Judaísmo é uma das três principais religiões abraâmicas, definida como a "religião, filosofia e modo de vida" do povo judeu. Originário da Bíblia Hebraica (também conhecida como Tanakh) e explorado em textos posteriores, como o Talmud, é considerado pelos judeus religiosos como a expressão do relacionamento e da aliança desenvolvida entre Deus com os Filhos de Israel. De acordo com o judaísmo rabínico tradicional, Deus deu leis e revelou os seus mandamentos a Moisés no Monte Sinai, na forma de uma Torá escrita e oral. Esta foi historicamente desafiada pelo caraítas, um movimento que floresceu no período medieval, que mantém vários milhares de seguidores atualmente e que afirma que apenas a Torá escrita foi revelada. Nos tempos modernos, alguns movimentos liberais, tais como o judaísmo humanista, podem ser considerados não-teístas. O judaísmo afirma uma continuidade histórica que abrange mais de 3.000 anos. É uma das mais antigas religiões monoteístas e a mais antiga das três grandes religiões abraâmicas que sobrevive até os dias atuais. Os hebreus/israelitas já foram referidos como judeus nos livros posteriores ao Tanakh, como o Livro de Ester, com o termo judeus substituindo a expressão "Filhos de Israel." Os textos, tradições e valores do judaísmo foram fortemente influenciados mais tarde por outras religiões abraâmicas, incluindo o cristianismo, o islamismo e a Fé Bahá. Muitos aspectos do judaísmo também foram influenciados, direta ou indiretamente, pela ética secular ocidental e pelo direito civil. Os judeus são um grupo etno-religioso e incluem aqueles que nasceram judeus e foram convertidos ao judaísmo. Em 2010, a população judaica mundial foi estimada em 13,4 milhões, ou aproximadamente 0,2% da população mundial total. Cerca de 42% de todos os judeus residem em Israel e cerca de 42% residem nos Estados Unidos e Canadá, com a maioria dos vivos restantes na Europa. O maior movimento religioso judaico é o judaísmo ortodoxo (judaísmo haredi e o judaísmo ortodoxo moderno), o judaísmo conservador e o judaísmo reformista. A principal fonte de diferença entre esses grupos é a sua abordagem em relação à lei judaica. O judaísmo ortodoxo sustenta que a Torá e a lei judaica são de origem divina, eterna e imutável, e que devem ser rigorosamente seguidas. Judeus conservadores e reformistas são mais liberais, com o judaísmo conservador, geralmente promovendo uma interpretação mais "tradicional" de requisitos do judaísmo do que o judaísmo reformista. A posição reformista típica é de que a lei judaica deve ser vista como um conjunto de diretrizes gerais e não como um conjunto de restrições e obrigações cujo respeito é exigido de todos os judeus. Historicamente, tribunais especiais aplicaram a lei judaica; hoje, estes tribunais ainda existem, mas a prática do judaísmo é na sua maioria voluntária. A autoridade sobre assuntos teológicos e jurídicos não é investida em qualquer pessoa ou organização, mas nos textos sagrados e nos muitos rabinos e estudiosos que interpretam esses textos
A História do Judaísmo
Segundo a tradição judaica narrada nas páginas da bíblia, por volta de 1800 AC, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta, num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã. Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos: Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo. Em 587 AC. começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica. Em 70 EC os romanos invadem a Palestina e destroem a cidade e o templo de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.
Os livros sagrados dos Judeus
A Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é considerado o livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus. Fazem parte da Torá: Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.
Rituais e símbolos Judaicos
Os cultos judaicos são realizados em "casas de reunião" (Beit Haknesset) ou "casas de estudo" (Beit Midrash) chamados de sinagogas e são comandados por um rabino (uma pessoa que é mestre ou que tem conhecimento). Os Judeus se identificam com alguns símbolos como o memorá, candelabro com sete braços. Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos (aos 8 dias de vida) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas (aos 12 anos de idade). Os homens judeus usam a kippa, pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento das orações. Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o Povo Judeu.
As Festas Judaicas
As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário lunar. As principais são as seguintes:
Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assuero.
Páscoa (Pessach) - comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 AC.
Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.
Rosh Hashaná - é comemorado o Ano-Novo judaico.
Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito.
Sucót - refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito.
Chanucá - comemora-se o fim do domínio Assírio e a restauração do tempo de Jerusalém.
Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.
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