Jesus Cristo e a Jornada do Herói
Por que tem esse nome? Porque essa escala foi desenvolvida por Fitzroy Richard Somerset (1885-1964) especialista em mitologia e conhecido como; o IV Barão Raglan.
Em sua obra; “O herói: um estudo de Tradição, Mito e Drama“ – publicado em 1936 - Raglan apresenta uma interessante escala comparativa que denota curiosa familiaridade cruzando características entre os seus personagens e o que se aprendeu sobre eles na literatura. A escala de Raglan possui uma pontuação e o seu primeiro colocado engloba a pontuação máxima da tabela e, nesse cenário, é examinado a proximidade do protagonista com o ambiente mítico. Seu primeiro colocado é Édipo. Vamos tomar os atributos de Édipo como modelo básico.
A vida de Jesus se encaixa com o padrão de herói com muitos incidentes.
01 - Sua mãe foi virgem da realeza
02 - Seu pai foi um rei
03 - Em geral um parente próximo da mãe
04 - Circunstâncias de sua concepção foram incomuns
05 - Tem a reputação de ser filho de Deus
06 - Em seu nascimento houve a intenção de mata-lo
07 - Desapareceu misteriosamente
08 - Foi criado por pais adotivos em um país distante
09 - Ao crescer regressa ou vai para seu futuro reino
10 - Se torna rei
11 - Durante um tempo reina em grandes eventos
12 - Promulga leis
13 - Mais tarde perde a estima de seus súditos
14 - É afastado do reinado
15 - Se depara com uma morte traumática
16 - Em geral no topo de um monte
17 - Seus filhos se o tem não o sucedem
18 - Seu corpo não é sepultado
19 - Mas mesmo assim tem um ou mais sepulcros sagrados
Édipo tem 19 pontos dos 19
Teseu tem 18
Rómulo 17
Hércules 17
Perseu 16
Jesus ?
Atis, Mytra, Adonis, Osíris, Tamuz, Dionísio
Todos tem um nascimento milagroso, atraíram discípulos, fizeram milagres, foram traídos, tiveram uma morte traumática e algum tipo de ressurreição.
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Sete mitos de Jesus Cristo que põem em xeque sua existência
Jesus está cercado de mitos que colocam em xeque a sua própria existência. Segue uma síntese de texto de Cristine Kist para Superinteressante sobre seis desses mitos. Ela pegou como base os livros “Quem Jesus Foi? Quem Jesus não foi?”, um clássico de Bart Ehrman, e “Jesus Histórico. Uma Brevíssima Introdução”, de André Chevitarese e Pedro Paulo Funari.
1 — Não nasceu em Belém nem em dezembro
Tudo o que se sabe sobre o nascimento de Jesus está nos evangelhos de Mateus e Lucas – e são versões bem diferentes. Em Mateus, José e Maria aparentemente viviam em Belém quando ela deu à luz. No evangelho de Lucas, eles moravam em Nazaré, e só se deslocaram até Belém porque Augusto, o imperador romano, decretou que todos os habitantes do império deveriam ir até a cidade onde nasceram seus ancestrais para participar de um censo. Como José, segundo a narrativa, era descendente do rei Davi, que nasceu em Belém, ele e a esposa foram até lá. Hoje é consenso entre os historiadores de que Jesus nasceu mesmo em Nazaré. “Tanto Mateus quanto Lucas dizem que Jesus nasceu em Belém com o objetivo de dizer metaforicamente, simbolicamente, que ele é o ‘novo rei Davi'”, diz o teólogo americano John Dominic Crossan, o motivo que Lucas dá para José e Maria terem ido a Belém não existiu. O governo de Augusto é extremamente bem documentado. E não há registro de censo nenhum. Menos ainda um em que as pessoas teriam que “voltar à cidade de seus ancestrais”.
Outro consenso é o de que Jesus nasceu “antes de Cristo”. A fonte é a própria Bíblia. Mateus e Lucas dizem que ele veio ao mundo durante o reinado de Herodes, o Grande. Como esse reinado terminou em 4 a.C., ele não pode ter nascido depois disso. Sobre o dia do nascimento a Bíblia é clara: não diz nada. “No início, o cristianismo não tinha uma data exata para o nascimento de Jesus. Então, lugares diferentes celebravam em datas diferentes”, diz o teólogo Irineu Rabuke, da PUCRS. O dia 25 de dezembro foi adotado no século 4 porque nessa data os romanos já comemoravam uma festa importante, a Natalis Solis Invicti, ou “Nascimento do Sol Invencível”. Era uma comemoração pelo solstício de inverno, o dia mais curto do ano.
2 — Os três reis magos não eram reis, nem três
Está no evangelho de Mateus: “magos do oriente” ficam sabendo do nascimento de Jesus e seguem uma estrela que os leva até Jerusalém. Lá eles vão até o palácio real e perguntam a Herodes onde é que vai nascer o “rei dos judeus”. O soberano consulta estudiosos das Escrituras Sagradas, e informa aos magos que o nascimento deve acontecer na cidade de Belém. Então pede que eles voltem para confirmar o paradeiro de Jesus. Os homens mais uma vez seguem a estrela, agora até Belém (a 10 quilômetros de lá). Então oferecem ouro, incenso e mirra ao recém-nascido. Depois, são alertados em um sonho que não devem contar a Herodes onde Jesus está, e voltam para casa por um caminho alternativo. Herodes, que era ele mesmo o “rei dos judeus”, não queria ser destronado, então mandou seus soldados matarem todos os meninos com menos de dois anos na região. Essa é uma história típica da mitologia em torno de Jesus – nenhum historiador busca evidências de magos e estrelas-guias, claro.
Até porque alguns elementos dessa fé distanciaram-se do que está na Bíblia. Por exemplo: não há menção a “reis”. “A tradição popular é que definiu isso, porque trouxeram presentes caros”, diz Irineu Rabuke. O evangelho nem diz que eles eram três: só se sabe que eram mais de um, já que são mencionados no plural. Os nomes deles também não aparecem. As alcunhas “Gaspar”, “Melquior” e “Baltazar” são de textos do século 5.
3 — Moreno, baixinho e de cabelo curto
A Bíblia não fala sobre a aparência de Jesus, Isso deu liberdade para que artistas construíssem a imagem de Cristo de acordo com suas próprias interpretações. Os artistas do Renascimento, por exemplo, desenhavam Jesus à imagem e semelhança dos nobres do norte da Itália. E essa foi a imagem que ficou. Mas vamos à ciência: esqueletos de judeus do século 1 indicam que a altura média deles era de mais ou menos 1,55 m. E que a maioria não pesava muito mais do que 50 quilos. Então o físico de Jesus estaria dentro dessa faixa. E mesmo se fosse bem alto para a época, com 1,65 m, por exemplo, ainda seria pequeno para os padrões de hoje. Determinar o rosto é mais difícil. Mas uma equipe de pesquisadores britânicos liderada por Richard Neave, um especialista em ciência forense, conseguiu uma aproximação boa. Usando como base três crânios do século 1, eles lançaram mão de softwares de modelagem 3D para determinar qual seria o formato do nariz, dos olhos, da boca… O resultado foi uma face parecida com a do retrato aí do lado. Trata-se de uma aproximação cientificamente confiável.
