foram desconsiderados”, afirma o biólogo Walter Alves Neves, da Universidade de São Paulo (USP). O termo “desconsiderado” soa esquisito, mas significa que pesquisas posteriores mostraram que esses fósseis realmente não compunham os elos perdidos tão procurados pelos especialistas. Se essa parte da história evolutiva dos macacos é nebulosa, pelo menos os capítulos mais adiante são bem conhecidos. Ao longo de milhões de anos, os primatas foram crescendo de tamanho e ganharam um cérebro maior. O hábito de viver de galho em galho ajudou nessa última transformação, pois nas árvores os primatas aprimoraram o tato e a visão para fugir de predadores e encontrar comida. A evolução dos sentidos levou esses animais a expandirem uma área do cérebro fundamental para o desenvolvimento de capacidades, como a associação de ideias e o aprendizado. Sem esse avanço, os primatas poderiam não ter sobrevivido e o homem nem sequer pisado na Terra.

A grande família

(Árvore genealógica dos primatas nasceu há 100 milhões de anos)

Primos próximos

Os macacos simiiformes evoluíram a partir de antigos prossímios, ganhando mais agilidade e inteligência. Eles surgiram cerca de 45 milhões de anos atrás. Hoje há perto de 200 espécies desses animais, que se dividem entre os chamados macacos do novo mundo (que habitam as Américas), como o mico-leão, e os do velho mundo (África), como o mandril

Quase humano

O ancestral comum entre humanos e grandes primatas viveu há cerca de 6 milhões de anos e ainda é desconhecido. Há 5 milhões de anos surgiram os primeiros hominídeos: os australopitecos, parecidos com os macacos, mas bípedes. O primeiro ancestral do gênero Homo, o Homo habilis, surgiu 2 milhões de anos atrás e já manipulava bem objetos

Irmão cabeça

Os grandes primatas vieram dos mesmos animais que deram origem aos macacos do velho mundo. A separação entre os ancestrais de um grupo e de outro foi há 25 milhões de anos. Os grandes primatas têm o cérebro maior e mais complexo. Hoje, são os gibões, gorilas, orangotangos, chimpanzés e bonobos – dos quais os dois últimos são nossos parentes mais próximos

Arauto da macacada

Os primeiros primatas, chamados prossímios, surgiram há 60 milhões de anos. Alguns de seus representantes ainda estão por aí, como o moderno társio. Esses animais se diferenciaram de seus ancestrais insetívoros por terem uma dieta mais variada, corpos mais bem adaptados à vida nas árvores e um cérebro bem maior

Pai de todos

Os mais distantes ancestrais dos macacos eram de uma extinta família de insetívoros (animais comedores de insetos) chamada Leptictidae, que viveu entre 100 milhões e 38 milhões de anos atrás. Seus membros se pareciam com o musaranho, um pequeno mamífero moderno. Além dos primatas, eles deram origem a outros animais, como cavalos e bois

Ovelha negra

Os lemurídeos se separaram do tronco evolutivo que deu origem ao társio e aos macacos modernos há mais de 50 milhões de anos, formando uma linhagem própria, que originou os atuais lêmures. Esses animais conservam uma aparência primitiva, com rosto de raposa e corpo de macaco

Fonte: Livros A Origem das Espécies, de Charles Darwin, e Biologia para Leigos, de Donna Rae Sigfried; sites Encyclopedia BritannicaRevista Pesquisa FapespPBSBBCUniversidade de Berkeley e Smithsonian Natural History Museum

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Cientistas conseguiram pela primeira vez analisar o DNA de uma inusitada espécie de mamífero que viveu América do Sul durante a Era do Gelo e determinar sua posição no reino animal - um mistério que já durava mais de 180 anos. Em 1834, Charles Darwin descobriu, na Argentina e no Uruguai, os fósseis do animal pré-histórico que foi batizado de Macrauchenia patachonica. Extinta há apenas 10 mil anos, a espécie foi considerada pelo naturalista britânico como "os animais mais estranhos já descobertos". Intrigado com a bizarra combinação de características do animal - a criatura parecia ter corpo semelhante ao do camelo, cabeça de anta, pescoço e pernas compridas e uma tromba no alto da cabeça -, Darwin pediu ajuda ao renomado paleontólogo britânico Richar Owen para determinar em qual grupo de mamíferos se encaixava a Macrauchenia

Inicialmente, Owen sugeriu um parentesco do animal com a lhama, por causa do pescoço comprido, mas a hipótese foi derrubada assim que se encontraram novos fósseis. Depois de várias tentativas, Owen não chegou a uma conclusão que fosse amplamente aceita e o problema persistiu por quase dois séculos.

