O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS) vetou integralmente a proposição de lei, aprovada pela Câmara Municipal, que obrigava as escolas municipais da cidade a ofertar aulas de ensino religioso. A decisão do prefeito foi publicada na edição deste sábado (4) do Diário Oficial do Município (DOM). A proposta, apresentada pelo ex-vereador Vilmo Gomes, determinava que a disciplina fosse ofertada a alunos do ensino fundamental, por professores concursados. Os docentes deveriam, entre outras funções, preparar o aluno para "possibilitar a consolidação dos valores morais, éticos e espirituais", promover o respeito aos valores de todas as manifestações religiosas e contribuir para a formação de um aluno crítico, solidário e "protagonista da construção de uma cultura de paz". O projeto foi aprovado em segundo turno na Câmara em dezembro do ano passado. Kalil vetou a proposta, com a justificativa de que a criação de cargos e a inclusão da disciplina refletiriam "em um aumento substancial de despesas para a administração pública municipal". Além disso, o prefeito declarou que a proposição de lei contraria a legislação federal, que prevê a introdução do ensino religioso no ensino com matrícula facultativa.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sindrede-BH) comemorou o veto. "A escola deve ser um ambiente laico, e esse projeto representaria um retrocesso muito grande para a educação. Não temos ensino religioso nas escolas municipais da cidade desde a década de 1990", afirmou o diretor de comunicação da entidade, Luiz Carlos Bittencourt.

O vereador da bancada evangélica Elvis Cortês (PSD), por sua vez, afirma que trabalhará, já na segunda-feira, para derrubar o veto de Kalil. "O projeto foi aprovado por unanimidade. Acredito que não vamos ter dificuldade para retomá-lo", afirma Cortês, completando sobre a importância de se ensinar religião nas escolas. "Esse tipo de ensino existe desde que eu nasci, porque agora teria que mudar?", indaga. O também vereador da bancada evangélica Henrique Braga (PSDB), contrariando Cortês, afirma que apoia o veto de Kalil. "Acredito que religião deve ser aprendida na igreja ou em casa, com os pais, e não na escola", comenta.

O projeto será devolvido à Câmara Municipal, a quem cabe a decisão final sobre o texto. Se a Casa concordar com o veto, a proposição será arquivada. Caso contrário, a proposta pode ser transformada em lei. A reportagem entrou em contato com o ex-vereador Vilmo Gomes, autor da proposta, mas até o momento não tinha sido atendida.

Fonte: O Tempo

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Domingo, 27 Agosto 2017 15:52

Conheça os 11 países mais ateus do mundo

Segundo Worldwide Independent Network, 63% da população mundial são religiosos. Por outro lado, entre 11 e 13% são ateus e 22% não são religiosos. Há uma diferença entre as pessoas que se consideram ateias e as pessoas não religiosas. As pessoas não religiosas, simplesmente não seguem quaisquer regras ou guias de uma religião, no entanto podem acreditar em Deus. Os ateus têm uma falta de crença na religião e Deus inteiramente. Os ateus americanos afirmam que o ateísmo não é uma religião, nem um sistema de crença. O erro mais comum é que o ateísmo é tratado como um sistema de crença. E nunca foi e nunca será isso. Normalmente, os debates mais “acentuados” são entre os próprios ateus. Isto é porque eles discordam em muitas idéias e crenças comuns. Ainda, os ateus tendem a não tentar convencer as pessoas a se tornarem ateias. A população de ateus em todo o planeta depende muito da religião predominante de um país, o número de crentes e o número de pessoas sem religião. É a razão de ser muito difícil encontrar países com uma grande população de ateu. Um fato muito interessante é que esses países também estão na lista dos países mais desenvolvidos do planeta. Se pararmos para pensar, alguns acontecimentos como Revolução Francesa, Revolução Cultural na China ou a guerra de independência da Irlanda tiveram uma grande influência na religião desses países. Para esta seleção foi usado o mapa encontrado no site Washington Post e os dados da última pesquisa, conduzida por WIN Gallup International encontrada em Patheos.

 

(1) Irlanda

Na Irlanda algumas escolas do ensino primário agora tem aulas de ateísmo, agnosticismo e humanismo no curso de introdução aos sistemas de crenças que abrange mais de 16.000 alunos. A educação do país disse que a medida é necessária porque ao ensinar a crença, você também deve apresentar o outro lado (a descrença). A proporção de ateus n país é de 10%, religiosos 47%, não religiosos 44% e os que não sabem 0%.

 

(2) Austrália

Na Austrália, o estado de Victoria ajudou economicamente na Segunda Convenção Global Ateísta, que foi realizada em abril de 2012 na cidade de Melbourne. Com o argumento de que em 2010 o governo destinou 2 milhões de dólares para a realização do Parlamento das Religiões do Mundo, a Fundação Ateísta da Austrália obteve o apoio porque pediu igualdade no tratamento. No país a proporção de ateus são apenas 10%, religiosos 37%, as pessoas que não tem religião são de 48% e que não sabem 5%.

 

(3) Islândia

Na Islândia, quando se pergunta para as pessoas em quem elas acreditam, a maioria responde que é em si mesmo. No país, são ao todo uma proporção de 10% de ateus e 57% de religiosos. Os números de pessoas que não tem religião é de 31% e que não sabem apenas 2%. Bom, o número de religiosos é bem grande, porém a maioria tem uma visão um pouco diferente de religião.

 

(4) Áustria

Na Áustria, a lei permite que os religiosos usem chapéus ou véus que são obrigatório pela religião na foto da habilitação de motorista. E com a intenção de obter direitos iguais, o ateu Niko Alm, conseguiu convencer a lei que aceitasse sua foto com um escorredor de macarrão na cabeça, um pouco inconveniente, mas deu certo. A proporção de ateus no país é de 10% e dos religiosos são 57%. Os não religiosos chegam a 31% e os que não sabem apenas 2%

 

(5) Holanda

Na Holanda as igrejas costumam ser vazias. Em toda cidade se encontra capelas e catedrais que estão disponíveis para locação para festas, reuniões, feiras, aulas, exposições, teatro, essas atividades estão tomando o lugar das missas. Os ateus são de 14% contra 43% dos religiosos. A porcentagem de pessoas que não tem religião é de 42%  e que não tem opinião é de 2%¨.

 

(6) Alemanha

Um livro ateu feito para crianças deu o que falar na Alemanha, escrito por Michael Schmidt-Salomon, acusaram o autor de anti-semitismo. Segundo as pessoas que criticaram o livro, o escritor fez retrato de um rabino de maneira que deixou semelhante a caricatura dos judeus nos anos 30. Na Alemanha a proporção de ateus é de 15%, de religiosos 51%, que não tem religião 33% e os que não sabem apenas 1%.  

 

(7) Coréia do Sul

A Coréia do Sul é considerada um exemplo de país ateu. A soma da população ateu com sem religião chega a 46%. O país tem a melhor educação pública do mundo e é um dos países mais ricos do planeta. A porcentagem de religiosos é de 52% e os que não tem opinião sobre o assunto 2%.

 

(8) França

De modo geral, o ateísmo vem crescendo no mundo inteiro. Na França, foi feito um estudo e conclui-se que o número dos sem religião e ateus vem crescendo cada vez mais. Os números da França de ateus são de 29% da população, contra 37% dos religiosos. Os que não tem religião são de 34% e os que não sabem apenas 1%

 

(9) República Checa

A República Checa tem ao todo 10 milhões de habitantes e 20% de pessoas que tem alguma religião. Mas o país é considerado ateu, pois são 30% de ateus. O número de pessoas que não tem religião é de 48% e os que não tem opinião apenas 2%. Os números comprovam o quanto a República Tcheca é um país ateu.

 

(10) Japão

No Japão, apesar de ter metade da população dos Estados Unidos, tem mais que o dobro de números de suicídios. Bom, não quer dizer que isso tem relação com o ateísmo. O grande problema considerado pelos estudiosos é a depressão crônica. o número de ateus do país é de 31%, enquanto o de religiosos apenas 16%. As pessoas que não tem religião são igual a 31% e os que não sabem 23%.

 

(11) China

Na China, o país mais ateu do mundo, tem a liberdade de religião consagrada na Constituição chinesa, porém, os membros do partido comunista chinês (com mais de 80 milhões de filiados) exigem que seus membros não participem de atividades religiosas. Os números da China são realmente impressionantes, são 47% de ateus, apenas 14% de religiosos, 30% de pessoas que não tem religião e 9% que não tem opinião.

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Fonte: Washington Post, Patheos

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O Papa Francisco criticou novamente alguns membros da sua própria Igreja nesta quinta-feira (23), sugerindo que é melhor ser ateu do que um dos "muitos" católicos que levam o que disse ser uma vida dupla e hipócrita. Em comentários improvisados em sermão de missa privada matinal em sua residência, ele disse: "é um escândalo dizer uma coisa e fazer outra. Isto é uma vida dupla". "Existem aqueles que dizem 'sou muito católico, sempre vou à missa, pertenço a isto e a esta associação", disse o chefe da Igreja Católica Romana, que tem cerca de 1,2 bilhão de membros, de acordo com transcrição da Rádio Vaticano. Ele disse que algumas destas pessoas também devem dizer "minha vida não é cristã, eu não pago aos meus funcionários salários apropriados, eu exploro pessoas, eu faço negócios sujos, eu lavo dinheiro, [eu levo] uma vida dupla". "Há muitos católicos que são assim e eles causam escândalos", disse. "Quantas vezes todos ouvimos pessoas dizerem 'se esta pessoa é católica, é melhor ser ateu'". Desde sua eleição em 2013, Francisco disse frequentemente a católicos, tanto padres quanto membros não ordenados, para praticaram o que a religião prega. Em seus frequentes sermões improvisados, ele já condenou abuso sexual de crianças por padres como sendo equivalente a uma "missa satânica", disse que católicos na máfia se excomungam, e disse a seus próprios cardeais para não agirem como se fossem "príncipes". Em menos de dois meses após sua eleição, ele disse que os cristãos devem ver ateus como pessoas boas caso eles sejam boas pessoas.

 

Fonte: Portal G1

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A Polícia Federal indiciou o pastor Silas Malafaia por lavagem de dinheiro no inquérito da Operação Timóteo, que apura um suposto esquema de corrupção nas cobranças de royalties da exploração mineral. O indiciamento se deu em 16 de dezembro – dia em que Malafaia foi alvo de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a depor) – e revelado nesta quinta-feira (23) pela revista "IstoÉ". O G1 confirmou nesta sexta a informação da revista. De acordo com a PF, Silas Malafaia recebeu um cheque de R$ 100 mil de um dos escritórios investigados e depositou em uma conta pessoal. À época da operação, a PF informou que havia "indícios robustos" de que o pastor e os demais investigados se associaram ao esquema, "praticando uma série de delitos contra a administração pública, especialmente lavagem de dinheiro". Na prática, o indiciamento significa que o delegado responsável pelo caso vê indícios concretos de que o investigado cometeu determinado crime. Ao ser formalizado, com base nas evidências colhidas durante a apuração, o indiciamento é enviado pela PF ao Ministério Público. Uma vez nas mãos do MP, o relatório da PF é analisado pelos procuradores que, caso considerem haver provas suficientes contra o indiciado, são os responsáveis por apresentar denúncia à Justiça.

 

Malafaia contesta

 

Ao G1, o pastor afirmou que o assunto é “velho”. Ele voltou a defender que o repasse foi uma doação, direcionada à igreja dele e a uma associação religiosa. Malafaia disse ainda que declarou o dinheiro e pagou os devidos impostos. “O que eu faço com ofertas que recebo pessoais? Depositei na minha conta. Declarei e paguei os tributos. Se [o dinheiro] tivesse entrado e eu sacado, podiam desconfiar. Agora, não me deem atestado de burrice. Se eu fosse corrupto, eu não ia depositar na minha conta.” Ele também adiantou de que forma iria se defender à Justiça. "Minha defesa vai ser mostrar minha declaração do imposto de renda. Não sou obrigado, mas estou abrindo meu sigilo fiscal, apresentando o extrato da conta bancária. Tenho certeza que o juiz vai me tirar disso. Agora, o delegado fez questão de me atingir nisso." Quando foi alvo de condução coercitiva, Malafaia rechaçou a operação. "Nesta manhã, fui acordado, por um telefonema, que a Polícia Federal esteve na minha casa. Estou em São Paulo e vou me apresentar. Recebi uma oferta de R$ 100 mil, de um membro da igreja do meu amigo pastor Michael Abud. Não sei e não conheço o que ele faz. Tanto é que o cheque foi depositado em conta. Por causa disso, sou ladrão? Sou corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas”, afirmou Malafaia. “Declaro no imposto de renda tudo o que recebo. Quer dizer que se alguém for bandido e me der uma oferta, sem eu saber a origem, sou bandido? Será que a Justiça não tem bom senso? Para saber que eu recebi um cheque de uma pessoa? E isso me torna participante de crime? Estou indignado”, complementou o pastor na ocasião.

 

Relembre o caso

 

A operação ocorreu em 11 estados e no Distrito Federal. Foi batizada de Timóteo em referência a um dos livros da Bíblia. De acordo com a PF, a organização criminosa agia junto a prefeituras para obter parte dos 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) repassada aos municípios. Em 2015, o CFEM acumulou quase R$ 1,6 bilhão. Ainda conforme os investigadores, munidos das informações, os suspeitos entravam em contato com municípios que tinham créditos do CFEM junto a empresas de exploração mineral para oferecer seus serviços.

 

O esquema criminoso, segundo a PF

 

As investigações da Operação Timóteo apontam que a suposta organização criminosa era dividida em, pelo menos, quatro grandes núcleos:

 

- o núcleo captador, formado por um diretor do DNPM e pela mulher dele, que, segundo a PF, prospectavam prefeitos interessados em ingressar no esquema;

- o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria registrada no nome da esposa do diretor do DNPM, que comandava o esquema de corrupção. Esse núcleo, afirma a PF, repassava valores indevidos a agentes públicos;

- o núcleo político, formado por políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema;

- o núcleo colaborador, que, conforme os policiais, era responsável por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro desviado. Entre os integrantes desse núcleo, diz a PF, está Malafaia, que recebeu dinheiro do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A PF apura se ele emprestou contas bancárias da instituição que ele comanda para ocultar a origem supostamente ilícita do dinheiro.

 

Fonte: Portal G1

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Não, nós não encontramos ETs, mas nossa descoberta pode ajudar na busca da vida fora do nosso Sistema Solar." A descoberta anunciada pelo ESO (Observatório Europeu do Sul) não é aquela que buscamos há tanto tempo, mas mantém nossa esperança. Sete exoplanetas foram descobertos orbitando uma estrela próxima, a cerca de 39 anos-luz de distância, de acordo com comunicado feito pela Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) nesta quarta-feira (22). E as condições de alguns deles podem ser favoráveis para água em estado líquido.

A estrela anã que fica no centro desse sistema estelar, como se fosse o nosso Sol, é chamada de TRAPPIST-1, e é um pouco maior que Júpiter (o planeta é cerca de 12 vezes maior que a Terra). Um dos autores da pesquisa, Michael Gilion, explica que se o nosso Sol fosse do tamanho de uma bola de basquete, a TRAPPIST-1 seria uma bola de golfe. Estimativas iniciais sugerem que os novos planetas têm massas semelhantes à da Terra e composições rochosas. Para você ter uma ideia, os maiores exoplanetas, o primeiro (por ordem de proximidade da estrela) e o sexto, são 10% maiores que a Terra. Já os menores, o terceiro e o sétimo (o mais distante da estrela), são 25% menores que nosso planeta. A descoberta foi feita em parceria entre astrônomos de todo o mundo, usando telescópios da Nasa e do ESO.

Este é o sistema com o maior número de planetas tão grandes quanto a Terra já descoberto, bem como aquele que tem o maior número de mundos que podem ter água líquida. Antes disso, o sistema com mais exoplanetas já descoberto tinha apenas três planetas.

A descoberta nos dá uma pista de que encontrar outra Terra não é uma questão de 'se' [ela existe], mas de 'quando'."

Thomas Zurbuchen, diretor da área de missões científicas da Nasa

Infelizmente, você não deverá estar vivo quando os astronautas conseguirem chegar até os planetas, mas os pesquisadores prometem mais novidades sobre o sistema em apenas cinco anos.

As análises, publicadas na Nature, indicam que em ao menos seis deles as temperaturas na superfície devem variar entre 0ºC e 100ºC, mas não é possível confirmar que exista água em estado líquido. Ainda é preciso buscar por mais dados.

"Com as condições adequadas da atmosfera, pode ter água em qualquer um dos desses sete planetas. Principalmente em três deles, que estão em localizações privilegiadas", explicou Zurbuchen, durante anúncio.

As hipóteses mostram que talvez nos três mais próximos da TRAPPIST-1 seja muito quente para água ficar líquida e não evaporar. No mais distante, é possível que exista gelo. Mas três exoplanetas (o quarto, quinto e o sexto) são os com maior probabilidade de ter vida fora da Terra, por estarem em uma zona habitável com possíveis oceanos. No caso do Sistema Solar, por exemplo, Vênus, Terra e Marte são os planetas na zona habitável. Cientistas vão continuar estudando o solo e também a atmosfera, para ver se é possível encontrar água e sinais de vida. Durante a pesquisa, os astrônomos também descobriram características importantes e curiosas sobre os sete exoplanetas.

Por exemplo, os cientistas afirmam que se você puder ficar na superfície de um dos mundos e de olhos no céu, você verá os outros seis planetas maiores do que nós, terráqueos, vemos a Lua. Os sete planetas são tão próximos que viagens interplanetárias seriam feitas em dias, e não em meses ou anos como acontece no nosso sistema. Outra característica é que a iluminação dos planetas deve ser semelhante à que temos em Vênus, Terra ou Marte. Além disso, é possível que alguns, se não todos os planetas, estejam sempre com a mesma face virada para a estrela, um fenômeno chamado de "tidal locking", como acontece com a Lua em relação à Terra.

O planeta mais próximo da TRAPPIST-1 demora apenas um dia e meio para orbitar a estrela. O mais distante deve demorar cerca de 20 dias. Lembre que a Terra demora 365 dias para dar toda a volta no Sol. As pesquisas não mostram se os exoplanetas têm luas. Mas de acordo com Gilion, "seria estranho ter luas tão perto de uma estrela, estudos ainda esclarecerão essa questão". Se não tiverem o satélite natural e tiverem oceanos, a proximidade entre os exoplanetas pode influenciar no movimento das ondas, assim como a Lua faz na Terra.

Em maio de 2016, Michael Gillon e sua equipe encontraram três exoplanetas girando em torno de uma estrela anã, na constelação de Aquário. Empolgados com a novidade, os cientistas realizaram uma campanha de monitoramento da estrela a partir do solo e do espaço para saber mais sobre os planetas. Na Terra, a pesquisa usou observações do instituto STAR, na Universidade de Lieja, na Bélgica, o telescópio de Liverpool, operado pelo Instituto de Pesquisa de Astrofísica da Universidade John Moores, na Inglaterra e do Very Large Telescope do ESO, no Chile.

No espaço, o grande aliado foi o telescópio espacial da Nasa chamado Spitzer, que observou a TRAPPIS-1 por 21 dias em 2016 e conseguiu 500 horas de material. Os astrônomos analisaram as variações no brilho da estrela e anotavam de quanto em quanto tempo havia uma sombra, momento em que um exoplaneta estava passando pela estrela anã. Com os dados recolhidos, já foi possível saber o tempo de translação, a distância da estrela, a massa e o diâmetro de alguns dos sete exoplanetas. 

Os astrônomos afirmam que informações adicionais são necessárias para caracterizar com mais detalhes os novos planetas, particularmente o sétimo (o mais distante da estrela), que só foi registrado pelo Spitzer uma vez, e ainda não foi possível descobrir seu período orbital e sua interação com os outros exoplanetas.

Fonte: UOL Notícias

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No Brasil, vereadores evangélicos propõem com frequência leis que obrigam a leitura da Bíblia em escolas ou o pai-nosso. Eles argumentam que, assim, os jovens terão um padrão moral, de bom comportamento. Trata-se de uma ignorância grassa ou má-fé, engodo. Ou tudo junto. Primeiro porque esses vereadores demonstram que desconhecem a íntegra da Bíblia, onde há péssimos exemplos de moralidade, como extermínio de povos em nome de Deus. Segundo porque ser cristão ou seguidor de qualquer religião não é garantia alguma de civilidade. A história está aí para quem quiser conferir. Pela lógica desses vereadores, a Holanda, com mais da metade da população formada por não religiosos, deveria ser um país de violência, muito mais que o Brasil, onde a maioria das pessoas é cristã. E, no entanto, a Holanda, um “país de ateus”, como é chamada, está fechando prisões por falta de criminosos, enquanto as penitenciárias brasileiras estão lotadas. Na última década, o número de detentos na Holanda caiu 43%, justamente no período em que, coincidência ou não, acelerou-se lá o processo de secularização da sociedade. Dados de 2015 revelam que a Holanda tinha naquele ano 11 mil detentos, o que dá um para cada 100 mil habitantes. No Brasil, essa proporção de 300 para 100 mil. De 2013 a 2015, a Holanda fechou 19 prisões e, das que se encontram funcionando, muitas têm celas vazias. Os vereadores que gostam de misturar religião com política ignoram informações como essa, provavelmente por causa de uma mescla de burrice com conveniência. Porque a explicação mais razoável é que esses políticos vivem do proselitismo religioso barato, o que é, isto sim, uma deformidade moral, porque eles, assim, fisgam principalmente as pessoas mais carentes e com pouco grau de escolaridade.

Fonte: Paulopes

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A organização independente Pew Center apurou que 65% dos adultos nos Estados Unidos acreditam que os humanos e demais seres vivos evoluíram ao longo do tempo, de acordo, portanto, com a teoria já consagrada do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882). Entre os norte-americanos não afiliados a igrejas, o percentual é mais ainda significativo, de 86%. Entre os religiosos, destacam-se os católicos brancos, 73% deles creem na teoria da evolução. Na sequência vêm os protestantes (71%) e os católicos hispânicos (59%). Do total dos 2.000 adultos entrevistados em agosto de 2014, 31% demonstraram ser criacionistas. Apesar dos estudos de fósseis, eles acreditam que os seres vivos de hoje são do mesmo jeito em relação ao seu primeiro dia após serem criados por Deus. A maioria (59%) da população acha que ciência e religião entram às vezes em conflito entre si. Parte dos religiosos não tem a mesma percepção. Do total deles, 38% acham que não há incompatibilidade entre religião e ciência.  Do total dos não filiados a nenhuma religião, 61% dão credibilidade à teoria de que o universo foi criado pelo “bing bang”.

Fonte: Paulopes

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Celebridade no Twitter, onde tem mais de 183 mil seguidores, a freira dominicana Lucía Caram provocou a ira da Igreja e de fiéis ao sugerir que Maria, mãe de Jesus Cristo, teve relações sexuais com seu marido, José. A religiosa argentina, que vive na Catalunha, recebeu ameaças de morte e pediu desculpas por seu discurso, mas acusou o governo da Espanha de aproveitar o episódio para promover discórdia entre ela e o Vaticano. Caram é entusiasta da independência catalã. 

— Acho que Maria estava apaixonada por José e que eles eram um casal normal, e ter relações sexuais é uma coisa normal — disse, no programa de TV espanhol “Chester in love”. — É difícil acreditar e aceitar. Acabamos com as regras que inventamos sem chegar a uma mensagem verdadeira.

 

Caram afirmou que a sexualidade é dada por Deus, uma parte básica de cada indivíduo e uma forma de expressão própria. Ainda assim, segundo ela, a Igreja tem lutado contra isso.

 

— Acho que a Igreja não encara este assunto há muito tempo e o varreu para debaixo do debate — opinou. — Este assunto não era tabu, e sim algo considerado sujo ou oculto. Era uma negação do que acredito ser uma bênção.

 

As observações da freira provocaram uma onda de raiva na internet, incluindo uma petição on-line para que ela fosse suspensa de sua Ordem.