Quanto à cor da pele, a hipótese mais provável é que fosse morena, como era, e continua sendo, a da maior parte das pessoas no Oriente Médio. E como seria a de praticamente qualquer um que passasse a vida toda ao ar livre naquele calor de lascar. Sobre o cabelo de Jesus, a Bíblia dá uma pista. No livro 1 Coríntios, Paulo diz que “cabelo comprido é uma desonra para o homem”. O maior divulgador do cristianismo no século 1 provavelmente não diria isso se Jesus tivesse sido notório pela cabeleira. Na verdade, as primeiras representações conhecidas de Cristo, feitas no século 3, mostram um Jesus de cabelo curto. E sem barba, até. “A ideia era mostrar que se tratava de um jovem”, diz Chevitarese. A inspiração desses artistas eram as esculturas de Apolo e Orfeu, deuses gregos também retratados como jovens imberbes. Por volta do século 5, essa primeira imagem de um Jesus jovial e imberbe perdeu espaço para uma outra, em que ele está de barba e cabelos longos e escuros.
4 — Jesus era só um entre vários profetas
Cristo viveu em um período favorável para o surgimento de profetas. Só no livro "Guerra dos Judeus" (do historiador Flávio Josefo, que viveu no século 1) dá para identificar pelo menos 15 figuras semelhantes a Jesus, que viveram mais ou menos na mesma época dele. A Bíblia cita outros quatro. Um é João Batista, que anunciava o fim do mundo aos seus seguidores, e de quem os cristãos herdaram o ritual do batismo. “Cerca de cem anos depois da morte de João Batista, seus discípulos ainda diziam que ele era maior que Jesus”, diz Chevitarese. Para o historiador, João Batista era um concorrente de Cristo. Os dois eram profetas apocalípticos (já que pregavam o fim dos tempos) e viviam na mesma região. A diferença é que João chegou primeiro. “Ele não se ajoelharia na frente de Jesus e diria que não é digno de amarrar a sandália dele, como está nos evangelhos. Pelo contrário”, diz. Segundo ele, foi a redação da Bíblia, favorável a Jesus, que transformou Batista num coadjuvante: “Os textos pró-Jesus é que vão amarrar o Batista à tradição de Jesus. João Batista é um dos melhores exemplos que nós temos de um candidato messiânico marcadamente popular”.
5 — Mateus, Lucas e João não foram os autores
Mateus e João eram apóstolos. Marcos, um discípulo de outro apóstolo (Pedro). E Lucas era médico de Paulo. Pela tradição cristã, eles são os autores dos quatro evangelhos do Novo Testamento. Mas isso também é um mito, porque ninguém sabe quem escreveu os livros. A “autoria” de cada um foi atribuída aleatoriamente pela Igreja bem depois de os textos terem ido para o papiro. O evangelho de Mateus, por exemplo, foi atribuído a Mateus porque ele dá ênfase ao aspecto econômico – e Mateus era o apóstolo que tinha sido coletor de impostos. Hoje, qualquer um pode ser autor, porque todo mundo sabe ler e escrever. Há 2 mil anos, não. Saber escrever era o equivalente a hoje saber engenharia da computação. Do mesmo jeito que as empresas contratam engenheiros para cuidar de seus mainframes, os antigos contratavam escribas quando precisavam deixar algo por escrito. Com os evangelhos não foi diferente. O mais provável é que comunidades cristãs tenham encomendado esses trabalhos – e ditado aos escribas as histórias que conhecemos hoje. Depois foram surgindo mais e mais “biografias” de Jesus. Para diminuir a bagunça, logo depois que o imperador Constantino legalizou o cristianismo, no século 4, a Igreja se organizou para definir quais seriam os livros que fariam parte da Bíblia Cristã. E bateu o martelo para a formação atual do Novo Testamento. O critério da Igreja foi usar os textos mais antigos – os mais confiáveis. Os quatro evangelhos, inclusive, faziam parte da primeira lista de livros sagrados do cristianismo de que se tem notícia, o Cânon de Muratori, compilado em 170 d.C. “A Igreja no século 4 apenas reconheceu o que já eram as suas escrituras por séculos”, diz o teólogo Ben Witherington, da Universidade de St. Andrews, na Escócia.
6 — Judas pode não ter sido um traidor
Judas Iscariotes, que teria entregue Jesus aos romanos em troca de 30 moedas de prata, pode ser um injustiçado. Essa história aparece nos quatro evangelhos – com uma ou outra variação. Para alguns estudiosos, porém, ela é uma farsa. A maior evidência estaria nos textos de Paulo, os mais antigos entre os do Novo Testamento, escritos por volta do ano 50 d.C. Numa passagem na Primeira Epístola aos Coríntios Paulo diz que, depois de ressuscitar, Jesus apareceu para os 12 apóstolos, e não para 11: “Ele foi sepultado e, no terceiro dia, foi ressuscitado, como está escrito nas Escrituras; e apareceu a Pedro e depois aos 12 apóstolos” (Coríntios, 15:5). Ou seja, Judas estaria lá. Não teria se matado após a famosa traição, como dizem os evangelhos. Essa epístola foi escrita pelo menos dez anos antes de Marcos, o primeiro dos quatro. Outro documento que defende o suposto traidor é o Evangelho apócrifo que ficou conhecido como “Evangelho de Judas”. Uma cópia desse manuscrito foi revelada em 2006. Pesquisadores acreditam que o texto foi escrito originalmente por volta do século 2, já que ele foi mencionado em uma carta escrita pelo bispo Irineu de Lyon em 178 d.C. Segundo o texto, Judas teria apenas acatado um pedido de Jesus ao entregá-lo para as autoridades romanas. Nessa versão, Iscariotes era o apóstolo mais próximo do mestre – daí o pedido ter sido feito a ele. Mesmo se levarmos em conta só os evangelhos canônicos, alguns pesquisadores acham pouco verossímeis as passagens que incriminam Judas.
7 — Reino dos Céus era na Terra
O céu virou sinônimo de paraíso, é de lá que Deus observa os nossos movimentos e é pra lá que vai quem já morreu. Mas o jovem Jesus, quando tentava convencer seus ouvintes a se comportarem de maneira justa, não dizia exatamente isso. O Reino de Deus (ou Reino dos Céus) que Jesus pregava iria acontecer aqui na Terra mesmo. Os próprios evangelhos deixam isso claro. Em uma conversa com os discípulos pouco antes de morrer, Jesus diz que alguns deles estarão vivos para ver o reino de Deus chegar: “Dos que aqui estão, alguns há que de modo nenhum provarão a morte até que vejam o Reino de Deus já chegando com poder” (Marcos, 9:1). Em outro momento, Jesus chega a afirmar que o Reino de Deus já chegou: “Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galileia pregando o evangelho de Deus; e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho” (Marcos, 1:15). Os discípulos, portanto, acreditavam que o Reino de Deus seria instaurado imediatamente. “No tempo de Jesus, era muito forte a esperança de que se fosse fazer um reino nos moldes do Rei Davi, do Rei Salomão. Quando Jesus falava em ‘reino’, as pessoas achavam que só podia ser um reino desse tipo”, diz Irineu Rabuske. Mas Jesus era um profeta apocalíptico, e o que ele defendia é que Deus faria uma intervenção em breve e daria início a um reino de paz e justiça. É verdade que também existem na Bíblia diversas passagens em que Jesus fala sobre um pós-morte. Uma delas está em Lucas. É sobre um homem rico e um mendigo que costumava pedir-lhe esmolas. Depois de morrer, o rico vai para uma espécie de inferno, onde “atormenta na chama”. E o mendigo é consolado por Abraão. Cristo é mais claro ainda no evangelho de João. Ele diz a Pilatos que “seu reino não é deste mundo”. Só que Lucas e João são textos mais recentes que Marcos. E para boa parte dos pesquisadores, é por isso mesmo que eles dão ênfase à ideia de um Reino do Céu no “céu”.
