O adventismo é um movimento religioso cristão iniciado no século XIX, dentro do contexto do Segundo Grande Reavivamento dos Estados Unidos. O nome refere-se a crença na iminente segunda vinda de Jesus à Terra. O movimento começou com Willian Miller, cujos seguidores ficaram conhecidos como Mileritas. O adventismo surgiu após a interpretação bíblica de Willian Miller entre outros pioneiros como Ellen White e Joseph Bates de que as profecias da Bíblia se cumpririam na década de 1840. Hoje, a maior igreja dentro do movimento é a Igreja Adventista do Sétimo Dia. A fundação do adventismo está associada a um período de efervescência religiosa nos Estados Unidos no final do século XVIII e primeira metade do século XIX, no nordeste dos Estados Unidos. Deste modo, o surgimento das sociedades bíblicas, o não conformismo com o sistema religioso estabelecido, reuniões de reavivamento (revivals) e o estilo evangelístico e proselitista de religião permitiram o surgimento do movimento baseado na interpretação das profecias do Livro de Daniel 7 e 8 por Willian Miller, membro da Igreja Batista, e outros líderes religiosos estabelecendo o fim do mundo e o retorno de Jesus Cristo para 1843 e depois para 1844.

William Miller foi um fazendeiro, miliciano, líder local da comunidade de Low Hampton, Nova Iorque que se tornou um pregador leigo disseminando suas ideias sobre a iminente volta de Jesus Cristo, resultando nos movimentos millerita e adventista. William Miller, nasceu em Pittsfied, Massachusetts em 15 de Fevereiro de 1782. Casou com Lucy P.Smith em 1803, indo morar em Poultney, Vermont onde era agricultor. Miller embora sempre ligado ao campo, teve várias profissões e funções voluntárias, sendo alcaide, juiz de paz e xerife comissionado e militar. Recebeu o posto de tenente de milícia em 1810, passou a capitão voluntário, no começo da guerra entre os Estados Unidos e Reino Unido de 1812, e pouco mais tarde ingressou no exército regular, com o posto de primeiro-tenente. Era o mais velho de dezesseis filhos. Teve pouca educação formal, aprendeu a ler com a mãe e frequentou a escola somente por dezoito meses. Fora um leitor voraz dos poucos livros que a família possuía: um saltério, uma Bíblia e um livro de oração e esboçava poesia. Seu pai fora um soldado da guerra revolucionária americana. Na sua juventude cria na Bíblia e em outros livros como inspirados. Adotou, após o seu casamento, o deísmo. Serviu como voluntário na Guerra de 1812, terminando como capitão em 1815. Em 1816 após ter assistido em sua igreja batista a um comovente apelo de um pregador, se volta com ardor a estudar a Bíblia. Sua visão era de que a Bíblia, se fosse realmente a palavra de Deus, deveria explicar por si só suas aparentes contradições. Entre 1816 e 1818 estudou intensivamente o livro usando apenas uma concordância bíblica de Cruden. Começou no Gênesis e não avançava um versículo se não o tivesse entendido. Um dia deparou com o texto que deveria marcá-lo para o resto da vida: "até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado" Daniel 8:14. Usando outros textos como Ezequiel 4:6 e 7 e outros mais, concluiu que as 2.300 tardes e manhãs representavam 2300 anos literais que teriam começado em 457 A.C e terminariam em 1844 d. C.

Profundamente envolvido em sua comunidade local, Miller tornou-se maçom, ocupando o cargo de grão-mestre na Loja Morning Star.  Miller, entretanto, renunciaria sua afiliação à maçonaria em 1831, por achá-la incompatível com suas ideias evangelísticas. Desde 1818, Miller vinha reexaminando seus estudos, tendo cada vez mais a certeza de que estava correta sua interpretação bíblica. Em 1831, então com 50 anos, embora tímido e receoso, sentiu-se chamado para propagar suas interpretações. Começou a pregar a princípio nas fazendas, depois vilas e por fim nas grandes cidades. Em 13 de novembro 1833, houve uma chuva de meteoros, algo que despertou na população suspeitas de que ele realmente estivesse falando a verdade.[carece de fontes] Em 1838, estudando o capítulo 8 e 9 do Apocalipse, chegou à conclusão de que exatamente em apenas dois anos, ou seja, 1840, o Império Otomano, influente e poderoso na época, seria desintegrado. Um colega seu, pastor Josias Litch, escreveu essas conclusões num periódico em 1838. Em 11 de agosto de 1840, o Império Turco-Otomano passou por uma crise: apesar de não ter sido desintegrado como Miller previra, mas demonstravas nitidamente a fraqueza política da grande potência do Oriente. Alguém da imprensa secular lembrou do periódico e várias pessoas e líderes de diversas confissões religiosas da América aderiram ao movimento religioso que se chamou de Adventismo ou Millerismo, pois aguardavam a volta de Jesus para muito breve.