 

Suas opiniões foram rapidamente desmentida pelo bispo de Vic, na Espanha, que, em um comunicado, lembrou que a virgindade de Maria faz parte da fé desde o início da Igreja: “Isso foi proclamado pelo Segundo Concílio de Constantinopla, sendo o dogma mariano primário observado pelos cristãos católicos e ortodoxos (...). Lembramos às pessoas que essas observações não estão de acordo com a fé da Igreja e lamentamos a confusão que podem ter causado aos fiéis”. 

Na última quarta-feira, Caram emitiu uma declaração em que disse que havia recebido ameaças de morte depois de sua aparição na TV:

“Quando fui perguntada sobre a Virgem Maria, disse que, na minha opinião, ela obviamente amou José... Eu queria dizer que não me chocaria se ela teve um relacionamento normal de casal com seu marido. Isso chocou muitas pessoas, talvez porque não havia oportunidade de esclarecimento. Mas creio que minha fidelidade e amor à Igreja, ao Evangelho e ao projeto de Jesus são claros, assim como a certeza de que o sexo não é nem sujo nem algo a ser condenado, e que o casamento e o sexo são uma bênção”.

A freira acrescentou que, enquanto pedia desculpas a quem se sentia ofendido, estava preocupada com o modo “fragmentado, ideológico e perverso” com que suas observações foram interpretadas. A freira disse que “alguns sedentos de vingança e impulsionados pelo ódio” mentiram sobre ela e fizeram “ameaças sérias, incluindo à minha vida”.

Fonte: O Globo

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Durante a sessão extraordinária da Câmara Municipal de Caruaru, que foi realizada nesta segunda-feira (30), o vereador Daniel Finizola (PT) se recusou a realizar a leitura do salmo, apontando que era necessário manter a garantia de Estado laico e prestar respeito a todas as religiões. O petista foi o terceiro a ser chamado à tribuna para ler um trecho da Bíblia.  "Todas as religiões devem e têm que estar representadas aqui nesta Casa. Peço um momento de silêncio para que esta Casa seja democrática e aceite todas as religiões, sem exceção", declarou. O hábito de iniciar e encerrar as sessões com a leitura de um salmo bíblico é rotineiro na Câmara de Caruaru. O posicionamento de Finizola, que é professor de história, levantou a questão de como o ato deverá acontecer nas próximas reuniões da Casa. O Brasil precisa de mais políticos assim! Se você defende em nosso país uma estado realmente laico parabenize o vereador:  https://www.facebook.com/danielfinizolahttps://www.facebook.com/danielfinizola

Fonte: Site da Rádio Cultura

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Entre 6,1 milhões de candidatos, Caroline Marson Dal (foto) foi uma das 77 pessoas que tiraram nota mil na prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2016. Ao desenvolver o tema "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, ela defendeu o Estado laico como a solução para tal incompreensão. De acordo com o rascunho da redação que levou para casa, a estudante escreveu que é preciso haver uma "alteração das diretrizes da cultura brasileira, para que todos tenham acesso à informação e ao contato com a diversidade religiosa, compondo, assim, um amplo potencial crítico e argumentativo que será capaz de garantir o respeito entre as religiões". Ressaltou que “há dezenas de novas correntes religiosas que vêm ganhando espaço no território nacional, oriundas da diversidade cultural de nosso povo, motivo pelo qual a intolerância religiosa é cada vez agressiva". Por isso, conforme escreveu, a laicidade do Estado brasileiro é importante, de modo que “não haja interferência religiosa nas diretrizes do governo, garantindo que todos tenham os mesmos direitos e sejam tratados igualitariamente, independente de suas crenças”. Para que a moradora na pequena cidade de Veranópolis (RS) tirasse a nota máxima, foi fundamental a leitura de obras clássicas.

Fonte: Paulopes

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O amazonense Kelvin Nunes (foto), 18, foi um dos 77 estudantes que tiraram nota máxima (1.000) na redação “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” do Enem 2016. Ele disse que o fato de sofrer intolerância por ser ateu o ajudou na argumentação da redação. “Eu tinha experiência para colocar na redação.” Nunes afirmou que ouve com frequência que quem não acredita em Deus é pessoa má porque tem pacto com o demônio. “Não é assim, não tem nada a ver”, disse, acrescentando que na redação ressaltou que as pessoas têm de respeitar a crença religiosa ou a descrença alheia. Nunes disse ainda que se preparou para o exame, fazendo uma redação por semana. Ateus relatam diariamente na rede social o tipo de discriminação sofrido pelo estudante.  Apesar disso, eles são ignorados pela imprensa. 
Kelvin Nunes gosta de matemática, mas foi em português que se superou. O ditado popular de que “a prática leva à perfeição” nunca fez tanto sentido na vida do estudante amazonense como agora. Ele foi um dos 77 alunos do Brasil a tirar nota máxima (1.000) na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016. Tal façanha foi obtida à custa de um treino intensivo de estudos. “Fazia uma redação por semana”, relata. Depois de fazer a redação, o jovem levava o texto para ser analisado pelos professores para saber onde tinha errado e como poderia melhorar. A prática o deixou preparado para escrever sobre qualquer tema, mas o que caiu no Enem, “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, contribuiu ainda mais para o seu desempenho. “Eu pesquisei muito sobre essa causa por ter sofrido com a intolerância religiosa. Então tinha experiência para colocar na redação”, revela ele, que no texto defendeu a importância de respeitar para ser respeitado.
 
Kelvin é ateu e ouviu de algumas pessoas que quem não crê em Deus é uma pessoa má, tem pacto com o demônio, entre outras discriminações. “Não é assim, não tem nada a ver”, afirma. Porém, mesmo com a experiência na escrita e no tema, ele não esperava tirar a nota máxima na redação do Enem. “Sabia que eu teria uma boa nota, mas não que fosse mil. Quando vi o resultado atualizei a página várias vezes para ter certeza que a nota era essa mesmo”, declara. E Kelvin não estava tão focado no Enem, ele estava concentrado no Processo Seletivo Contínuo (PSC) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Tanto é que ele ficou em primeiro lugar no curso de Sistema de Informação. Aliás, este é o curso que ele vai fazer. O jovem não vai utilizar a nota do exame nacional. “Eu gosto de mexer com computador. Quero aprender mais sobre isso. Não vou usar a nota do Enem porque quero focar só numa coisa”, diz.
 
Durante a preparação para as provas que dão acesso à universidade, o estudante do Centro Educacional Recanto da Criança Interativo não largava os livros quando chegava em casa. Todos os dias, ele tirava 2h para estudar em casa, meta que só conseguiu alcançar graça ao apoio e incentivo da mãe, Marlan Nunes, 45. “Sempre que eu estava jogando ou mexendo no computador, ela puxava minha orelha e dizia: oh, vai estudar menino! Para de jogar, teus concorrentes estão estudando e você está aí, jogando”, lembra. O número de estudantes que obtiveram a nota máxima na redação do Enem 2016 caiu em relação ao ano anterior, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). A média em redação ficou entre 501 e 600 pontos, mas só 77 participantes conseguiram tirar o máximo - 1.000 pontos. Em 2015, 104 participantes conquistaram a pontuação máxima.
 

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Deus é uma hipótese desnecessária, pois o surgimento do cosmos e da vida são demonstráveis através de proposições explicadas pela ciência, afirma em entrevista por e-mail o filósofo italiano Paolo Flores D’Arcais (foto). Para dar sustentação ao seu argumento, vale-se da “Navalha de Ockham”, conceito criado pelo filósofo medieval cristão, o inglês Guilherme de Ockham, para assinalar que pluralidades não devem ser postas sem necessidade. “O relativismo dos valores é uma consequência lógica do ateísmo”, completa. Em seu ponto de vista, “a inteira história humana é, de fato, diacrônica e sincronicamente um gigantesco afresco de valores relativos, incompatíveis uns com os outros”. Dessa forma, o relativismo de valores é um fato, o que não implica, necessariamente, o niilismo, “que consiste em considerar todos os valores como equivalentes”. Para D’Arcais, não há sentido na pergunta “no cenário ocidental de relativismo dos valores, qual é o espaço para a solidariedade e a tolerância?”. 
 
Outro tema debatido pelo italiano é a “revanche Deus”: “Quando diminui a esperança terrena na luta política e social, é natural que retorne o seu sub-rogado celeste. O fenômeno da ‘revanche de Deus’ diminuirá tão logo tornem maciças as lutas pela democracia radical, com perspectivas críveis de sucesso ao menos parcial”. O terreno comum entre cristãos e ateus “não depende da fé, mas das escolhas ético-políticas de cada um, seja ele ateu ou crente”, define. D’Arcais é diretor da revista MicroMega, colaborador dos jornais El País, Frankfurter Allgemeine Zeitung e Gazeta Wyborcza. Professor e pesquisador na Faculdade de Filosofia La Sapienza, da Universidade de Roma, escreveu sua tese de doutorado sobre Adam Smith e Karl Marx. Considerado um dos mais importantes críticos de esquerda da Itália, escreveu vário livros.

A Entrevista

Há algum nexo causal entre ateísmo e relativismo de valores?

O ateísmo é a simples constatação que: 1) a história inteira do cosmos, do Big Bang até hoje, o nascimento da vida sobre o planeta Terra e a evolução da vida da lombriga até o homo sapiens, são perfeitamente explicados pela ciência, sem necessidade de recorrer à “hipótese Deus” (e segundo a “navalha de Ockham”, é sempre filosoficamente inaceitável levantar a hipótese de uma causa oculta quando já temos explicações suficientes). E que: 2) o cérebro do homo sapiens é somente uma evolução e modificação do cérebro de um macaco, e todas as partes de um cérebro se desfazem com a decomposição que segue a morte, como também aqueles segmentos extraordinários do neocórtex do pós-símio sapiens que reassumimos sob o nome de “consciência”. Pelo que, após a morte, não pode existir nenhuma vida pessoal, não pode existir algum “do lado de lá”. 

O relativismo dos valores é uma consequência lógica do ateísmo. Mas continuaria inevitável também sem o ateísmo. A inteira história humana é, de fato, diacrônica e sincronicamente um gigantesco afresco de valores relativos, incompatíveis uns com os outros, visto que, como já recordava Pascal (de fato nada ateu e mesmo catolicíssimo), “... (lei) universal não existe nenhuma. O furto, o incesto, o assassinato dos filhos e dos pais, tudo encontrou seu próprio lugar entre as ações virtuosas”. O relativismo dos valores é um fato, inelutável. Há muitos ateus (ou agnósticos) que procuram remover este fato com inexauríveis e falimentares tentativas de redescobrir uma inencontrável “moral natural”. São as várias formas de “cognitivismo ético” que, no entanto, não resistem à reflexão crítica.

Ninguém ainda conseguiu, de fato, demonstrar (no mesmo sentido da geometria, ou pelo menos da física e da biologia) que uma asserção moral seja verdadeira recorrendo somente a dados empíricos acertados e à lógica. Para fundar uma asserção moral é, ao invés, sempre inevitável recorrer a uma asserção moral precedente, num regresso ao infinito. O valor primeiro (ou último) que funda toda a cadeia é, portanto, indemonstrável. Para alguém será a dignidade igual entre todos os seres humanos, para outro o direito do mais forte a tornar escravo o mais débil. Entre estas duas morais (e muitas outras possíveis) a questão não é de verdade e falsidade, mas de luta (frequentemente mortal).

No cenário ocidental de relativismo de valores, qual é o espaço para a solidariedade e a tolerância?

A partir do que expliquei acima, o relativismo dos valores é, portanto, um fato. Mas não implica realmente o niilismo que consiste em considerar todos os valores como equivalentes. Quando se reconhece – o que é inevitável na ótica de um pensamento crítico – que o “cognitivismo ético” e toda pretensão de “moral natural” são ilusões metafísicas, disso não segue, de fato, a equivalência dos valores, mas o dever de escolher explicitamente os próprios valores, na consciência que o valor primeiro (ou último) constitui precisamente uma escolha, uma decisão, que não é fundável no plano da verdade. A moral do nazista não é “falsa”, é abjeta porque eu escolhi como fundamento ético da minha existência a igual dignidade entre todos os homens. Mas, sem esta escolha não estou em condições nem de refutar a opção nazista do ponto de vista argumentativo, nem de combatê-la do ponto de vista prático.


Ora, o Ocidente moderno nasce, com o Iluminismo, precisamente a partir desta escolha. O valor de fundo que permite o produzir-se da modernidade ocidental é a autonomia do ser humano (a partir da sinergia historicamente imprevisível e de todo contingente de ciência + heresia). Autós-nomos, dar-se, de si mesmo, a própria lei. O que implica que tal autonomia considere todos e cada um, pois, caso contrário, seria uma nova forma de heteronomia, de submissão da maioria a alguns privilegiados autocratas. Por isso, não tem nenhum sentido perguntar-se: “no cenário ocidental de relativismo dos valores, qual é o espaço para a solidariedade e a tolerância?”, a partir do momento em que o “cenário ocidental” nasce precisamente escolhendo tolerância e solidariedade como inevitáveis articulações do princípio de autós-nomos. Inevitáveis ambas – a tolerância e a solidariedade – sob o perfil lógico, também se historicamente serão conquistadas através de um processo histórico feito de lutas e sofrimentos ao longo de um par de séculos, da revolução americana até o wellfare dos anos 1960; e o princípio de tolerância se tornará então, desde o início, um pôr em jogo da modernidade, sendo que a solidariedade deverá esperar a irrupção no palco do movimento operário. 

Por essa razão, de vez em quando se reduz no Ocidente a solidariedade e a tolerância e são os próprios valores do Ocidente que acabam sendo traídos. Deste ponto de vista, podemos dizer que a história da modernidade é a história de um conflito de resultados alternativos entre os valores do autós-nomos (para todos e para cada um) e as resistências do privilégio e do obscurantismo, que aceitam a modernidade somente sob a vertente das vantagens tecnológicas garantidas pelo progresso científico. Mas, ao mesmo tempo, obstaculizam a modernidade e a combatem enquanto possibilidade de conduzir desencanto, laicismo e democracia às suas lógicas consequências libertário-igualitárias. Deste ponto de vista, a modernidade é também a história da luta entre a democracia levada a sério e o establishment que a quer redimensionar como instrumento de conservação. Mas, neste conflito, que em anos mais recentes está assinalando preocupantes vitórias para os impulsos mais reacionários, a Igreja Católica hierárquica tem andado com as oligarquias e contra a “tolerância e solidariedade” (e também é impróprio continuar repetindo que, do ponto de vista histórico e ideológico, o conceito de autonomia é “tributário” à igualdade cristã, pois são duas coisas muitíssimo diversas).

A partir do diagnóstico nietzschiano do niilismo e da morte de Deus, abriu-se espaço para uma compreensão do homem que descambou em relativismo de valores. Por outro lado, há um retorno a Deus como salvação para os totalitarismos e a nadificação ou nulificação dos sujeitos. Que impasses e avanços surgem desse panorama do ponto de vista existencial e de autonomia do ser humano?

A “revanche de Deus” não nasce como tentativa de salvação contra os totalitarismos e a aniquilação dos sujeitos. Esta é a tese de Wojtyla e Ratzinger, falsa no plano histórico e insustentável nos planos lógico e filosófico (Wojtyla e Ratzinger fazem remontar os totalitarismos ao iluminismo e à pretensão do autós-nomos!). O Deus da Igreja Católica até encontrou, com os totalitarismos fascistas, formas mais que confortáveis de convivência, e Mussolini foi até mesmo gratificado por Achille Ratti, mais conhecido como Papa Pio XI , com o título de “homem da Providência”. A onda atual de “revanche de Deus” (etiqueta que cobre fenômenos entre si muito diversos e não assimiláveis, desde os fundamentalismos – seja o islâmico ou o dos telepregadores protestantes, ou ainda o das católicas “Comunhão e libertação ” ou dos “Legionários de Cristo ” – aos sincretismos de religiosidade “new age” ou às seitas que na China renovam as religiões tradicionais) nasce, ao invés, como sub-rogação das esperanças de realização radical da democracia que caracteriza os dias da vitória contra o nazifascismo e, sucessivamente, os movimentos de luta anticolonialista no terceiro mundo, esperança que dos anos 1970 em diante se reduziu progressivamente.

Estas esperanças, que encontram uma última labareda em 1968, vêm sendo frustradas pelo triunfo do liberalismo selvagem de Reagan e Tatcher , pelo progressivo empobrecer-se das democracias ocidentais em “partido-cracias”, e pela metamorfose dos vitoriosos movimentos terceiro-mundistas em oligarquias de governo sempre mais corrompidas e sanguinárias. E a derrota do totalitarismo soviético em 1989 confirma este clima de esperanças frustradas: somente alguns países do Leste conseguem – fatigosamente, contraditoriamente, parcialmente – homologar-se às democracias ocidentais (já em crise com respeito aos valores fundantes de “tolerância e solidariedade”, como temos visto), enquanto a Rússia de Putin se torna modelo de “democracia negada” e a China consegue juntar totalitarismo político e desfrute econômico selvagem.

A democracia ocidental se baseia no conceito de autonomia e também é tributária ao cristianismo em função da premissa de igualdade. Como analisa o projeto político da modernidade? Ele está esgotado? Por quê?

Quando diminui a esperança terrena na luta política e social, é natural que retorne o seu sub-rogado celeste. O fenômeno da “revanche de Deus” diminuirá tão logo tornem maciças as lutas pela democracia radical, com perspectivas críveis de sucesso ao menos parcial. O projeto político da modernidade não se exauriu por isso, mas é mais que incompleto e, portanto, a ser retomado, porque a realização de “tolerância e solidariedade” se chama precisamente democracia radical.

Como podemos falar em moralidade, direitos humanos e verdade numa época tão relativista como a nossa?

Os direitos humanos são parte integrante desta luta que deve retornar. Mas para ser “humanos”, devem valer realmente para todos. A declaração de Independência americana, escrita por Thomas Jefferson , fala justamente de “direito à obtenção da felicidade”. Uma felicidade tornada impossível tanto pela falta de liberdade quanto pela desmedida das desigualdades econômicas e sociais. Em 1968 os estudantes de Varsóvia se rebelaram justamente contra o regime comunista, gritando “não há pão sem liberdade”, mas vale obviamente também o recíproco: “não há liberdade sem pão”. É necessário, no entanto, ter claro que os direitos humanos, que devem ser de “pão e liberdade” para todos e para cada um, não são de fato humanos no sentido de serem inscritos espontaneamente no coração do homo sapiens. A prevaricação, a prepotência, a violência, a “lei” do mais forte parecem mesmo ser com frequência a tendência mais natural. Os direitos humanos são, na realidade, direitos civis, escolhidos através de lutas democráticas dos séculos mais recentes. Estes direitos civis são filhos do relativismo porque jamais teriam podido nascer sem o princípio do autós-nomos, incompatível, como é óbvio, com qualquer “soberania de Deus”.

Que valores são comuns entre cristãos e ateus?

Dadas estas premissas que acabo de expor, existe um terreno comum de ação ente ateus e crentes? Certamente, depende do tipo de ateus e do tipo de crentes. Não existe, de fato, uma moral ateia. Existem tantas e um ateu pode ser uma flor de reacionário. E também não existe uma moral dos crentes, mas tantas quantas as interpretações das religiões. Consequentemente, o terreno comum não depende da fé, mas das escolhas ético-políticas de cada um, seja ele ateu ou crente. Por exemplo, entre ateus democráticos que combatem por “justiça e liberdade” e crentes que levem a sério o Evangelho quando se lança contra os ricos (praticamente em cada página) e quando solicita que “teu dizer sim seja sim e teu dizer não seja não, porque o restante vem do demônio”, há plena consonância.

Fonte: Paulopes

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Hannah afirma que fala todos os dias com Deus, que às vezes, segundo ela, caminha ao seu lado. Diz que, quando ocorrem essas experiências, ela sente que não é ela, mas outra pessoa com sentimentos e sensações distintos. O que não a livra do constrangimento de merecer tanta atenção do Todo Poderoso. Essa jovem faz parte do grupo de evangélicos de Chicago e Palo Alto (Estados Unidos) que a antropóloga Tanya Luhrmann estudou por quatro anos para escrever um livro onde defende a tese de que as pessoas que afirmam ter contato com  divindades sofrem de alucinações não psicóticas.  A abordagem de Luhrmann é inédita porque os estudos sobre alucinações se concentram em pessoas esquizofrênicas e nas que têm outros transtornos mentais. O que a antropóloga fez foi estudar pessoas tidas como “normais”, ou seja, emocionalmente estáveis, mas com experiência sensorial incomum, a do contato direto com Deus. Para ela, pesquisar essas alucinações é uma forma de entender como funciona a mente humana.  No livro When God Talks Back, Luhrmann conta que a maioria dos 30 evangélicos que entrevistou disse ter ouvido a voz de Deus ou agraciada com uma visão sagrada uma ou mais vezes ao longo de um período. Ela estima que, pelos relatos dos últimos cem anos registrados em estudos, de 10% a 15% dos norte-americanos e britânicos passaram pela experiência não psicótica de ouvir uma voz divina ou de ver algo que outras pessoas não conseguiam enxergar. Luhrmann disse que a sensação de estar se comunicando com o sobrenatural não ocorre só com pessoas religiosas e que muitas delas não revelam essa experiência porque têm medo de serem considerados como doentes mentais. A antropóloga escreveu que essas experiências se inserem dentro do padrão da normalidade desde que ocorram poucas vezes durante a vida das pessoas. Se forem frequentes, os casos passam a ser de debilidade mental, de alucinação psicótica.

Fonte: Science News

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O número de brasileiros sem religião acima de 16 anos pulou em outubro de 2014 para dezembro de 2016 de 6% da população para 14%. Portanto, mais que dobrou. A informação é do Datafolha. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Os sem religião são compostos por crentes que não estão afiliados a nenhuma igreja, por agnósticos e ateus. No mesmo período, a Igreja Católica perdeu 9 milhões de fiéis, com queda de 60% para 50%, confirmando uma tendência já registrada por outras pesquisas. O sociólogo Reginaldo Prandi, professor da USP, disse que o crescimento dos sem religião ocorre em todo mundo. "[Isto porque] socialmente a religião não tem mais nenhum papel”, disse.  Afirmou que há crentes que hoje podem pertencer a uma igreja e amanhã não. O fato é que, acrescentou, a sociedade percebeu que religião não é mais “condição obrigatória para ser bom cidadão”. O professor de filosofia da religião da PUC, Luiz Felipe Pondé, vê um processo de desinstitucionalização das religiões. “A igreja atrapalha, tira a liberdade, é excessivamente racionalista, interesseira ou contrária à pureza interior da busca da fé”.

Fonte: Folha de São Paulo 

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Tudo começou quando um garoto de 16 anos Filadélfia, nos Estados Unidos, se perguntou por que ele e seus colegas tinham que ler 10 versos da Bíblia e, em seguida, recitar o Pai Nosso todos os dias no colégio, antes de fazer o juramento de lealdade à bandeira americana. O ano era 1956 e Ellery Schempp era cristão, mas também havia lido a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que diz que: "O Congresso não poderá criar nenhuma lei que diz respeito ao estabelecimento da religião, nem proibindo a livre prática da mesma; nem limitando a liberdade de expressão, nem de imprensa; nem o direito à assembleia pacífica das pessoas, nem de solicitar ao governo uma compensação por danos". A primeira frase do artigo, pensou Schempp, indicava que nenhuma religião deveria ser considerada superior a outra, além de garantir o direito de praticar qualquer religião. E a mensagem geral da frase era, em sua interpretação, a separação entre a Igreja e o Estado. Por isso, ele decidiu parar de perguntar por que sua escola pública os obrigava a ler versos da Bíblia e começou a questionar se o colégio sequer poderia fazer isso.