Fonte: Paulopes
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Escola demite professora por dizer que Adão e Eva são mitos
Nos Estados Unidos, uma escola muçulmana demitiu uma professora de inglês por ela dizer aos alunos que Adão e Eva não existiram. Trata-se da Escola Razi, de Nova Iorque. Ela é particular, mas a professora era paga por um fundo federal de ajuda a estudantes pobres. A professora Nina Kossman (foto) disse ao New York Post que sua intenção foi valorizar a tolerância religiosa ao ensinar aos alunos que Adão e Eva são mitos fundadores do judaísmo, cristianismo e islamismo. Nina disse que os pais dos estudantes ficaram furiosos com ela por falar de judeus e mostrar figuras de nus, de Adão e Eva. A professora afirmou que a escola a demitiu porque, nas palavras de um assistente da diretoria, ela não entendeu que “aquele ambiente é diferente”. Contou que o tema Adão e Eva surgiu naturalmente em uma conversa com os estudantes do terceiro ano do fundamental.
Ao falar que mulheres são tão importantes quanto os homens, e que ambos nascem do útero de uma mulher, um estudante afirmou que Adão e Eva foram diferentes. Nina disse: "É apenas uma história, um mito. Não é real." O estudante respondeu: "Adão não é história, Ele é real!” A professora insistiu: "A história de Adão e Eva pertence a três religiões: primeiro judaísmo, depois cristianismo e em seguida islamismo". Como alguns estudantes afirmaram que não estavam acreditando, a professora abriu seu laptop e acessou na Wikipédia a página de Adão e Eva, representados ali pela pintura de Peter Paul Rubens, do século XVII. Os estudantes reagiram: “Não nos é permitido olhar para pessoas nuas.”
Fonte: New York Post
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Quais outras figuras religiosas também foram crucificadas?
Essa punição era muito popular na Antiguidade para reprimir escravos, ladrões e indivíduos que ameaçassem o poder do Estado. A coincidência de ter sido adotada em vários relatos de figuras messiânicas pode ser explicada pelo registro oral dessas histórias – que eram contadas, mudadas e recontadas até, enfim, serem registradas por escrito anos depois. Nesse meio-tempo, acabavam influenciando umas às outras. Para alguns pesquisadores, esses casos provam como o cristianismo absorveu outras referências anteriores para “montar” a simbologia em torno de Jesus.
Pegaram para Cristo – histórias de crucificados muito parecidas com a de Jesus
Serpente alada
Divindade: Quetzalcóatl
Onde: México
Quando: 587 A.C.
Venerado por astecas, toltecas e maias, seu nome combina “quetzal” (uma ave nativa, com belas plumas) e “cóatl” (serpente). Também nasceu de uma mãe virgem para livrar os homens de seus pecados. Foi batizado na água, ungido com óleos e jejuou por 40 dias. Crucificado entre dois ladrões, renasceu e subiu aos céus.
Entre os animais
Divindade: Esus
Onde: Bretanha
Quando: 834 A.C.
Nasceu da virgem Mayence, hoje representada como uma santa envolta em 12 estrelas e uma serpente aos pés. Foi crucificado em um carvalho, considerada “a árvore da vida”, entre um elefante (que simbolizaria a magnitude dos pecados da humanidade) e um cordeiro (alusão à pureza de quem se oferece para o sacrifício divino).
O poeta romano Lucano (39-65) não estabelece de que maneira Esus (essa é a grafia correta) teria morrido.
Sofrimento sem fim
Divindade: Prometeu
Onde: Grécia
Quando: Não é possível estabelecer uma data para a sua morte
Foi o Titã que libertou e “iluminou” a raça humana ao lhe dar o fogo dos deuses. Por essa ousadia, foi condenado por Zeus a viver pregado numa rocha, com o fígado devorado por uma águia. Para os gregos, era nesse órgão que ficavam os sentimentos, e não no coração.
Três em um
Divindade: Bali
Onde: Índia
Quando: 725 A.C.
Segundo o historiador Godfrey Higgins, a cidade de Mahabalipore, na Índia, traz registros dessa crucificação, que também teria servido para limpar nossos pecados. “Bali” significa “Segundo Senhor” – ele integrava uma trindade que compunha um só Deus. Era cultuado como Deus e como filho Dele.
Amai a todos
Divindade: Indra
Onde: Tibete
Quando: 725 A.C.
Sua mãe, virgem, era negra. Indra também. Acreditava-se que ele tinha poderes extraordinários, como prever o futuro, andar sobre as águas e levitar. Indra era um deus guerreiro, que não pregava a paz, e defendia que a castidade era o único caminho para se tornar santo.
Já vi essa história…
Divindade: Krishna
Onde: Índia
Quando: 900 A.C.
Tem muitos pontos em comum com Jesus. Segundo textos hindus, como o Bhagavata Purana e o Mahabaratha, seu nascimento estava previsto em um livro sagrado. Para evitar que a profecia se concretizasse, o governante da região mandou matar todos os recém-nascidos. Sua mãe era uma virgem de origem humilde, que recebeu a visita de pastores quando deu à luz. Krishna peregrinou por regiões rurais dando sermões, curando doentes e operando milagres, como a multiplicação de peixes. Recomendava aos discípulos que amassem seus inimigos. Segundo alguns relatos, teria sido crucificado – assim como Jesus, entre dois ladrões e aos 33 anos. Ressuscitou no terceiro dia e subiu aos céus, mas avisou que ainda voltaria à Terra.
Em uma segunda versão dos fatos, Krishna teria sido vítima de flechada, aos 125 anos. Sua mãe, Devaki, não era virgem.
Mão santa
Divindade: Sakia
Onde: Índia
Quando: 600 A.C.
Nasceu para expiar os pecados do mundo e sua mãe era chamada por seus seguidores de Virgem Sagrada. Assim como Jesus, operou milagres e curou doentes. Foi tentado pelo diabo e deixou mandamentos como “não matarás”, “não roubarás”, “não pecarás”, “não cometerás adultério” e “não mentirás”. Ficou eternizado pelo símbolo da cruz.
Esposa exemplar
Divindade: Alceste
Onde: Grécia
Quando: 600 A.C.
É o único caso de que se tem relato sobre uma mulher sendo crucificada para livrar a humanidade dos próprios pecados. Ela também era parte de uma Santíssima Trindade. A morte da deusa gera controvérsia: algumas versões defendem que ela deu a vida para salvar o marido, Eurípedes. Como recompensa, teria ressuscitado ainda mais bela. Humana, Alceste teria sido levada pelo deus da morte, Tanatos.
