Sábado, 12 Janeiro 2019 01:46

Diálogo entre o Homem e Deus

Depois de tantos anos Deus finalmente resolveu conversar com o homem. Neste diálogo todas as repostas que a humanidade tem perseguido durante milênios finalmente foram reveladas. As grandes questões existenciais foram esclarecidas. Todos os infinitos debates sobre a existência de Deus acabaram, pois, Deus em pessoa apareceu para esclarecer definitivamente a questão, sem parábolas, sem simbolismos ou enigmas. O mistério acabou e você vai se surpreender com o desenrolar desta conversa. Acompanhe o diálogo abaixo.

 

Homem: Deus, você está aí?

Deus: Sim, o que deseja?

Homem: Preciso conversar com você.

Deus: Mas você acredita em mim?

Homem: Bem, às vezes sim, às vezes não. Parte de mim acredita outra parte não. Mas a grande maioria das pessoas acredita piamente em você.

Deus: Isso me preocupa muito.

Homem: Por quê?

Deus: Porque a humanidade acredita em mim cegamente. Muitos afirmam que a fé é cega e não deve ser discutida.

Homem: Verdade, eu já ouvi muito isso. As pessoas me dizem que religião não se discute. Você concorda com isso?

Deus: Claro que não. O ser humano é dotado de um cérebro muito poderoso, o que o diferencia dos outros animais. Se um indivíduo acredita em mim só porque algumas pessoas lhe dizem que tem que acreditar, ele se torna um animal treinado que faz aquilo que lhe é ensinado, como um cão adestrado.

Homem: Então você acha que muitas pessoas acreditam em você só porque crescem dentro de um contexto religioso que os induz a acreditar?

Deus: Sim. Isso é muito fácil de ser comprovado. Veja bem, o Hattori, que nasceu no Japão é Budista. Já o Kalef, que nasceu em Riad é Muçulmano. O Silva, que nasceu no Rio de Janeiro é Cristão. O Talan, que nasceu em Calcutá é Hindu. O Iamutã que nasceu no Xingu é Animista. E aonde você vá verá que existem vários Deuses diferentes em várias religiões, todas elas reflexo sociocultural que é praticamente imposto pela sociedade na qual o individuo se desenvolve.

Homem: Mas isso as pessoas já sabem, ou não?

Deus: Não, elas não sabem. Veja os exemplos que temos todos os dias. As pessoas que seguem uma determinada religião, não toleram as outras e acreditam de fato que a sua doutrina seja a correta. Se isso fosse verdade, os Xintoístas estariam certos e os Católicos errados? E os Animistas são menos corretos que os Mulçumanos? Se apenas uma religião está correta, o que acontece com as outras? É um caso de hipnose em conjunto? Ou pura perda de tempo?

Homem: Mas e se todas as religiões estiverem corretas?

Deus: Não é possível, porque cada uma tem uma doutrina totalmente diferente da outra, seus livros sagrados contêm ideologias distintas, os personagens das diferentes religiões apareceram na historia da humanidade com centenas e até milhares de anos de diferença. E algumas religiões sustentam mais de um Deus.

Homem: Mudando um pouco de assunto. O que você acha das pessoas que agradecem por tudo o que tem a você?

Deus: Se eu fosse realmente responsável pelas coisas que as pessoas conquistam, elas seriam desmerecedoras das suas conquistas.

Homem: Como assim? Pode explicar melhor?

Deus: Quando o aluno passa no vestibular ele costuma dizer “graças a Deus”. Mas isso é uma grande bobagem, pois o aluno só passou graças ao seu mérito, ao seu estudo.

Homem: Tem algum outro exemplo?

Deus: O pai de família que recebeu uma promoção no trabalho. Porque ele deveria ser grato a Deus? Ele é quem trabalha e obtém os bons resultados que lhe valem a promoção.

Homem: Então, se você não é responsável pelas coisas boas, você também não tem culpa das ruins?