Em uma segunda-feira de novembro, ele levou para a escola uma cópia do Alcorão, o livro sagrado muçulmano, em vez de levar a Bíblia. Ele jurou lealdade à bandeira, mas recusou-se a ficar de pé e recitar o Pai Nosso. Quando seu professor demandou uma explicação, ele disse que era uma questão de consciência. "Ele ficou perplexo; ninguém nunca havia dito algo assim para ele", diz Schempp, que hoje é um físico aposentado, à BBC. "Ele me mandou para a sala do diretor, que ficou igualmente perplexo e me disse: 'É uma questão de respeito. Há 1.300 estudantes no colégio e todos respeitam (o ritual das orações). Por que você não?'." "Eu respondi que, na minha opinião, isso era um princípio muito importante de liberdade de fé e de justiça." O que começou como um protesto discreto de Schempp acabou definindo grande parte de sua vida.

Eram os primeiros anos da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, e uma parte da sociedade estava ansiosa por retratar os EUA como um país devoto do cristianismo. "O país tinha acabado de sair da era McCarthy. O Congresso havia acabado de adicionar a expressão 'uma nação submissa a Deus' no juramento de lealdade à bandeira americana, para contrastar com o que diziam ser 'os comunistas ímpios'." Não só a Pensilvânia como dezenas de Estados permitiam leituras da Bíblia em escolas públicas. Por isso, o diretor do colégio de Schempp não reagiu bem a sua declaração de princípios. "Ele concluiu que eu era um garoto perturbado e me mandou para o psicólogo da escola, que pensou que eu tinha problemas com a autoridade ou com meus pais", relembra. "Eu garanti a ele que não, que eu acreditava que eles me apoiariam."

De fato, eles o apoiaram. Seu pai até sugeriu que ele escrevesse uma carta para a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). E isso foi o que ele escreveu: "Senhores, como estudante na Abington Senior High School, eu apreciaria muito qualquer informação que vocês puderem me enviar sobre uma possível ação ou ajuda da União para pôr à prova a constitucionalidade da lei da Pensilvânia que obriga de forma arbitrária (e aparentemente injusta e inconstitucionalmente) a ler a Bíblia em nosso sistema de educação pública. Agradeço qualquer ajuda que possam oferecer na liberação da juventude americana na Pensilvânia desta grave violação de seus direitos religiosos tal como são garantidos na primeira e mais importante emenda da Constituição dos Estados Unidos." Em meio a risos, Schempp garante que, desde então, aprendeu a escrever frases mais curtas. "Além disso, mandei para eles US$ 10 - o equivalente a US$ 100 de hoje - e isso chamou a atenção. Um jovem que conseguisse economizar esta quantia só com a mesada semanal e cortando grama devia ser sério", brinca. Após a carta, a ACLU apoiou Ellery Schempp e sua família, e juntos eles pressionaram o distrito escolar de Abington.

O caso finalmente chegou à justiça americana no dia 5 de agosto de 1958. Schempp passou seu aniversário de 18 anos testemunhando que seus direitos haviam sido violados por sua escola, que o forçou a escutar versos de um livro religioso no qual ele não acreditava. "Eu não acredito em milagres. Eu não acredito que é possível receber o que se pede rezando, violando as leis da física e da química. Eu nem sequer acredito que a Bíblia seja um guia moral recomendável. No fim das contas, essa história foi responsável pela morte de cerca de um milhão de pessoas. Há genocídios, assassinatos, violações... tudo aparentemente justificado por Deus!", afirmou às autoridades, na época. "Eu não tive nenhum problema em afirmar que se tratava de uma imposição a minhas crenças pessoais." E isso era o que seus advogados precisavam provar no tribunal: que era uma imposição, além de ser uma violação da Constituição. "É um princípio chave de uma sociedade secular. Se alguém dá preferência a uma religião e ensina isso nas escolas públicas, isso quer dizer que estão utilizando os impostoso de budistas, judeus, muçulmanos e outros para promover outra religião por ordem do Estado", diz ele. "É preciso ter liberdade de culto, mas nenhum deles deve ser apoiado pelo governo."

Schempp e a ACLU ganharam o caso... e a repercussão foi imediata. "Recebemos umas 5 mil cartas. Um terço delas nos apoiava, outra parte se opunha em termos razoáveis e outra nos escrevia injúrias com bastante ódio." Chegou a tanto que os correios já entregavam em sua casa qualquer carta, mesmo que não tivesse nenhum endereço, se ela estivesse endereçada aos "ateus da Pensilvânia". "Algo que notamos foi que nos acusavam de ser membros de qualquer grupo que o autor da carta odiasse: nazistas, comunistas, judeus, católicos, anglicanos, negros...". E, através das cartas, eles aprenderam que "nos Estados Unidos era considerado mau não ser cristão, muito mau ser comunista, mas incrivelmente mau ser ateu". "Se chamam você de 'ateu comunista', eles haviam chegado ao máximo de sua indignação", afirma Schempp.

O distrito escolar, no entanto, não aceitou a derrota e seu apelo chegou à Suprema Corte em fevereiro de 1963. O caso do distrito escolar de Abington versus Schempp foi decidido por oito votos a um a favor fo aluno, e o veredito foi de que a leitura obrigatória da Bíblia nas escolas públicas americanas era inconstitucional. Seus opositores descrevem o veredito como algo que "expulsou Deus dos colégios". A adolescência de Schempp foi definida em grande parte pelo caso - dos 16 anos de idade até os 23. Por isso, ele passou sua vida adulta tentando construir uma identidade separada do jovem cujo protesto se transformou lenda. Apesar de seu colégio ter enviado uma carta de "desrecomendação" à Universidade de Tufts, em Massachusetts, ele foi aceito. Em seguida, fez um doutorado em Física na Universidade Brown. Ele trabalhou como físico e gerente de projetos com supercondutores, sistemas de ressonância magnética e resíduos nucleares. Foi professor da Universidade de Pittsburgh e professor convidado na Universidade de Genebra, na Suíça. Além disso, ele escalou montanhas na Groenlândia, na Suíça e no Paquistão. Seu interesse pela causa só voltou a aparecer nos anos 1990, quando começou a se preocupar com as frequentes tentativas de reintroduzir a religião nas escolas. Nesse momento, Schempp voltou a contar sua história.

Fonte: Portal G1

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Na área científica, 2016 possivelmente será lembrado como o ano do anúncio da detecção direta das ondas gravitacionais. Concebidas em 1915 por Albert Einstein (1879-1955) em sua Teoria da Relatividade Geral, essas minúsculas distorções no espaço-tempo – aquilo que os físicos descrevem metaforicamente como o tecido do universo, o ambiente dinâmico onde todos os acontecimentos transcorrem – eram a única parte da teoria que ainda não havia sido confirmada pela ciência. Recebida com entusiasmo pela comunidade acadêmica internacional, as ondas gravitacionais devem inaugurar uma nova maneira de ver o cosmo – e a nós mesmosO ano teve ainda a descoberta do exoplaneta habitável mais próximo de nós e a constatação de que Lucy, a Australopithecos mais famosa da história, morreu ao cair de uma árvore, trazendo novas revelações sobre a evolução humana. Confira abaixo os 5 fatos científicos mais importantes de 2016:

 

 1. O anúncio da deteção das ondas gravitacionais

 

Cem anos depois de previstas por Albert Einstein, as ondas gravitacionais foram, enfim, detectadas. Em fevereiro deste ano, cientistas anunciaram que conseguiram, pela primeira vez, captar essas minúsculas ondulações no espaço-tempo – aquilo que os físicos descrevem metaforicamente como o tecido do universo, o ambiente dinâmico onde todos os acontecimentos transcorrem –, a única parte da Teoria da Relatividade Geral que ainda não havia sido comprovada pela ciência. A confirmação do fenômeno é uma conquista histórica, buscada há anos pelos pesquisadores. Para detectar diretamente essas ondas, foi necessária uma colaboração de mais de 1.000 cientistas em universidades espalhadas pelos Estados Unidos e em outros 14 países – incluindo o Brasil. Os detectores, com braços em forma de “L” decerca de quatro quilômetros de extensão, foram feitos para captar oscilações muito mais sutis que a luz – eles poderiam registrar distorções viajando no espaço com o tamanho de um milésimo do diâmetro de um núcleo atômico. Einstein previu que os objetos que se movimentam no Universo produzem ondulações no espaço-tempo e que estas se propagam pelo espaço. As ondas gravitacionais seriam essas distorções mínimas no campo gravitacional do Universo que transportam energia, uma espécie de “eco” dos eventos cósmicos. Para os especialistas, a detecção das ondas abre um tipo de "janela" para enxergar o univerno, inaugurando uma nova foram de fazer astronomia.

 

2. A revelação de que de Lucy morreu ao cair de uma árvore

 

Lucy, a Australopithecos mais famosa da história, pode ter morrido ao cair de uma árvore, anunciaram cientistas em agosto deste ano. Em estudo publicado na revista científica Nature, a equipe de pesquisadores estudou as faturas do ancestral humano e comparou-as com restos mortais de outros casos clínicos para descobrir como ela havia morrido - até então um mistério para os cientistas. Lucy viveu na África há 3,18 milhões de anos e seu fóssil foi descoberto em 1974 pelo professor Donald Johanson e o estudante Tom Gray, em Hadar, na Etiópia. A espécieé chamada de Australopithecus anamensis. Lucy era uma fêmea de pouco mais de um metro de estatura, que combinava traços humanos com características similares às do chimpanzé, e já caminhava ereta. Neste mês, outro grupo de cientistas descobriu que Lucy passava muito tempo em árvores, principalmente, à noite, para repousar e escapar de predadores, além de procurar alimentos. Em uma de suas sonecas, Lucy pode ter caído. Estudos sobre a vida e morte da fêmea podem trazer muitas informações sobre a sua espécie e a evolução humana - seLucy morreu assim, os antropólogos podem chegar a uma série de conclusões. Por exemplo, que Australopithecus realmente se revezavam entre andar no chão e pular de árvore em árvore. O fato deLucyter sofrido o acidente seria uma indicação de que seu corpo estava cada vez menos adaptado à vida nas copas, algo determinante para a nossa evolução, visto que a agilidade como bípedes se mostrou fundamental para nos tornarmos melhores caçadores e para sobrevivermos em savanas.

 

3. A provável existência de um novo planeta no sistema solar

 

Segundo os cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês), há “boas evidências” da existência de um “Planeta Nove” no sistema solar. De acordo com os pesquisadores, que anunciaram a hipótese para sua existência em janeiro de 2016, esse novo planeta teria uma massa de cerca de 10 vezes a da Terra (e 5.000 vezes a de Plutão) e levaria entre 10.000 e 20.000 anos para dar uma volta completa em torno do Sol. Sua localização estaria 20 vezes mais longe que Netuno, o oitavo planeta no sistema solar. Já da Terra, o Planeta Nove pode estar de 32 bilhões a 160 bilhões de quilômetros de distância. Por ser, possivelmente, o planeta mais distante do Sol, ele planeta jamais foi visto por qualquer telescópio - a possibilidade de sua existência foi feita com base em cálculos matemáticos e modelagem computadorizada. O novo membro do sistema solar também pode ser responsável por um fenômeno que, até o momento, era um mistério espacial: a inclinação de seis graus do sistema solar. Em linhas gerais, os oito planetas orbitam o Sol como se estivessem em um mesmo plano. Esse plano, contudo, é inclinado em relação ao Sol. Se pudéssemos ver de fora, a impressão seria de que a estrela (e não o plano) estivesse inclinada. De acordo com os pesquisadores, a existência do Planeta Nove seria uma razão plausível para a inclinação - e mais uma evidência de sua provável existência.

 

 4. A descoberta de "Proxima b"

 

Em agosto de 2016, cientistas anunciaram ter descoberto o planeta habitável fora do sistema solar mais próximo de nós, encerrando uma busca de anos. O exoplaneta “Proxima b”, como foi batizado, orbita Proxima Centauri, a estrela mais perto do Sol, e tem condições de temperatura parecidas com as da Terra, o que pode permitir a existência de água líquida em sua superfície -- condição essencial para o surgimento de vida. A 4,2 anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) de distância de nós, o novo planeta é possivelmente rochoso e tem a massa 1,3 vez maior que a da Terra. O estudo com a descrição do planeta, publicado na revista Nature, mostra que o novo planeta completa uma volta em torno de sua estrela a cada 11,2 dias terrestres.A descoberta é resultado do trabalho de dezesseis anos de uma equipe de mais de trinta cientistas que trabalharam com as observações feitas pelos telescópios e outros instrumentos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês). “Proxima b provavelmente será o primeiro exoplaneta visitado por uma sonda feita por seres humanos”, disse Julien Morin, coautor do estudo e astrofísico da Universidade de Montpellier, na França.

 

 5. O paradeiro do robô Philae

 

Perdido em uma fenda escura, coberta por gelo e rochas do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Era lá que estava o robô Philae, segundo as imagens captadas pela sonda espacial Rosetta, em setembro 2016. Ao tocar a superfície, no pouso histórico sobre o cometa, em 12 de novembro de 2014, Philae quicou duas vezes e parou longe do ponto escolhido pelos cientistas. O imprevisto fez com que o robô ficasse perdido em uma zona com pouca exposição à luz solar, alimento de suas baterias,  e parasse de enviar dados à Terra. Até setembro, a sonda Rosetta, que orbitava o cometa, ainda não havia conseguido localizá-lo. Em 27 de julho deste ano, os cientistas haviam decidido cortar as comunicações com o módulo, preparando o fim da missão, que aconteceu em 30 de setembro, com um novo pouso sobre o cometa, desta vez, da sonda Rosetta. A meta da missão Rosetta era estudar a superfície do cometa 67P, buscando a água e o material orgânico presente nesse corpo celeste que, de acordo com algumas teorias, podem ter sido responsáveis por trazer a água ou até mesmo os componentes orgânicos necessários ao surgimento da vida para a Terra.

Fonte: Veja

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Publicado em NOTÍCIAS
1 - Triângulo amoroso

O patriarca Abraão, sua mulher, Sara, e a escrava Agar viveram um triângulo amoroso complicado. Sara era estéril e, ao passar dos 70 anos, sugeriu ao marido que tomasse uma nova esposa. Agar foi a escolhida e deu à luz Ismael, mas Sara se arrependeu. Engravidou 14 anos depois, teve Isaac e, enciumada, exigiu a expulsão da rival e do filho dela. Supostamente, a briga rende até hoje: Ismael teria dado origem ao povo árabe, e Isaac, ao povo judeu. [Gênesis, capítulo 21, versículos 1-14]


2 - Dança sensual em troca de uma cabeça

A história de João Batista, primo de Jesus, vale como alerta: cuidado onde você mete seu bedelho. João reprovava o caso entre Herodes Antipas, rei da Galileia, e a cunhada dele, Herodias. No aniversário do monarca, sua enteada Salomé o presenteou com uma dança sensual. Em troca, Herodes prometeu a ela o que quisesse. Ela não hesitou: exigiu a cabeça de João numa bandeja. [Mateus, capítulo 14, versículos 1-11]

 
3 - Satanás faz aposta com Deus

Às vezes, para ensinar uma lição, Deus pode propor testes de fé bem árduos. Foi o que rolou com Jó, um homem justo e íntegro. Satanás apostou com Deus que, se Jó perdesse suas riquezas, voltaria-se contra o Criador. Deus topou. Autorizou que seu adversário lançasse várias pragas contra Jó: ele perdeu os filhos, teve os bens roubados e ficou coberto de úlceras. Mas nunca blasfemou contra os céus. Sensibilizado, Deus restituiu, em dobro, tudo o que possuía. [Jó, capítulo 1, 2 e 42]

 

4 - Genocídio com benção divina

Guerras com motivações religiosas tem sido frequentes desde a época da Bíblia. A mais sangrenta dessas guerras, a do bisneto do rei Salomão, Asa, contra o monarca etíope Zara, matou mais de 1 milhão de pessoas. E com a bênção divina: “É em teu nome que marchamos contra essa multidão”, clamou Asa antes de atacar com apenas metade de seu exército. [Segundo Livro das Crônicas, capítulo 14, versículos 8-14]

5 - Deus mata masturbador

Nos tempos bíblicos, era comum a prática do levirato: quando um homem morria sem herdeiros, seu irmão casava-se com a viúva e seus filhos eram considerados descendentes do morto. Mas nem todos aprovavam a ideia. Onã se rebelou e, em vez de engravidar a cunhada Tamar, praticava o coito interrompido, ou seja, “derramava seu sêmen por terra”. Deus não gostou e tirou sua vida. Foi daí que surgiu o termo “onanismo”, sinônimo de masturbação. [Gênesis, capítulo 38, versículos 8-10]

6 - Mãos nos testículos de Isaac

Abraão pediu a um servo para achar uma mulher para seu filho Isaac, como era costume. O acordo foi selado conforme a tradição: o servo colocou “a mão sob a coxa” de Abraão – ou, dizem os estudiosos, segurou seus testículos. Isso porque a circuncisão (remoção da pele sobre o pênis) era sinal da aliança divina (“testículo” vem do latim testis, que também originou “testemunha”). [Gênesis, capítulo 24, versículos 1-9]


7 - Salomão tinha 700 mulheres

Salomão entrou para a história como um homem inteligente e justo. Mas ele tinha outros atributos. Segundo a Bíblia, o filho de Davi teria tido 700 esposas. E, por fora, ainda pegava mais 300 concubinas. Segundo historiadores, o harém devia-se, em parte, aos casamentos com estrangeiras por motivos diplomáticos. Entre as esposas, havia gente de todos os lugares: hititas, moabitas, edomitas. [Primeiro Livro dos Reis, capítulo 11, versículos 1-3]

8- Abimelec matou 69 irmãos

Irmãos nunca se deram muito bem na Bíblia – vide casos como Caim e Abel, Isaac e Ismael e Esaú e Jacó. Mas o maior fratricida das escrituras é Abimelec. Para assumir o trono, o filho de Gedeão matou ou mandou matar 69 de seus 70 irmãos. Só o caçula, Joatão, escapou – e isso porque fugiu. Mas o reinado de Abimelec não durou. Três anos depois, morreu ao levar uma pedrada na cabeça. [Juízes, capítulo 9, versículo 1-6]


9 - Filhas fazem sexo com pai


Revoltado com as bizarrices sexuais em odoma e Gomorra, Deus destruiu essas cidades. Ló, sobrinho de Abraão que morava em Sodoma, conseguiu escapar com suas duas filhas e se escondeu em uma caverna. Certas de que eram as últimas mulheres da Terra, as jovens embeberam o pai com vinho e mantiveram relações sexuais com ele por duas noites seguidas. Do incesto, nasceram Moab e Ben-Ami. [Gênesis, capítulo 19, versículos 30-38]

10 - Filha em troca de prepúcios

Mical, filha caçula do patriarca Saul, estava apaixonada por Davi. Só que Saul considerava o futuro genro um rival na luta pelo poder entre Judá e as tribos do norte. Para impedir o matrimônio, Saul pediu um dote de casamento que Davi não conseguiria pagar. Exigiu 100 prepúcios (pele que cobre a extremidade do pênis) de soldados filisteus. E David mais do que pedido: 200 prepúcio. Saul teve de entregar a mão da filha. [Primeiro Livro de Samuel, capítulo 18, versículos 17-27]

Fonte: Paulopes

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Publicado em MACHISMO

Uma das expressões mais pesquisadas pelos norte-americanos no Google tem a palavra God (Deus), mas não se refere à religião, e sim a um game. Anualmente, God of War é solicitado no buscador 700.000 vezes, em média.

O economista Seth Stephens Davidowitz fez um estudo sobre o que tem sido pesquisado no Google nos últimos dez anos e chegou à conclusão, entre outras, de que cresceu nos Estados Unidos o questionamento sobre a existência de Deus.

Para ele, isso se deve, entre outros motivos, ao crescimento no número de ateus e agnósticos. 

Davidowitz apurou que o ceticismo está implícito em pesquisas como “Por que Deus permite o sofrimento?”, “Por que Deus me odeia”, “Por que Deus nos quer para adorá-lo?”, “Por que Deus não ouve minhas orações?”. E outras buscas correlatas como “Quem criou Deus?” e “De onde Deus vem?”.

Em relação à palavra “próximo”, a expressão relacionada aos Dez Mandamentos “ama o teu próximo” se destaca nas buscas, mas ainda assim fica bem abaixo da “próximo da pornografia”.

Como um ponto fraco do seu estudo, Davidowitz admitiu que é arriscado concluir qual é a intenção de fato de uma pessoa quando pesquisa no Google, por exemplo, de onde Deus vem.

Ele ressaltou, em contrapartida, que, em se tratando de religião, há pessoas que evitam fazer em casa ou na igreja perguntas que exponham suas dúvidas quanto à fé, mas se sentem à vontade para buscar possíveis respostas no Google.

Ele argumentou que, por isso, seu estudo vale mais como um indicador de tendência para o longo prazo.

Davidowitz detectou, também, que houve uma queda de 15% nas buscas para “igreja” na primeira metade desta década, em relação à última metade da anterior.

Um resultado previsível se confirmou: pesquisas sobre Bíblia, Deus, Jesus Cristo, igreja e a oração estão concentradas no Cinturão da Bíblia (uma grande região do sudeste dos Estados Unidos). Em todos os lugares, essas buscas aumentam no domingo.

Fonte: Paulopes

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Publicado em NOTÍCIAS
Domingo, 24 Abril 2016 13:55

O Nosso Futuro

Publicado em CARTOONS

A Igreja Unida do Bacon informa em seu site que tem 4.000 seguidores em todo o mundo. Ela existe desde 2010. Devidamente legalizada, sua base fica em Las Vegas (EUA). Os fundadores são os ateus John Whiteside (Profeta Bacon) e Johnny Monsarrat(Líder da Doutrina Bacon). ambos na foto abaido. Eles afirmam no site que adoram o deus Bacon, o que pode parece estranho, mas não tanto como acreditar que hóstia se torna em corpo de Cristo. Argumentam que ao menos o bacon é real, diferentemente do deus invisível dos cristãos. A igreja tem 9 “Bacon Mandamentos”.  “Nossa intenção era ter 10 mandamentos, mas faltou espaço nas tábuas.” Além de adorar o deus Bacon, os mandamentos incluem “seja ético”, “seja bom”, “divirta-se” e lute contra a discriminação aos ateus. A igreja promove casamentos seculares criativos sem nada cobrar. A igreja não aceita doação para si mesma. Quem quiser colaborar poderá doar US$ 500 a uma entidade de caridade de uma lista recomendada pela igreja. Em 2014, seguidores da igreja doaram US$ 25 mil para a Fundação Educação James Randi e Aliança Secular de Estudantes. Também destinaram US$ 24 mil para a Coalizão Secular para America e Ateus Americanos e US$ 12 mil para campanha de combate ao câncer. A Igreja do Bacon também promove outras cerimônias seculares, como batismo e serviços funerários. Embora legal, a igreja não usufrui de isenção tributária e defende o fim desse privilégio às religiões. A igreja diz que não discrimina ninguém. Aceita quem adora o bacon vegetal e aqueles que tenham outro deus.

Fonte: PaulopesUnited Church of Bacon.

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Publicado em NOTÍCIAS

A Norsk Monitor — pesquisa anual sociocultural da Noruega — revelou que no país o número de ateus superou o de crentes. À pergunta “Você acredita em Deus”, 39% dos entrevistados responderam que “não”, 37% que “sim”, e 23% disseram que não sabiam. A pesquisa foi realizada com 4.000 noruegueses, que responderam um questionário que receberam pelo correio. Quando a pergunta foi feita pela primeira vez, em 1985, apenas 20% afirmaram que não acreditavam em Deus. Nos últimos dois anos, o percentual de crentes e o de descrentes estavam praticamente empatados. O número daqueles que têm dúvidas sobre a existência ou não de Deus tem se mantido praticamente inalterado desde o começo. Jan-Paul Brekke, coordenador da pesquisa, disse que não houve um pressuposto sobre a definição de Deus.

“O Deus da pesquisa pode ser o cristão ou um independente ou ainda um de qualquer outra religião”, afirmou. Explicou que na Noruega há poucos imigrantes e, ainda assim, a maioria deles vem de tradições religiosas ocidentais. “Temos poucos muçulmanos.” Pela pesquisa, as mulheres são mais propensas a acreditar em Deus e os jovens apresentam os maiores percentuais de ateus e agnósticos. A Noruega tem cerca de 5 milhões de habitantes. No mais recente Índice da Felicidade, a população do país se encontra entre os primeiros.