Miller nunca marcou um dia exato para a volta de Cristo, apenas o período que deveria acontecer; entre a primavera de 1843 e a primavera de 1844. Seus estudos das Escrituras nesse período levou-o a estabelecer outras crenças distintas. Suas interpretações principais eram: Cristo voltaria ao final dos 2300 anos de Daniel 8:14, de maneira pessoal e visível, nas nuvens dos céus, os justos mortos ressuscitariam incorruptíveis e os justos vivos seriam transformados para a imortalidade, sendo ambos levados juntos para reinarem com Cristo nesta Terra renovada após os mil anos (I Tessalonicenses 4:16 e 17), os santos seriam apresentados a Deus, a Terra seria destruída pelo fogo ao final dos mil anos (Apocalipse 20:9 e 10), os ímpios vivos morreriam na vinda de Cristo e aguardariam na sepultura a sua ressurreição e condenação (Apocalipse 20:5), o único milênio ensinado na Bíblia eram os mil anos que se seguiriam à ressurreição dos justos por ocasião da Vinda de Jesus (Apocalipse 20:4 e 7). Como isso não aconteceu, Miller e seus companheiros procuraram achar onde estava o erro. Um pastor, chamado Samuel Snow, sugeriu que Cristo viria, não na primavera, mas no outono daquele ano, exatamente no dia do juízo que acontecia no 10º dia do sétimo mês no calendário judaico rabinista, que naquele ano cairia no dia 22 de outubro de 1844. A purificação que era feita no santuário israelita, que era um antítipo do santuário celestial, acontecia neste dia; portanto, concluiu Snow, Cristo, o sumo sacerdote, também viria a este mundo buscar Seu povo. Esta data foi chamada o Dia do Grande Desapontamento.

Após o Grande Desapontamento apareceram alguns proponentes de outras datas disseminando várias doutrinas. Depois de uma reavaliação dos estudos de Miller, alguns desses grupos menores persistiram no estudo das profecias, mas, com uma nova interpretação ao retorno de Cristo, surgindo grupos como a Igreja Adventista do Sétimo Dia, as Igrejas de Deus Adventistas e a Igreja Cristã do Advento. Em comum estes grupos retiveram o senso da iminência da volta de Jesus Cristo. Em 29 de janeiro de 1845, Miller e seus adeptos foram expelidos da igreja batista. Decididos que o movimento não deveria mais apoiar data alguma, em abril de 1845 Miller e Himes convocam uma Conferência Mútua de Adventistas em Albany, Nova Iorque, na qual participaram 61 delegados do movimento. Embora fosse redigida uma declaração de princípios comum e afirmado o compromisso de realizar a conferência anualmente, sob o nome de Conferência Geral dos Crentes do Segundo Advento, nessa ocasião revelou-se que o movimento já estava dividido. Tal divisão dava-se principalmente pela questão da doutrina da porta da salvação se fechar aos que não esperaram Jesus Cristo em 1844. Enfermo, Miller retornou à sua fazenda em Low Hampton, Nova Iorque. Em 1848, Miller construiu uma capela em sua propriedade para o culto dos adventistas depois que ele e sua família foram expulsos de sua igreja batista local. William Miller morreu em 20 de dezembro de 1849 convicto de suas interpretações estavam certas. Hoje o movimento adventista e suas variadas denominações são resultantes da hermenêutica de William Miller.

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Publicado em ADVENTISTAS