Fonte: Mundo Estranho
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Com ascensão de paganismo nórdico, número de adoradores de Thor duplica na Islândia
Nos últimos anos, a Islândia tem registrado um aumento significativo no número de seguidores de um movimento pagão chamado Associação Asatru. Trata-se hoje da religião que mais cresce no país. Segundo estatísticas do governo, a igreja Luterana continua sendo a dominante no país, com 237.938 fiéis - o equivalente a 70% da população, um número que se mantém estável há décadas. Mas o número de islandeses que reverenciam Odin, Thor e a deusa Freyja teve um aumento de 50% desde 2014, chegando a 3.583 fiéis, o dobro em relação ao período anterior àquele ano, segundo o jornal local Morgunbladid. Estatísticas do governo islandês indicam que havia apenas 879 fiéis em 2005. A maior autoridade da Associação Asatru é o compositor Hilmar Orn Hilmarsson, que é conhecido no exterior pelo seu trabalho com bandas como a Sigur Rós. De acordo ele, o aumento do número de seguidores tem a ver com a cobertura midiática das coloridas cerimônias da Asatru. "Mais pessoas estão vendo o que fazemos, e elas gostam disso", diz. "Não recrutamos membros, apenas encorajamos as pessoas a participarem caso estejam interessadas. Nossas cerimônias são abertas a todos."
Diferentemente de outras associações neopaganistas em outras partes da Escandinávia, a Asatru é aberta a todos independentemente de cor, sexualidade e gênero e trabalha com outros grupos para promover direitos civis e conscientização ambiental. A última iniciativa do movimento foi iniciar a construção de um templo na montanha de Oskjuhlid, que fica perto da capital Reykjavik, onde vivem mais de um terço dos islandeses. Hilmarsson diz que o primeiro templo pagão no país em mil anos terá capacidade para 250 pessoas e será usado para realizar casamentos, cerimônias de batismo e funerais. Construído por meio de doações em um terreno doado pelo governo local de Reykjavik, o templo deve ficar pronto até o começo de 2018. E não há dúvidas de que o líder da Associação garantirá uma intensa cobertura midiática da abertura.
O paganismo nórdico era a crença mais comum na Islândia até o ano 1000, quando o país acatou a exigência do Cristianismo de se tornar a religião oficial do país. Esse acordo evitou uma guerra civil no país e a única condição por parte dos pagãos foi poder praticar sua religião de maneira independente. Mas uma vez que o Cristianismo foi estabelecido no país, o paganismo acabou oprimido e levado à clandestinidade. Mesmo assim, a mitologia nórdica foi preservada e a poesias pagãs épicas, mantidas como parte da cultura nacional. A Asatru é uma religião politeísta com vários deuses e deusas - na Islândia, os mais populares são Thor, o deus dos céus e dos trovões, e Freyja, deusa do amor e da fertilidade. Seus princípios são não autoritários e descentralizados, sem um texto sagrado ou fundador oficial. Sua filosofia promove a tolerância e liberdades individuais, e as principais celebrações acontecem nos solstícios de verão e de inverno e nos dois equinócios.
Fonte: BBC
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Influências Mitológicas na Bíblia
Grande parte das histórias bíblicas como a criação do homem através do barro, o dilúvio, o sol parar no céu, a torre de babel, a gravidez de uma virgem, o salvador, o inferno, o céu, batalhas dos anjos de Deus contra os do diabo dentre outras tiveram influência das culturas que dominaram e colonizaram os hebreus em sua peregrinação pela terra palestina como os sumérios, acadianos, assírios, babilônicos, egípcios, persas, gregos e romanos. Os arqueólogos descobriram diversas provas de que a bíblia é uma colcha de retalhos influenciada fortemente por mitos alheios como o Enuma Elish (babilônico), o Livro dos Mortos (egípcio), o código de Ur-Nammu (sumério), o código de Hamurabi (babilônico), a Epopéia de Gilgamesh (acadiano), a Batalha dos Titãs gregos e a origem do Hades (inferno), o culto persa depois assimilado pelos romanos ao Deus Sol Invictus (nascimento, morte e adoração do Deus sol entre as doze constelações do zodíaco) entre outros.
Acha o relato da criação em Gênesis retratando um começo perfeito onde Deus criou todas as coisas em seis dias começando pela luz e terminando na criação do homem feito de barro (pó do solo) e por causa de um incidente toda aquela harmonia acabou, como sendo original? Pois bem, o Enuma Elish, mito de criação babilônico descoberto por Austen Henry Layard em 1849 (em forma fragmentada) nas ruínas da Biblioteca de Assurbanipal em Nínive (Mossul, Iraque) e publicado por George Smith em 1876 tendo sua composição remontada a Idade do Bronze, nos tempos de Hamurabi ou talvez o início da Era Cassita (cerca de 18 a 16 séculos a.C.), como podem observar, escrito antes da bíblia, já retratava uma lenda semelhante à descrita no Gênesis. O Enuma Elish tem cerca de mil linhas escritas em babilônico antigo sobre sete tábuas de argila, cada uma com cerca de 115 a 170 linhas de texto. São várias as similaridades entre a história da criação no Enuma Elish e a história da criação no Livro do Gênesis. A temática dos dois segue a mesma linha, a luta entre o Caos e a Ordem. No Enuma Elish, um deus tem que lutar contra o Caos para estabelecer a Ordem. No Gênesis, a divindade transforma o Caos em Ordem. Esta temática é muito antiga e comum aos povos do Oriente Médio. O Gênesis descreve seis dias de criação, seguido de um dia de descanso, enquanto que o Enuma Elish descreve a criação de seis deuses e um dia de descanso. Em ambos a criação é feita pela mesma ordem, começando na Luz e acabando no Homem. A deusa Tiamat do Enuma Elish é comparável ao abismo (água de profundeza, mar profundo) no Gênesis 1:2, sendo que a palavra hebraica para abismo (Tehom) tem a mesma raiz etimológica que Tiamat.
Acha o relato do dilúvio descrito na bíblia original? Bem, na Epopeia de Gilgamés um antigo poema épico da Mesopotâmia, uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial com seu registro mais completo vindo de uma tábua de argila escrita em língua Acadiana do século VIII a.C. tendo sido, no entanto encontradas tábuas com excertos que datam do século XX a.C., já retratava uma grande inundação mandada por Deus (ou Deuses) para exterminar toda vida na terra escolhendo um homem para sobreviver dando-lhe instruções sobre como construir um grande barco e salvar um casal de cada animal. Notaram que tal relato foi comprovadamente escrito antes da bíblia?
Acha a lei Mosaica (Torá) registrada na bíblia original? Na realidade a Lei Mosaica não apresenta nenhum elemento novo, sendo muitos de seus elementos adaptações e transcrições encontradas em documentos (códigos legislativos e morais) mais antigos como aqueles utilizados pelos egípcios (enxertos do Livro Egípcio dos Mortos), hindus (Código de Manu), babilônicos e outras civilizações do Crescente Fértil (Código de Hamurabi). Observe algumas comparações entre a Lei Mosaica e o Código de Hamurabi, um conjunto de leis escritas, sendo um dos exemplos mais bem preservados desse tipo de texto oriundo da Mesopotâmia. Acredita-se que foi escrito pelo rei Hamurabi, aproximadamente em 1700 a.C. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente à cidade de Susa, atual Irã. É um monumento monolítico talhado em rocha de diorito, sobre o qual se dispõem 46 colunas de escrita cuneiforme acádica, com 282 leis em 3600 linhas. A peça tem 2,25 m de altura, 1,50 metro de circunferência na parte superior e 1,90 na base (em exposição no Museu do Louvre).