Fonte: Paulopes

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Domingo, 30 Dezembro 2018 18:24

O Universo surgiu do nada?

A grande verdade é que ainda não sabemos todos os mistérios do universo. A ciência já fez grandes avanços neste assunto nos últimos 100 anos, mas, ainda a muito a descobrir. A teoria do big bang esclarece muita coisa, entretanto, não sabemos ainda se existia algo antes do big bang, e no caso, o que existia. Já foram formuladas teorias interessantes sobre isso, como a teoria dos multiuniversos, a teoria das cordas, as recentes descobertas quânticas que nos mostraram que é possível matéria surgir do nada, que a soma de energia negativa e positiva no universo é igual à zero (portanto, teoricamente seria possível a energia ter surgido do nada), entre outras descobertas que a ciência tem feito e que nos fazem pensar. Agora, o que a maioria das pessoas fazem é não reconhecer que nosso conhecimento ainda é limitado e passam a CRIAR UM DEUS para preencher essa lacuna que ainda não entendemos. Acho isso uma desonestidade intelectual e uma arrogância muito grande do ser humano inventar um suposto "Deus" e resolver em nossas mentes que ele supostamente "nunca teve principio e nunca teve fim, que ele é atemporal, está além das leis da física, etc..." e colocar este suposto ser nesta lacuna que ainda não compreendemos. O pior de tudo é que este suposto "Deus" que foi criado pela mente humana para preencher esta lacuna que ele não entende, ao invés de resolver o problema, cria outro muito maior. Pois, se partimos do pressuposto de que o universo é complexo demais para ter surgido do nada, o suposto criador do universo é muito mais complexo ainda para ter surgido do nada! Se a complexidade de algo determina que ela necessita de um criador, então o criador, sendo ainda mais complexo do que a criação, irá precisar de um criador também. Assim, partindo por esse raciocínio, ele precisaria ainda mais de uma explicação sobre sua origem! Quem criou o criador? Não podemos usar dois pesos e duas medidas, se o criador pode ter surgido do nada, o universo também pode! Agora se o universo não pode ter surgido do nada, o suposto criador também não! Entende a regressão infinita que nos leva esse suposto criador?

Grandes nomes da astrofísica moderna como Lawrence Krauss, Stephen Hawking e Neil deGrasse Tyson (aquela da nova série Cosmos) traçam uma série de descobertas, desde a teoria geral da relatividade de Einstein até os últimos estudos da energia escura, exemplificando como os cientistas determinaram que os espaços vazios estão preenchidos com energia, na forma de partículas virtuais. Da perspectiva da física quântica, as partículas entram e saem da existência o tempo todo. Pra Krauss e muitos outros teóricos, o nada é tão instável que ele tem que criar algo: em nosso caso, o universo. E ainda mais, Krauss e seus colegas tem a visão de que pode haver uma sucessão infindável de big bangs, criando muitos universos (a teoria dos multiuniversos) com diferentes parâmetros e leis físicas. Alguns desses voltam ao nada imediatamente, enquanto outros, como o nosso, ficam por aí tempo suficiente para dar origem às galáxias, estrelas, planetas e vida. Os cientistas ainda não têm uma forma de testar essa hipótese, mas isso explicaria como temos sorte de estar vivos, ganhamos na loteria cósmica. “Alguns dizem ‘Bom, isso é só uma escapatória’”, comenta Krauss. “Mas é uma desculpa menor do que Deus”. Stephen Hawking apresentou um ponto parecido em seu livro “The Grand Design”. O argumento chave é que a energia positiva da matéria é balanceada pela energia negativa do campo gravitacional. Da perspectiva quântica, a energia total do universo é zero e a evidência matemática disso seria o fato do universo ser plano e não esférico. A ideia de um balanço entre a energia positiva e negativa tem gerado críticas por parte do criacionismo, mas Krauss afirma que o conceito bate com as teorias cosmológicas atuais. “Soa como uma fraude, mas não é. Uma vez com a gravidade, você pode começar com zero energia e acabar com diversas coisas, e essas podem ter energia positiva, contanto que você faça o efeito contrário com energia negativa. A gravidade permite que a energia seja negativa”, afirma o cientista. Daqui a muito tempo, quando todas as galáxias tiverem expandindo até o fim, e todas as estrelas morrido, os positivos e negativos vão se cancelar, levando nosso universo a voltar à uniformidade do espaço vazio. “O ‘algo’ talvez esteja aqui por um pequeno período de tempo”, afirma Krauss. Para muitos isso pode soar um tanto suicida. O famoso evolucionista (e um dos ateus mais famosos do mundo) Richard Dawkins afirma o seguinte: “Se você acha que isso é sombrio e pouco entusiasmante, que pena. Realmente não traz conforto”. Mas Krauss não pretende ser um depressor. Krauss afirma que a perspectiva científica sobre as origens e o destino do universo oferece uma alternativa válida para o tradicional “consolo” que a religião propõe. “Aqui estão estas marcantes leis da natureza que surgiram e produziram tudo que você conhece, algo muito mais interessante do que qualquer conto de fadas”, comenta Krauss. “Nós somos os beneficiários sortudos disso, e deveríamos aproveitar o fato de termos consciência para apreciar o universo”.

Há tempos os cientistas já sabem que o que chamamos de vácuo não é realmente a ausência completa de tudo. Isso porque a mecânica quântica nos confronta com uma ideia muito maluca: coisas podem existir e não existir ao mesmo tempo. Todas as partículas são, na verdade, ondas de probabilidade. Isso significa que no vácuo, a cada dado momento, existe uma probabilidade não-nula (ou seja, maior que zero) de que uma partícula esteja ali. Disso tiramos duas conclusões importantes. A primeira: não existe nada de mágico no surgimento de partículas a partir do nada — o vácuo faz isso o tempo todo. E a segunda: como essas partículas em geral desaparecem numa mínima fração de segundo, isso tem efeito zero no total de energia no cosmos. É bom lembrar que as partículas virtuais são mais que uma hipótese. Elas são confirmadas, por exemplo, nas colisões promovidas no LHC. Ninguém duvida que o vácuo possa parir coisas do nada. Há demonstração experimental desse fato. E por isso a ideia de que o Universo nasceu do nada sempre foi atraente para os cientistas.

Dongshan He, Dongfeng Gao e Qing-yu Cai, físicos da Academia Chinesa de Ciências, num artigo recém-publicado na rigorosa revista científica “Physical Review D” com título “Criação espontânea do Universo a partir do nada” apresentaram provas baseadas nas soluções analíticas da equação de Wheeler-DeWitt de que realmente o universo surgiu do nada. A tal equação mencionada é um instrumento importante que está sendo usado no desenvolvimento das teorias de gravidade quântica (uma tentativa de reunir a relatividade geral, que descreve a gravidade e a mecânica quântica, que explica todo o resto) no mesmo balaio. Ninguém sabe ainda qual versão dessas teorias vingará, mas aproximações ocasionais são possíveis. É o caso aqui. Seguindo rigorosamente a matemática, os pesquisadores concluem que, a partir de flutuações quânticas de um “falso vácuo metaestável”, um desfecho natural é a criação de uma pequena bolha de vácuo verdadeiro, que então infla agressivamente por uma fração de segundo e então para, exatamente como previsto e confirmado nas observações que temos à disposição. Este dito “falso vácuo metaestável” é chamado de falso porque ele teria mais energia do que a presente num vácuo verdadeiro (embora ainda fosse vácuo), e metaestável porque é um estado que não se sustenta por muito tempo. “Ele pode decair para um estado de vácuo verdadeiro por flutuações quânticas”, afirma Qing-yu Cai. “No artigo, demonstramos que uma vez que uma pequena bolha de vácuo verdadeiro seja criada por flutuações quânticas de um falso vácuo metaestável, ela pode expandir exponencialmente. Quando a pequena bolha de vácuo verdadeiro se torna grande, a expansão exponencial termina, e o Universo-bebê aparece.” Descobrimos aí de onde veio o espaço-tempo que habitamos, é a tal pequena bolha de vácuo verdadeiro que se expandiu durante o período de inflação cósmica. Mas e toda a matéria do Universo? De onde ela pode ter vindo? Os pesquisadores explicam isso de maneira graciosa ao final de seu artigo. E a chave está nas partículas virtuais, que já mencionamos anteriormente. Veja o que eles dizem: “Em razão do princípio da incerteza de Heisenberg, deve haver pares de partículas virtuais criadas por flutuações quânticas. Falando de maneira geral, um par de partículas virtuais irá se aniquilar logo após seu nascimento. Mas duas partículas virtuais de um par podem ser separadas imediatamente antes da aniquilação pela expansão exponencial da bolha. Logo, haveria uma grande quantidade de partículas reais criadas conforme a bolha de vácuo se expande exponencialmente”, ou seja, a expansão súbita (lembre-se, por uma mínima escala de tempo, o Universo cresceu mais depressa que a velocidade da luz!) converteria os pares de partículas virtuais em reais, ao separá-las e levá-las a cantos opostos do cosmos. Eis aí a matéria-prima para tudo que existe, inclusive você e eu.

Obviamente, são teorias, e não há demérito nenhum em admitir que ainda não sabemos todas as respostas, mas a ciência funciona exatamente assim, ela parte da dúvida e procura explicações que estejam de acordo com as leis da física para desvendar os mistérios do universo. Muitas das grandes descobertas da ciência que hoje proporcionam toda a tecnologia que usufruímos começaram com teorias que na época pareciam estranhas e complicadas, mas, que hoje são fatos. O que nós não podemos fazer é “criar” um ser mágico e colocá-lo nesta lacuna que ainda não entendemos.  

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Publicado em COSMOLOGIA
Terça, 14 Novembro 2017 12:39

Dez mitos e verdades sobre o Ateísmo

Várias pesquisas indicam que o termo “ateísmo” tornou-se tão estigmatizado nos EUA que ser ateu virou um total impedimento para uma carreira política (de um jeito que sendo negro, muçulmano ou homossexual não é). De acordo com uma pesquisa recente da revista Newsweek, apenas 37% dos americanos votariam num ateu qualificado para o cargo de presidente. Ateus geralmente são tidos como intolerantes, imorais, deprimidos, cegos para a beleza da natureza e dogmaticamente fechados para a evidência do sobrenatural. Nos Estados Unidos, impressionantes 87% da população americana alegam “nunca duvidar” da existência de Deus; menos de 10% se identificam como ateus e suas reputações parecem estar deteriorando. Tendo em vista que sabemos que os ateus figuram entre as pessoas mais inteligentes e cientificamente alfabetizadas em qualquer sociedade, é importante derrubarmos os mitos que os impedem de participar mais ativamente do nosso discurso nacional.

 

1 - Ateus acreditam que a vida não tem sentido.

Pelo contrário: são os religiosos que se preocupam frequentemente com a falta de sentido na vida e imaginam que ela só pode ser redimida pela promessa da felicidade eterna além da vida. Ateus tendem a ser bastante seguros quanto ao valor da vida. A vida é imbuída de sentido ao ser vivida de modo real e completo. Nossas relações com aqueles que amamos têm sentido agora; não precisam durar para sempre para tê-lo. Ateus tendem a achar que este medo da insignificância é bem  insignificante.

 

2 - Ateus são responsáveis pelos maiores crimes da história da humanidade.

  • Pessoas de fé geralmente alegam que os crimes de Hitler, Stalin, Mao e Pol Pot foram produtos inevitáveis da descrença. Porem, não devemos confundir ateísmo com comunismo (socialismo). Ateísmo é simplesmente a não crença em deidades. Comunismo é mais complexo do que isso, trata-se de uma ideologia política e socioeconômica baseada na propriedade coletiva dos meios de produção que inclui o fim da propriedade privada. Houve uma grande diferença entre o Comunismo (socialismo) na teoria e na prática, que na maioria das vezes culminou em ditaduras totalitárias que cometeram inúmeras atrocidades na tentativa de manter-se no poder. Portanto, tais regimes não mataram EM NOME DO ATEÍSMO, visto que o ateísmo não possui nenhum livro que manda matar os que não são ateus, não possui ideologia política nem socioeconômica. Existem ateus que preferem o sistema político capitalista e existem ateus que preferem o sistema político socialista. Tais regimes totalitários passaram a ser muito parecidos com o sistema religioso pois eram dogmáticos ao extremo e geralmente originaram cultos e veneração a personalidades que são a essência da adoração religiosa. O problema com o fascismo e o comunismo não é que eles eram críticos demais da religião, o problema é que eles eram muito parecidos com religiões. Auschwitz, o gulag e os campos de extermínio não são exemplos do que acontece quando humanos rejeitam os dogmas religiosos, são exemplos de dogmas políticos, raciais e nacionalistas andando à solta. Não houve nenhuma sociedade na história humana que tenha sofrido porque seu povo ficou racional demais.

 

3 - Ateus são dogmáticos.

Judeus, cristãos e muçulmanos afirmam que suas escrituras eram tão prescientes das necessidades humanas que só poderiam ter sido registradas sob orientação de uma divindade onisciente. Um ateu é simplesmente uma pessoa que considerou esta afirmação, leu os livros e descobriu que ela é ridícula. Não é preciso ter fé ou ser dogmático para rejeitar crenças religiosas infundadas. Como disse o historiador Stephen Henry Roberts (1901-71) uma vez: “Afirmo que ambos somos ateus. Apenas acredito num deus a menos que você. Quando você entender por que rejeita todos os outros deuses possíveis, entenderá por que rejeito o seu”.

 

4 - Ateus acham que tudo no universo surgiu por acaso.

Ninguém sabe como ou por que o universo surgiu. Aliás, não está inteiramente claro se nós podemos falar coerentemente sobre o “começo” ou “criação” do universo, pois essas ideias invocam o conceito de tempo, e estamos falando sobre o surgimento do próprio espaço-tempo. A noção de que os ateus acreditam que tudo tenha surgido por acaso é também usada como crítica à teoria da evolução darwiniana. Como Richard Dawkins explica em seu maravilhoso livro, “Deus, um Delírio”, isto representa uma grande falta de entendimento da teoria evolutiva. Apesar de não sabermos precisamente como os processos químicos da Terra jovem originaram a biologia, sabemos que a diversidade e a complexidade que vemos no mundo vivo não é um produto do mero acaso. Evolução é a combinação de mutações aleatórias e da seleção natural. Darwin chegou ao termo “seleção natural” em analogia ao termo “seleção artificial” usada por criadores de gado. Em ambos os casos, seleção demonstra um efeito altamente não-aleatório no desenvolvimento de quaisquer espécies.

 

5 - Ateísmo não tem conexão com a ciência.

Apesar de ser possível ser um cientista e ainda acreditar em Deus — alguns cientistas parecem conseguir isto —, não há dúvida alguma de que um envolvimento com o pensamento científico tende a corroer e não a sustentar a fé. Tomando a população americana como exemplo: A maioria das pesquisas mostra que cerca de 90% do público geral acreditam em um Deus pessoal; entretanto, 93% dos membros da Academia Nacional de Ciências não acreditam. Isto sugere que há poucos modos de pensamento menos apropriados para a fé religiosa do que a ciência.

 

6 - Ateus são arrogantes.

Quando os cientistas não sabem alguma coisa (como por que o universo veio a existir ou como a primeira molécula autorreplicante se formou ), eles admitem. Na ciência, fingir saber coisas que não se sabe é uma falha muito grave. Mas isso é o sangue vital da religião. Uma das ironias monumentais do discurso religioso pode ser encontrada com frequência em como as pessoas de fé se vangloriam sobre sua humildade, enquanto alegam saber de fatos sobre cosmologia, química e biologia que nenhum cientista conhece. Quando consideram questões sobre a natureza do cosmos, ateus tendem a buscar suas opiniões na ciência. Isso não é arrogância. É honestidade intelectual.

 

7 - Ateus são fechados para a experiência espiritual.

Nada impede um ateu de experimentar o amor, o êxtase, o arrebatamento e o temor; ateus podem valorizar estas experiências e buscá-las regularmente. O que os ateus não tendem a fazer são afirmações injustificadas (e injustificáveis) sobre a natureza da realidade com base em tais experiências. Não há dúvida de que alguns cristãos mudaram suas vidas para melhor ao ler a Bíblia e rezar para Jesus. O que isso prova? Que certas disciplinas de atenção e códigos de conduta podem ter um efeito profundo na mente humana. Tais experiências provam que Jesus é o único salvador da humanidade? Nem mesmo remotamente — porque hindus, budistas, muçulmanos e até mesmo ateus vivenciam experiências similares regularmente. Não há, na verdade, um único cristão na Terra que possa estar certo de que Jesus sequer usava uma barba, muito menos de que ele nasceu de uma virgem ou ressuscitou dos mortos. Este não é o tipo de alegação que experiências espirituais possam provar.

 

8 - Ateus acreditam que não há nada além da vida e do conhecimento humano.

Ateus são livres para admitir os limites do conhecimento humano de uma maneira que nem os religiosos podem. É óbvio que nós não entendemos completamente o universo; mas é ainda mais óbvio que nem a Bíblia e nem o Corão demonstram o melhor conhecimento dele. Nós não sabemos se há vida complexa em algum outro lugar do cosmos, mas pode haver. E, se há, tais seres podem ter desenvolvido um conhecimento das leis naturais que vastamente excede o nosso. Ateus podem livremente imaginar tais possibilidades. Eles também podem admitir que se extraterrestres brilhantes existirem, o conteúdo da Bíblia e do Corão lhes será menos impressionante do que são para os humanos ateus. Do ponto de vista ateu, as religiões do mundo banalizam completamente a real beleza e imensidão do universo. Não é preciso aceitar nada com base em provas insuficientes para fazer tal observação.

 

9) Ateus ignoram o fato de que as religiões são extremamente benéficas para a sociedade.

Aqueles que enfatizam os bons efeitos da religião nunca parecem perceber que tais efeitos falham em demonstrar a verdade de qualquer doutrina religiosa. É por isso que temos termos como “wishful thinking” e “auto-enganação”. Há uma profunda diferença entre uma ilusão consoladora e a verdade. De qualquer maneira, os bons efeitos da religião podem ser certamente questionados. Na maioria das vezes, parece que as religiões dão péssimos motivos para se agir bem, quando temos bons motivos atualmente disponíveis. Pergunte a si mesmo: o que é mais moral? Ajudar os pobres por se preocupar com seus sofrimentos, ou ajudá-los porque acha que o criador do universo quer que você o faça e o recompensará por fazê-lo ou o punirá por não fazê-lo?

 

10 - Ateísmo não fornece nenhuma base para a moralidade.

Se uma pessoa ainda não entendeu que a crueldade é errada, não descobrirá isso lendo a Bíblia ou o Corão, já que esses livros transbordam de celebrações da crueldade, tanto humana quanto divina. Não tiramos nossa moralidade da religião. Decidimos o que é bom recorrendo a intuições morais que são (até certo ponto) embutidas em nós e refinadas por milhares de anos de reflexão sobre as causas e possibilidades da felicidade humana. Nós fizemos um progresso moral considerável ao longo dos anos, e não fizemos esse progresso lendo a Bíblia ou o Corão mais atentamente. Ambos os livros aceitam a prática de escravidão e ainda assim seres humanos civilizados agora reconhecem que escravidão é uma abominação. Tudo que há de bom nas escrituras (como a regra de ouro, por exemplo) pode ser apreciado por seu valor ético, sem a crença de que isso nos tenha sido transmitido pelo criador do universo.

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Publicado em ATEÍSMO

Questão 1 - Deus existe?

O unicórnio é um cavalo com barbicha, um chifre na testa e supostos poderes mágicos. Ele não existe, claro, é uma invenção. Só que isso é impossível de provar. Da mesma forma, não temos nenhum indício objetivo da existência de Deus - que pode perfeitamente ser apenas uma criação humana. Mas isso também é impossível de provar. É que a única maneira de provar definitivamente uma coisa é usar o chamado método científico, que foi proposto por Galileu Galilei no século 16 e tem quatro etapas. Primeira: observar um fato concreto. Segunda: fazer uma pergunta sobre ele. Terceira: elaborar uma hipótese, ou seja, uma resposta à pergunta. Quarta: fazer uma experiência controlada para confirmar ou negar a hipótese. Simples, não? Mas com o unicórnio, tropeçamos já na primeira etapa - porque não existe nenhum elemento concreto, como um pedaço de cabelo ou qualquer outra pista deixada por um unicórnio. Com Deus, você consegue passar pelas primeiras fases. É possível observar um fato concreto (o Universo existe) formular uma pergunta a respeito (foi Deus que o criou?) e elaborar uma hipótese (sim ou não). Mas como vencer a quarta etapa - e criar uma experiência científica que pudesse confirmar ou negar Deus? É difícil até de imaginar. Isso ajuda a explicar por que a existência de Deus divide a opinião dos cientistas. Um estudo feito nos EUA pelo Instituto Pew revelou que 51% deles admitem a existência de alguma forma de poder divino (contra 95% na população em geral). Alguns pesquisadores vão além do impasse, e dizem ter evidências de que Deus existe - ou inexiste. A primeira categoria é liderada por Francis S. Collins, que foi diretor do Projeto Genoma Humano e hoje dirige os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), principal órgão de ciência do governo nos EUA. Para ele, a prova da existência de Deus é chamada sintonia fina. Por essa tese, o Big Bang obedeceu a alguns parâmetros muito precisos e coordenados entre si. Se a força que mantém unidos os prótons e os nêutrons fosse um pouco menor, por exemplo, só o hidrogênio teria se formado - e não existiria a matéria-prima da vida, o carbono. Para Collins, nossa existência depende de tantas variáveis, numa combinação matematicamente tão improvável, que não pode ser acaso. "A sintonia fina não é acidental. Ela reflete a ação de algo que criou o Universo", diz. O polo ateu é liderado pelo físico Victor Stenger, professor da Universidade do Havaí e autor de God: The Failed Hypothesis ("Deus: a tese fracassada", inédito no Brasil). Ele descarta a tese da sintonia fina. Diz que o Universo não foi sintonizado para nós; nós é que somos adaptados às condições dele. Também apresenta exemplos de como o Universo simplesmente não precisa de Deus. "Até o século 20, acreditava-se que a matéria não poderia ser criada nem destruída, só transformada de um tipo para outro". Se é impossível criar matéria, a existência dela só poderia ser um milagre. "Mas aí Einstein provou que a matéria pode ser criada a partir de energia, sem violar as leis da física", diz. "A ciência pode provar que Deus não existe? A resposta é sim". Mas ele mesmo faz ressalvas. "Não me refiro a uma prova lógica [definitiva], mas a uma prova acima de dúvida, como a usada num tribunal." Traduzindo: para Stenger, é possível provar que nada depende de Deus, e a partir daí inferir que ele não existe. Mas mostrar que ele não existe, felizmente para uns e infelizmente para outros, continua impossível.

Questão 2 - De onde viemos?