Agora, graças a uma nova abordagem usada para recuperar o DNA mitocondrial de um espécime fóssil encontrado no sul do Chile, cientistas conseguiram resolver o mistério da Macrauchenia: um novo estudo confirmou que o animal pertencia ao grupo dos Perissodáctilos, que inclui os cavalos, as zebras, os rinocerontes e as antas.

O novo estudo, publicado nesta terça-feira, 27, na revista Nature Communications, foi liderado pelo especialista em paleogenômica Michi Hofreiter, da Universidade de Postdam (Alemanha), e pelo especialista em mamíferos Ross MacPhee, curador do Museu Americano de História Natural (Estados Unidos).

"O DNA mitocondrial é muito útil para avaliar o grau de parentesco entre as espécies. Nosso estudo corrobora e amplia os resultados de uma outra análise molecular publicada há dois anos, que utilizou as proteínas de colágeno para inferir os parentescos. Como naquele estudo, descobrimos que os parentes vivos mais próximos da Macrauchenia são os Perissodáctilos, grupo que inclui os cavalos, rinocerontes e antas", disse Hofreiter.

Assim, na árvore da vida, uma primeira divisão teria separado o ramo dos Cetartiodáctilos -  ao qual pertencem o camelo, a lhama, a girafa, o veado, os bovinos e os hipotótamos - do grupo que daria origem aos Carnívoros e aos Perissodáctilos. Os Carnívoros incluem os cães, lobos, ursos e felinos, enquanto os Perissodáctilos incluem o ricnoceronte, o cavalo, a anta e, agora, a Macrauchenia.

Abordagem alternativa. O DNA de animais extintos está frequentemente danificado, por isso as análises geralmente exigem que os cientistas completem as lacunas com materiais genéticos de espécies com parentesco evolutivo próximo. Mas, como as "relações familiares" da Macrauchenia eram desconhecidas, nesse caso foi preciso descobrir uma abordagem alternativa.

"Tínhamos um problema difícil de resolver, porque a Macrauchenia não tem nenhum parente realmente próximo entre os animais vivos. Tivemos então que usar uma abordagem que envolve o mapeamento interativo baseado no uso de parâmetros muito rigorosos e o DNA mitocondrial de várias espécies vivas, como referência múltipla para reconstruir as sequências genéticas mais prováveis dos fósseis", explicou outro dos autores, Mick Westbury, da Universidade de Postdam.

Com a nova abordagem, os cientistas conseguiram reconstituir quase 80% do genoma mitocondrial da Macrauchenia. Isso permitiu determinar sua posição filogenética - isto é, onde o animal se encaixa na árvore da vida - entre os Panperissodáctilos. Os ancestrais dos atuais membros do Perissodáctilos já existiam no início do Eoceno, há 55 milhões de anos. Os cientistas tiraram vantagem desse fato para calibrar um relógio molecular e determinar quando ocorreram os eventos de diferenciação  evolutiva.

Assim, os cientistas determinaram que a linhagem da Macrauchenia se separou dos Perissodáctlos modernos há cerca de 66 milhões de anos - mais ou menos na mesma época em que um meteoro caiu na península de Yucatán causando um dos maiores eventos de extinção de todos os tempos e varrendo os dinossauros da Terra.

A evidência molecular corrobora a hipótese de alguns paleontólogos, que acreditam que os ungulados da América do Sul tenham vindo da América do Norte há mais de 60 milhões de anos, provavelmente logo após a extinção em massa que acabou com os dinossauros não-aviários e muitos outros vertebrados. 

Fonte: Estadão

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Um "peixe fora d'água" nem sempre está deslocado de seu ambiente natural, como sugere o ditado popular. A evolução das espécies já registrou, há cerca de 400 milhões de anos, a passagem de algumas espécies do meio aquático para o o terrestre, em um processo que acabou, inclusive, dando origem aos seres humanos. Agora, um estudo da Universidade de Nova Gales do Sul, da Austrália, conduzido pelo cientista Terry Ord e publicado em The American Naturalist, demonstra que esse processo ainda pode ser presenciado com espécies de peixes blênios que possuem comportamento "anfíbio", ou seja, podem respirar fora da água em Rarotonga, a maior das Ilhas Cook, na Oceania, em um exemplo de "evolução em tempo real".

