O pug de olhos esbugalhados que você tem em casa pode não parecer nada selvagem, mas seus ancestrais eram predadores ferozes. Os humanos começaram a domesticar cachorros em algum momento entre 40 mil e 11 mil anos atrás. Como isso aconteceu, exatamente, não se sabe. Os cientistas especulam que a aliança entre humanos e caninos evoluiu aos poucos, a partir do momento em que os lobos decidiram seguir os grupos humanos que migravam, interessados em se banquetear nas carcaças de animais que as pessoas deixavam para trás. Para os humanos, essa companhia era vantajosa – além de afastar potenciais predadores, era muito melhor ter lobos como aliados e evitar virar comida de cachorro. As duas espécies evoluíram juntas – os lobos, eventualmente, ajudaram humanos a caçar melhor, o que conferiu vantagem competitiva ao Homo sapiens, quando comparador a outros grupos de hominídeos. Cientistas observaram comportamento parecido entre grupos de macacos e lobos na Etiópia. Os macacos de tipo gelada são uma espécie de babuíno que vive nas pradarias africanas. O primatologista  Vivek Venkataraman percebeu, ao observar um grupo desses macacos, que eles passaram a tolerar a presença de lobos. Os lobos ignoram a presença de filhotes de macacos – que lhes serviriam de refeição fácil – preferindo comer roedores que os macacos, ainda que involuntariamente, os ajudam a capturar.

É comum que os lobos desse grupo capturem pequenas presas e cabras, animais com tamanho equivalente ao dos macacos. Mesmo assim, não atacam os primatas. Muito raramente um lobo tenta capturar um filhote de gelada. Quando isso acontece, os demais macacos do grupo protestam e o lobo solta a vítima. Embora os macacos não temam os lobos,  Venkataraman diz que os primatas continuam correndo sempre que avistam outro predador canino. Na presença dos macacos, os lobos se comportam de maneira não hostil – movem-se lentamente e evitam correr em zigue-zague, como correm quando estão caçando. Para os lobos, essa estratégia é vantajosa porque eles se alimentam melhor. A equipe de Venkataraman acompanhou lobos individualmente por 17 dias. Perceberam que eles tinham mais sucesso ao caçar roedores na presença dos macacos do que quando estavam sozinhos. Quando estavam com os geladas, os lobos tinham sucesso em 67% de suas caçadas. Quando não, eles se saíam bem em 25%. A forma como os macacos ajudam os lobos ainda é incerta- especula-se que os macacos revolvem a relva onde os roedores se escondem, tornando o trabalho dos lobos mais fácil. Pode ser também que, aos olhos do roedores, macacos e lobos sejam parecidos. Na presença de ambos, os bichos ficam confusos e se tornam presas mais fáceis. Venkataraman ficou surpreso com essa associação, mas disse a revista New Scientist que há chances de ela existir entre outras espécies. Segundo o pesquisador, esse tipo de comportamento é difícil de constatar porque predadores como os lobos costumam se esconder quando humanos estão por perto.

Fonte: Época

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