O Universo surgiu há 13,7 bilhões de anos como um pontinho muito pequeno e denso, que se expandiu e deu origem a tudo o que existe - as estrelas, os planetas, você e eu. Essa é a história do Big Bang. Mas o que aconteceu antes dele? A hipótese mais tradicional (e mais frustrante também) diz que o tempo surgiu junto com a explosão, e portanto não existe "antes do Big Bang". A outra é de que houve outros universos antes do nosso. E haverá outros depois dele, numa sequência eterna de renascimentos. "Cada ciclo começa com seu próprio Big Bang", diz Roger Penrose, professor da Universidade de Oxford e um dos físicos mais importantes da segunda metade do século 20. Para ele, cada universo se expande até que suas partículas perdem massa e dão lugar a uma espécie de vácuo, o tempo para e aquele universo morre - para se transformar em outro por meio de um Big Bang. Penrose tenta provar a tese em seu novo livro, Cycles of Time: An Extraordinary New View of the Universe ("Ciclos do tempo", inédito no Brasil). Ideias heterodoxas como essa estão longe de ser aceitas pela maioria dos cientistas. Mas vêm ganhando espaço, pois a lógica tradicional do Big Bang não consegue explicar tudo. Ela explica apenas 4% do Universo, porcentagem que corresponde à matéria e à energia que nós podemos perceber (e que formam galáxias, planetas e seres). Todo o resto, 96%, supostamente é preenchido por coisas estranhas: a energia escura e a matéria escura, que não somos capazes de ver. A teoria do Big Bang tampouco explica por que o Universo está se expandindo cada vez mais rápido, num fenômeno chamado aceleração cósmica. Para alguns físicos, a responsável por isso é justamente a tal energia escura - que fará nosso Universo se expandir até acabar e renascer, mais ou menos como Penrose propõe. Mais estranhamente ainda, talvez existam vários universos além do nosso. Isso porque, segundo uma tese bem aceita, o Big Bang não foi homogêneo. Uma porção do espaço teria se inflado muito rápido, como uma tira de borracha, e nosso Universo estaria dentro dela. "Outras partes do espaço podem ter se expandido em outros momentos", diz o físico Marcelo Gleiser, da Universidade Dartmouth. "Haveria então outros universos, separados por espaços gigantescos". Todos existindo ao mesmo tempo. Além de tentar descobrir de onde viemos, a ciência também luta para explicar como nascemos, ou seja, como tudo o que existe se formou. Nisso, tem feito grandes progressos. Tudo graças ao famoso bóson de Higgs, partícula que finalmente foi detectada ano passado. O bóson é uma peça-chave porque deu massa às demais partículas que compõem o nosso Universo. Logo após o Big Bang, o Universo era um caos de partículas subatômicas viajando na velocidade da luz. Só que ele estava cheio de bósons - e conforme as partículas entraram em contato com os bósons, algumas ganharam massa e outras não. As partículas de luz (fótons), por exemplo, não ganharam massa. Mas outras, como os quarks, sim - e se transformaram em tudo o que existe. As estrelas, os planetas, você e eu.

 Questão 3 - Qual é o sentido da vida?

A ciência propõe duas explicações para essa dúvida metafísica. A primeira, mais tradicional, é: o sentido (objetivo) da vida é se reproduzir, ou seja, ter filhos. Ponto. Isso vale tanto para nós como para o sabiá, o cordeiro patagônico ou o bicho-da-seda. Pelo menos é o que diz a tese do gene imortal, uma das mais populares da biologia evolutiva. Ela tem sido desenvolvida desde os anos 1970 pelo biólogo britânico Richard Dawkins, e reinterpreta a teoria da evolução de Darwin. A transmissão de informação genética entre pais e filhos não é perfeita. Podem ocorrer erros: as mutações. Eles sempre acontecem - em média, cada humano nasce com 60 mutações. Esses erros no DNA podem provocar síndromes e doenças, mas também podem ser positivos. Se um indivíduo tem uma mutação que o torna mais apto que os demais (mais forte ou mais bonito, por exemplo), ele tende a se reproduzir mais e espalhar essa mutação na sociedade. Os mais aptos permanecem e os demais desaparecem. É a chamada seleção natural. Dawkins fez uma ligeira modificação nessa teoria. Para ele, os protagonistas da seleção natural não são as espécies nem os indivíduos: são os genes. Nós seríamos meras máquinas de sobrevivência que os genes construíram para se preservar ao longo das gerações. "As máquinas de sobrevivência têm aparência muito variada. Um polvo não se parece em nada com um rato, e ambos são muito diferentes de uma árvore. Mas, em sua composição química, eles são quase iguais", escreve Dawkins. É verdade. Cada ser vivo tem um código genético diferente - mas ele sempre é construído com as mesmas moléculas. E a nossa missão na Terra é espalhar essas moléculas. "Todos nós, desde as bactérias até os elefantes, somos máquinas de sobrevivência para o mesmo tipo de replicador: as moléculas de DNA." Como há vários tipos de ambiente no mundo, os replicadores construíram uma ampla gama de máquinas para prosperar neles. Um macaco preserva os genes nas copas das árvores; um peixe preserva os genes na água, e assim por diante. Os genes também nos dotaram de instintos que nos levam à reprodução - é por isso que o sexo é tão prazeroso, e a atração sexual tão forte. A tese do gene imortal é convincente e elegante. Mas não explica tudo. O cérebro humano possui um mecanismo chamado sistema de recompensa. São grupos de neurônios situados em certas regiões, como o septo - que fica bem no centro do cérebro. Toda vez que fazemos algo física ou mentalmente agradável, qualquer coisa mesmo, esses neurônios causam a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. As demais áreas do cérebro são inundadas pela dopamina - inclusive aquelas que manejam o autocontrole e as emoções. Você sente prazer. E tem vontade de sentir de novo. E de novo. E de novo... O sistema de recompensa tem uma influência gigantesca sobre nossas ações e decisões. Sempre que você se sente bem, ou mal, é esse sistema que está fazendo isso acontecer. E ele nem sempre nos guia no caminho de gerar descendentes - você deve conhecer gente que não tem filhos, nem quer ter, e está muito bem assim. Porque existe uma segunda explicação para o sentido da vida. Em vez de espalhar genes, o objetivo pode ser contentar o sistema de recompensa. Traduzindo: ser feliz. O sistema de recompensa foi descoberto nos anos 1950 pelos psicólogos James Olds e Peter Milner, da Universidade McGill, no Canadá. Usando eletrodos, eles notaram que um rato sempre voltava a um ponto da gaiola para receber um choquinho (prazeroso) no septo. Chegou a passar 7 mil vezes por hora, sem ligar para nada mais. Nem para os próprios filhotes. "O animal vai se estimular com frequência, e por longos períodos, se puder fazê-lo", concluíram Olds e Milner. Hoje a ciência sabe que outras coisas (drogas, açúcar, gordura, sexo) também têm o poder de atuar nessas áreas. Por isso elas são tão atraentes - e, em algumas pessoas, podem se tornar viciantes.

Questão 4 - O que acontece após a morte?

Quando morreu pela primeira vez, em 1993, o empresário americano Gordon Allen estava a caminho da UTI. Havia sofrido uma parada cardíaca momentos antes. Seu sangue deixou de fluir, a respiração se deteve, o cérebro apagou. Mesmo assim, ele sentiu algo. "Fui transportado para fora do corpo e comecei a viajar. Não senti dor, apenas leveza. Vi cores maravilhosas, que não existem na Terra", recorda Allen no site da fundação que leva seu nome. Os médicos o ressuscitaram com um desfibrilador. Assim como Gordon Allen, milhares de pessoas que tiveram morte clínica foram trazidas de volta. "Há uma semelhança incrível nos relatos", diz Maria Julia Kovács, coordenadora do Laboratório de Estudos sobre a Morte da USP. "Muitos dizem ter visto um túnel e uma luz branca. Outros veem uma imagem de Deus." Os relatos também incluem encontros com parentes mortos e a sensação de estar fora do corpo. São as chamadas experiências de quase-morte (EQM). A explicação mais aceita é que se trata de alucinações, causadas pela falta de oxigênio no cérebro. Um estudo feito em 2010 pela Universidade George Washington monitorou o cérebro de sete pacientes terminais. Em todos os casos, a atividade cerebral disparava logo antes da morte. Isso supostamente acontece porque, conforme os neurônios vão morrendo, perdem a capacidade de reter carga elétrica - e começam a descarregar numa sequência anormal, que poderia provocar alucinações. O intrigante é que, durante a EQM, às vezes a pessoa vê coisas que realmente aconteceram - e que ela, em tese, não teria como saber. "Muitos pacientes dizem ter se encontrado com um parente que ninguém sabia que havia morrido. Nem o próprio paciente. Por exemplo, um tio que morreu minutos antes de o paciente ter a EQM", disse o psiquiatra Bruce Greyson, da Universidade da Virgínia, num seminário realizado em Nova York. "Outras pessoas contam coisas que se passavam na sala do hospital [enquanto elas estavam mortas]". Mas como explicar que os pacientes estejam conscientes mesmo sem atividade cerebral? Depois de acompanhar 344 sobreviventes de paradas cardíacas, dos quais 18% tiveram EQM, o médico holandês Pim van Lommel criou uma teoria a respeito. "A consciência não pode estar localizada num espaço em particular. Ela é eterna", diz. "A morte, como o nascimento, é mera passagem de um estado de consciência para outro." Ele reconhece que as pesquisas sobre EQM não provam isso, mesmo porque as pessoas com EQM não morreram - só chegaram muito perto. "Mas ficou provado que, durante a EQM, houve aumento do grau de consciência. Isso significa que a consciência não reside no cérebro, não está limitada a ele", acredita.

Questão 5 - Alma existe?

Em 1901, o médico americano Duncan Macdougall fez uma experiência com doentes terminais. Colocou cada paciente, com cama e tudo, sobre uma balança gigante. "Quando a vida cessou, a balança mexeu de forma repentina - como se algo tivesse deixado o corpo", escreveu Macdougall na época. A balança mexeu 21 gramas, e o doutor concluiu que esse era o peso da alma. A descoberta caiu na cultura popular e até inspirou um filme (21 Gramas, de 2003). Ela não tem valor científico, pois a balança era muito imprecisa - e cada paciente gerou um valor diferente. Mas será que não dá para refazer a experiência com a tecnologia atual? Se alma existir mesmo, dá para medir? Em tese, sim. Tudo graças a Einstein e sua equação E=mc2 (E é energia, m é massa e c é velocidade da luz). Se consideramos que a alma existe, e é uma forma de energia, então deve haver massa relacionada a ela. Se a energia muda, a massa também muda. Se alma existe, e sai do corpo quando a pessoa morre, o corpo sofrerá perda de massa - que pode ser medida. O médico Gerry Nahum, da Universidade Duke, propôs uma experiência para testar a hipótese: construir uma caixa perfeitamente selada, que ficaria sobre uma balança hipersensível, capaz de medir 1 trilhonésimo de grama. O problema é que, por razões éticas, não dá para colocar uma pessoa moribunda dentro de uma caixa hermeticamente fechada, pois isso a faria morrer. E o teste nunca foi feito. Mas os cientistas continuam em busca de evidências para a alma. E os estudos mais surpreendentes vêm de uma dupla que está na vanguarda da ciência: o anestesista americano Stuart Hameroff, do Centro de Estudos da Consciência do Arizona, e Roger Penrose - sim, o mesmo físico de Oxford autor da teoria sobre o que veio antes do Big Bang. Mas, desta vez, a tese é ainda mais inacreditável. Dentro de cada neurônio existiriam 100 milhões de microtúbulos: tubinhos feitos de uma proteína chamada tubulina. A tubulina atuaria como bit, ou seja, como menor unidade de informação que pode ser criada, armazenada ou transmitida. Os tubinhos vibram, interferem com a tubulina e geram ou processam informação - que é passada de um neurônio a outro. Mas os microtúbulos são tão pequenos que as leis da física quântica se aplicam a eles. E essas leis preveem algumas possibilidades bizarras, como a superposição (uma partícula pode existir em dois lugares ao mesmo tempo). Para os pesquisadores, haveria uma relação quântica entre os tubinhos do cérebro e partículas fora dele, espalhadas pelo Universo. "Quando o cérebro morre, a informação quântica [gerada nos microtúbulos] não fica presa. Ela se dissipa no espaço-tempo", diz Hameroff. Pela mesma lógica, quando alguém nasce, essa informação espalhada no Universo entraria nos microtúbulos. Ou seja: a alma existiria, sim, como um conjunto de relações quânticas entre partículas dispersas no Universo. Embora Hameroff tenha escrito centenas de páginas a respeito, nada disso tem comprovação. "Não reivindico nenhuma prova. Só ofereço um mecanismo cientificamente plausível", diz.

Questão 6 - Há vida fora da Terra?

Em 15 de agosto de 1977, um radiotelescópio do Instituto Seti ("Busca por Inteligência Extraterrestre", na sigla em inglês), nos EUA, captou uma mensagem estranha. Foi um sinal de rádio que durou apenas 72 segundos, só que muito mais intenso que os ruídos comuns vindos do Cosmo. Ao analisar as impressões em papel feitas pelo aparelho, o cientista Jerry Ehman tomou um susto. O sistema captara um sinal 30 vezes mais forte que o normal. Seria alguma civilização tentando fazer contato? Ehman ficou tão impressionado que circulou os dados do computador e escreveu ao lado: "Wow!". O caso ficou conhecido como Wow signal (sinal "uau"!), e até hoje é o episódio mais marcante na busca por inteligência extraterrestre. O Seti e outras instituições tentaram detectar o sinal várias vezes depois, mas ele nunca mais foi encontrado. Mesmo assim, hoje muitos cientistas acreditam que o contato com extraterrestres é mera questão de tempo. "Numa escala de 1 (pouco provável) a 10 (muito provável), eu diria que nossa chance de fazer contato com ETs em meados deste século é 8", acredita o físico Michio Kaku, da City College de Nova York. Esse otimismo tem justificativa. "Pelo menos 25% das estrelas têm planetas. E, dessas estrelas, pelo menos a metade tem planetas semelhantes à Terra", explica o físico Marcelo Gleiser. Isso significa que, na nossa galáxia, podem existir até 10 bilhões de planetas parecidos com o nosso. Uma quantidade imensa. Ou seja: pela lei das probabilidades, é muito possível que haja civilizações alienígenas. O satélite Kepler, da Nasa, já catalogou 2 740 planetas parecidos com a Terra, onde água líquida e vida talvez possam existir. Um dos mais "próximos" é o Kepler 42d, a 126 anos-luz do Sol (um ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros). Kaku acredita que, para civilizações muito avançadas, essa distância não seria um problema - pois elas poderiam manipular o espaço-tempo e utilizar portais no Cosmos, como nos filmes de ficção científica. Ok, mas então por que até hoje esse pessoal não veio aqui? "Se são mesmo tão avançados, talvez não estejam interessados em nós", opina Kaku. "É como a gente ir a um formigueiro e dizer às formigas: `Levem-nos a seu líder¿." Para outros cientistas, contudo, a existência de civilizações avançadas é mera especulação. E explicar por que elas não colonizaram a Terra já é querer dar uma de psicólogo de aliens. Tudo bem que existem bilhões de Terras por aí. E que a probabilidade de existir vida lá fora é muito grande. Mas não significa que seja vida inteligente. "Você pode ter um planeta cheio de vida, mas formada por amebas e outros seres unicelulares", acredita Gleiser. Afinal, com a Terra foi assim. A vida aqui existe há cerca de 3,5 bilhões de anos. Mas durante quase todo esse tempo (3 bilhões de anos), só havia seres unicelulares: as cianobactérias, também chamadas de algas verdes e azuis. Além disso, não basta o tempo passar para que as formas de vida se tornem complexas e inteligentes. A função essencial da vida é se adaptar bem ao ambiente onde ela está. A vida só muda - na esteira de alguma mutação genética - se uma mudança ambiental exigir que ela mude. Assim, se o ambiente não mudar e a vida estiver bem adaptada, as mutações genéticas que em geral aparecem ao longo de gerações não vão fazer diferença. Tudo depende da história de cada planeta. Se o asteroide que matou os dinossauros há 65 milhões de anos não tivesse caído aqui na Terra, e os dinossauros não tivessem sido extintos, não estaríamos aqui. "Não temos nenhuma prova ou argumento forte sobre a existência de vida inteligente fora da Terra", diz Gleiser. "Existe vida? Certamente. Mas como não entendemos bem como a evolução varia de planeta para planeta, é muito difícil prever ou responder se existe ou não vida inteligente fora daqui", completa. "Se existe, a vida inteligente fora da Terra é muito rara." Decepcionante. Mas antes de lamentar a solidão da humanidade no Cosmos, saiba que ela pode ser uma boa notícia. Porque se aliens inteligentes realmente existirem, não serão necessariamente bondosos. "Se eles algum dia nos visitarem, acho que o resultado será o mesmo que quando Cristóvão Colombo chegou à América. Não foi bom para os índios nativos", comparou certa vez o físico Stephen Hawking.

Fonte: Superinteressante

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O astrofísico nova-iorquino Neil deGrasse Tyson é um dos rostos mais conhecidos da ciência por saber traduzir, com graça e elegância, o intrincado linguajar de estudiosos. Em suas palavras, "mostra as reais maravilhas do conhecimento". Ele faz isso por meio de livros best-sel­lers, a exemplo do mais famoso deles, Origens, lançado em 2004 nos Estados Unidos, mas que só na semana passada chegou ao Brasil. Dr. Tyson - como é chamado - se assume como herdeiro de Carl Sagan, astrofísico que popularizou a exploração espacial com o programa televisivo Cosmos, dos anos 80. Não por acaso, é dele a reedição da série, que apresenta na Fox. Tyson é defensor ferrenho do método científico como a melhor forma de explicar a origem de tudo o que existe.

 

Seu livro busca compreender a origem de tudo, seja a vida, seja o universo. Por que esse tema é tão recorrente na ciência? Se queremos analisar uma laranja, por exemplo, podemos verificar que ela é redonda, tem gosto cítrico. Se na experiência de laboratório destruímos a fruta, basta buscar outro exemplar e o trabalho prossegue. Essa lógica, de estudar a existência, vale para tudo, de organismos a estrelas. Mas e se decidirmos compreender a origem da laranja? Aí a situação se complica. Primeiro, é simples notar que ela vem de uma árvore. E de onde veio a árvore? De uma semente. E a semente? Mais complicação. Quando se pergunta sobre a origem de qualquer coisa, os questionamentos não param. Em dado momento, é inevitável chegarmos a essa indagação filosófica clássica: "Qual é a origem da vida?". Para responder a essa questão, é preciso elaborar argumentos cuidadosos, factíveis, mas extraordinariamente imaginativos. Por isso, tantas das mentes brilhantes da humanidade se dedicaram ao desafio.

Diante da dificuldade de chegarmos à origem de tudo o que está aí, uma busca infindável, aparentemente eterna, não seria o caso de aceitar com mais naturalidade e compreensão as interpretações religiosas? A religião de cada um tira conclusões precipitadas sobre o funcionamento do universo. A ciência, no entanto, realiza medições capazes de mostrar que essas impressões são falsas. Até hoje as pessoas dizem "God bless you" (Deus te abençoe, em inglês) quando alguém espirra. Por quê? No passado, acreditava-se, para valer, que, quando isso ocorria, a alma saía do corpo e deixava a pessoa vulnerável a demônios. Um religioso pode ver o mundo dessa maneira. A ciência verifica que há bactérias que causaram o espirro, e ponto. Um religioso pode aceitar as descobertas e passar a usar passagens de suas escrituras, a exemplo da Bíblia, como metáfora, fonte de inspiração. Ou entrar em conflito conosco. Há muitos, contudo, que souberam separar os tópicos, ver a religião como motivação moral, e a ciência como a forma de realmente explicar a natureza. Exemplo contemporâneo é o geneticista Francis Collins, cristão e um dos intelectuais mais respeitados da atualidade. Ele tira sua base moral da Bíblia, mas jamais responderá a uma pergunta sobre a origem do universo dizendo: "Bem, vamos verificar no Gênesis".

Os religiosos veem a aparente ordem do universo, regida pelas leis da física, como prova de que há uma lógica superior organizando tudo... Sim, a natureza se repete, e por isso definimos regras, como a lei da gravidade. Mas é preciso tomar cuidado com essa abordagem. O.k., Deus então fez as leis da física, como já definia o filósofo Baruch Espinosa no século XVII. Só que isso quer dizer que Ele ouve suas preces? Ou que ajuda religiosos a vencer guerras contra outros religiosos? Ou que Ele tem barba? Foi esse Deus que falou com Moisés? Se tudo isso for tomado como verdade, então podemos dizer que Deus deixa pessoas inocentes ser atropeladas na rua. Ele permite, portanto, que uma criança morra de leucemia. Ou ainda faz vista grossa diante de furacões e vulcões que matam milhões, incluindo jovens e humanitários. Para acreditar em Deus, é preciso levar tudo em conta. Se Ele está por trás de tudo, é muito bom em matanças. Afinal, mais de 99,9% das espécies de seres vivos que passaram pela Terra foram extintas. Isso é o acaso da natureza? Ou é Deus? Seja qual for a resposta escolhida, é preciso assumi-la tanto para o lado belo como para o terrível.

O senhor acredita em Deus? Dediquei tempo para pesquisar listas de deuses na internet. Demora muitos minutos só para passar com o mouse, sem ler, por um compilado de divindades nas quais a humanidade acredita. São milhares! Quer dizer que a escolha de um desses deuses pressupõe, sem escapatória, a ilegitimidade de todos os outros? Esse conflito de ideias não é tranquilo, levou a muitas guerras. Indo além, debrucei-­me sobre o Deus mais popular do Ocidente, o judaico-cristão. Quais são suas propriedades celebradas? A bondade, o poder absoluto e a onisciência. Visto quanto a natureza mata, quer dizer que Ele é assassino? Se sim, não é bondoso. Se não, Ele não é onisciente, ou todo-­poderoso. Para mim, essas escolhas parecem randômicas. Não vejo evidências que corroborem a existência de Deus. Se há um terremoto, não é fúria divina. Geólogos avisaram que a área era vulnerável. Não adiantava rezar pelo Haiti. O terremoto que abalou o país recentemente ocorreria de qualquer jeito. Não me importo se acreditam em deuses. Só acho que quem segue essa linha cega não pode distribuir culpas por aí.

O senhor utiliza frequentemente o termo "polícia do pensamento". É uma forma de definir a postura religiosa que ignora solenemente o pensamento científico? Quando emprego essa definição, é para falar das pessoas que tentam ter e exercer poder pela força de seus pensamentos. Ou seja, impondo o que todos podem, ou devem, acreditar. Essa é a "polícia". Na ciência, não fazemos isso. A ciência é inimiga da "polícia do pensamento".

Fonte: Veja.com

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Sábado, 12 Janeiro 2019 01:46

Diálogo entre o Homem e Deus

Depois de tantos anos Deus finalmente resolveu conversar com o homem. Neste diálogo todas as repostas que a humanidade tem perseguido durante milênios finalmente foram reveladas. As grandes questões existenciais foram esclarecidas. Todos os infinitos debates sobre a existência de Deus acabaram, pois, Deus em pessoa apareceu para esclarecer definitivamente a questão, sem parábolas, sem simbolismos ou enigmas. O mistério acabou e você vai se surpreender com o desenrolar desta conversa. Acompanhe o diálogo abaixo.

 

Homem: Deus, você está aí?

Deus: Sim, o que deseja?

Homem: Preciso conversar com você.

Deus: Mas você acredita em mim?

Homem: Bem, às vezes sim, às vezes não. Parte de mim acredita outra parte não. Mas a grande maioria das pessoas acredita piamente em você.

Deus: Isso me preocupa muito.

Homem: Por quê?

Deus: Porque a humanidade acredita em mim cegamente. Muitos afirmam que a fé é cega e não deve ser discutida.

Homem: Verdade, eu já ouvi muito isso. As pessoas me dizem que religião não se discute. Você concorda com isso?

Deus: Claro que não. O ser humano é dotado de um cérebro muito poderoso, o que o diferencia dos outros animais. Se um indivíduo acredita em mim só porque algumas pessoas lhe dizem que tem que acreditar, ele se torna um animal treinado que faz aquilo que lhe é ensinado, como um cão adestrado.

Homem: Então você acha que muitas pessoas acreditam em você só porque crescem dentro de um contexto religioso que os induz a acreditar?

Deus: Sim. Isso é muito fácil de ser comprovado. Veja bem, o Hattori, que nasceu no Japão é Budista. Já o Kalef, que nasceu em Riad é Muçulmano. O Silva, que nasceu no Rio de Janeiro é Cristão. O Talan, que nasceu em Calcutá é Hindu. O Iamutã que nasceu no Xingu é Animista. E aonde você vá verá que existem vários Deuses diferentes em várias religiões, todas elas reflexo sociocultural que é praticamente imposto pela sociedade na qual o individuo se desenvolve.