Por exemplo, na Lei mosaica lemos: “Fratura por fratura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará” (Levítico 24:20). No Código de Hamurabi lemos “Se um cidadão destruiu o olho de um (outro) cidadão, destruirão o seu olho” (Artigo 196); “Se quebrou o osso de um cidadão, quebrarão o seu osso” (Artigo 197); “Se um cidadão arrancou um dente de um cidadão igual a ele, arrancarão o seu dente”.
Lei Mosaica: “E caso homens cheguem a altercar, e um golpeie outro com uma pedra ou com uma enxada e ele não morra, mas caia de cama, se ele se levantar e deveras andar em volta, portas afora, com algo em que se apóie, então aquele que o golpeou terá de ficar livre de punição; somente dará compensação pelo tempo de trabalho que o outro perder, até que o faça completamente são” (Êxodo 21:18, 19). Código de Hamurabi: “Se um cidadão, em uma briga bateu em um (outro) cidadão e lhe infligiu um ferimento, esse cidadão deverá jurar ‘não bati nele deliberadamente’, e pagará o médico” (Art. 206).
Lei Mosaica: “Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem. Mas se houver dano grave, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe” (Êxodo 21:22-25). Código de Hamurabi: “Se um cidadão bateu na filha de um cidadão e a fez expelir o (fruto) de seu seio, pesará 10 siclos de prata [cerca de 80 gramas] pelo (fruto) de seu seio (Art. 209); Se essa mulher morrer, matarão a sua filha” [filha do agressor] (Artigo 210)”.
Lei Mosaica: “Se um homem adulterar com a mulher de seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera” (Levítico 20:10). No caso a morte era por apedrejamento e não havia a possibilidade de perdão. Código de Hamurabi: Se a esposa de um cidadão foi surpreendida dormindo com outro homem, eles os amarrarão e os lançarão n’água. Se o esposo deixar viver sua esposa, o rei, também, deixará viver seu servo (Artigo 129). Aqui a morte dos adúlteros é por afogamento, mas, diferentemente da lei mosaica, havia a possibilidade de perdão para os adúlteros. Pela lei mosaica, a mulher suspeita de adultério deveria ser levada ao Santuário para pronunciar um juramento diante de Deus de que não havia cometido adultério (Números 5:11-31). Código de Hamurabi: “Se o marido acusou sua esposa, (mas) um outro homem, ela pronunciará o juramento de Deus e voltará para sua casa” (Artigo 131).
Lei Mosaica: “Se algum homem no campo achar moça desposada, e a forçar, e se deitar com ela, então morrerá só o homem que se deitou com ela” (Deuteronômio 22:25). Código de Hamurabi: “Se um cidadão amarrou a esposa de um (outro) cidadão, que (ainda) não conheceu um homem e mora na casa seu pai, dormiu em seu seio, e o surpreenderam, esse cidadão será morto, mas essa mulher será libertada” (Art. 130). Pelo Código Mosaico, se alguém acusasse falsamente uma pessoa, deveria se fazer com ela o que a mesma pretendia que se fizesse com o acusado (Deuteronômio 19:16-21). Código de Hamurabi: “Se um cidadão acusou um (outro) cidadão e lançou sobre ele (suspeita de) morte, mas não pode comprovar, o seu acusador será morto” (Art. 01).
Lei Mosaica: “Se achar alguém que, tendo roubado um dentre os seus irmãos, dos filhos de Israel, o trata como escravo ou o vende, esse ladrão morrerá. Assim eliminarás o mal do meio de ti” (Deuteronômio 24:7). Código de Hamurabi: “Se um cidadão roubou o filho menor de um (outro) cidadão, ele será morto” (Art. 14). Lei Mosaica: “O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles” (Levítico 20:11). Código de Hamurabi: “Se um cidadão, depois (da morte) de seu pai, dormiu no seio de sua mãe, queimarão a ambos” (Art. 157). Lei Mosaica: “Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto” (Êxodo 21:15). Código de Hamurabi: “Se um filho bateu em seu pai, cortarão a sua mão” (Art. 195). Nota-se que, em relação ao Código de Hamurabi, a Lei Mosaica era mais severa, pois punia o filho agressor com a morte.
Obviamente, não estamos afirmando que a lei Mosaica é uma cópia direta do código de Hamurabi. Provavelmente tanto algumas leis do código de Hamurabi quanto algumas leis da lei Mosaica derivam de leis, costumes e normas sociais mais antigas. Mas o código de Hamurabi foi um dos primeiros a escreve-las e muitas leis da Torá provavelmente foram influenciadas diretamente por ele e por outros códigos da antiga Mesopotâmia.
Outro código semelhante à Lei Mosaica que foi formulado antes da bíblia é o Código de Ur-Nammu que surgiu na Suméria por volta de 2040 a.C. Descrevendo costumes antigos transformados em leis e enfatizando penas pecuniárias para diversos delitos é considerado um dos mais antigos códigos de leis que se tem notícia. Foi encontrado nas ruínas de templos da época do rei Ur-Nammu, na região da Mesopotâmia (onde fica atualmente o Iraque). Foi descoberto somente em 1952, pelo assiriólogo e professor da Universidade da Pensilvânia, Samuel Noah Kromer. Nesse Código elaborado no mais remoto dos tempos da civilização humana é possível identificar em seu conteúdo dispositivos diversos que adotavam o princípio da reparabilidade dos atualmente chamados danos morais
Acha a história de Jesus original? Veja o exemplo da gravidez milagrosa. A origem de Jesus segundo a bíblia ocorreu de forma sobrenatural. Maria, que era virgem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Pois bem, o semideus grego Perseu nasceu quando o Deus Zeus visitou a virgem Dânae na forma de um banho de ouro e a engravidou. Hermes nasceu da virgem Maia que também foi fecundada pelo pai dos Deuses Zeus. A virgem Nana pegou uma romã da arvore banhada pelo sangue do assassino Agdistis, colocou-a em seu seio e deu a luz ao Deus Attis. A filha virgem de um Deus mongol acordou certa noite e se viu banhada por uma luz grandiosa, que fez com que ela desse a luz a Gêngis Khan. Krishna nasceu sem uma união sexual por meio da "transmissão mental" ióguica da mente de Vasudeva no ventre da virgem Devaki. Reia Sílvia, uma sacerdotisa virgem, consagrada à Deusa Vesta engravidou do Deus Marte e desta união foram gerados os irmãos Rômulo e Remo. Na noite que Sidarta Gautama (Buda) foi concebido, a rainha Maya sonhou que um elefante branco com seis presas brancas entrou em seu lado direito. Coatlicue, a serpente, pegou uma pequena bola de plumas do céu e a escondeu em seu seio e assim nasceu o Deus asteca Huitzilopochtli. Não podemos deixar de citar o Deus egípcio Hórus, que milhares de anos antes de Jesus, teve um nascimento milagroso. Um antigo relevo egípcio retrata essa concepção mostrando sua mãe Ísis na forma de um falcão, pairando sobre o pênis ereto de um Osíris prostrado e morto, portanto, Ísis foi fecundada pelo espírito de Osíris, pois ele já estava morto, habitando o mundo dos mortos. Uma Estela datada de 1400 a.C. (hoje guardada no Museu do Louvre), contém um hino que descreve esta concepção milagrosa (Thomas Allen [Tom Harpur], The Pagan Christ: Recovering the Lost Light. Toronto, 2004. ISBN 0-88762-145-7).