Deus: Exatamente. Quando acontece um acidente e há sobreviventes, as pessoas costumam dizer “graças a Deus”. Veja bem, eu seria muito seletivo e sádico se escolhesse apenas alguns para sobreviverem. E eu não sou sádico.

Homem: Mas e essa historia de que “ele se foi porque chegou a sua hora”.

Deus: Isso é causado pela incapacidade do homem de lidar com a morte e por isso atribui a mim o fim da vida de um individuo. Como também o faz com o nascimento. Incapaz de entender a geração da vida o homem diz que sou eu que “dou” a vida a todos.

Homem: O que você acha das regras que os homens tem em suas religiões e que atribuem a você?

Deus: Essas regras são absurdas, não refletem a minha vontade. Imagine você se o criador de algo tão grandioso como o universo, se preocuparia com coisas tão mesquinhas como ter que usar panos na cabeça, não poder comer esse ou aquele alimento num determinado dia da semana, não poder trabalhar num outro dia, não poder ter relações sexuais antes do casamento, não poder aceitar transfusões de sangue ou qualquer outro absurdo do gênero. O homem usa a religião para controlar a mente e a vontade de seus iguais, e faz isso em meu nome. Isso me ofende e me deixa muito desgostoso com a humanidade. Eu não sou responsável pelos disparates dos homens.

Homem: Se eu não acreditar em você serei mandado para um inferno de fogo e não terei lugar no reino dos céus?

Deus: Claro que não. Isso é mais uma maneira que os homens encontraram para impor a religião e a fé nas pessoas. Se eu sou Deus e criei tudo o que existe, todos vocês são minha criação e por isso tem lugar ao meu lado no reino dos céus. Não é porque uma pessoa não aceita cegamente as doutrinas das religiões do mundo, que essa pessoa não tem direito de descansar ao meu lado. Eu prefiro um ateu que estuda, se informa e se questiona o porquê das religiões, o porquê da vida e da morte, que um crédulo cego que acredita sem jamais pensar na mera possibilidade disso tudo ter sido uma criação da psique humana. Se eu fosse assim, eu seria um Deus vingativo. E vingança não é um sentimento de Deus, e sim do homem, que tenta se vingar daqueles que não acreditam em mim, espalhando essa mentira absurda. Cada indivíduo é livre para escolher se acredita ou não em mim. Pois a fé em Deus tem que ser algo que vem de dentro e não de fora através de imposições da família, da sociedade e da cultura local.

Homem: Mas afinal, você existe ou não?

Deus: Não, eu não existo. Eu sou sua necessidade psicológica. Sou seu medo da morte. Sou a sua incapacidade de compreender a vida, o macro e o microcosmo. Daí, para “justificar” tudo isso você me criou. Você inventou Deus e atribui a ele tudo o que você não é. Eterno, onipresente, onipotente e onisciente. Houve momentos em que você sentia medo e solidão. Houve momentos em que você estava de luto. Houve momentos em que você se perdeu em reflexões, mas não encontrou as respostas que queria tão desesperadamente, e acima de tudo, houve momentos em que você queria controlar outras pessoas e para todas estas coisas você me criou.

Homem: Mas e agora? Como faremos pra dizer isso a mais de 7 bilhões de pessoas?

Deus: Não diremos, pois elas não estão preparadas pra isso. Não estão preparadas para saber que aquilo em que elas acreditam durante toda uma vida, não existe. Seria um choque muito forte para todas elas. Isso poderia jogar o mundo numa era de caos e de desespero que seria usada por aproveitadores para obter poder e dinheiro, como se faz hoje com a Religião. Muitas pessoas se encontrariam realmente sós, sem nem ao menos a fé. Isso seria a materialização da palavra desespero, uma vida sem esperança. E um homem sem esperança, não alcança nada. Então, deixe a humanidade ter ao menos a esperança de que depois dessa existência haverá uma recompensa.

 

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Publicado em ATEÍSMO