Homem: Mas isso as pessoas já sabem, ou não?

Deus: Não, elas não sabem. Veja os exemplos que temos todos os dias. As pessoas que seguem uma determinada religião, não toleram as outras e acreditam de fato que a sua doutrina seja a correta. Se isso fosse verdade, os Xintoístas estariam certos e os Católicos errados? E os Animistas são menos corretos que os Mulçumanos? Se apenas uma religião está correta, o que acontece com as outras? É um caso de hipnose em conjunto? Ou pura perda de tempo?

Homem: Mas e se todas as religiões estiverem corretas?

Deus: Não é possível, porque cada uma tem uma doutrina totalmente diferente da outra, seus livros sagrados contêm ideologias distintas, os personagens das diferentes religiões apareceram na historia da humanidade com centenas e até milhares de anos de diferença. E algumas religiões sustentam mais de um Deus.

Homem: Mudando um pouco de assunto. O que você acha das pessoas que agradecem por tudo o que tem a você?

Deus: Se eu fosse realmente responsável pelas coisas que as pessoas conquistam, elas seriam desmerecedoras das suas conquistas.

Homem: Como assim? Pode explicar melhor?

Deus: Quando o aluno passa no vestibular ele costuma dizer “graças a Deus”. Mas isso é uma grande bobagem, pois o aluno só passou graças ao seu mérito, ao seu estudo.

Homem: Tem algum outro exemplo?

Deus: O pai de família que recebeu uma promoção no trabalho. Porque ele deveria ser grato a Deus? Ele é quem trabalha e obtém os bons resultados que lhe valem a promoção.

Homem: Então, se você não é responsável pelas coisas boas, você também não tem culpa das ruins?

Deus: Exatamente. Quando acontece um acidente e há sobreviventes, as pessoas costumam dizer “graças a Deus”. Veja bem, eu seria muito seletivo e sádico se escolhesse apenas alguns para sobreviverem. E eu não sou sádico.

Homem: Mas e essa historia de que “ele se foi porque chegou a sua hora”.

Deus: Isso é causado pela incapacidade do homem de lidar com a morte e por isso atribui a mim o fim da vida de um individuo. Como também o faz com o nascimento. Incapaz de entender a geração da vida o homem diz que sou eu que “dou” a vida a todos.

Homem: O que você acha das regras que os homens tem em suas religiões e que atribuem a você?

Deus: Essas regras são absurdas, não refletem a minha vontade. Imagine você se o criador de algo tão grandioso como o universo, se preocuparia com coisas tão mesquinhas como ter que usar panos na cabeça, não poder comer esse ou aquele alimento num determinado dia da semana, não poder trabalhar num outro dia, não poder ter relações sexuais antes do casamento, não poder aceitar transfusões de sangue ou qualquer outro absurdo do gênero. O homem usa a religião para controlar a mente e a vontade de seus iguais, e faz isso em meu nome. Isso me ofende e me deixa muito desgostoso com a humanidade. Eu não sou responsável pelos disparates dos homens.

Homem: Se eu não acreditar em você serei mandado para um inferno de fogo e não terei lugar no reino dos céus?

Deus: Claro que não. Isso é mais uma maneira que os homens encontraram para impor a religião e a fé nas pessoas. Se eu sou Deus e criei tudo o que existe, todos vocês são minha criação e por isso tem lugar ao meu lado no reino dos céus. Não é porque uma pessoa não aceita cegamente as doutrinas das religiões do mundo, que essa pessoa não tem direito de descansar ao meu lado. Eu prefiro um ateu que estuda, se informa e se questiona o porquê das religiões, o porquê da vida e da morte, que um crédulo cego que acredita sem jamais pensar na mera possibilidade disso tudo ter sido uma criação da psique humana. Se eu fosse assim, eu seria um Deus vingativo. E vingança não é um sentimento de Deus, e sim do homem, que tenta se vingar daqueles que não acreditam em mim, espalhando essa mentira absurda. Cada indivíduo é livre para escolher se acredita ou não em mim. Pois a fé em Deus tem que ser algo que vem de dentro e não de fora através de imposições da família, da sociedade e da cultura local.

Homem: Mas afinal, você existe ou não?

Deus: Não, eu não existo. Eu sou sua necessidade psicológica. Sou seu medo da morte. Sou a sua incapacidade de compreender a vida, o macro e o microcosmo. Daí, para “justificar” tudo isso você me criou. Você inventou Deus e atribui a ele tudo o que você não é. Eterno, onipresente, onipotente e onisciente. Houve momentos em que você sentia medo e solidão. Houve momentos em que você estava de luto. Houve momentos em que você se perdeu em reflexões, mas não encontrou as respostas que queria tão desesperadamente, e acima de tudo, houve momentos em que você queria controlar outras pessoas e para todas estas coisas você me criou.

Homem: Mas e agora? Como faremos pra dizer isso a mais de 7 bilhões de pessoas?

Deus: Não diremos, pois elas não estão preparadas pra isso. Não estão preparadas para saber que aquilo em que elas acreditam durante toda uma vida, não existe. Seria um choque muito forte para todas elas. Isso poderia jogar o mundo numa era de caos e de desespero que seria usada por aproveitadores para obter poder e dinheiro, como se faz hoje com a Religião. Muitas pessoas se encontrariam realmente sós, sem nem ao menos a fé. Isso seria a materialização da palavra desespero, uma vida sem esperança. E um homem sem esperança, não alcança nada. Então, deixe a humanidade ter ao menos a esperança de que depois dessa existência haverá uma recompensa.

 

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Publicado em ATEÍSMO

O biólogo britânico Richard Dawkins (foto), 74, respondeu “sim” ao ser questionado se “o ateísmo é a extensão lógica da crença na evolução”. Admitiu que, quanto a isso, nem todos concordam com ele. “O ponto fundamental da evolução é que ela explica como você pode ir de uma simplicidade primordial (que não precisa de explicação, ou precisa muito pouco) até alturas de prodigiosas complexidade (que, definitivamente, precisam de uma explicação).” Em entrevista por e-mail ao "Zero Hora", Dawkins se defendeu das acusações de que seja um militante “destemperado” do ateísmo. Argumentou que fala mais sobre ateísmo do que ciência por causa do interesse dos jornalistas que o entrevistam. Também falou sobre a influência que a teoria da evolução teve em sua vida, da popularidade do chamado “novo ateísmo”, do fanatismo religioso do século 21, da possível associação entre a programação genética e a fé, e da espiritualidade sem Deus. Segue a entrevista.

Qual sua primeira lembrança ligada à descoberta da ciência como uma paixão e um caminho a trilhar?


Acho que foi quando compreendi pela primeira vez, claramente, o poder da seleção natural darwiniana para explicar tudo a respeito da vida. A seleção natural é uma ideia surpreendentemente simples depois que você a compreende, mas ainda assim tem a capacidade de explicar questões muito complexas. Além disso, a humanidade demorou até o século 19 para conseguir entendê-la – o que também é muito surpreendente, dada a simplicidade da ideia.

 

O senhor acredita que hoje é mais fácil ou mais difícil despertar o interesse do público leigo em geral para a ciência? 


Quanto mais se compreende a ciência, mais fácil se torna interessar-se por ela. Porque quando entendemos alguma coisa só temos que explicar o princípio. Antes que compreendamos o princípio, os fatos que o explicam parecem ser todos desconexos, difíceis de transmitir e difíceis de guardar na memória. Por outro lado, nos dias de hoje, existem hostilidades e resistências à ciência aumentando em certos grupos de pessoas.

 

Desde a publicação do livro "Deus: Um Delírio", o senhor tem sido cada vez mais convidado a falar sobre ateísmo, tornando-se quase um porta-voz da causa ateísta no mundo todo. Como o senhor divide seu tempo entre esses dois papéis, o de cientista e o de orador público? 


Passo mais tempo escrevendo do que falando em público. Hoje em dia, quando falo em público, frequentemente sou entrevistado no palco, então eu vou até onde as perguntas me levam. O que parece ser o caso é que as perguntas, inclusive aquelas feitas pelo público em geral, são muito frequentemente sobre religião. Muitas vezes me sinto aliviado quando recebo uma pergunta sobre ciência.

 

O senhor acredita que o ateísmo é a extensão lógica da crença na evolução? 


Acredito, mas devo dizer que nem todo mundo concorda. O engraçado é que são os cristãos fundamentalistas os que concordam comigo. Teólogos sofisticados não têm nenhum problema em conciliar a religião com a evolução. Os fundamentalistas têm, e eu concordo com eles, embora por motivos diferentes. A razão deles é que a evolução entra em conflito com seu livro sagrado. A minha razão é: o ponto fundamental da evolução é que ela explica como você pode ir de uma simplicidade primordial (que não precisa de explicação, ou precisa muito pouco) até alturas de prodigiosas complexidade (que, definitivamente, precisam de uma explicação). E a evolução fornece essa explicação. Deuses criadores teriam que ser entes muito complexos e, portanto, requerem, por direito próprio, uma explicação – uma explicação que os religiosos não têm.

 

O senhor pensa que o aumento da popularidade do novo ateísmo em anos recentes está diretamente ligado à ascensão do fanatismo pós-11 de Setembro? Ou as pessoas estão simplesmente mais confortáveis em se declarar ateias? 


Acho que um pouco de ambas as coisas. Elas caminham juntas.

 

Por que o fanatismo religioso ainda é um assunto tão sensível em muitas partes do mundo em pleno século 21? 


Uma razão presumida é que as pessoas se identificam com a sua religião quase como se fosse parte de sua personalidade. Elas se sentem pessoalmente insultadas se você insultar sua religião, como se você dissesse que elas têm um rosto feio! Eu simpatizo com o sentido de identidade, e entendo por que as pessoas gostam de celebrar rituais que pertencem à sua cultura, sejam festividades cristãs como o Natal, judaicas, como o Pessach, ou muçulmanas, como o Eid al-Fitr. Mas enquanto posso facilmente aceitar a identidade cultural nesse sentido, não posso respeitar as crenças que vêm agarradas a ela a respeito do mundo real quando são manifestamente falsas (como o criacionismo), ou para as quais não há nenhuma boa evidência (tais como milagres), simplesmente porque elas também são parte de uma cultura. Você pode dizer: “Sou um cristão que gosta de celebrar o Natal” ou “Sou um judeu que gosta de celebrar o Pessach”, e isso é bom. Mas se você diz: “Creio que Jesus nasceu de uma virgem, e não tenho nenhuma razão melhor do que o fato de que é isso que diz a minha tradição cultural”, aí é ir longe demais. Crenças sobre fatos deveriam ser baseadas apenas em provas e evidências, não em tradição, livros sagrados ou autoridade sacerdotal.

 

A religião tem sido uma ideia muito persistente na história humana. Há uma possibilidade de que haja algum tipo de programação genética para a fé, como alguns pesquisadores, como Paul Bloom, por exemplo, parecem acreditar? 

Sim, mas eu prefiro dizer programação genética para uma predisposição psicológica à religião, em vez de para a própria religião.

 

Qual sua opinião sobre a ideia de “espiritualidade sem Deus”, expressa em livros de autores como Sam Harris e Alain de Botton? 


Não tenho nenhum problema com ela, embora não seja uma ideia que ressoe comigo pessoalmente.

 

Em uma entrevista em 2013, quando esteve em Porto Alegre no Fronteiras do Pensamento, a historiadora Karen Armstrong declarou que se sentia desconfortável com o “destempero” de seus “ataques contra a religião e contra aqueles que acreditam em uma”. Para ela, o senhor “denuncia a intolerância religiosa, mas corre o risco de se tornar intolerante”. No mesmo ano, o senhor deu uma entrevista ao jornal inglês The Guardian, no qual dizia que não pensava em si mesmo como alguém “estridente ou agressivo”. O senhor se considera mal interpretado? 


Se você ler Deus: Um Delírio, vai descobrir que não é, realmente, um livro destemperado. Ele tem essa reputação porque, na nossa cultura, nos tornamos tão acostumados a tratar a religião com “respeito” exagerado que mesmo um exame crítico suave e sóbrio de ideias religiosas soa destemperado. É verdade que o significado do que escrevo está expresso claramente, e para algumas pessoas a própria clareza soa ameaçadora. A própria Karen Armstrong faz tudo o que pode para ser tão obscura quanto possível, por isso não me surpreendo ao saber que ela considera a clareza “destemperada”. Ela escreve de modo tão pouco claro que provavelmente pensa que qualquer pessoa que diz claramente o que pensa representa uma ameaça.

 

Um conceito criado originalmente pelo senhor em "O Gene Egoísta", o “meme”, ganhou vida nos últimos anos na internet, com um sentido um pouco diferente. O que o senhor pensa disso? 

Eu apresentei o meme como uma analogia para o gene, para ilustrar o argumento de que a seleção natural de Darwin pode, em princípio, funcionar com qualquer informação codificada autorreplicante. Memes são unidades de hereditariedade cultural – unidades que são copiadas de mente para mente –, e elas têm a capacidade de funcionar como genes em uma forma de seleção natural darwiniana. Jovens na internet adotaram a palavra para um subconjunto específico de memes, ou seja, imagens com uma mensagem simples escrita por cima. Não tenho nenhuma grande objeção, só digo que eles estão perdendo muito em ficar só nisso.

Fonte: Paulo Lopes

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Um texto escrito pelo físico Albert Einstein no qual ele expressa suas opiniões sobre religião, conhecido como "Carta de Deus", foi vendido em um leilão pela internet para um comprador anônimo por US$ 3 milhões, segundo o site ebay. A carta, escrita no dia 3 de janeiro de 1954, aproximadamente um ano antes que o cientista morresse, recebeu apenas dois lances no leilão via internet, segundo informa o "Huffington Post". A venda foi encerrada na última semana, no dia 18 de outubro. Einstein, nascido na Alemanha de uma família judia, diz na carta que pertence “com prazer” ao povo judeu, mas, ao mesmo tempo, mostra uma posição distante em relação às religiões. O coordenador do leilão, Eric Gazin, havia dito que o preço da carta poderia triplicar com a venda, de acordo com o "Huffington Post". O texto foi leiloado no site eBay entre os dias 8 e 18 de outubro, e acabou vendido por um valor próximo ao lance inicial, de US$ 3 milhões. A carta de Einstein, escrita à mão em alemão, era destinada ao filósofo Erik Gutkind, de quem ele havia lido a obra: "Escolha a vida: o apelo bíblico pela revolta". “A palavra ‘Deus’ não é para mim nada além da expressão e o produto de fraquezas humanas, e a Bíblia é uma coleção de lendas honoráveis, embora primitivas e bastante infantis. Nenhuma interpretação, não importa quão sutil, pode mudar isso [para mim]”, escreveu o físico. O vendedor anônimo da carta, que foi leiloada com o envelope, selo e carimbo postal originais, a comprou em 2008 da Bloomsbury Auctions, de Londres, por US$ 404 mil. A agência Auction Cause, de Los Angeles, responsável pela venda recente no eBay, disse que o papel foi guardado em um ambiente com luz, umidade e temperatura controlados para garantir sua integridade.

Fonte : Portal G1, BBC

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Sábado, 12 Outubro 2019 11:26

As 10 fases entre o Cristão e o Ateu

Fase 01 (Cristão Fundamentalista): Eu acredito muito em Deus e em cada palavra que está na Bíblia, literalmente. Os padres/pastores sabem o que estão dizendo.

(Porém, diante de relatos com cobras e jumentas falando, uma pessoa ficar 3 dias dentro da barriga de um peixe e sair vivo, o homem ser criado do barro e a mulher de uma costela, a luz ser criada antes do sol, um dilúvio global que cobriu até mesmo o Monte Everest com mais de 8000 metros de altura, todas as espécies de animais do mundo incluindo o urso polar e o panda, o canguru, o mico leão dourado, o lêmure, entre outros que só se encontram em lugares específicos do planeta, todos vivendo por mais de um ano dentro de uma arca bem menor que um transatlântico moderno, a terra não fazer seu movimento de rotação dando a impressão que o sol ficou parado no céu por horas sem fazer sua trajetória rumo ao entardecer, etc, etc... chega-se ao 2º estágio) 

Fase 02 (Cristão Metafórico): Eu acredito muito em Deus e a Bíblia é a Sua Palavra mas é claro que existem alguns trechos bíblicos que são apenas metáforas. Os padres/pastores sabem o que estão dizendo.

(Porém, depois de relatos que apoiam a escravidão, o machismo, a homofobia, a xenofobia, a injustiça, a violência, o extermínio de nações inteiras incluindo mulheres, crianças e os animais, inocentes pagando pelos erros de outras pessoas, etc, etc... chega-se ao 3º estágio)

Fase 03 (Cristão Desconfiado): Eu acredito muito em Deus mas nem tudo na bíblia é 100% confiável. Os Padres/Pastores nem sempre sabem o que estão dizendo. 

(Porém, depois de tantos escândalos envolvendo padres em casos de pedofilia, pastores extorquindo descaradamente pessoas de boa fé acumulando grandes fortunas e estabelecendo verdadeiros impérios dentro da mídia, ministros religiosos que roubam, enganam, mentem, traem, não vivem o que pregam, etc, etc... chega-se ao 4º estágio) 

Fase 04 (Cristão Self-Service): Eu acredito muito em Deus. Deus é amor! Mas o antigo testamento tem algumas partes meio bárbaras. Tem muitos Padres e Pastores que são hipócritas e enganam as pessoas.

(Porém, depois de analisar que a maior parte do velho testamento não passa de uma coleção de mitos e lendas dos judeus cheios de costumes e práticas repulsivas que refletem a mentalidade dos povos primitivos da época, chega-se ao 5º estágio)

Fase 05 (Cristão Novo Testamento): Eu acredito em Deus e na bíblia, mas só no novo testamento. Jesus é amor, mas o Antigo testamento é besteira. 

(Porém, depois de observar na bíblia Jesus usando técnicas de intimidação, ameaçando seus ouvintes com uma destruição horrível se não seguirem seus ensinos, em alguns momentos pregando o amor enquanto em outros pregando o terror como nestes relatos, “Então dirá, por sua vez, aos à sua esquerda: Afastai-vos de mim, vós os que tendes sido amaldiçoados, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos” (Mateus 25:41), “Se, pois, a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o e lança-o para longe de ti; é melhor para ti entrares na vida aleijado ou coxo, do que seres lançado com duas mãos ou dois pés no fogo eterno” (Mateus 18:8), “E se o teu olho te fizer tropeçar, lança-o fora; melhor te é entrares com um olho no reino de Deus, do que seres com os dois olhos lançado na Geena, onde o seu gusano não morre e o fogo não se extingue” (Marcos 9:47,48), “quem não é comigo é contra mim (Mateus 11:30)”, “quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim (Mateus 10:37)”, “não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada (Mateus 10:34)”, “Quem se chegar a mim e não odiar seu pai, e mãe, e esposa, e filhos, e irmãos, e irmãs, sim, e até mesmo a sua própria alma, não pode ser meu discípulo (Lucas 14:26)”, etc, etc...chega-se ao 6º estágio.

Fase 06 (Religioso Místico) Eu acredito em Deus. Jesus foi um grande homem, mas não foi Deus. Essa história de Jesus condenar quem não crer nele ao inferno é um absurdo! A bíblia é só uma monte de besteiras! Mas foi Deus quem nos criou.

(Porém, depois de conhecer o darwinismo e as esmagadoras evidências em favor da evolução como os inúmeros registros fósseis como o Sahelanthropus tchadensis ou homem de Toumai, encontrado no Chade, África Central, o DIK-1 (Selam) descoberto em 2000 na Etiópia por Zeresenay Alemseged e o AL 288-1 (Lucy) descoberto em 1974 na Etiópia por Donald Johanson, além de vários achados fósseis da família dos Australopitecídeo, Pitecantropóide, Neanderthais, Cro-Magnon entre outros provando de forma consistente que nosso planeta já abrigou espécies diferentes das que existem hoje, fornecendo indícios de parentesco entre estes e os seres viventes atuais ao observarmos, em muitos casos, uma modificação contínua evidente das espécies. Além de outras evidências como a adaptação, a capacidade do ser vivo em se ajustar ao ambiente, uma vez que, por seleção natural, indivíduos portadores de determinadas características vantajosas, como a coloração parecida com a de seu substrato, possuem mais chances de sobreviver e transmitir a seus descendentes tais características. Assim, ao longo das gerações, determinadas características vão se modificando, tornando-se cada vez mais eficientes. Como exemplos de adaptação por meio da seleção natural temos a camuflagem e o mimetismo. Sem falar nas analogias e homologias, estruturas análogas, homologia, os órgãos vestigiais, a evidência molecular e as pesquisas genéticas que tem demonstrado que o código genético do ser humano e muito semelhante ao do chimpanzé, 98,7% do código genético do homem é igual ao do chimpanzé e a semelhança com os outros primatas chega a 98,3%, etc, etc... chega-se ao 7º estágio)

Fase 07 (Religioso Esotérico): Eu acredito em Deus, mas não aquele com barba branca que vive no céu. Acredito num Deus de todas as religiões. Nós somos frutos da evolução, mas ela foi guiada por Deus.  

(Porém depois de estudar as descobertas cosmológicas como o Big Bang, a física quântica, o bóson de higgs, os buracos negros, a teoria das cordas, a teoria dos multiuniversos e chegar a óbvia conclusão de que a velha frase clássica dos que creem em Deus “nada surge do nada” os leva a uma regressão infinita, pois este raciocínio nos leva a inevitável pergunta: de onde surgiu Deus? E visto que nenhum crente consegue responder esta pergunta, eles resolveram determinar em suas mentes que este suposto Deus “nunca teve princípio e nunca terá fim”, está além das leis da física, é atemporal, está além de nossa compreensão, quando na realidade tal raciocínio é uma desonestidade intelectual, porque eles simplesmente inventaram um ser para preencher uma lacuna que eles não conseguem explicar, etc, etc... chega-se ao 8º estágio)  

Fase 08 (Religioso Nova Era): É claro que eu não acredito em um Deus pessoal, mas em uma energia ou força cósmica impessoal. Nós fomos frutos da evolução. 

(Porém, depois de chegar a óbvia conclusão de que energia é só aquilo que faz você pagar a conta no fim do mês e se mede em Kilowatt-hora, joules, calorias... e força cósmica é apenas um eufemismo criado pelos místicos, etc, etc... chega-se ao 9º estágio)

Fase 09 (Agnóstico Ateísta): Não há nenhuma evidência de divindades, assim tudo indica que elas não existem, portanto minha conclusão óbvia é a de que elas realmente não existem. Se novas evidências surgirem eu repenso.

(Porém, depois de perceber que novas evidências da existencia de deidades nunca surgirão chega-se finalmente ao 10º estágio)

Fase 10 (Ateu Convicto): Deus não existe! Jamais surgirá alguma evidência de que divindades existem.


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Domingo, 13 Outubro 2019 22:01

Doze evidências da inexistência de Deus

1º argumento: O gesto criador é inadmissível.

Que se entende por criar? É tomar materiais diferentes, separados, mas que existem, e, valendo-se de princípios experimentados e aplicando-lhes certas regras conhecidas, aproximá-los, agrupá-los, associá-los, ajustá-los, para fazer qualquer coisa deles? Não! Isso não é criar. Exemplos: podemos dizer que uma casa foi criada? Não, foi construída; podemos dizer que um móvel foi criado? Não, foi fabricado; podemos dizer que um livro foi criado? Não, foi composto e depois impresso. Assim, pegar materiais que já existem e fazer qualquer coisa com eles não é criar. Que é então, criar? Criar… com franqueza, encontro-me indeciso para poder explicar o inexplicável, definir o indefinível. Procurei, contudo, fazer-me compreender. Criar é tirar qualquer coisa do nada; é, com nada, fazer qualquer coisa do todo; é formar o existente do não existente. Ora, eu imagino que é impossível encontrar uma única pessoa dotada de razão que conceba e admita que do nada se possa tirar e fazer qualquer coisa. Suponhamos um matemático. Procure o calculador mais autorizado; coloque diante de uma lousa e peça que escreva zero sobre zeros. Terminada a operação, solicite que os multiplique da forma que entender, que os divida até se cansar, que faça enfim toda a sorte de operações matemáticas, e verá como ele não extrairá, desta acumulação de zeros, uma única unidade. Com nada, nada se pode fazer; de nada, nada se obtém. É por isso que o famoso aforismo de Lucrécio nada surge do nada (Ex nihilo nihil) é de uma certeza e de uma evidência manifesta. O gesto criador é um gesto impossível de admitir, é um absurdo. Criar na realidade é uma expressão místico-religiosa, que pode ter algum valor aos olhos das pessoas que gostam de crer naquilo que não compreendem. Mas devemos convir que a palavra criar é uma expressão vazia de sentido para todos os homens cultos e sensatos, para quem uma palavra só tem valor quando representa uma realidade ou uma possibilidade. Consequentemente, a hipótese de um ser verdadeiramente criador é uma hipótese que a razão repudia. Portanto o ser criador não existe, não pode existir.