E outros detalhes da vida de Jesus, acha que são originais? Pois bem, o Deus Mitra pertence às mitologias persa, indiana e greco-romana. É descrito como o Deus do equilíbrio e da ordem do cosmo. Por volta do século V a.C. passou a integrar o panteão do Zoroastrismo Persa, a princípio como senhor dos elementos e depois sob a forma definitiva do Deus solar. Representava também o bem e a libertação da matéria. Chamavam-no de "Sol Vencedor". Existem referências a Mitra de 1400 a.C., como Deus dos Hurritas, no norte da Mesopotâmia. Agora observe alguns detalhes interessantes de sua mitologia. Mitra era o intermediário entre Ormuzd (Deus-Pai) e o homem, seu nascimento é comemorado em 25 de dezembro, nasceu de forma milagrosa sem envolvimento sexual, pastores vieram adorá-lo com presentes como ouro e incenso, viria livrar o mundo do seu irmão maligno Ariman, era considerado um professor e um grande mestre viajante, era identificado com o leão e o cordeiro, seu dia sagrado era domingo (Sunday ou “Dia do Sol”), centenas de anos antes de Cristo tinha sua festa no período que se tornou mais tarde a Páscoa cristã, teve doze companheiros ou discípulos, executava milagres, foi enterrado em um túmulo e após três dias levantou, sua ressurreição era comemorada cada ano.
O Deus grego Dionísio (do século 2 a.C.) que foi incorporado pelos romanos como Baco, era considerado o Deus dos ciclos vitais, das festas e do vinho. Segundo a mitologia grega Dionísio nasceu da virgem Sémele que foi fecundada por Zeus, quando criança quiseram matá-lo, fez milagres como a transformação da água em vinho e a multiplicação dos peixes, após sua morte, ressuscitou, era chamado de "Filho pródigo" de Zeus. Hércules, meio irmão de Dionísio, igualmente nasceu de uma virgem, no caso Alcmena, que foi fecundada por Zeus, seu nascimento é comemorado em 25 de dezembro, foi impiedosamente tentado pelas forças do mal (Hera, a ciumenta esposa de Zeus), a causadora de sua morte (sua esposa) se arrepende e se mata enforcada, estão presentes no momento de sua morte sua mãe e seu discípulo mais amado (Hylas), sua morte é acompanhada por um terremoto e um eclipse do Sol, após sua morte, ressuscitou, ascendendo aos céus (Murdock, DM [as Acharya S] 1999, The Christ Conspiracy: The Greatest Story Ever Sold. Kempton, Illinois: Adventures Unlimited Press. ISBN 0-932813-74-7).
Sidarta Gautama, popularmente conhecido como Buda, viveu por volta de 500 anos antes de Cristo. Segundo o Buddhacarita (sua biografia completa mais antiga) um poema épico escrito pelo poeta Asvaghosa que data do começo do século II a.C., sua missão de salvador do mundo foi profetizada quando ele ainda era um bebê, por volta dos 30 anos iniciou sua vida espiritual, foi impiedosamente tentado pelas forças do mal enquanto jejuava, caminhou sobre as águas (Anguttara Nikaya), ensinava por meio de parábolas, inclusive uma sobre um "filho pródigo", a partir de um pão alimentou 500 discípulos e ainda sobrou (Jataka), transfigurou-se em frente aos discípulos com luz saindo de seu corpo, após sua morte, ressuscitou (apenas na tradição chinesa). Krishna, uma figura central do Hinduísmo que remonta a 3000 a.C. nasceu de uma virgem chamada Devaki (Divina), uma estrela avisou a sua chegada, é considerado o oitavo avatar de Vishnu, portanto, é a segunda pessoa da trindade hindu formada por Brahma (o criador) Vishnu (o conservador) e Shiva (o destruidor), foi perseguido por um tirano que requisitou o massacre de milhares de crianças, fez vários milagres, em algumas tradições morreu em uma árvore e após sua morte, ressuscitou (Murdock, DM [as Acharya S] 2004. Suns of God: Krishna, Buddha and Christ Unveiled. Kempton, Illinois: Adventures Unlimited Press. ISBN 1-931882-31-2).
O que você acha? Seria mera coincidência? As semelhanças são tão grandes que até mesmo Justino, o Mártir, famoso teólogo cristão do segundo século, um dos primeiros historiadores e defensores do cristianismo, decapitado como mártir em 165 d.C. reconheceu em seus escritos: “Quando nós dizemos que Jesus Cristo nosso mestre foi produzido sem união sexual, morreu e ressuscitou ascendendo aos céus, nós não propomos nada de muito diferente do que aqueles que propõem e acreditam nos filhos de Júpiter” (The First Apology, Chapter XXI - Analogies to the history of Christ). As evidências mostram que a história de Jesus não tem nada de original e foi influenciada por diversas lendas e mitos dos povos que conviveram com os judeus. Vamos analisar a seguir mais um exemplo revelador da influência mitológica na escrita da bíblia.
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Deuses Nórdicos
A mitologia nórdica, também conhecida como mitologia escandinava ou viking, é composta pelo conjunto de lendas, crenças e religião dos povos escandinavos antigos (que habitaram a região da Península da Escandinávia). Os principais mitos nórdicos são originários, portanto, dos reinos vikings. A mitologia nórdica era uma coleção de histórias e crenças compartilhadas pelos povos germânicos do norte. Ela foi transmitida de forma regular de geração para geração, principalmente através de poesias. Essa mitologia chegou até nós através, principalmente de textos medievais escritos durante e após o processo de cristianização da região. Outra importante fonte foram os Edas (conjunto de textos encontrados na Islândia que apresentam históricas e personagens mitológicos). A transmissão dos mitos permaneceu durante a Era Viking. Os mitos e lendas eram transmitidos, principalmente, de forma oral de geração para geração. O mundo era representado como um disco plano. Os deuses nórdicos habitavam Asgard (espécie de cidade sagrada cercada por muros). Os deuses deram aos homens habilidades e sentidos.
Principais criaturas da mitologia nórdica
- Deuses e deusas: deidades superiores.
- Valquírias: deidades menores, servas de Odin.
- Heróis: criaturas que realizavam grandes feitos, pois possuíam poderes especiais.
- Anões: possuíam inteligência superior e muitos tinham a capacidade de prever o futuro.
- Jotuns: gigantes com poderes especiais que quase sempre aparecem em oposição aos deuses.
- Bestas: seres sobrenaturais como, por exemplo, Fenrir (lobo gigante) e Jörmundgander (serpente marinha gigante).
- Nornas: deusas que tinham funções específicas relacionadas ao controle do presente, passado, futuro, sorte, azar e providência.
- Elfos: viviam nas florestas, fontes e bosques. Eram imortais, jovens e tinham poderes mágicos.