A equipe conduzida por Ord observou que os peixes blênios, nas águas do Pacífico Sul, quando a maré está baixa, geralmente são encontrados nadando nas bordas da ilha, em piscinas naturais que se formam nas rochas. Quando a maré sobe, porém, os animais se movem para as rochas secas e ali permanecem até que a maré baixe. A primeira hipótese aventada pelos pesquisadores para explicar o comportamento dos peixes blênios foi a de que, ao se deslocarem para um ambiente terrestre, os animais estariam se esquivando de predadores que surgem na maré alta como o linguado e o peixe-leão. Um teste, então, foi realizado com o intuito de confirmar esta hipótese: a equipe de cientistas instalou barreiras de plastilina na região onde vivem os peixes, de maneira que eles não pudessem se deslocar com a chegada da maré alta, obstruindo assim a "rota de fuga". O resultado comprovou a tese dos pesquisadores, já que os blênios, impedidos de fugirem dos predadores, acabaram sendo encontrados com ferimentos.

 

A vida em terra firme

 

Ao se deslocar da água para os rochedos, além de fugir de predadores, o peixe blênio encontra um ambiente favorável para sua reprodução e alimentação: buracos nas rochas servem de abrigo para os ovos e bactérias e algas incrustadas nestes rochedos são um "prato cheio" para este animal.

Segundo o estudo da Universidade de Nova Gales do Sul, várias espécies de peixes blênios já fizeram a transição completa de animais aquáticos para terrestres. Para isso, continuaram a respirar com as brânquias, mas desenvolveram barbatanas nas caudas mais fortes que lhes permitem saltar de rocha para rocha.

"Se você nunca olhar sobre a cerca, você nunca vai saber que a grama é mais verde", afirmou o cientista Terry Ord à New Scientist. "No entanto, se você for forçado ao outro lado para escapar de algo, você pode perceber que tem benefícios adicionais e quer ficar lá e se adaptar."

Fonte: UOL Noticias

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1. Vc acredita que o DNA é o material genético dos seres vivos?

2. Vc acredita que o DNA possa sofrer mutações ao acaso (alteração na sequência de bases nitrogenadas) devido a fatores físicos, químicos ou até mesmo biológicos?

3. Vc acredita que essas mutações possam modificar o produto de genes (proteínas ou enzimas) de uma célula, gerando novas variedades de genes (também chamadas de alelos)?

4. Vc acredita que essas modificações possam levar ao surgimento de novas funções, e, consequentemente, novas características (observáveis ou não)?

5. Vc acredita que se essas mutações ocorrerem em células gaméticas, elas serão passadas aos descendentes de uma linhagem dentro de uma população?

6. Vc acredita que a inclusão de novas variedades de diferentes genes, em diferentes linhagens, promovam uma DIVERSIDADE GENÉTICA nessa população?

7. Vc acredita que dentre as diferentes características, existem aquelas vantajosas e aquelas desvantajosas para um determinado ambiente no qual os indivíduos se encontram?

8. Vc acredita que indivíduos com características muito desvantajosas (deletérias) possam vir a ser eventualmente eliminados dentro dessa população?

9. Vc acredita que essas eliminações acabem alterando a frequência genética dessa população, aumentando a frequência daqueles alelos que conferem características vantajosas?

10. Vc acredita que se parte dessa população se separar e/ou se mudar para um novo ambiente diferente (mantendo-se isolada) tais eventos descritos acima continuarão acontecendo em ambas?

11. Vc acredita que à longo prazo isso possa mudar significativamente a constituição genética dessas duas populações isoladas?

12. Vc acredita que o acúmulo dessas diferenças chegue ao ponto de fazer com que esses indivíduos não possam mais se cruzar e gerar descendentes férteis (caso entrem em contato novamente)?

13. Vc acredita que essas duas populações se tornaram espécies diferentes?

14. Vc acredita que esses eventos possam seguir acontecendo ao longo de milhões de anos, originando espécies derivadas de outros espécies, e assim sucessivamente?

15. Vc acredita que todas essas espécies compartilhem um certo grau de semelhança na sequência de seu DNA, maior ou menor, dependendo do tempo em que elas se separaram?

16. Vc acredita que através da biotecnologia seja possível extrair DNA de TODAS as espécies e realizar sequenciamento de bases nitrogenadas?

17. Vc acredita que através da bioinformática seja possível analisar a distância genética entre TODAS as espécies, com base em alinhamento e modelos estatísticos, gerando árvores filogenéticas?

18. E finalmente, diante de tudo isso, você acredita em Evolução?

 

 

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