 

2º argumento: O “puro espírito” não podia determinar o Universo

Aos crentes que, a despeito de todo o raciocínio, se obstinam em admitir a possibilidade da criação, direi que, em todo o caso, é impossível atribuir esta criação ao seu Deus. O Deus deles é puro espírito. Portanto, é inteiramente impossível sustentar-se que o puro espírito, o imaterial, tenha podido determinar o Universo, o Material. Digo isso porque o puro espírito não está separado do universo por uma diferença de grau, de quantidade, mas sim por uma diferença de natureza, de qualidade. De maneira que o puro espírito não é, nem pode ser, uma ampliação do Universo, assim como o Universo não é, nem pode ser, uma redução do puro espírito. Aqui a diferença não é somente uma distinção; é uma oposição: oposição de natureza, essencial, fundamental, irredutível, absoluta. Entre o puro espírito e o Universo não há somente um fosso mais ou menos largo e profundo, fosso que possa, a rigor, diminuir ou aumentar. Não. Entre o puro espírito e o Universo há um verdadeiro abismo, duma profundidade e de uma extensão tão imensos, que por colossais que sejam os esforços que se empreguem, não há nada nem ninguém que conseguir diminui-lo ou aumenta-lo. Reportando-me ao meu raciocínio, desafio o filósofo mais sutil, bem como o matemático mais consumado, a estabelecer uma relação, qualquer que ela seja (e, com a mais forte razão, uma relação tão direta quanto estreita, como a que liga a causa ao efeito) entre o puro espírito e o universo. O puro espírito não suporta nenhuma aliança material. O puro espírito não tem forma nem corpo, nem linha, nem matéria, nem proporções, nem extensão, nem dureza, nem profundidade, nem superfície, nem volume, nem cor, nem som, nem densidade. Ora, no Universo, tudo é forma, corpo, linho, matéria, proporção, extensão, dureza, profundidade, superfície, volume, cor, som, densidade. Como admitir que isto tenha sido determinado por aquilo? Impossível. Chegando a este ponto da minha demonstração, a conclusão é a seguinte: Vimos que a hipótese de um Deus verdadeiramente criador é inadmissível; que persistindo mesmo na crença desse poder, não pode admitir-se que o Universo, essencialmente material, tenha sido determinado por um puro espírito, essencialmente imaterial. Mas se os crentes se obstinam em afirmar que foi o seu Deus o criador do Universo, nos impõe-se o dever de lhes fazer esta pergunta: segundo a hipótese Deus, onde se encontrava a Matéria, na sua origem, no seu princípio? De duas, uma: ou a matéria estava fora de Deus, ou era o próprio Deus (a não ser que lhe queiram dar um terceiro lugar). No primeiro caso, se a matéria estava fora de Deus, Deus não teve necessidade de criá-la, visto que ela já existia; e, se ela coexistia com Deus, estava concomitantemente com ele, do que se conclui que Deus não é o criador. No segundo caso, se a matéria não estava fora de Deus, encontrava-se no próprio Deus. E, daqui, tiro a conclusão seguinte: (1º) Que Deus não era puro espírito, porque encerrava em si uma partícula de matéria — e que partícula! A totalidade dos mundos materiais! (2º) Que Deus, encerrando em si próprio a matéria, não teve a necessidade de criá-la, porque ela já existia. Assim, existindo a matéria, Deus não fez mais do que retirá-la de onde estava; e, neste caso, a criação deixa de ser um ato de verdadeira criação para se reduzir a um ato de exteriorização. Nos dois casos não existe, pois, criação.

 

3º argumento: O perfeito não pode produzir o imperfeito

Estou plenamente convencido de que se eu fizer a um religioso a pergunta: “Pode o imperfeito produzir o perfeito?”, ele responderia sem vacilar: — Não, o imperfeito não pode produzir o perfeito! Pelas mesmas razões, e com a mesma força de exatidão, eu posso afirmar — O perfeito não pode produzir o imperfeito! Mais: entre o perfeito e o imperfeito não há somente uma diferença de grau, de quantidade, mas uma diferença de qualidade, de natureza, uma oposição essencial, fundamental, irredutível, absoluta. E mais ainda: entre o perfeito e o imperfeito não há somente um fosso, mais ou menos largo e profundo, mas um abismo tão vasto e tão estonteante, que ninguém o pode aumentar ou diminuir. O perfeito é o absoluto, o imperfeito o relativo. Em presença do perfeito que é tudo, o relativo, o contingente não é nada; em presença do perfeito, o relativo não tem valor, não existe. E nem o talento de um matemático e nem o gênio de um filósofo serão capazes de estabelecer uma relação entre o relativo e o absoluto: sustentamos a impossibilidade de evidenciar, neste caso, a rigorosa concomitância que deve necessariamente unir a Causa ao Efeito. É, portanto, impossível que o perfeito haja determinando o imperfeito. Além disso, há uma relação direta, fatal e até matemática entre uma obra e seu autor: tanto vale a obra quanto vale o autor, tanto vale o autor quanto vale a obra. E pela obra que se conhece o autor, como é pelo fruto que se conhece a árvore. Se eu examino um texto mal redigido, em que se abundam os erros de ortografa e as frases são mal construídas, o estilo é pobre e frouxo, as ideias raras e banais, e os conhecimentos inexatos, eu sou incapaz de atribuir a este péssimo escrito e um burilador de frases o status de um dos mestres da literatura. Se observo um desenho malfeito, em que as linhas estão mal traçadas, violando as regras da perspectiva e da proporção, jamais pensarei que este esboço rudimentar foi feito por um professor, um grande mestre, um grande artista. Sem a menor hesitação direi: isto é obra de um aprendiz, de uma criança, certo de que pela obra se conhece o artista. Ora, a natureza é bela, o Universo é grandioso. E eu admiro apaixonadamente os esplendores e as magnificências que nos oferecem estes espetáculos incessantes. Mas, por muito entusiasmado que eu seja das belezas naturais, e por grande que seja a homenagem que eu lhes tribute, não me atrevo a afirmar que o Universo é uma obra sem defeitos, irrepreensível, perfeita. E não acredito que haja alguém que me desminta. Sim, o Universo é uma obra imperfeita. Consequentemente, digo: há sempre, entre uma obra e seu autor, uma relação rigorosa, íntima, matemática. Ora, se o Universo é uma obra imperfeita, o autor desta obra não pode ser senão imperfeito. Esse silogismo leva-me a admitir a imperfeição de Deus, e por consequência a negá-lo. Mas eu posso ainda raciocinar assim: ou não é Deus o autor do Universo (exprimo desta forma a minha convicção), ou o é, na suposição dos religiosos. Neste caso, sendo o universo uma obra imperfeita, vosso Deus, ó crente, é também imperfeito. Silogismo ou dilema, a conclusão do raciocínio é esta: o perfeito não pode determinar o imperfeito.

 

4º argumento: O ser eterno, ativo, necessário, não pode, em nenhum momento, ter estado inativo ou ter estado inútil

Se Deus existe é eterno, ativo e necessário. Se é Eterno, não se pode conceber que ele esteja enclausurado nos limites do tempo. Não se pode imaginar como tendo tido começo e venha a ter fim. Não pode haver aparição e desaparição. É de sempre. Se é Ativo, segundo os religiosos, foi sua atividade que engendrou tudo quanto existe, como foi a sua atividade que se afirmou pelo gesto mais colossal e majestoso que imaginar se pode: a criação dos mundos. Se é necessário, visto que sem a sua vontade, nada existiria: ele é o autor de todas as coisas, o ponto inicial de onde saiu tudo, a fonte única e primeira de onde tudo emanou. Bastando-se a si próprio, dependeu de sua vontade que tudo fosse tudo ou que fosse nada. Ele é, portanto: eterno, ativo e necessário. Mas eu pretendo e vou demonstrar que se Deus é eterno, ativo e necessário, também deve ser eternamente ativo, e eternamente necessário. E que, por consequência, ele não pôde, em nenhum momento, ter sido inativo ou inútil, e que enfim, ele jamais criou. Negar que Deus seja eternamente ativo equivale a dizer que ele nem sempre o foi, que chegou a sê-lo, que começou a ser ativo, que antes de o ser não o era. Dizer que foi pela criação que ele manifestou a sua atividade é admitir, ao mesmo tempo, que por milhares e milhares de séculos que antecederam a ação criadora, Deus esteve inativo. Negar que Deus seja eternamente necessário equivale a admitir que ele nem sempre o foi, que chegou a sê-lo, que começou a ser necessário e que antes de o ser não o era. Dizer que a criação proclama e testemunha a necessidade de Deus equivale a admitir, ao mesmo tempo, que, durante milhares e milhares de milênios, que seguramente precedeu a ação criadora, Deus era inútil, ocioso e preguiçoso! Deus inútil e supérfluo! Que triste postura para um ser essencialmente necessário. É preciso, pois, confessar que Deus é de todo o tempo ativo e de todo o tempo necessário. Mas então Deus não pôde criar, porque a ideia de criação implica, de maneira absoluta, a ideia de começo, de origem. Uma coisa que começou é porque nem sempre existiu. Existiu necessariamente num tempo em que, antes de o ser, não o era. E, curto ou longo, este tempo foi que precedeu a coisa criada; é impossível suprimi-lo, visto que, de todos os modos, ele existe. Assim, temos de concluir: a) Ou Deus foi eternamente ativo e eternamente necessário ou só chegou a sê-lo por causa da criação (e, se é assim, antes da criação faltavam a este Deus dois atributos: a atividade e a necessidade; este Deus era um Deus incompleto; era só um pedaço de Deus e mais nada, que teve necessidade de criar para chegar a ser ativo e necessário, e completar-se). b) Ou Deus é eternamente ativo e eternamente necessário, e neste caso tem criado eternamente. A criação é eterna, e o Universo jamais começou — existiu em todos os tempos, é eterno como Deus, é o próprio Deus, com o qual se confunde. E, sendo assim, o Universo não teve princípio — não foi criado. Em conclusão: No primeiro caso, Deus antes da criação não era ativo nem era necessário: era um Deus incompleto, quer dizer, imperfeito, e, portanto, não existia. No segundo caso, sendo Deus eternamente ativo e eternamente necessário, a criação sempre existiu, ele nunca criou, portanto, nunca foi um criador. É impossível sair daqui.

 

5º argumento: O ser imutável não criou

Se Deus existe, é imutável, não se desfigura e nem se pode desfigurar. Enquanto que, na natureza, tudo se modifica, se metamorfoseia, se transforma, nada é definitivo, segundo os religiosos Deus chega a sê-lo, ponto fixo, imóvel no tempo e no espaço, não está sujeito a nenhuma modificação, não se transforma, nem pode transformar-se. É hoje o que era ontem, será amanhã o que é hoje. E tanto faz procurá-lo nos séculos passados, como nos séculos futuros: ele é, e será constantemente idêntico em si. Deus é imutável. No entanto, eu sustento que, se ele criou, não é imutável, porque, neste caso, transmudou-se duas vezes. Determinar-se a querer é mudar de posição. Ora, é evidente que há mudança entre o ser que quer uma coisa e o que, querendo-a, a põe em execução. Se eu desejo e quero o que eu não desejava e nem queria a quarenta e oito horas, é porque se produziu em mim, ou a minha volta, uma ou várias circunstâncias que me levaram a querê-lo. Este novo desejo ou querer constitui uma modificação que não se pode pôr em dúvida, que é indiscutível. Paralelamente: agir, ou determinar-se a agir, é modificar-se. Esta dupla modificação — querer e agir — é tanto mais considerável e saliente quando é certo que se trata de uma resolução grave, de uma ação importante. Deus criou, dizeis vós, crentes. Então modificou-se duas vezes: a primeiro, quando se determinou a criar; a segunda, quando resolveu pôr em prática sua determinação, completando o gesto criador. Se ele se modificou duas vezes, não é imutável. E, se não é imutável, não é Deus — não existe. O ser imutável não criou.

 

6º argumento: Deus não criou sem motivo; mas é impossível encontrar um único motivo que o levasse a criar

De qualquer forma que se pretende examiná-la, a criação é inexplicável, enigmática, falha de sentido. Há uma coisa que salta à vista de todos: se Deus criou, como vós dizeis, não pôde ter realizado este ato grandioso — cujas consequências deviam ser, fatalmente, proporcionais ao próprio ato, e por conseguinte incalculáveis — sem que fossem determinado por uma razão de primeira ordem. Pois muito bem. Qual foi esta razão? Porque motivo tomou Deus a resolução de criar? Que motivo o impulsionaria a isto? Que desejo germinaria em seu cérebro? Qual seria o seu intuito? Que ideia o perseguiria? Que fim perseguiria ele? Multiplicais, nesta ordem de ideias, as perguntas; gravito, conforme quiserdes, em torno deste problema; examinai-o em todos os seus aspectos e em todos os sentidos, e eu desafio seja quem for a que o resolve em outro sentido que não seja o das incoerências. Por exemplo: Eis uma criança educada na religião cristã. O seu catecismo afirmou-lhe, e os seus mestres confirmam, que foi Deus que a criou e a colocou no mundo. Suponhamos que a criança faz a si própria a pergunta: porque é que Deus me criou e me lançou no mundo? Ela que quer obter uma resposta judiciosa, racional. Nunca obterá. Suponhamos ainda que a criança, confiando na experiência e no saber de seus educadores, persuadida do caráter sagrado de que eles (padres ou pastores) estão revestidos, possuindo luzes especiais e graças particulares; convencido de que, pela sua santidade, estão mais próximos de Deus e, portanto, melhores iniciados que elas nas verdades reveladas; suponhamos que esta criança tem a curiosidade de perguntar aos seus mestres por que e para que Deus a criou e a pôs no mundo, e eu afirmo que os mestres são incapazes de contestar a essa simples interrogação com uma resposta plausível, sensata. Não lhe poderão dar, porque, em verdade, ela não existe. Mas, rodeemos bem a questão e aprofundemos o problema. Com o pensamento, examinaremos Deus antes da criação. Tomemo-lo mesmo no seu sentido absoluto. Está completamente só; bastando-se a si próprio. E perfeitamente sábio, perfeitamente feliz, perfeitamente poderoso. Ninguém lhe pode acrescentar sabedoria, ninguém lhe pode aumentar a felicidade, ninguém lhe pode fortificar o poderio. Este Deus não experimenta nenhum desejo, visto que a sua felicidade é infinita. Não pode perseguir nenhum fim, visto que nada falta à sua perfeição. Não pode ter nenhum intuito, visto que nada falta ao seu poder. Não pode determinar-se a fazer seja o que for, visto que não tem nenhuma necessidade.
E agora Filósofos profundos, pensadores sutis, teólogos prestigiosos, respondei a esta criança que vos interroga e dizei-lhe por que é que Deus a criou e lançou no mundo! Eu estou tranquilo. Vós não lhe podeis responder, a não ser que lhe digais: “Os mistérios de Deus são impenetráveis!” e aceitais esta resposta como suficiente. E fareis bem, abstendo-vos de lhes dar outra resposta, porque esta outra resposta — previno-vos caritativamente — cava a ruína de vosso sistema e o derrubamento de vosso Deus. A conclusão impõe-se, lógica, impiedosa: Deus, se criou, criou sem motivos, sem saber por que, sem ideal. Sabeis onde nos conduzem as consequências de tal conclusão? Vamos vê-las. O que diferencia os atos de um homem dotado de razão dos atos de um louco, o que determina que um seja responsável e o outro irresponsável, é que um homem dotado de razão sabe sempre (ou pode chegar o sabê-lo) quando procede, quais são os móbiles que o impulsionam, quais são os motivos que o levam a praticar aquilo que pensava. Quando se trata de uma ação importante, cujas consequências podem hipotecar gravemente as suas responsabilidades. É preciso que o homem entre na posse de sua razão, se concentre, se entregue a um sério exame de consciência, persistente e imparcial, exame que, pelas suas recordações, reconstitua o quadro dos acontecimentos de que ele foi agente. Em resumo, é preciso que ele procure reviver as horas passadas para que possa discernir quais foram as causas e o mecanismo dos movimentos que o determinaram a obrar. Frequentemente, não pode vangloriar-se das causas que o impulsionaram, e que, amiúde, o levam a corar de vergonha. Mas, quaisquer que sejam os motivos, nobres ou vis, generosos ou grosseiros, ele chega sempre o descobri-los. Um louco, pelo contrário, precede sem saber por que; e, uma vez realizado o ato, por grandes que sejam as responsabilidades que dele possam deriva-se, interrogai-o, encerrai-o, se quiserdes, numa prisão, e apertai-o com perguntas: o pobre demente não vos balbuciará senão coisas vagas, verdadeiras incoerências. Portanto, o que diferencia os atos de um homem sensato de um homem insensato, é que os atos dos primeiros podem explicar-se, tem uma razão de ser, distinguem-se neles a causa e o efeito, a origem e o fim, enquanto que os atos do segundo não se podem explicar, porque um louco é incapaz de discernir a causa e o que o levam a realizá-los. Pois bem! Se Deus criou sem motivo, sem fim, procedeu como um louco. E, neste caso, a criação aparece-nos como um ato de demência.

 

1ª objeção costumeira: “Deus escapa-vos!”

Dizem-me: “O senhor não tem o direito de falar de Deus segundo a forma que o faz. O senhor não nos apresenta senão um Deus caricaturado, sistematicamente reduzido a proporções que seu cérebro abarca. Esse Deus não é nosso Deus. O nosso Deus não o pode o senhor concebê-lo, visto que lhe é superior, escapando por isso à suas faculdades intelectuais. Fique sabendo que o que é fabuloso, gigantesco para o homem mais forte e mais inteligente, é para Deus um simples jogo de crianças. Não se esqueça que a Humanidade não pode mover-se no mesmo plano que a Divindade. Não perca de vista que é tão impossível ao homem compreender a maneira como Deus procede, como os minerais imaginar como vivem os vegetais, como os vegetais conceber o desenvolvimento dos animais, e como os animais saber como vivem e operam os homens. Deus paira a uma altura que o senhor é incapaz de atingir, ele ocupa montanhas inacessíveis ao senhor. Qualquer que seja o grau de desenvolvimento de uma inteligência humana; por muito importante que seja o esforço realizado por essa inteligência; seja qual for a persistência deste esforço, jamais poderá elevar-se até Deus. Lembre-se, enfim, que, por muito vasto que seja o cérebro do homem, ele é finito, não podendo, por consequência, conceber Deus, que é infinito. Tenha pois a lealdade e a modéstia de confessar que não lhe é possível compreender nem explicar, não lhe cabe o direito de negar”. Eu respondo aos deístas: Dais-me conselhos de humildade que estou disposto a aceitar. Fazeis me lembrar que sou um simples mortal, o que legitimamente reconheço e não procuro esquivar-me. Dizeis-me que Deus me ultrapassa e que o desconheço. Que seja. Consinto em reconhecê-lo; afirmo mesmo que o finito não pode compreender o infinito, porque é uma verdade tão certa e tão evidente, que não está em meu ânimo fazer-lhe qualquer oposição. Vede, pois, até aqui estamos de acordo, com o que espero, ficareis muito contentes. Somente, senhores deístas, permiti que, por meu turno, eu vos dê os mesmos conselhos de humildade, para terdes a franqueza de me responder estas perguntas: Vós não sois homens como a mim? A vós, Deus não se apresenta como para a mim? Esse Deus não vos escapa como a mim? Tereis vós a pretensão de moverdes no mesmo plano da divindade? Tereis igualmente a mania de pensar e a loucura de crer que, de um voo, podereis chegar às alturas que Deus ocupa? Sereis presunçosos ao extremo de afirmar que o vosso cérebro, o vosso pensamento que é finito, possa compreender o infinito? Não vos faço a injuria, senhores deístas, de acreditar que sustentais uma extravagância corrupta. Assim, pois, tende a modéstia e a lealdade de confessar que, se me é impossível compreender e explicar Deus, vós tropeçais no mesmo obstáculo. Tende, enfim, a probidade de reconhecer que, se eu não posso conceber nem explicar Deus, não o podendo portanto negar a vós, da mesma forma, não vos é permitido concebê-lo e não tendes, por consequência, o direito de afirmá-lo. Não julgueis, no entanto, que, por causa disto, ficamos na mesma situação que antes. Vós que, primeiramente, afirmastes a existência de Deus; deveis, pois, ser os primeiros a pôr de lado vossas afirmações. Eu, alguma vez, negaria a existência de Deus, se vós não tivésseis começado a afirmá-la? E se, quando eu era criança, não me tivessem imposto a necessidade de acreditar nele? E se, quando adulto, não tivesse ouvido afirmações nesse sentido? E se, quando homem, os meus olhos não tivessem constantemente contemplado os templos elevados a esse Deus? Foram as vossas afirmações que provocaram as minhas negações. Cessai de afirmar que eu cessarei de negar.