Os principais deuses da mitologia nórdica
ODIN
Devido ao seu amor pela batalha, é o principal deus da mitologia nórdica - nascida em países do norte da Europa, como Suécia, Dinamarca e Islândia. Odin é o mais velho e sábio dos deuses. Com só um olho bom, ele vive com dois corvos em seus ombros: Huginn (pensamento) e Muninn (memória), que simbolizam a busca pelo conhecimento.
LOKI
O "Pai das Mentiras" é parte gigante, parte deus. Às vezes é mostrado como irmão de Thor, mas na mitologia tradicional é irmão adotivo de Odin. Tem caráter maligno, mas traz equilíbrio ao panteão dos deuses.
FRIGG
Mulher de Odin, a deusa da fertilidade veste um manto que parece com as nuvens - e que muda de cor de acordo com seu humor. Representa a feminilidade e era invocada pelas mulheres nos partos.
HEL
Filha de Loki com uma gigante de gelo, é a deusa de Niflheim, a terra dos mortos. Descrita como uma figura de feições sempre sombrias, é viva da cintura para cima e morta da cintura para baixo.
THOR
O deus do trovão, é filho de Odin com outra deusa (Fjorgyn). Muito forte, tem como arma um martelo mágico. É o grande guerreiro dos deuses contra seus principais inimigos, os gigantes de gelo.
BRAGI
Filho de Odin com uma gigante, é o porta-voz e mensageiro dos deuses. Bom de "discurso", tem o nome citado nos brindes que antecedem a narração de grandes histórias.
TYR
Filho de Odin e Frigg, tem força e coragem, e lidera os deuses nas batalhas. Sacrificou uma das mãos para o lobo Fenrir (filho de Loki) para manter a paz entre os deuses após mais uma das brigas entre eles.
BALDER
Outro filho de Odin e Frigg, é o mais belo, misericordioso e justo dos deuses. Espalha paz onde quer que ande. Por ser o deus mais amado e popular, tornou-se um dos alvos preferidos das intrigas de Loki.
NJORD
Protetor dos navegadores, escolheu viver em Asgard após firmar uma paz com Odin. Os que o adoram navegam tranqüilos e têm boa sorte no nascimento dos filhos.
SKADI
Skadi foi para Asgard para se vingar da morte do pai, um gigante. Temendo um confronto, os deuses colocaram os olhos do pai dela como estrelas no céu e lhe ofereceram Njord como marido.
FREYA
Filha de Njord e Skadi. Deusa do amor e da luxúria, é uma mulher sensual. Amante de magia e feitiçaria, ela pode tomar a forma de um pássaro para viajar ao mundo dos mortos e trazer profecias.
FREYR
O irmão de Freyja é o deus da abundância. Decide quando a chuva cai, dá fartura aos frutos da terra, e é invocado na paz e na prosperidade. Possui um barco capaz de carregar todos os deuses.
FORSETI
O deus da justiça é filho de Balder e define as disputas entre os deuses e os humanos. Na mitologia, nunca falhou em um acordo. Falando por horas a fio, sempre convence os deuses pelo cansaço.
A criação do mundo segundo a mitologia nórdica
De acordo com a mitologia nórdica, no início, antes do despertar dos deuses, havia apenas um grande precipício vazio chamado Ginnungagap. Ao norte do vazio estava a região de névoa e gelo chamada Nifleheim, e ao sul a região de fogo Muspelheim. No meio de Nifleheim corre Hvergelmir, uma cascata de onde saem onze rios conhecidos coletivamente como Elivagar. Conforme estes afastavam-se de sua fonte até as bordas do Ginnungagap, o frio congelou suas águas e vapores transformando-os em gelo e neve. Quando as labaredas de Muspelheim encontraram-se com os Elivagar, o calor derreteu o gelo e formou um grande gigante de gelo, Ymir. Enquanto ele dormia, o suor de seu corpo formou o primeiro de sua prole de gigantes de gelo glacial. Tempos mais tarde, o derretimento do gelo criou uma vaca chamada Audhumla, e de seu ubere corriam quatro rios de leite, de onde se alimentavam Ymir e seus filhos. Para se alimentar, a vaca lambia as pedras de gelo salgado, e após três dias ela descobriu no gelo um homem forte e esbelto chamado Buri. Buri casou-se com uma das filhas de Ymir e teve um filho, Bor, que teve três filhos com outra donzela gelada, chamados Odin, Vili e Ve, os primeiros Aesires. Logo que os gigantes tornaram-se cientes dos deuses eles começaram uma guerra, que acabou quando os três deuses mataram Ymir, cujo sangue afogou todos os gigantes de gelo exceto Bergelmir, do qual teve origem uma nova raça de gigantes de gelo. Odin e seus irmãos carregaram o corpo de Ymir para fora do Ginnungagap e fizeram a Terra de seu corpo e as rochas de seus ossos. Pedras e cascalho originaram-se dos dentes e ossos esmigalhados do gigante morto, e seu sangue preencheu o Ginnungagap, dando origem aos lagos e mares. A abóbada celeste foi formada de seu crânio esfacelado. Dos parasitas do corpo de Ymir, eles criaram os anões, e quatro anões chamados Nordri, Sudri, Austri e Vestri sustentam o crânio de Ymir. Do cabelo de Ymir formou-se a flora, e de seu cérebro originaram-se as nuvens. Tições de Muspelheim foram colocados no céu, e assim surgiram as estrelas. A Terra era um grande círculo rodeado pelo oceano, e os deuses haviam construído uma grande muralha a partir das pestanas de Ymir, que circundavam este local que eles nomearam Midgard. Uma enorme serpente chamada Jormungandr, a Serpente de Midgard, rodeia toda a extensão do círculo da Terra, devorando qualquer homem que queira sair de Midgard. Após isso, Odin e seus irmãos criaram o lar dos deuses, Asgard a Cidade Dourada. Em seguida Odin criou mais deuses, os Aesires, para povoar Asgard. Um outro grupo de deuses, os Vanires, surgiu exatamente antes ou após os Aesires. Suas origens são muito misteriosas, mas eles parecem povoar Vanaheim, uma terra próxima de Asgard. Os Aesires são claramente deuses da guerra e do destino, enquanto os Vanires aparentam ser deuses de fertilidade e prosperidade. Por um longo tempo uma terrível guerra ocorreu entre estas duas raças divinas, causada pelo rapto de uma Vanir, Gullveig, que guardava o segredo de criar riquezas, fato este que atiçou a cobiça dos Aesires. Nenhum dos lados parecia próximo de alcançar a vitória. A paz foi finalmente arranjada quando os dois grupos concordaram em trocar reféns. Os Vanires mandaram Njord e seus filhos gêmeos Frey e Freya para viver com os Aesires, e estes mandaram Hoenir, um homem grande que eles disseram ser um de seus melhores líderes, e Mimir, o mais sábio dos Aesires, para viver com os Vanires. Os Vanires ficaram desconfiados de Hoenir, acreditando que ele era menos capaz do que os Aesires disseram e percebendo que suas respostas eram menos autoritárias quando Mimir não estava presente para aconselhá-lo. Quando eles perceberam que haviam sido trapaceados, os Vanires cortaram a cabeça de Mimir e mandaram-na de volta aos Aesires. Aparentemente, os Aesires consideraram isto como um preço justo por terem enganado os Vanires, pois os dois lados permaneceram em paz. Com o passar do tempo, as duas raças foram se integrando e tornaram-se grandes aliadas. Após estabelecerem controle sobre Asgard, Odin criou o primeiro homem, Ask, de um freixo e a primeira mulher, Embla, de um olmo. Odin deu a cada um dos dois um espírito, Hoenir presenteou eles com seus cinco sentidos e a habilidade de se mover, e Lodur deu a eles vida e sangue.