 

2ª objeção: “Não há efeito sem causa”

A segunda objeção parece-nos mais invulnerável. Muitos indivíduos consideram-na ainda sem réplica. Esta objeção provém dos filósofos espiritualistas: Não há efeito sem causa. Ora, o Universo é um efeito; e, como não há efeito sem causa, esta causa é Deus. O argumento é bem apresentado; parece, mesmo, bem construído. O que resta saber é se tudo quanto ele encerra é verdadeiro. Em boa lógica, este raciocínio chama-se silogismo. Um silogismo é um argumento composto por três proposições: a maior, a menor e a consequência, e compreende duas partes: as premissas, constituídas pelas duas primeiras proposições e a conclusão, representada pela terceira. Para que um silogismo seja inatacável, é preciso: 1º que a maior e a menor sejam exatas; 2º que a terceira proposição flua logicamente das duas primeiras. Se o silogismo dos filósofos espiritualistas reúne estas duas condições, é irrefutável e nada mais me resta senão aceitá-lo; mas, se lhe falta uma só dessas condições, então o silogismo é nulo, sem valor, e o argumento destrói-se por si mesmo. A fim de conhecer o seu valor, examinemos as três proposições que o compõe. 1ª proposição (maior): “Não há efeito sem causa”. Filósofos, tendes razão. Não há efeito sem causa: nada mais exato. Não há, não pode haver, efeito sem causa. O efeito não é mais do que a continuação, o prolongamento, o limite da causa. Quem diz efeito diz causa. A ideia de efeito provoca, necessariamente e imediatamente a ideia de causa. Se, ao contrário, se concebe um efeito sem causa, isto seria o efeito do nada, o que equivaleria a crer no absurdo. Sobre esta primeira proposição, estamos, pois, de acordo. 2ª proposição (menor): “Ora, o Universo é um efeito”. Antes de continuar, peço explicações: Sobre o que se apoia esta afirmação tão franca e tão categórica? Qual o fenômeno, ou conjunto de fenômenos, na qual a verificação, ou conjunto de verificações, que permitem uma afirmação tão arredondada? Em primeiro lugar, comecemos suficientemente o Universo? Temo-lo estudado profundamente, temo-lo examinado, investigado, compreendido, para que nos seja permitido fazer afirmações desta natureza? Temos penetrado nas suas entranhas e explorado os seus espaços incomensuráveis? Já descemos a profundeza do oceano? Conhecemos todos os domínios do Universo? O Universo já nos declarou todos os seus segredos? Já lhe arrancamos todos os véus, penetramos todos os seus mistérios, descobrimos todos os seus enigmas? Já vimos tudo, apalpamos tudo, sentimos tudo, entendemos tudo, observamos tudo, afrontamos tudo? Não temos nada mais que aprender? Não nos resta nada mais que descobrir? Em resumo, estamos em condições de fazer uma apreciação formal do Universo? Supomos que ninguém ousará responder afirmativamente a todas estas questões; e seria digno de lástima todo aquele que tivesse a insensatez de afirmar que conhece o Universo. O Universo quer dizer não somente este ínfimo planeta que habitamos e sobre o qual se arrastam as nossas carcaças; não somente os milhões de astros que conhecemos e que fazem parte do nosso sistema solar, ou que descobrimos com o decorrer dos tempos, mas ainda, esses mundos, aos quais, com conjectura, conhecemos a existência, mas cuja distância e o número restam incalculáveis! Se eu dissesse “o universo é uma causa”, tenho a certeza que desencadeariam imediatamente contra mim as vaias e os protestos de todos os religiosos; e, todavia, a minha afirmação não era mais descabelada que a deles. Se me inclino sobre o Universo, se o observo quanto me permitir o homem contemporâneo, os conhecimentos adquiridos, verificarei que é um conjunto inacreditavelmente complexo e denso, uma confusão impenetrável e colossal de causas e de efeitos que se determinam, se encadeiam, se sucedem, se repetem e se interpenetram. Observarei que o todo leva uma cadeia sem fim, cujos elos estão indissoluvelmente ligados. Certificar-me-ei de que cada um destes elos é, por sua vez, causa e efeito: efeito da causa que o determinou, causa do efeito que se lhe segue. Quem poderá dizer: “Eis aqui o primeiro elo — o elo causa”? Quem poderá afirmar: “Eis o último elo — elo efeito”? E quem poderá ainda dizer: “Há necessariamente uma causa número um e um efeito número… último”? À segunda proposição, “ora, o Universo é um efeito”, falta-lhe uma condição indispensável: a exatidão. Por consequência, o famoso silogismo não vale nada. Acrescento mesmo que, no caso em que esta segunda proposição fosse exata, faltaria estabelecer, para que a conclusão fosse aceitável, se o Universo é o próprio efeito de uma Causa única, de uma Causa primeira, da Causa das Causas, de uma Causa sem Causa, da Causa eterna. Esta demonstração é uma demonstração que se tem desejado muitas vezes, sem que ninguém á desse; é também uma demonstração, da qual se pode afirmar, sem receio de desmentido, que jamais poderá se estabelecer de uma forma séria, positiva e científica. Por último: admitindo que o silogismo fosse irrepreensível, ele poderia voltar-se facilmente contra a tese do Deus-Criador, colocando-se a favor da minha demonstração. Explico: “não há efeito sem causa!” — Seja! — “o Universo é um efeito!” — De acordo! — “Logo este efeito tem uma causa e é esta causa que chamamos Deus! — Pois seja! Mas não vos entusiasmeis, deístas; escutai-me, porque ainda não triunfastes. Se é evidente que não há efeito sem causa, é também rigorosamente exato que não há causa sem efeito. Não há, não pode haver, causa sem efeito. A ideia de causa implica necessariamente e chama a ideia de efeito. Porque uma causa sem efeito seria uma causa do nada, o que seria tão absurdo quanto o efeito do nada. Que fique, pois, bem entendido: não há causa sem efeito. Vós, deístas, afirmais, enfim, que o Deus-Causa é eterno. Desta afirmação concluo que o Universo-Efeito é igualmente eterno, visto que a uma causa eterna, corresponde, indubitavelmente, a um efeito eterno. Se pudesse ser de outro modo, quer dizer, se o Universo tivesse começado, durante os milhares e milhares de séculos que, talvez, precederam a criação do Universo, Deus teria sido uma causa sem efeito, o que é impossível; uma causa de nada, o que seria absurdo. Em conclusão: se Deus é eterno, o Universo também o é: e, se o Universo também é eterno, é porque ele nunca principiou, jamais foi criado. É clara a demonstração?

 

7º argumento: O governador nega o criador

São muitíssimos (formam legiões) os indivíduos que, apesar de tudo, se obstinam em crer. Concebo que, a rigor, se possa crer na existência de um criador perfeito, como também concebo que se possa crer na existência de um governador necessário. Mas, o que me parece impossível é que, ao mesmo tempo, se possa crer racionalmente num e noutro, porque estes dois seres perfeitos se excluem categoricamente: afirmar um é negar o outro; proclamar a perfeição do primeiro é confessar a inutilidade do segundo; sustentar a necessidade do segundo é negar a perfeição do primeiro. Por outras palavras: pode-se crer na perfeição ou na necessidade do outro; mas o que não tem a menor sombra de lógica é crer na perfeição dos dois. É preciso, pois, escolher qualquer deles. Se o Universo criado por Deus tivesse sido uma obra perfeita; se, no seu conjunto, como nos seus pormenores, esta obra não apresentasse nenhum defeito; se o mecanismo desta criação gigantesca fosse irrepreensível; se a sua perfeição fosse de modo que a ninguém despertasse a menor suspeita de qualquer desarranjo ou de qualquer avaria; se, enfim, a obra fosse digna deste operário genial, deste artista incomparável, desse construtor fantástico a que chamam Deus, a necessidade de um governador nunca teria sentido. É lógico supor que, uma vez a formidável máquina fosse posta em movimento, nada mais haveria a fazer do que abandoná-la a si própria, visto que os acidentes seriam impossíveis. Não seria preciso este engenheiro, este mecânico, para vigiar a máquina, para a dirigir, para a reparar, para a afinar, enfim. Não, este engenheiro seria inútil, este mecânico não teria razão de ser. E, neste caso, o Deus-Governador era também inútil. Se o Governador existe, é porque a sua intervenção, a sua vigilância são indispensáveis. A necessidade do Governador é como que um insulto, como um desafio lançado ao Criador; a sua intervenção corrobora o desconhecimento, a incapacidade, a impotência desse criador. O Deus-Governador nega a perfeição do Deus-Criador.

 

8º argumento: A multiplicidade dos deuses prova que não existe nenhum deles

O Deus-Governador é, e não pode deixar de ser, poderoso e justo, infinitamente poderoso e infinitamente justo. Ora, eu afirmo que a multiplicidade das religiões atesta que falta a este Deus poder ou justiça, se não, ambas as coisas. Não falemos dos deuses mortos, dos cultos abolidos, das religiões esquecidas, que se contam por milhares e milhares. Falemos somente das religiões de nossos dias. Segundo os cálculos mais bem fundados, há, presentemente, oitocentas religiões, que se disputam o império das 7 bilhões de consciências que povoam o nosso planeta. Ninguém pode duvidar que cada uma destas religiões reclama para si privilégio de que só o seu Deus é que é o verdadeiro, autêntico, o indiscutível, o único, e que todos os outros Deuses são Deuses risíveis, Deuses falsos, Deuses de contrabando e de pacotilha, e que, portanto, é uma obra piedosa combatê-los e pulverizá-los. Se em vez de oitocentas religiões, não houvesse senão cem ou dez, ou duas, o meu argumento teria o mesmo valor. Pois bem, afirmo novamente que a multiplicidade destes Deuses atesta que não existe nenhum, certificando, ao mesmo tempo, que Deus não é todo-poderoso nem sumamente justo. Se fosse poderoso teria podido falar a todos os indivíduos com a mesma facilidade com que falou isoladamente a alguns. Ter-se-ia mostrado, ter-se-ia revelado a todos sem empregar mais esforços do que o que empregou para se apresentar a poucos. Um homem (qualquer que seja) não pode mostrar-se nem falar senão a um número reduzido de indivíduos: os seus órgãos vocais têm uma persistência que não pode exceder certos limites. Mas Deus… Deus pode falar a todos os indivíduos (por muito grande que seja o número) com a mesma facilidade que falaria a uns poucos. Quando se eleva, a voz de Deus pode e deve perpetuar-se nos quatro pontos cardeais! O verbo divino não conhece distâncias nem obstáculos. Atravessa os oceanos, escala as alturas, franqueia os espaços, sem a menor dificuldade. E visto que ele quis (é a religião que o afirma) falar com os homens, revelar-se, confiar-lhes os seus desejos, indicar-lhes a sua vontade, fazer-lhes conhecer a sua lei, bem teria podido fazê-lo a todos e não a um punhado de privilegiados. Mas Deus não fez assim, visto que uns o negam, outros o ignoram, e outros, enfim, opõe tal Deus escolhendo outros dos seus concorrentes. Nestas condições não será mais sensato pensar que ele não falou a ninguém, e que as múltiplas revelações que são atribuídos a ele, não são, senão, múltiplas imposturas, que se ele falou a uns poucos, é porque era incapaz de falar com todos? Sendo assim, eu acuso-o de impotência. E se não quiserdes que o acuse de impotência, acuso-o de injustiça. Que pensar, com efeito, de um Deus que se mostra a um reduzido número e que se esconde das outras? Que pensar de um Deus que fala para uns e que, para outros, guarda o mais profundo silêncio? Não esqueçais que os representantes desse Deus afirmam que ele é o pai de todos: e que todos, qualquer que seja o seu título ou grau, são os filhos bem amados desse Pai que reina lá no céu! Pois, muito bem, que pensais desse pai que, exuberante da ternura para alguns privilegiados, os desperta, revelando-se a eles e evitando-se as angustias da dúvida, arrancando-o das torturas da hesitação, enquanto que, violentamente, condena a maioria de seus filhos aos tormentos da incerteza? Que pensais desse pai que, no meio de seu esplendor de Majestade, se mostra a uma parte de seus filhos, enquanto que, para a outra, fica envolto nas mais profundas trevas? Que pensais desse pai que, exigindo de seus filhos a prática de um culto, com o seu contingente de respeitos e adorações, chama só alguns deles para escutarem a sua palavra de Verdade, enquanto que, com um propósito deliberado, nega aos demais esta distinção? Se julgais que este pai é justo e bom, não vos surpreendas com a minha apreciação, que é muito diferente: A multiplicidade de religiões proclama que a Deus faltou poder ou justiça. Ora, Deus deve ser infinitamente poderoso e infinitamente justo (são os religiosos que o afirmam). E se lhe falta um destes dois atributos (poder ou justiça) não é perfeito: não sendo perfeito, não tem razão de ser, não existe. A multiplicidade dos Deuses e das religiões demonstra que não existe nenhum deles.

 

9º argumento: Deus não é infinitamente bom: é o inferno que o prova

O Deus-Governador ou Providência deve ser, infinitamente bom, infinitamente misericordioso. Mas a existência do Inferno demonstra-nos que não é assim. Atentai bem ao meu raciocínio: Deus podia (porque é livre) não nos ter criado; mas criou-nos. Deus podia (porque é todo poderoso) ter-nos criado todos bons; mas criou-nos bons e maus. Deus podia (porque é bom) admitir-nos todos, após a morte, no seu Paraíso, contentando-se, como castigo, com o tempo de sofrimento e tribulações que passamos na Terra. Deus podia, em suma (porque é justo) não admitir em seu Paraíso senão os bons, recusando ali lugar aos perversos; mas, neste caso, deveria destruir totalmente os maus com a morte, e jamais condená-lo aos sofrimentos do Inferno. E isto porque quem pode criar, pode destruir; quem tem poder para dar a vida, também tem o poder para tirá-la, para aniquilá-la. Vejamos: vós não sois deuses. Vós não sois infinitamente bons, nem infinitamente misericordiosos. Sem vos atribuir qualidades que não possuís, eu tenho a certeza de que, se estivesse em vossas mãos (sem que isso vos exigisse um grande esforço, e sem que, daí, resultasse para nós algum prejuízo moral ou material) evitar a um ser humano uma lágrima, uma dor, um sofrimento, eu tenho a certeza, repito, que o faríeis imediatamente, sem vacilar nem titubear. E, todavia, vós não sois infinitamente misericordiosos. Sereis, por acaso, melhores e mais misericordiosos que o Deus dos cristãos? Porque, enfim, o Inferno existe. A Igreja faz alarde dele: é a horrível visão, com a ajuda da qual semeia o pavor no cérebro das crianças e dos velhos, e entre os pobres de espírito e os medrosos; é o espectro que se estala na cabeceira dos moribundos, na hora em que a morte os arrebata toda a coragem, toda a energia, toda a lucidez. Pois bem, o Deus dos cristãos, esse Deus que dizem cheio de piedade, de perdão, de indulgência, de bondade e de misericórdia, precipita para todo o sempre, uma parte dos seus filhos, num antro de torturas as mais cruéis, e de suplicias as mais horrendas. Oh! Como ele é bom! Como ele é misericordioso! Vós conheceis certamente estas palavras das escrituras: “Muitos serão os chamados, mas poucos os eleitos”. Estas palavras significam que o número de salvos será ínfimo, enquanto que o número de condenados há de ser considerável. Esta afirmação é de uma crueldade tão monstruosa que os deístas têm procurado dar-lhe um outro sentido. Mas pouco importa: o Inferno existe, e é evidente que os condenados (muitos ou poucos) aí sofrerão os mais dolorosos tormentos. Agora, pergunto: a quem podem beneficiar os tormentos dos condenados? Aos eleitos? Evidente que não. Por definição, os eleitos serão os justos, os virtuosos, os fraternais, os compassivos: e seria absurdo supor que a sua felicidade, já incomparável, pudesse ser aumentada com o espetáculo de seus irmãos torturados. Aos próprios condenados? Também não, porque a igreja afirma que o suplício desses desgraçados jamais acabará; e que, pelos séculos dos séculos, os seus sofrimentos serão tão horripilantes como no primeiro dia. Então, aparte os eleitos e aparte os condenados, não há senão Deus. É Deus, quem obtém benefícios dos sofrimentos dos condenados? É ele, esse pai infinitamente bom, infinitamente misericordioso, que se regozija sadicamente com as dores a que voluntariamente condena os seus filhos? Ah! Se isto é assim, esse Deus aparece-nos como carrasco mais feroz, como o inquisidor mais implacável que se possa imaginar. O inferno prova que Deus não é bom nem misericordioso, a existência de um Deus de bondade é incompatível com a existência do inferno. E de duas uma: ou o inferno não existe, ou Deus não é infinitamente bom.

 

10º argumento: O problema do mal

É o problema do mal que me fornece material para o meu último argumento contra o Deus-Governador e simultaneamente, para o meu primeiro argumento contra o Deus-justiceiro. Eu não digo que a existência do mal (mal físico e mal moral) seja incompatível com a existência de Deus; o que digo é que é incompatível com o mal a existência de um Deus infinitamente poderoso e infinitamente bom. O argumento é conhecido, ainda que o não seja senão pelas múltiplas refutações (sempre impotentes) que se lhes tem apresentado. Remontam-no a Epicuro. Tem, portanto, mais de vinte séculos de existência: mas, por velho que seja, conserva ainda todo o seu vigor. Esse argumento é o seguinte: O mal existe. Todos os seres sensíveis conhecem o sofrimento. Deus, que tudo sabe, não pode ignorá-lo. Pois bem, de duas, uma: Ou Deus quer suprimir o mal e não pode; ou Deus pode suprimir o mal e não quer. No primeiro caso, Deus pretendia suprimir o mal, porque era bom, porque compartilhava das dores que nos aniquilam, porque participava dos sofrimentos que suportamos. Ah! Se isso dependesse dele! O mal seria suprimido e a felicidade reinaria sobre a Terra…
Mais uma vez Deus é bom, mas não pode suprimir o mal — não é todo poderoso. No segundo caso, Deus podia suprimir o mal. Bastava que o quisesse para que o mal fosse abolido. Ele é todo poderoso e não quer suprimir o mal; portanto, não é infinitamente bom. Aqui, Deus é todo poderoso, mas não é bom; lá, Deus é bom mas não é todo poderoso. Para admitir a existência de Deus, não basta que ele possua uma destas perfeições: poder ou bondade. É indispensável que possua as duas. Este argumento nunca foi refutado. Entendamo-nos: ao dizer nunca foi refutado quero dizer que, racionalmente, ninguém o pode ainda refutar, embora tenham ensaiado isso muitas vezes. O ensaio de refutação mais conhecido é este: Vós apresentais em termos errôneos o problema do mal. É um equívoco atirar para cima de Deus toda a responsabilidade. Bem, é certo que o mal existe — é inegável; mas só o homem é responsável por ele. Deus não quis que o homem fosse um autômato, uma máquina, que obedece cega e fatalmente. Ao criá-lo, Deus deu-lhe completa liberdade — fez dele um ser inteiramente livre; e, conforme com essa liberdade, que generosamente lhe outorgou, concedeu-lhe a faculdade de fazer dela, em todas as circunstâncias, o uso que quisesse. E se o homem, em vez de fazer uso nobre e justiceiro deste bem inestimável, faz dele um uso criminoso, porque seria injusto: devemos acusar mais é o homem, o que é razoável. Eis a clássica objeção. Que é que ela vale? Nada! Eu explico-me: façamos distinção entre o mal físico e o mal moral. O mal físico é a doença, o sofrimento, o acidente, a velhice, com o seu cortejo de vícios e enfermidades; é a morte, que implica perda de seres que amamos. Há crianças que nascem e que morrem, dias depois de seu nascimento, e cuja vida foi um sofrimento permanente. Há uma enorme multidão de seres humanos para quem a vida não é mais do que uma longa série de dores e aflições: seria preferível que não tivessem nascido. E, na ordem natural, as epidemias, os cataclismos, os incêndios, as secas, as inundações, as tempestades, a fome, constituem uma soma de trágicas fatalidades que originam a dor e a morte. Quem ousará dizer que o homem é o responsável por este mal físico? Quem não compreende que se Deus criou o Universo, dotando-o com as formidáveis leis que o regem, o mal físico não é senão uma destas fatalidades que resultam de um jogo normal das forças da natureza? Quem não compreende que o autor responsável destas calamidades é, com toda a certeza, quem criou o Universo e quem o governa? Suponho que, sobre este ponto, não há contestação possível. Deus que governa o Universo, é o responsável pelo mal físico. Esta resposta seria suficiente, e, no entanto, vou continuar. Eu entendo que o mal moral é tão imputável a Deus quanto o mal físico. Se Deus existe, foi ele que presidiu à organização do mundo físico. Por consequência, o homem, vítima do mal moral, como do mal físico, não pode ser responsável por um nem por outro. Vamos, pois, ver agora na terceira e última série de argumento, o que tenho a dizer sobre o mal moral.

                                                            

11º argumento: Irresponsável, o homem não pode ser castigado nem recompensado

Que somos nós? Presidimos às condições de nosso nascimento? Fomos consultados sobre se queríamos nascer? Fomos chamados a traçar o nosso destino? Tivemos, sobre qualquer destas questões, voz ou voto? Se cada um de nós tivesse voz e voto para escolher, desde o nascimento, a saúde, a força, a beleza, a inteligência, a coragem, a bondade, etc…, seguramente que nós teríamos escolhido todos estes benefícios. Cada um de nós seria, então, em resumo de todas as perfeições, uma espécie de Deus em miniatura.Mas, afinal, que somos nós? Somos aquilo que queríamos ser? Não, incontestavelmente.Na hipótese Deus, somos (visto que foi ele que nos criou) aquilo que ele quis que fôssemos. Deus é livre, podia ter escolhido não nos criar. Ou podia ter-nos criado menos perversos, porque é bom. Ou, então, podia ter-nos criado virtuosos, bem comportados, excelentes, enchendo-nos de todos os dotes físicos, intelectuais e morais, porque é todo poderoso.Pela terceira vez: Que somos nós? Somos o que Deus quis que fôssemos, visto que ele criou-nos segundo o seu capricho e o seu gosto. Se os crentes admitem que Deus existe e que foi ele que nos criou, não se pode dar outra resposta à pergunta “quem somos nós?” Com efeito, foi Deus que nos deu os sentidos, as faculdades de compreensão, a sensibilidade, os meios de perceber, de sentir, de raciocinar, de agir. Ele previu, quis determinar as nossas condições de vida; coordenou as nossas necessidades, os nossos desejos, as nossas paixões, as nossas crenças, as nossas esperanças, os nossos ódios, as nossas ternuras, as nossas aspirações. Toda a máquina humana corresponde àquilo que ele quis. Ele arranjou e concebeu todas as peças do meio em que vivemos, preparando todas as circunstâncias que, a cada momento, dão um assalto a nossa vontade, determinando as nossas ações. Perante este Deus formidavelmente munido, o homem é, portanto, irresponsável. O que não está sob a dependência de ninguém é inteiramente livre; o que está um pouco sob dependência de um outro é um pouco escravo, e livre só para a diferença; o que está muito sob a dependência de um outro é muito escravo, e não é livre senão para o resto; enfim, o que está em absoluto sob a dependência de outro, é totalmente escravo, não gozando de nenhuma liberdade. Se Deus existe, é nesta última postura (a do escravo) que o homem se encontra em relação a Deus; e sua escravidão é tanto maior quanto maior for o espaço entre o Senhor e ele. Se Deus existe, só ele é que sabe, pode, quer, só ele é livre. O homem nada sabe, nada pode, nada quer, a sua dependência é completa. Se Deus existe, ele é tudo e o homem, nada. O homem, submetido a esta escravidão, aniquilado sob a dependência, plena e inteira de Deus, não pode ter nenhuma responsabilidade. E, se o homem é irresponsável, não pode ser julgado. Todo o julgamento implica um castigo ou uma recompensa; mas os atos de um irresponsável, não possuindo nenhum valor moral, estão isentos de qualquer responsabilidade. Os atos de um irresponsável podem ser úteis ou prejudiciais. Moralmente não são bons nem maus, como não são meritórios nem repreensíveis; julgados equitativamente, não podem ser recompensados nem castigados. Portanto, Deus, erigindo-se em justiceiro, castigando e recompensando o homem irresponsável, não é mais do que um usurpador, que se arroga um direito arbitrário, usando deste direito contra toda a justiça. Assim concluo: a) Que a responsabilidade do mal moral é imputável a Deus, como igualmente lhe é imputável a responsabilidade do mal físico; b) Que Deus é um juiz indigno, porque, sendo o homem irresponsável, não pode ser castigado nem recompensado.

                                          

12º argumento: Deus viola as regras fundamentais de equidade

Admitamos por um instante que o homem é responsável, e veremos como, dentro desta hipótese, a justiça divina viola constantemente as regras mais elementares da equidade. Se admitimos que a prática de justiça não pode ser exercida sem uma sanção; que o magistrado tem, por mandato, fixá-la; e que há uma regra, segundo o qual o sentimento deve pronunciar-se unanimemente, é evidente que, da mesma forma, tem de haver uma escala de mérito e culpabilidade, assim como uma escala de recompensas e de castigos. Admitindo este princípio, o magistrado que melhor pratica a justiça é aquele que proporciona o mais exatamente possível a recompensa ao mérito e o castigo a culpabilidade. E o magistrado ideal, impecável, perfeito, seria aquele que estabelece uma relação rigorosamente matemática entre o ato e a sanção. Eu penso que esta regra elementar de justiça é aceita por todos. Pois bem, Deus, distribuindo o Céu e o Inferno, finge conhecer esta regra e viola-a. Qualquer que seja o mérito do homem, esse mérito é limitado (como o próprio homem); e, no entanto, a sanção da recompensa não o é: o Céu não tem limites, ainda que não seja senão pelo seu caráter de perpetuidade. Qualquer que seja a culpabilidade do homem, esta culpabilidade é limitada (como o próprio homem); e, no entanto, o castigo não o é: o Inferno é ilimitado, ainda que não seja senão pelo seu caráter de perpetuidade. Há, pois, uma grande desproporção entre o mérito e a recompensa, entre a falta e a punição: o mérito e a falta são limitados, enquanto que a recompensa e o castigo são ilimitados. Deus viola, pois, as regras fundamentais da equidade.

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