O Mundo Nórdico
Yggdrasil, a árvore da vida, tem três níveis
ASGARD
É onde vivem quase todos os deuses. A paz por lá só reinou após muito quebra-pau entre eles. Asgard é cheia de grandes salões, como o grandioso Valhalla, salão de Odin.
MIDGARD
Os humanos vivem aqui. Midgard é cercada por um vasto oceano e é ligada a Asgard pela Bifrost, uma ponte em forma de arco-íris vigiada pelo deus Heimdall.
JOTUNHEIM
Região dentro de Midgard habitada por gigantes, raça que vive em conflito com os deuses. Lá fica uma fortaleza chamada Utgard, palco de várias aventuras de Thor.
NIFLHEIM
O terceiro e último nível é o domínio dos mortos. É um local gelado, onde a noite não tem fim e aonde os homens de mau caráter são enviados após a morte.
Os principais heróis da mitologia nórdica:
- Beowulf: guerreiro que venceu o dragão e o grande monstro Grendel.
- Siegfried: personagem épico na saga dos Volsungos.
- Grendel: monstro que foi derrotado por Beowulf.
- Volsung: personagem rei.
- Erik, o vermelho: descobridor da Groelândia.
Brisingamen (Colar de Freya)
Na mitologia nórdica, Brisingamen é um colar da deusa da beleza e do amor Freya. Os poucos que o viram juraram que é o artefato o mais bonito sobre o qual já colocaram os olhos. O menos que o desgastaram adquirem um encanto nenhum homem ou deus podem suportar. Os anões Alfrigg, Berling, Dvalin e Grer são quatro irmãos mestres-ferreiros que forjaram o Brisingamen. Esse colar podia ser usado tanto no pescoço como também na cintura. Para consegui-lo a deusa do amor passou uma noite com cada um dos anões, como é narrado de forma completa na Sottr Thattr, escrita por cerca do ano 1400. Freyja teve o seu colar roubado por Loki. Ele se escondeu em Dreun, lugar onde os mortos ficam e somente os deuses podem ir e depois retornar. Lá escondeu a jóia para que Freyja nunca a encontrasse. Hearhden, o poderoso ferreiro dos deuses, ficou muito abalado com toda a história, já que todas as almas partilhavam da tristeza de Freyja e a escuridão estava em torno dela. Ele decide ajudá-la. Ele recuperou a jóia e devolveu a ela. Quando ela foi sair de Dreun, Hulda não deixou. Para que ela pudesse partir, ela teria que dar algo dela para Hulda. Por não querer se livrar da sua tão preciosa jóia, Freyja fez um trato com Loki. O contrato dizia que o Brisingamen ficaria durante seis meses com Freya e Loki ficaria com ele durante os outros seis meses do ano. Enquanto Loki fica com Brisingamen, Freya fica angustiada e cai novamente em desespero, trazendo mais uma vez a escuridão a sua volta. Para esconder suas lágrimas, toda luz, toda vida e todas as criaturas se juntam a ela em seu terrível destino. Por isso que, na metade da roda do ano, quando Loki está com o Brisingamen, Freyja fica desesperada, a escuridão desce e o mundo torna-se frio e gélido (inverno). Na outra metade do ano, quando Freya recebe novamente sua jóia, não há limites para sua felicidade, então a escuridão é substituída pela Luz e o mundo torna-se quente mais uma vez (verão).
Guerreiras de Odin: As Valquírias na Mitologia Viking
“[...] a figura da valquíria: ela é matadora de homens – em sua qualidade de mensageira de Odin, é bem verdade, e de executante de suas crenças – mas é, ao mesmo tempo, uma sedutora: não há quem resista a seus encantos propriamente mágicos” (Régis Boyer, Mulheres viris, 1997b).
No resgate e na popularização da mitologia nórdica, poucas narrativas fascinam tanto como o mito das valquírias (valkyrjor, singular – valkyria). Celebradas pela música wagneriana, pela literatura, pelo cinema e até mesmo pelas histórias em quadrinhos, as guerreiras de Odin ocupam um lugar especial em nosso imaginário sobre a cultura dos vikings . Mas até que ponto essa nossa contemporânea, construída pela arte oitocentista , corresponde ao que os escandinavos imaginam originalmente? Qual o papel das valquírias para a religião e a sociedade nórdica? Nossa principal hipótese é a de que o mito das valquírias esteve vinculado a certos fatores sociais relacionados com a aristocracia e a realeza, com finalidades de legitimação dos poderes políticos e sociais dessas mesmas classes. A metodologia adotada são as teorizações do historiador francês Régis Boyer. Influenciado pelo mitólogo Georges Dumézil, Boyer aplica a teoria da tripartição social dos povos de origem indo-européia especificamente para os estudos da religião escandinava. A concepção cósmica de mundo, os rituais e as divindades seriam concebidos em termos de ordem social. Para Régis Boyer, os mitos e outros cultos nórdicos foram construídos gradativamente por acréscimos sucessivos. Essa concepção diacrônica também será adotada, bem como pesquisas demonstram as influências culturais estrangeiras no processo de formação religiosa dos vikings (DUBOIS, 1999; DAVIDSON, 1988). A sociedade nórdica estava originalmente dividida em duas grandes categorias: a dos homens livres (karls) e a dos escravos (thrall). A maior parte da população livre era constituída de fazendeiros (bóndi, - plural- boendr), que também se dedicava ao comercio, à navegação e à guerra. A aristocracia hereditária (jarl) constituía o pequeno grupo que mantinha seus privilégios nas comunidades, especialmente nas assembleias gerais (things) e nos vínculos com a corte real (hird). Toda a politica e o suporte militar eram definidos pelo chefe local (lendrmadr, membro da aristocracia), mas a autoridade absoluta era centrada no rei (konungr), que também exercia o papel de principal sacerdote publico. A maioria da população livre era adepta dos cultos ao deus rórr e aos vanes (entidades relacionadas à fertilidade, especialmente Freyr e Freyja).A aristocracia e a realeza perpetuavam especialmente os rituais ao deus principal do panteão germano-escandinavo, Odin (“fúria”), ao qual o mito das valquírias estava intimamente relacionado. A palavra original do nórdico antigo, valkyrja, significa “ a que escolhe os mortos” (BOYER, 1997ª, p.164). Entidades sobrenaturais relacionadas diretamente com marcialidade, e sua associação com o destino dos guerreiros mortos na batalha remetem a uma tradição mítica muito anterior aos vikings, vinculada aos antigos germanos. Na literatura anglo-saxã do século VIII surge o termo warlcyrge (a que escolhe os mortos). Hilda Davidsons e Régis Boyer apontam três e Brian Branstson quatro fases nas imagens das valquírias, mas todas possuindo aspectos relacionado à batalhas, ou seja, de entidades femininas ligadas a conflitos.
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